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quarta-feira, março 07, 2007

Superstição, ritualismo, religião, supermercados de sacramentos...

É certo que mesmo entre os chamados "cristãos praticantes", muitas vezes, há mais religião do que fé, mais superstição do que adesão, mais ritualismo do que conversão, mas o que me preocupa mais são os chamados "cristãos não praticantes"!

Aqueles que falam sempre contra, mas nunca aparecem, mesmo com as portas escancaradas.
Aqueles que fazem da Igreja um "supermercado de sacramentos", pois só aparecem para baptizar, casar, funeral...
Aqueles que vão a Fátima, colocam montes de velas, se arrastam de joelhos... e depois na comunidade.... zero compromisso, nunca aparecem, deixam sempre lugar vazio.

Penso que está aqui um grande desafio à Igreja. "Não temais, pequenino rebanho"!
Porque continua a Igreja a aceitar estes comportamentos?
Porque continua a Igreja a baptizar filhos de quem nada quer com a fé?
Só para termos estatísticas?
Porque se celebram missas de "corpo presente" por quem, em vida, nunca lá quis pôr os pés?
E depois... um cristianismo cheio de promessas, velinhas, procissões, discussões, mas vazio de COMPROMISSOS!

Em quantos cristãos podemos encontrar um cheirinho das pegadas de Cristo?

6 comentários:

  1. Já tinha lido este comentário no Confessionário e senti-me em absoluta concordância.

    Não comentei o Post, porque nem sempre me apetece fazê-lo, até porque já dei a minha opinião naquele tempo... e porque é um tema que sempre me faz desatinar. Tanto folclore!
    Mas enfim, se, apesar de todas as manifestações rituais desprepositadas, houver sincera Fé em muitos corações, pois que estrebuchem à vontade. Serve de catarse momentânea para alívio das suas dores.
    O que não tolero mesmo, são os que lá vão porque agora está na moda...

    Quantidade e qualidade nunca foram muito amigas.

    Porque continua a Igreja a aceitar estes comportamentos?

    Porque me parece que os Padres têm inconscientemente o receio de perderem um grande nº de rebanho, e até pode ser que alguns desses, que entram porque "as portas estão escancaradas", um dia, talvez, quiçá, voltem definitivamente como um filho pródigo.

    Não é muito cristão bater com a porta a ninguém (mas deixar uma fresta no cuidado de que alguém possa querer entrar e ficar), contudo é necessário não ter medo de fazer um apelo, claro e directo, a esses que se dizem católicos não praticantes e que só mal-dizem da Igreja, que examinem de verdade a sua consciência e se decidam por uma Fé forte e sólida:
    porque a outra Porta pode também estar escancarada, mas é muito "estretinha" e "muitos são chamados mas poucos os escolhidos"

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  2. Antigamente, nas aldeias pobres do interior, quando o luto duradouro era uma forma de se exprimir a dor por um familar que se finava, as pessoas pobres, visto que não tinham dinheiro para adquirir roupa preta, tingiam os "seus trapos". Claro que a tintura durava pouco e, passado pouco tempo, a roupita perdia a cor e... ficava "deslorada".
    Não é o que se passa com muitos no campo cristão?! "Tingem-se" para fazer o Crisma, para baptizar, para casar... Tingem-nos para enterrar.
    Ser sal? Ser luz? ser fermento? Tá quieto!!!
    Viver de acordo com o Evangelho? Testemunhar os valores cristãos? Ir contra a corrente do "relativismo moral" que, como subtil cancro, vai minando a sociedade?
    Penso que precisamos todos de ser cristãos do fundamental. Menos promessas, menos velas, menos superstição, menos procissões, menos tradições, menos guerrilhas, menos muros,menos anticlericalismo,menos Igreja clerical, menos autoritarismo, menos manias... Mas mais Evangelho, mais razões de acreditar, mais intimidade com Deus, mas sentido da comunidade, mais compromisso, mais testemunho, mais serviço, mas sentido de pertença ao povo de Deus, mais crescimento da consciência de ser Igreja por parte dos leigos...

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  3. Também acho que a Igreja devia ser mais rigorosa neste aspecto.

    As pessoas usam os sacramentos como se fossem qualquer coisa que se compra numa loja.

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  4. Maria João,
    E não foi esta igreja que tornou os chamados sacramentos um bem transaccionável? Que os vendia e vende a troco de dinheiro? Quem fez Lutero não foi a escandalosa venda de indulgências?

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  5. Escolhi este post para "O melhor dos blogues".
    Obrigado e faz muitos assim!

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