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segunda-feira, outubro 22, 2007

O seu caminho tem mais asfalto do que terra.

Bento XVI é um Papa do aparelho.
A sua Igreja tem sede e sucursais.
O seu caminho tem mais asfalto do que terra.
Mais Europa do que África.
Mais salões do que horizontes a perder de vista.

João Paulo II falava de amor e descodificava a divindade, oferecendo-a às multidões como uma largada de pombos.
Bento XVI adensa o mistério, como se o ADN de Deus estivesse guardado num cofre do Vaticano, inacessível à Humanidade senão por intermédio do Papa. Por isso pede aos cristãos que renovem a sua consagração pessoal à fé católica sem se esquecerem de quem é o chefe.

É curioso que, num tempo em que se assiste a um verdadeiro "boom" de espiritualidade no mundo, em que a busca por Deus mobiliza milhões e milhões de seres humanos e esgota edições sucessivas de obras luminosas nas livrarias, a Igreja Católica fale de crise de vocações e se lamente da falta de fé. Talvez seja chegada a altura de o Vaticano compreender que a religiosidade nem sempre precisa da intermediação de uma igreja. Que uma alma pode ser "salva" sem o ritual da missa ao domingo, sem o sermão do padre e sem os evangelhos canónicos do Novo Testamento. Que o caminho da paz, da harmonia, da própria santidade, pode ser a viagem de um homem consigo mesmo
.

Fernando Marques in JN

CONCORDAS?

1 comentário:

  1. Não concordo, de todo!
    Sem a missa?, sem o Evangelho?... ou seja, sem Deus!

    Poderá o Homem salvar-se por si só?
    Nunca.
    De onde vem a Paz? De onde vem a Harmonia? De onde vem a Santidade?
    De Deus.

    " Talvez seja chegada a altura de o Vaticano compreender que a religiosidade..." Que religiosidade? A religiosidade natural? Pois sim,...

    " num tempo em que se assiste a um verdadeiro "boom" de espiritualidade..." Que espiritualidade? Espiritualidade de trazer por casa? Pois sim...

    Mas será a fé esgotar edições nas lirarias?

    Há sim, crise de vocações, há, sim falta de fé.
    muita falta de fé.
    A Paz.

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