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domingo, setembro 30, 2007

Birmânia: aplausos para ingerência religiosa na vida pública

É paradoxal que muitos meios de comunicação, habitualmente alérgicos à presença da religião na vida pública, estejam agora aplaudindo a acção dos monges budistas na Birmania (o Myannmar): “Entusiasmo laico pela revolução dos monges”.

Este episódio contrasta com os comentários que os mesmos meios costumam fazer quando a “ingerência” têm lugar num pais ocidental. Por exemplo, quando um bispo fala sobre temas que têm que ver com os direitos humanos e a visão àcerca da pessoa, que é o que está em causa na Birmânia. A reacção típica nesses casos é a mesma que teve o régime militar da birmania: acusá-los de imiscuir-se na política, de provocar conflictos, de estar contra a lei do Estado e inclusive de tentar impor a todos a sua própia visão do mundo.

No essencial, a critica é sempre a mesma. As supostas ingerências criticam-se quando não agradam, quando não coincidem com a visão do mundo de quem escreve. É tão simples quanto iso. Essa instrumentalização explica outro fenómeno curioso: a visibilidade pública que determinados regimes e meios costumam dar àquellas pessoas –clérigos ou teólogos- que estão a favor da sua opinião ou visão do mundo. Isto é, se a conferência episcopal afirma X, procuremos alguém que diga Z, que é o nos interesa a nós...
Veja aqui

sábado, setembro 29, 2007

Ateísmo militante

«Deus, se existe, não existe só para os que acreditam;
existe também para os que não acreditam;
existirá até mais um bocadinho;
porque são os que não acreditam os que mais precisam d'Ele».

Miguel Esteves Cardoso
Porque será que vemos cada vez mais pessoas que dizem não acreditar em Deus a falar de Deus? Vejam os livros de pessoas que se dizem ateias a falar da existência ou não existência de Deus. É o chamado ateísmo militante e radical... PORQUE SERÁ?

quinta-feira, setembro 27, 2007

UE: Dia contra pena de morte assinalado a 10 de Outubro

O Conselho da Europa anunciou hoje que decidiu proclamar o dia 10 de Outubro como «Jornada europeia contra a pena de morte», decisão que tinha sido bloqueada ao nível da União Europeia por um veto de Varsóvia.
O Conselho da Europa, com 47 países, é um fórum pan-europeu distinto da União onde as decisões são tomadas por maioria simples, quando muitas decisões no seio da UE são tomadas por unanimidade.

Os embaixadores manifestaram a «esperança de que a União europeia adira logo que possível a esta iniciativa».

No dia 18 de Setembro, em Bruxelas, o governo polaco bloqueou uma decisão dos 27 ministros da Justiça da União europeia, convocados pela Presidência portuguesa para se pronunciarem sobre esta questão. A unanimidade era requerida. (...)

O secretário-geral do Conselho da Europa, Terry Davis felicitou-se por esta decisão, considerando que esta jornada «será a ocasião propícia para se iniciar um diálogo com aqueles que, no seio dos 47 Estados membros, continuam a apoiar a pena capital» e para lhes explicar «porque é que ela foi abolida e deve continuar a sê-lo».

Apesar da pena de morte não existir em nenhum país europeu, o governo conservador e católico dos irmãos Lech e Jaroslaw Kaczynski considerou a organização desta jornada inútil, salvo se a mesma fosse alargada a uma «Jornada de defesa da vida» para incluir a proibição da eutanásia e do aborto.

Diário Digital / Lusa

A humildade é cada vez mais necessária no desporto

"Não somos estrelas nem heróis, apenas atletas apaixonados por uma modalidade que praticamos como amadores. Mostrámos garra, organização e isso reflectiu-se na nossa presença em França junto dos emigrantes, o que acabou também por contagiar os portugueses que sentiram curiosi-dade pelo râguebi e por esta selecção".

"Ganhar não é tudo. Realizámos uma boa prestação com uma grande entrega".

Seleccionador Nacional Tomás Morais

A religião ao serviço da democracia

Pelo segundo dia consecutivo, voltam a ouvir-se disparos na capital da antiga Birmânia. Como prevenção, a polícia fez barreiras com arame farpado e mobilizou canhões de água em alguns pontos da cidade. As forças de segurança assistem à manifestação atrás das barricadas, mas há relatos de disparos para o ar.
Durante esta noite, os militares tomaram de assalto dois mosteiros da capital e detiveram mais 100 pessoas. O número ascende agora aos 300, entre os quais dois dos mais altos dirigentes da oposição.
A agência France Press contabilizou ontem quatro mortos, entre eles, três monges budistas.

Luta pela democracia
República independente desde 1948, Myanmar é governada com pulso de ferro por uma Junta Militar, há 45 anos. No poder em 1962, com um golpe militar, os generais assumem os destinos do país (ainda com a designação Birmânia). Ne Win inaugura o que classifica como “a via birmanesa para o socialismo” – nacionaliza a economia, cria um Estado unipartidário e extingue a imprensa independente. Está instalada a ditadura.


Aung San Suu Kyi é a face visível da oposição ao regime, desde o final dos anos 80, quando a população acorda de um estado letárgico de 26 anos, desde o início da ditadura de Ne Win. Quase 30 anos depois do golpe militar de 62, o general convertera um dos países mais prósperos da Ásia num dos mais pobres do Mundo.

Nas universidades, começam os primeiros protestos pró-democracia, detonados pela degradação da economia. Agosto de 1988 fica registado na História, com centenas de estudantes a morrer às mãos da repressão militar contra as manifestações, em Rangun.

Conscientes da febre revolucionária que se vive no país, os generais convocam eleições livres, mas sem imaginar a dramática derrota que esperava o regime: A Liga Nacional pela Democracia (LND) conquista 396 dos 485 assentos parlamentares. Ainda assim, os militares negam-se a transferir o Governo. A Junta Militar permanece, ilegalmente, no poder. É redigida uma nova Constituição e os deputados eleitos da LND constituem um Governo no exílio. Em 1989, a Junta adopta a designação de Myanmar, em vez de Birmânia.

Em 1991, Aung San Suu Kyi, líder da LND, símbolo internacional da resistência pacífica e filha do general Aung San – herói da independência - recebe o Nobel da Paz, sob prisão domiciliária que se prolonga até à actualidade. Em 2006, é pela primeira vez permitido o contacto internacional de Suu Kyi, numa entrevista com o enviado especial das Nações Unidas.

“A revolução de açafrão”

Os protestos começaram em Agosto deste ano, num movimento contras as duras medidas económicas impostas pelo regime – que eleva em 500 por cento o preço dos combustíveis (petróleo e gás). Centenas de activistas são presos. Em Pakokku, um grupo de monges sai às ruas reclamando democracia, recebendo como resposta a agressão do Exército (em Myanmar, os monges - cerca de 400 mil - são tradicionalmente venerados, pelo que a sua participação nos protestos tem um peso significativo).

O gesto do regime indigna religiosos e população civil. É exigido ao Governo um pedido de desculpas mas, findo o prazo dado para o efeito, os monges saem às ruas, apoiados por milhares de civis. A cor das suas túnicas apelida a revolução que encabeçam de “revolução de açafrão”.
Filipa Pereira in SIC Online
Acha bem o envolvimento da religião na política?

quarta-feira, setembro 26, 2007

Primeira igreja no Qatar

O Qatar vai ter, no próximo mês de Fevereiro, a sua primeira igreja católica. O espaço será dedicado a Nossa Senhora do Rosário e servirá 140 mil fiéis que vivem num país muçulmano, de quase 800 mil habitantes.
O terreno foi doado pelo emir Amir Hamad bin Fhalifa Al Tahni que, no decorrer dos últimos anos, estabeleceu uma política de diálogo inter-religioso e instaurou relações diplomáticas com a Santa Sé (2002).
O complexo será composto por um centro de conferências, uma residência de acolhimento temporário, uma livraria e um bar. No entanto, seguindo as normas prescritas sobre as religiões não-muçulmanas, a igreja não será dotada de um campanário e de uma cruz, nem estará aberta ao público, mas apenas aos fiéis.
Tais limitações são uma espécie de tributo que o emir deve pagar à grande maioria islâmica wahabiti, que se opuseram à construção da igreja - a primeira depois de 14 séculos, neste território.
in Rádio Vaticano

Igreja transformada em hotel e casino

A vila de Lapithos, localizada na parte turca do Chipre, entrou no mapa porque uma das suas igrejas, Ayia Anastasia, deu origem a um hotel e casino chamado «Anastasia Resort Hotel».

A igreja, construída no século XIX, após ter sido centro de disputa por mais de cinco anos, acabou nas mãos da família Apakgun que prometeu manter a arquitectura anterior da igreja.
in Portugal diário

Birmaneses não desistem

Os 200 mil manifestantes não arredam pé das principais cidades da Birmânia.
Estão a lutar por melhores condições de vida, pela liberdade, pelo respeito pelos direitos humanos... E ONDE ESTÃO OS DEFENSORES DOS DIREITOS HUMANOS.... calados, tranquilos, indiferentes...

Vender relíquias na net é sacrilégio

O vicariato de Roma lembrou aos fiéis que é sacrilégio comprar ou vender relíquias religiosas na Internet.
Surgiram informações que admiradores do Papa João Paulo II podiam comprar uma peça da sua batina online. As autoridades religiosas reiteraram que as reliquias de João Paulo II que eles oferecem "não se podem vender, nem comprar porque são sagradas e não têm preço".

segunda-feira, setembro 24, 2007

Seja você mesmo


"Não há nada que eu possa fazer para ele me amar mais, assim como não há nada que eu possa fazer para ele me amar menos. Simplesmente, ele me ama."

Philip Yancey

sábado, setembro 22, 2007

Este senhor não pára de agredir...

As novas regras impostas pelo ministro da Saúde, Correia de Campos, aos padres dos hospitais ultrapassam as marcas do ridículo.

"Limitar a assistência espiritual nos hospitais não constitui um condicionamento da liberdade religiosa. Constitui, antes de mais e acima de tudo, um estrangulamento da liberdade humana.

Obrigar a que seja o doente a requisitar (e logo por escrito!) a presença do padre é uma medida que esconde (ou talvez não) o que está em causa: a limitação de uma presença. Se o doente está inconsciente, como é que vai escrever? Se o doente não sabe ou não está em condições de escrever, como é que vai redigir o pedido?

Depois, restringir a presença do sacerdote à hora das visitas é, simplesmente, não perceber o que é a assistência espiritual. Passará pela cabeça de alguém circunscrever a presença do médico à hora das visitas?"
in Theosfera

«O documento que recebemos tem aspectos ridículos e só pode ter sido feito por uma pessoa que não percebe nada do que se passa nos hospitais nesta matéria», disse ao SOL D. Carlos Azevedo, secretário da Conferência Episcopal. in Sol
  • Que as estradas portuguesas estejam hoje transformadas em maternidades, pouco diz a Correia de Campos...
  • Que um doente continue a esperar tempos infindos por uma intervenção cirúrgica, parece nada dizer a Correia de Campos...
  • Que a saúde esteja cada vez mais cara, menos acessível e menos comparticipada, parece nada importunar Correia de Campos...
  • Que uma mulher queira fazer um aborto e tenha tudo de graça, enquanto alguém que sofre um enfarte tenha que pagar, isso não incomoda Correia de Campos...
  • Mas que os padres entrem nos hospitais e possam livremente atender quem deles precisa, isso incomoda Correia de Campos!!!

E Sócrates? Não é ele o grande responsável por esta situação de afrontamento à saúde, liberdade e justiça? Ele é que é o chefe do Governo!!!

Texto colhido no blog Asas da montanha

A liberdade de expressão tem limites?!!!

Exposição com o Papa sodomizado subsidiada pelo Consell Insular de Eivissa.

Há momentos em que as coisas nos confundem. E há pessoas que se veem obrigadas a levantar a falsa bandeira da ‘liberdade de expressão’ para acolherem a irracionalidade, a ofensa, má educação, revestida muitas vezes de ‘arte’.

Realmente é preciso ser MAL EDUCADO e SEM PRINCIPIOS para ter a coragem de vir a publico defender estas ofensas gratuitas à Igreja e à fé de milhões de cristãos dizendo que isto é arte...

Será que se fosse um ataque aos muçulmanos esta senhora também permitia a exposição em Ibiza?
E se ela estivesse ali representada acharia muita graça e defenderia com o mesmo afinco o principio da liberdade de expressão?
Os politicos defendem ou permitem estas provocações gratuitas só para não serem apelidados de conservadores ou pouco modernos?
E a atitude dos católicos deve ser activa ou passiva perante estes ataques cerrados e orientados?

Veja aqui o artigo

Outros ataques imorais, irracionais ou gratuitos

sexta-feira, setembro 21, 2007

A nova colecção Outono/Inverno para celebrações Tridentinas

Está prestes a sair a nova colecção Outono/Inverno para celebrações Tridentinas????

Esta o máximo, cheia de rendas e rendilhados, bordados a ouro, muito Chique e com um toque de nostalgia....

Não perca e participe nos desfiles que se aproximam...
Atenção que há candidatos a mais para modelos... apressa-te... antes que seja tarde!!!!
En una carta dirigida a todos los sacerdotes de su diócesis, el Obispo de Tarazona, Mons. Demetrio Fernández, (...) al hablar de la obligación que tienen los sacerdotes de vestirse como tales, dijo que lo hace “para recordar con todo mi cariño y mi respeto hacia cada uno de vosotros lo que la Iglesia nos manda. Es un gesto muy significativo que implica muchos aspectos de toda nuestra vida sacerdotal”. Para el Prelado, “la época, no lejana, en la que se impuso la moda de vestir como los demás” ya “está pasada”. “Pero, además, no es cuestión de moda. (...) ‘Cuánto me gustaría veros a todos vestidos de cura de manera inequívoca, qué alegría siente la gente cuando puede identificar fácilmente al sacerdote’”.

La Sotana:
Tenemos cerca la meta
nuestra ilusión es llegar
para entregarnos sin reserva
y la sotana portar.
Este gran paso daremos
que anima nuestro camino
es un mirar adelante
es moldear nuestro destino.
Sé que es un gran compromiso
a mucho hay que renunciar
pero con Cristo a mi lado
sé que lo podré lograr.
Llevar la sotana en mí
no es sólo un simple vestir
es entregarme a Jesús
y su exigencia vivir.
Te llevaré con orgullo
te vestiré con dignidad
que el signo que tu propones
corresponda a la realidad.
No ensuciaré tu hermosura
con una actitud desleal
te mantendré siempre limpia
para cumplir mi ideal.
Debajo de la sotana
donde está mi corazón
llevaré a Cristo clavado
será mi única razón.

Nunca vos esqueçais da BATINA nem mesmo na praia...
Fica bonito e dais mais nas vistas...

quinta-feira, setembro 20, 2007

CIÊNCIA MOSTRA QUE A PREVISÃO ASTROLÓGICA NÃO FUNCIONA

Pesquisa acompanhou duas mil pessoas nascidas em mesmo dia e hora e revelou que são muito diferentes.

Boas notícias para os racionais e equilibrados virginianos: cientistas acabam de comprovar que a astrologia não tem fundamento. A sua principal alegação - de que as características humanas são moldadas pela influência dos astros no momento do nascimento - acaba de ser desmentida, de uma vez por todas e além de qualquer dúvida, pelo maior estudo científico já realizado sobre o tema.
Duarante quatro décadas, cientistas acompanharam mais de duas mil pessoas - nascidas no mesmo dia e na mesma hora, com apenas alguns minutos de diferença. De acordo com a astrologia, essas pessoas deveriam ter características bastante similares.
As pessoas tiveram seu desenvolvimento monitorado em intervalos regulares. Os cientistas avaliaram mais de cem diferentes características, como profissão escolhida, níveis de ansiedade, estado civil, agressividade, sociabilidade, QI, além de habilidades em artes, desporto e matemática - todas que, segundo astrólogos, poderiam ser estimadas pela conformação dos astros no momento do nascimento.
Os cientistas, entretanto, não conseguiram encontrar nenhuma prova de similaridade entre as pessoas que nasceram no mesmo horário.
De acordo com artigo publicado na “Journal of Consciousness Studies”: “As condições do teste não poderiam ser melhores (…) e os resultados foram uniformemente negativos“.

O resultado do estudo caiu como uma bomba entre os astrólogos que, há séculos, asseguram ser capazes de revelar aspectos importantes da personalidade e do destino das pessoas com base apenas nas informações referentes à hora e ao local de nascimento.
Em que consiste a astrologia
A astrologia e o horóscopo são cultivados desde remotas épocas antes de Cristo, ou seja, desde a civilização dos caldeus da Mesopotâmia, por volta de 2500 a.C. Pode-se explicar o surto dessa “arte” se se leva em conta que a vida humana é cheia de insegurança (nas épocas remotas ainda mais do que nos nossos tempos): um dia é feliz e próspero, outro é desgraçado ou sem êxito. Ora essa versatilidade outrora era atribuída a forças superiores que influenciariam a conduta do homem; tais forças eram os astros, que os homens facilmente identificavam com divindades. Destas premissas originou-se o desejo de conhecer de antemão as circunstâncias e ocasiões em que os astros seriam favoráveis ou desfavoráveis ao homem. Conhecendo-as, o homem poderia superar a sua insegurança ou o seu medo, pois se acautelaria contra as más influências dos seres superiores.
Na época em que a astrologia começou a ser cultivada:
  • os estudiosos pouco sabiam a respeito do sistema solar e dos astros em geral;
  • ignoravam as distâncias dos planetas ao Sol ou à Terra;
  • mal conheciam a natureza do Sol, da Lua e dos outros astros.
  • Imaginavam a existência do zodíaco, isto é, de uma faixa ou de um anel que cercaria a Terra;
  • nessa faixa mover-se-iam o Sol, a Lua, os planetas maiores e grande parte dos menores;
  • a circunferência desse anel imaginário (360º) estaria dividida em doze segmentos (cada qual de 30°);
  • em cada um desses segmentos existiria um compartimento chamado “casa do horóscopo”;
  • tais compartimentos teriam o símbolo ou sinal próprio;
  • os doze símbolos assim concebidos seriam os sinais do zodíaco (do grego zódion, figura de animal ou de vivente), que assim eram (e são) denominados: Carneiro, Touro, Gêmeos (irmãos), Câncer (caranguejo), Leão, Virgem, Balança, Escorpião, Arqueiro (Sagitário), Capricórnio (cabra ou cauda de peixe), Aquário, Peixes.
  • Os sinais do zodíaco, reunidos em grupos de três, correspondem às estações do ano de tal modo que a primavera abrange Carneiro, Touro e Gêmeos…

PORQUE É QUE A ASTROLOGIA TEM TANTO ÊXITO?

Senador dos EUA leva Deus a tribunal

Ernie Chambers, senador do Nebraska, processou Deus, acusando-o de responsabilidade em "catástrofes nefastas". Garante ter feito opossível para que o arguido se apresenta-se em tribunal, mas, perante a impossibilidade, ernie exigiu a presença de representantes de várias religiões. A queixa está a ser avaliada.

O mundo deve estar louco, o homem deve ter perdedido o juízo!!!

quarta-feira, setembro 19, 2007

Se Eu Fosse um Bispo Diocesano...

Bem, não sou bispo, nem padre, mas posso pensar numa hipótese que, uma vez posta em prática, poderia dar óptimos frutos.
Tenho pensado na situação particular dos padres casados. Poder-se-ia aproveitar a oportunidade e iniciar um debate sobre a reabilitação de milhares de padres que tiveram que deixar o ministério sacerdotal e se casaram. Só tinham esta alternativa.

Se eu fosse um bispo diocesano procuraria os padres casados da minha e de outras dioceses e com eles formaria uma extraordinária equipa de trabalho. Além do trabalho de cada um, teria o reforço das suas esposas e dos filhos.

Os padres casados são pessoas de grande competência. Viveram nos seminários numa época em que se dava muita ênfase à formação moral, cultural e, especialmente, religiosa. São pessoas de sólidos conhecimentos adquiridos através dos ensinamentos que lhes foram transmitidos pelos mais competentes sacerdotes de suas dioceses. Estudar no seminário já era um indicativo de possuir competência superior à média dos demais estudantes.

Os padres casados são pessoas que perderam as oportunidades de trabalho no ministério sacerdotal, mas não perderam a fé. Há muitos que sonham com a oportunidade de voltar ao seio dos seus paroquianos.

E como a Igreja tem tratado os padres casados? Lamentavelmente, com discriminação. Qualquer pessoa pode ajudar numa celebração litúrgica. Os padres casados não. A comunidade fica privada de uma grande riqueza porque os padres casados não têm acesso ao altar, nem sequer para a leitura de um texto bíblico. Que bons conselheiros a Igreja está a perder!

Agora, mais maduros e com a experiência do casamento e da convivência familiar, poderiam prestar grandes serviços à comunidade. Mas estamos a perder esta oportunidade.
Que crime cometeram para tanta discriminação?
Abraçar o matrimónio não é uma opção cristã?
Qual a fundamentação teológica para a obrigação de todos homens que desejam ser padres (ou já são) ao celibato?
Ir de encontro à natureza não seria um crime maior?
Vale a pena refletir sobre isto.
Será que marginalizar os padres casados não se constitui um pecado contra mandamento da caridade?

Eles que, tantas vezes, consagraram o pão e o vinho, mudando-os no corpo e no sangue de Cristo, são impedidos de distribuir a comunhão. Refugiam-se no canto das igrejas, movidos pela fé que ainda preservam e que testemunham. De personagens centrais dos actos litúrgicos, passaram a verdadeiros estranhos no ninho. Somente cada um deles e Deus sabe o quanto é dolorosa a situação.

Talvez quando a Igreja pensar em reabilitar os padres casados desta valorosa e competente geração, já seja tarde demais. Mas Deus sabe o quanto cada um tem sido fiel à missão que receberam para sempre, segundo a ordem de Melquisedec.

Se eu fosse um bispo diocesano antecipar-me-ia.
Em nome de Deus
Prof. Leunam Gomes (Professor da UVA - Artigo publicado no jornal O NOROESTE)

As grandes incertezas na Igreja actual

Síntese: A Igreja ainda não tomou conhecimento da grande revolução dos anos 70. Não entendeu a grande aspiração para a liberdade e os passos que foram dados. Essa revolução inclui uma crítica de todas as instituições por serem repressivas e obstáculos à liberdade. A crítica das instituições atinge também a Igreja e está na base das crises internas da Igreja desde os anos 70. Doravante a distinção entre Igreja e a instituição é inevitável. A instituição é tudo o que foi acrescentado à mensagem de Jesus. Ela varia e ainda pode e deve variar.
A nova situação, provocada pela conquista do mundo pelo sistema capitalista mundial, obriga a mudar de atitude frente ao mundo. A Igreja parece estar muda e desorientada.
O Papa poderá dar sinais proféticos claros neste mundo neoliberal?
Continuará pensando que a função da Igreja é oferecer uma doutrina social?
José Comblin (Teólogo, sacerdote, reside na Paraíba, Brasil)

terça-feira, setembro 18, 2007

ORAÇÃO PELAS PESSOAS DIVORCIADAS-RECASADAS

Tu, cujo nome é Amor

Peço-te, Senhor,
por todos os homens e mulheres divorciados,
com frequência recasados,
que guardam o sentimento de um fracasso
por vezes doloroso.
Peço-te por aqueles
que foram injustamente abandonados,
por aqueles também
que foram responsáveis pela ruptura.
A sua união devia ser
a imagem da Tua união com a Igreja.
O ideal, tantas vezes mal compreendido,
esteve para além das suas forças.

Perdoa as faltas
daqueles que não tiveram a coragem
de aceitar uma vida comum difícil
ou de recusar um novo amor.
Dá força àqueles que têm de suportar
a solidão e por vezes o encargo
de educar sozinhos as crianças
que pertencem também ao "outro".
Tu sabes que muitas vezes
o novo lar que se criou
quer permanecer-Te fiel e que ele sofre
por se ver excluído da eucaristia.
Possa ele descobrir
outros caminhos de graça
e continuar a servir a Igreja.

Dá àqueles
que encontram estes feridos do amor
a graça de os acolher como irmãos.
Ilumina também a sua Igreja
sobre as vias de uma maior misericórdia.
E Tu, cujo nome é Amor,
fortifica no seu amor
todos os casais criados é Tua imagem
que se encontrarão um dia em Ti.

Armand Le Bourgeois


Obrigado ao JS que enviou esta oração.

Será verdade o que vemos, ouvimos e lemos?


segunda-feira, setembro 17, 2007

Dos «abusos litúrgicos» a São Pio V: o fim de um ciclo

Pesem embora razões válidas para a defesa da dignidade das celebrações litúrgicas, afrontando os exageros que têm sido cometidos, continuo a afirmar que o regresso à Missa de São Pio V não pode ser a resposta a dar pela Igreja. A dignificação da Liturgia tem de fazer-se na linha do Vaticano II, até porque existe uma unidade intrinseca entre a Constituição Sacrossantum Concilium e a Lumen Gentium. Há aqui, reafirmo-o, uma questão de Eclesiologia.

E já agora, de pastoral: numa diocese como a nossa - Coimbra -, onde faltam os padres e recorremos cada vez mais aos leigos para celebrações da Palavra, fará sentido recear o protagonismo que estes têm assumido nas celebrações litúrgicas? Pelo amor de Deus, parece que falamos duas linguagens ao mesmo tempo.
Preocupa-me, de sobremaneira, é o facto de estas opções assentarem na autoridade sinodal. Mas, já agora: quantos Bispos se revêm nesta orientação? Serão em maioria, capaz de justificar estas opções? Duvido. Ou, pelo menos, quero duvidar!
Fonte: Pe. Carlos Godinho
Havia tantos interessados que, a Faternidade Pio X, teve o desplante de enviar a todos os sacerdotes uma circular promocional de um dvd para aprender a celebrar a missa em Latim. Já agora o que fizeram a essa circular?

quinta-feira, setembro 13, 2007

"O cristianismo irrita muita gente"

Para Hans Küng, a religião hoje é novamente um factor de poder. Existe uma grande afluência ao islão e ao budismo, mas não ao cristianismo.

Os temas religiosos novamente despertam um enorme interesse das pessoas, não só na Alemanha. Pode-se falar de um retorno das religiões?

Hans Küng: Retorno das religiões – isso é uma expressão ambivalente. A religião nunca desapareceu. Como a música, a religião é algo que permanece, mesmo que por um certo tempo seja suplantada. É certo que, desde o ressurgimento do islão, desde a fundação da República Islâmica do Irão em 1979, os europeus consciencializaram-se de que não determinam o mundo sozinhos. Durante muito tempo, a Europa secularizada não percebeu que é um caso especial e que a religião noutros lugares é um poder.

"Não haverá paz entre as nações sem paz entre as religiões! Não haverá paz entre as religiões sem diálogo entre as religiões". Essas são duas frases centrais o princípio do etos mundial, elaborado pelo senhor. Na era da globalização, há possibilidades inimagináveis de comunicação via internet. Esse desenvolvimento pode melhorar o diálogo entre as religiões?

Em princípio, eu diria que sim, mesmo que isso implique uma série de problemas. É positivo que hoje possamos estar bem informados sobre as outras religiões. Uma outra questão naturalmente é se se pretende estar informado. Há pessoas que não o querem, que já sabem tudo antes, sem que tenham estudado o islã.

Quem não quer saber isso?

Por um lado, são os cristãos fundamentalistas, que seguem literalmente a Bíblia e dizem que não precisam das outras religiões. Mas podem ser também pessoas muito secularizadas, dogmáticos do laicismo. Estes já coram quando simplesmente se fala a palavra religião, e acham que sobre isso não se precisa falar na escola. Eles têm dificuldade com o facto de que a religião novamente representa um factor de poder na história mundial.

De acordo com uma pesquisa representativa, o cristianismo não é mais a religião mais simpática aos alemães e, mas sim, o budismo. Como o senhor interpreta isso?

O budismo é visto no Ocidente como uma religião livre de dogmas, sem muitas prescrições. Trata-se de uma religião voltada para dentro, que dá importância à meditação, que não tem uma imagem demasiado antropomorfa, concreta, da última realidade. O outro facto é que o cristianismo, com a sua concentração de poder, irrita muita gente.

Quando temos um papa que aparece o tempo todo, que, como senhor espiritual do mundo, tem a pretensão de que só quem está com ele é um cristão verdadeiro, que somente a sua Igreja Católica Romana é a verdadeira igreja, então isso irrita muitas pessoas. E, mesmo que não protestem publicamente, elas afastam-se e dizem que não querem ter nada a ver com isso.

Voltemos ao islão. Na pergunta sobre a "religião mais pacífica", o budismo lidera com 43% contra 41% do cristianismo. O islão fica com apenas 11% nesse ranking. O islão é uma imagem do inimigo no Ocidente?

Sim, o islão representa sem dúvida uma imagem do inimigo no Ocidente, visto que o Ocidente só se concentra em determinados pontos do islão. Isso já vale para a história. Os europeus o vêem sob o ponto de vista do avanço do islão do norte da África até a Espanha entre os séculos VIII e XV e do domínio otomano nos Bálcãs. Mas não se vê nesse contexto que os cristãos não só realizaram as cruzadas, como também colonizaram todo o mundo islâmico, de Marrocos até as ilhas da Indonésia, no século XIX.

Daí surgem tensões, muitas das quais o Ocidente não resolveu até hoje. Isso vale sobretudo para as relações entre os palestinianos e Israel. Se tivesse sido feito um acordo de paz após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, nunca teria surgido o Bin Laden, nem teriam ocorrido os ataques ao World Trade Center em 2001.

Em vez disso, propagou-se a sensação de que os ocidentais se fixam inclusive na santa Arábia, se instalam no Afeganistão, avançam em todo lugar, de modo que se formam resistências. Obviamente temos de condenar homens-bomba e atentados. Mas é preciso reflectir por que tantos jovens estão tão desesperados a ponto de se colocarem à disposição para tais atentados.

Bispos espanhóis criticam intolerância contra a religião

O presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), D. Ricardo Blázquez, disse ver com preocupação "certos sintomas de intolerância" relativamente à presença da religião católica nos programas de ensino público.
O Bispo de Bilbau falou ainda da intolerância face aos "símbolos religiosos nos centros educativos públicos" e defendeu que um Estado aconfessional que seja "verdadeiramente democrático" sabe valorizar a liberade religiosa como "elemento fundamental do bem comum".
O presidente da CEE sublinhou a contribuição dada pela Igreja à consolidação do regime democrático no país vizinho e considerou "injustas" as acusações de que a Igreja Católica convive mal "com o sistema democrático".
Fonte: ecclesia

segunda-feira, setembro 10, 2007

Falem-nos do que sabem e não do que não sabem

Senhores jornalistas, falem-nos do que sabem, não do que não sabem.
É uma insensatez antecipar julgamentos ou lançar nuvens de suspeita.
Contribuam um pouco para que haja mais serenidade.
Não digam hoje o contrário do que disseram ontem. Haja seriedade...
É demais. É desproporcionado. É descabido. Como é possivel que tenham chegado ao ponto de de transmitir em directo a partida e a chegada de um casal ao seu país.
É demais senhores jornalistas!!! Já chega de tantas noticias para vender jornais ou para conquistar audiências. Quando souber alguma coisa, informem, mas calem-se quando são apenas conjecturas. Deixemos que quem está a trabalhar faça o seu trabalho.
Não poderão estar também a incorrer numa clamorosa injustiça? Há certezas?
Para quê lançar culpas e apontar culpados se nem sequer se sabe com absoluta certeza o que aconteceu? Resolve alguma coisa apontar culpados?
E os jornalistas que levantam conjecturas se não estiverem certos, a justiça irá processá-los com mão pesada?

Falem-nos do que sabem e calem-se com o que ainda não sabem.

domingo, setembro 09, 2007

AGENDA PARA UM NOVO CONCÍLIO

Fala-se da necessidade de um novo concílio ( http://www.proconcil.org/).

A primeira questão será certamente a agenda.

Proporia esta:

A Igreja-sal da Terra: Estrutura e Missão.
Palavras-chave: Jesus Cristo, Direitos Humanos, Corresponsabilidade...


PROPONENTES: Forman parte del Comité Honorífico los Obispos Católicos que han expresado, mediante su firma, su apoyo a la Iniciativa Internacional Hacia un Nuevo Concilio". A todos nuestro agradecimiento por este signo de comunión eclesial.

  • Arns, D.Paulo Evaristo Cardenal. Obispo Emérito de São Paulo. BRASIL
  • Austregésilo de Mesquita Filho, D. Francisco Obispo Emérito de Afogados de Ingazeira. PE. BRASIL
  • Balduino, D. Tomás Obispo Emérito de Goiás. GO. BRASIL
  • Calheiros Novaes, D. Waldyr Obispo Emérito de Volta Redonda. RJ. BRASIL
  • Cappio, D. Frei Luiz Mário Obispo de Barra. BA. BRASIL
  • Casaldáliga, D. Pedro Obispo Emérito de Sao Félix de Aragüaia. MT. BRASIL
  • Castellanos Franco, D. Nicolas Obispo Emérito de Palencia (España). Misionero de la base en BOLIVIA
  • Ciocca Vasimo, D. Adriano Obsipo Diocesano – Floresta BRASIL
  • D´Andrea, D. Luís Obispo de Caxias. MA. BRASIL
  • Dias, D. Apparecido José Obispo de Roraima. Boavista. RR. BRASIL
  • Fernandes, D. Luís Gonzaga + Obispo Emérito de Campina Grande-PB BRASIL
  • Fragoso, D. Antonio B. + Obispo Emérito de Crateús. CE. BRASIL
  • Furtado de Brito, D. Jacinto Obispo de Crateús. CE. BRASIL
  • Gilles, D. Xavier Obispo de Viana. Maranhão. BRASIL
  • González Hernéndez, D. Francisco OP Obispo Coadjutor. Vicariato de Pto. Maldonado. PERÚ
  • Grechi, D. Moacyr Arzobispo de Porto Velho. RO. BRASIL
  • Hamao, D. Stephen Fumio Cardenal. Obispo Emérito de Yokohama. JAPÓN
  • Hesayne, D.Miguel Esteban Obispo Emérito de Viedma ARGENTINA
  • James, D. Manning Elías Obispo Diocesano de Valença RJ. BRASIL
  • Kräutler, D. Erwin Obispo Prelado de Xingú. PA. BRASIL
  • Labayen, Julio Xavier Obispo FILIPINAS
  • Lona Reyes, Arturo Obispo Emérito de Tehuantepec, Oaxaca MÉXICO
  • López de Lama, D. Jesús Agustín Obispo Emérito de Corocoro BOLIVIA
  • Luna Tobar, D. Luis Alberto Arzobispo Emérito de Cuenca. ECUADOR
  • Masserdotti, D. Franco + Obispo de Balsas. Presidente del Consejo Indigenista Misionero. MA. BRASIL
  • Messias de Oliveira, D. Emanuel Obispo Diocesano de Guanhaes. BRASIL
  • Morelli, D. Mauro Obispo de Caxias. RJ. BRASIL
  • Piña Batllevell, D. Joaquín Obispo de Puerto Iguazú. ARGENTINA
  • Pires, D. José María Arzobispo Emérito de Joao Pessoa.PB. BRASIL
  • Possamai, D. Antonio Obispo de JI- Paraná. RO. BRASIL
  • Postma, D. Tiago (Jacobus J. Ma) + Obispo Emérito de Cjuarapes. PE. BRASIL
  • Prata de Carvalho, D. Diamantino Obispo de Campanha-MG BRASIL
  • Ramazzini, D. Alvaro Obispo de San Marcos. GUATEMALA
  • Rixen, D. Eugenio Obispo de Goiás. GO. BRASIL
  • Ruiz, D. Samuel Obispo Emérito de San Cristóbal de las Casas. MÉXICO
  • Valentini, D. Luiz Demètrio Obispo de Jales. SP. BRASIL
  • Van Diepen, Piet, O.S.A. Obispo Emérito de Manokwari-Sorong. INDONESIA
  • Vera, D. Raúl Obispo E. de S. Cristóbal de las Casas. MÉXICO
  • Werlang, D. Guilherme Antonio Obispo de Ipameri. GO. BRASIL

IGLESIA UCRANIANA ORTODOXA CATÓLICA EN UNIÓN CON ROMA

  • Kennedy, Brian, OSB Obispo Abad. Monastery of the Holy Face of Jesus USA
  • Lula, John Sebastian, OSB Obispo Abad. Monastery of the Dormition of Mary USA
  • Joseph - Ely, OSB Obispo Abad. Toledo

PORQUE SERÁ QUE A MAIORIA DOS BISPOS QUE ASSINAM ESTA PETIÇÃO SÃO EMÉRITOS?

Achas que é necessário um Novo Concílio (VATICANO III)?

sábado, setembro 08, 2007

Benção para os divorciados que voltam a casar

Após a cerimónia na conservatória todos, família e amigos, se reúnem em casa dos recém-casados. Ficamos de pé, um pouco apertados, na grande sala de estar.
Os recém-casados, rodeados pelos filhos, têm esta bênção em grande apreço. Para eles é um acontecimento carregado de sentido. É por isso que tomam a palavra, não só para recordarem a sua situação, mas, sobretudo, para dizerem o que tencionam fazer desta nova etapa da sua vida.
As suas palavras têm um toque de liberdade. É verdade que estão em sua casa e, portanto, mais à vontade do que se estivessem numa igreja. Mas, acima de tudo, parece-me que, acima de tudo, as suas palavras estão marcadas pelo peso da sua experiência humana. Falam com humildade e conhecimento de causa.
Estamos todos presentes para que o seu casamento seja bem-sucedido.

É distribuída uma folha, pela qual nos guiamos para cantarmos, com todo o coração: "Encontrar na minha vida a tua presença".
Os noivos apresentam-me as alianças, que eu abençoo e eles dão um ao outro:
“Recebe esta aliança, como símbolo do nosso amor e da nossa fidelidade."
A assistência aplaude.
A breve celebração é concluída com palavras de paz:
“Que a paz esteja nesta casa. Que reine sempre entre vós."
A festa continua…

Jacques Gaillot, in Partenia

O BOMBEIRO E O PADRE


O bombeiro apaga fogos.

O padre amortece ímpetos.

sexta-feira, setembro 07, 2007

A RELIGIÃO NÃO PODE FICAR À PORTA

O Presidente da França, Dr. Nicholas Sarkozy, dirigiu uma carta aos professores do país em que pede um «renascimento» educativo que não deixe a religião à porta das escolas.

Sarkozy, que se declara católico, pediu aos professores para reflectirem sobre a sua grave responsabilidade de «guiar e proteger espíritos e sensibilidades que ainda não se formaram completamente, que não alcançaram a sua maturidade, que estão procurando, que são ainda frágeis e vulneráveis».

O Chefe de Estado questionou o secularismo que estabeleceu a recusa total de qualquer presença religiosa nas escolas e planos de estudo franceses.
«O espiritual e o sagrado acompanham as experiências humanas. São a fonte de toda a civilização. A cultura pode abrir-se com mais facilidade aos outros e dialogar com as pessoas de outras religiões quando entende a sua própria religião».
Os politicos portugueses não deviam reflectir sobre esta questão...
O secularismo e o ateísmo está a passar de moda...

quarta-feira, setembro 05, 2007

DOM FARES MAAKAROUN - É urgente redescobrir como funcionava a Igreja no 1º Milênio

Unidade de acção das religiões. Esse é o projecto do arcebispo dom Fares Maakaroun, da Igreja Católica Greco-Melquita, que também prega o respeito à diversidade. Para ele, o celibato opcional pode ajudar a resolver a questão da falta de padres e ressalta o papel dos leigos que se dedicam profundamente à religião

A defesa de que o primado do papa seja de serviço e não de autoridade, lembrando a experiência do 1º Milênio do Cristianismo; as relações entre católicos ocidentais e orientais, ressaltando que o clero melquita conserva a tradição de ordenar homens casados, como aliás sempre aconteceu nas igrejas orientais. Eis alguns do temas tratados pelo arcebispo dom Fares Maakaroun, da Igreja Católica Greco-Melquita, uma igreja oriental unida à Igreja Católica Romana.

Dom Fares Maakaroun diz esperar que a Igreja Católica Romana o liberte para que possa, também no Brasil, ordenar homens casados e assim poder melhor atender aos fiéis de sua Igreja. Para ele, os católicos orientais, mesmo vivendo em países do Ocidente, devem conservar os próprios costumes e exercer plenamente as prerrogativas facultadas pelo Direito Canônico. Lamenta a ignorância do próprio clero romano em relação à tradição católica oriental e defende que os seminários dediquem um maior tempo ao estudo do 1º Milênio cristão, quando não havia separação entre católicos e ortodoxos, e assim preparar o caminho para a reunificação das igrejas. Ele defendeu, antes de tudo, a unidade de acção das várias religiões - cristãs e não-cristãs - no campo social, para promover a justiça social e a paz entre os homens.

O pontificado de João Paulo II foi marcado, em linhas gerais, pela busca da reafirmação da identidade católica romana, pelo diálogo ecumênico e inter-religioso e, no âmbito político, pela contribuição que deu à queda do comunismo. Alguns acham que a grande meta deste pontificado deveria ser a reunificação das igrejas cristãs, a começar pelos católicos e ortodoxos. O senhor pensa também assim?

Dom Fares Maakaroun - Em primeiro lugar, acho que não devemos ter medo do futuro, sabe? Porque se a gente se lembra bem, desde o tempo de Leão XIII (para falar nos tempos modernos) foi sempre assim: ante a morte de cada papa toda a Igreja perguntava: como vamos continuar? Que papa poderia, agora, liderar esta Igreja diante dos desafios do mundo moderno? E a cada vez o novo papa sempre era melhor do que o anterior. Nesse sentido não podemos ter medo porque o Espírito Santo está cuidando da Igreja, não apenas a pessoa do papa. O papa, com toda a Igreja, com o Senhor que está sempre conosco, (''o nome d'Ele é Emanuel'', que quer dizer ''Deus conosco''), a Igreja vai conseguir sempre vencer todas as dificuldades do mundo. O desafio maior que temos agora, além deste movimento de globalização mundial, é também o de unificar a Igreja. Ao ver este país - o Brasil - com tantas igrejas diferentes a gente se pergunta se poderá haver a unificação de novo. Mas, como todas falam em nome de Jesus Cristo, e Cristo falou na necessidade da união de todos, essa unidade vai acontecer. Gostaria de acrescentar que nós precisamos também da ajuda da Virgem Maria. Eu sou oriental, e lá no Oriente é a mãe que sempre une toda a família. Quando a mãe morre, muitas vezes o pai, sozinho, não consegue fazer manter a família unida: os irmãos se dividem e cada um passa a viver num lugar diferente. Com a mãe presente, a família sempre é unida. O que falta agora para a Igreja é a presença mais acentuada da Virgem Maria: é pedir a ela essa ajuda. Ela que é a mãe de todos nós é a única que pode nos unificar. Com ela, vamos conseguir. Sem ela, será muito complicado.

Como o senhor acha que se poderia começar esse trabalho mais concreto de unificação?
Dom Fares - Pode-se começar pelo trabalho social. Se sou católico, evangélico, ortodoxo - ou o que seja - nós podemos pelo menos trabalhar juntos para o bem do homem. Evitando falar, agora, dos dogmas, dos sacramentos. Vamos falar das coisas mais simples, que podem realmente nos unificar para salvar o homem. Este trabalho, juntos, para o bem dos outros, vai abrir também nossos corações para nos aceitarmos mutuamente e assim acharmos os caminhos que nos vão conduzir a Deus, à unidade na diversidade - essa é a palavra certa. A unidade na diversidade, no interior da Igreja - que seja uma Igreja Una, Santa, no mundo inteiro.

Depois que o papa pediu às várias igrejas cristãs que encontrassem uma fórmula de exercício do primado papal que fosse aceitável a todos, teólogos católicos já anunciam que é possível fazer uma reinterpretação do dogma da infalibilidade papal, declarada pelo Concílio Vaticano I, em 1870, e que criou uma dificuldade adicional para a aceitação do primado do bispo de Roma. Aceita-se, hoje, que a Cúria Romana exagerou na interpretação da decisão dos padres conciliares, hipertrofiando o poder do papa. Como o senhor vê essa questão?
Dom Fares
- A Igreja inteira aceita que uma pessoa seja a cabeça. Todo mundo aceita isso. A Igreja não pode caminhar com duas, três, vinte cabeças. Uma só cabeça. Como foi sempre vista nos primeiros séculos: um primeiro entre iguais (primus inter pares). A infabilidade do papa (se manifesta) quando ele ensina em nome de toda a Igreja reunida para esse momento, como se fosse um concílio ecumênico. Nesse momento ele é infalível. Mas, na vida própria dele, ele é um homem, semelhante a nós. Todas as igrejas (orientais) aceitam que num encontro ecumênico ele se pronuncie como chefe da Igreja universal. Roma sempre foi vista como a primeira sede, entre todas as igrejas patriarcais. Mesmo na Pentarquia (designação do conjunto dos cinco patriarcados que funcionavam em comunhão - Roma, Constantinopla, Antioquia, Alexandria e Jerusalém - antes da ruptura entre a Igreja Romana e as Igrejas Orientais), Roma sempre ocupou o primeiro lugar. Essa primazia continua aceitável por todas as igrejas, na condição de que seja uma primazia de serviço e de amor, e não de autoridade. Roma não é apenas um serviço de autoridade. Quando precisar tomar uma decisão, proclamar um dogma, uma coisa nova na Igreja, e toda a Igreja estiver reunida para isso, nessa ocasião o papa será infalível. Por isso temos que trabalhar mais na unidade das igrejas e parar um pouco de proclamar dogmas.

Mas, o clero católico-romano está aberto para entender assim?
Dom Fares - A hora, talvez, é de pedir ajuda: é o que papa está fazendo - pedindo ajuda à Igreja Católica oriental para ajudar a Igreja Romana a entender a maneira de ver, entender, explicar a primazia do papa. No Oriente, nós sempre tivemos igrejas católicas com patriarcas. Não temos cardeais. Temos o patriarca, os arcebispos, e os bispos. Temos patriarcas como o de Constantinopla, de Antioquia e outros. Esses patriarcas, de acordo com uma tradição de dois mil anos, podem falar - e o papa diz estar pronto para ouvir essa voz que vem de fora. Quando estive junto com os bispos brasileiros de São Paulo em visita ad limina ao papa, ele falou para nós - ao perceber que eu era bispo melquita - sobre a necessidade de a Igreja respirar pelos dois pulmões (o ocidental e o oriental). Pediu que a Igreja Católica oriental falasse um pouco mais desse assunto, para aprofundá-lo um pouco mais. E pediu também à Igreja Romana para voltar um pouco às raízes, às fontes primeiras, e ver de que modo a gente pode unificar. Agora, cabe aos teólogos católicos, ortodoxos, protestantes fazer esse trabalho para tornar a Igreja, segundo a vontade do Senhor, Una, semelhante à Santíssima Trindade, na qual temos o Deus Pai: d'Ele procede o Deus Filho; d'Ele procede o Espírito Santo. Temos a unidade divina nessa Trindade. A unidade eclesial também deveria se dar ao redor do papa. Deste Patriarca de Roma.

É notável que na Igreja Romana se tenha perdido a tradição do patriarcado, e se tenha deixado de enxergar no bispo de Roma, antes de tudo, o patriarca do Ocidente. Essa ignorância dos católicos romanos foi motivo de queixas do patriarca Máximos IV (melquita), durante o Concílio Vaticano II. De lá para cá diminuiu essa ignorância - inclusive da hierarquia católica - sobre como funcionava a Igreja no 1º Milênio, ou ela permanece?
Dom Fares
- Permanece. Faz três ou quatro anos que estou neste País e tenho que explicar sempre que sou católico, que tem católicos no Oriente que são verdadeiros, apostólicos, desde o início. As pessoas não conseguem entender bem que há católicos fora da Igreja Romana. Nós somos uma Igreja Católica Apostólica, diferente da Romana. Somos bizantinos. Infelizmente, temos visto seminaristas, nossos, aqui no Brasil, em São Paulo, sendo indagados por outros seminaristas romanos: vocês são católicos ou já mudaram de religião, viraram outra coisa? Falta muito conhecimento, sobretudo sobre a Teologia oriental, sobre os padres da Igreja, os primeiros concílios, sobre a riqueza de nossa liturgia. Por exemplo: o casamento. Para nós não é casamento, é uma coroação. É o mesmo sacramento. A comunhão: sempre comungamos sob as duas espécies (pão e vinho). Não usamos comumente hóstia, mas pão. Tudo é um pouco diferente. Agora, já estão começando a entender um pouquinho, e a se perguntar: o que é isso? Como a gente pode conhecer mais? Onde a gente pode comprar livros? Há também o mundo dos ícones. Pela primeira vez temos no Brasil escolas de iconografia. Gente que pede que falemos um pouco sobre a Igreja Católica do Oriente. As universidades católicas, os seminários, deveriam dedicar uma parte de suas programações escolares ao conhecimento do Oriente cristão. Fazer traduções: não há livros em língua portuguesa. A Igreja Romana, que é a mais forte, deveria preparar gente para fazer esse trabalho, que apenas está começando. Sou membro da CNBB e isso poderá ajudar.
Pelo que se vê, não se vê uma referência sobre a preocupação com a questão das igrejas orientais. A situação ainda está como no tempo do patriarca Máximos IV, ou já se fala mais nessa questão?
Dom Fares - Fala-se mais. O prefeito da Congregação das Igrejas Orientais, por exemplo, é o cardeal Ignácio Moussadaoud, um siríaco-oriental. Pela primeira vez isso acontece. Foi um passo grande, pelo menos estão colocando no lugar que fala das igrejas orientais, um oriental. Ou seja, um cardeal oriental dentro da estrutura do Vaticano. Temos outros cardeais: o patriarca maronita é um deles. Nesse sentido, a Igreja está começando a abrir um pouco as portas. Vou dar o meu exemplo também: estou trabalhando no Brasil como arcebispo. Esse título foi-me dado pelo Santo Padre, dizendo: você irá para lá como arcebispo da Igreja Greco-Melquita Católica. Esse título não foi dado a nenhum dos meus predecessores, sou o quarto. A gente sente que tem luzes se acendendo aqui e ali, começando a abrir um pouco a Igreja. Isso é bom. Temos que esperar, nunca desesperar. Pelo menos uma janela grande se abriu.

terça-feira, setembro 04, 2007

Porque é que sou católico?

Estamos a pagar uma elevada factura

Nos últimos vinte anos, acompanhando o dinheiro da União Europeia que veio dos países predominantemente protestantes do Norte da Europa, foi chegando a Portugal também a factura - mais acentuadamente na última década.
Esta factura tem assumido a forma de uma invasão gradual e subtil em Portugal dos valores prevalecentes nesses países predominantemente protestantes e que, em certos casos, contrastam de forma marcante com a cultura tradicionalmente católica da sociedade portuguesa.

Assim:
  • a desvalorização da autoridade,
  • a despersonalização das relações sociais,
  • a estandardização dos modos de viver,
  • o relativismo moral,
  • a supremacia esmagadora do colectivo sobre o indivíduo,
  • a depreciação do fenómeno religioso,
  • a ideologia da liberdade.

Eu não estou nada certo que a sociedade portuguesa vá absorver tudo isto, sem rechaçar a maior parte. Para já, os sinais da crise e da desorientação são evidentes na educação, na justiça, na família, no estado e numa economia que não consegue sair da recessão há mais de seis anos.

No blog:Portugal contemporâneo

O Seminário precisa de seminaristas...

Confesso que já tentamos todos os meios.
E não perdi a esperança de que havemos de conseguir.
O número não é o fundamental, mas, neste caso, também não é desprezível.
O Seminário precisa de seminaristas.

Saíram três no pretérito ano, dois porque finalizaram o percurso, um porque o interrompeu.
Fomos para o terreno à procura. Conseguimos que dois viessem. E, agora, resolvi usar a receita infalível: bati à porta de Deus. Ele há-de providenciar para que, pelo menos, haja novamente 17 seminaristas no início do ano lectivo.
Falta apenas um!
Eu sei que ele vai chegar.
Só não sei donde!
Fonte: Theosfera

segunda-feira, setembro 03, 2007

Concorda com a supressão ou união de paróquias?

Num tempo em que se fecham escolas por todo o país, em que se encerram urgências sem critério, num tempo em que a baixa natalidade está a envelhecer o país, achei conveniente saber qual vossa opinião àcerca da supressão ou união de paróquias. Será que determinadas paróquias que se "esvaziaram" de pessoas ou não tem matéria suficiente (pessoas) para continuarem a desempenhar a missão para que foram criadadas devem unir-se ou pura e simplesmente ser suprimidas.

Sim - 55%
Nao - 24%
Talvez - 12%
Outra solucao - 9%

Resultados dos inquéritos

Depois de alguns meses, chegou a hora de divulgar o resultado dos inquéritos.
Obrigado a todos os visitantes que quiseram expressar a sua opinião através do voto.
Este resultados reflectem apenas as opiniões dos visitantes deste blog e não têm qualquer valor cientifico nem foi esse o objectivo.
Vejamos então:
Uma sociedade ateia e anti-religiosa é garante de liberdade?
sim - 31%
não - 69%
As diversas sociedades que optaram pelo caminho do ateismo e da perseguição religiosa (vejam o que está a acontecer na China) nunca foram grande exemplo de liberdade...
Concorda que a minoria (lacista) se imponha à maioria (de raiz cristã)?
Sim - 21%
Não - 79%
O resultado é claro. A minoria não pode impor as suas opiniões à maioria. Porque é que entre os defensores do laicismo há uma enorme falta de espírito democrático? Eles que aparecem sempre como sendo os paladinos da liberdade e da democracia.
Concorda com os capelães hospitalares, militares e prisionais?
Sim - 84%
Nao - 16%
Aqui o resultado é elucidativo. Aqueles que se quiseram pronunciar, são claros quanto à sua opinião. Os capelães nos hospitais, nas prisões e entre os militares são necessários e úteis. O estado deve continuar a aceitar e a dar aos doentes, aos presos e aos militares também o apoio espiritual se estes o desejarem. O estado é aconfessional, mas não pode ser anti-confessional...

Concorda com a liberdade dos pais em escolher a escola?
A universidade Católica e as outras escolas privadas devem ser subsidiadas?
Sim - 70%
Nao - 30%

Não será que alguns não estão de acordo, por ter feito referência à Universidade Católica. E certamente esqueceram-se das segunda parte (outras escolas privadas). Só pode haver liberdade quando podemos realmente optar pela melhor escola sem que a questão económica conte.

DIVIDIR AS FESTAS OU ENVOLVER A FÉ?

Sabendo como as festas estão tão entranhadas na alma dos habitantes e dos forasteiros, vamos gerindo a respectiva programação, optando, regra geral, pela colagem.

Como as populações não aceitam centrar os festejos na celebração sacramental da fé, a solução é colar dois tipos de actividade, que nenhuma relação parecem ter entre si.

Há quem, para vincar diferenças, se incline para demarcar os programas. Assim, encontramos nas festividades lugar para o religioso e para o profano. Não ficam, porém, dissipadas as perplexidades.

O que é que se entende por religioso? Algo que se remete para um espaço (templo) ou para um momento (hora das procissões)? Mas religião não significa religação a tudo quanto tem a ver com o Homem e com o mundo? Neste sentido, haverá alguma coisa que se possa chamar profana? Haverá zonas da existência afastadas de Deus?

A dimensão cosmoteândrica da fé, tão enfaticamente acentuada por Raimon Panikkar, não põe em relevo com suma clareza as profundas implicações entre o mundo, o Homem e Deus?

Como pretender então cavar fracturas e estabelecer clivagens entre aquilo que se encontra tão estruturalmente unido? Não deverá, por isso, estar toda a programação de uma festa (dita) religiosa enformada pelo mesmo padrão?

É óbvio que não é mal conviver nem cantar. Mas tem algum sentido que, num ajuntamento que se segue a uma celebração, contrariemos o que acabou de se proclamar?

Se não queremos ser nós a tomar posição, deixemos que a vida fale. Perguntemos à realidade sobre o que, a este respeito, ela tem para nos dizer.

Tomemos por guia, na valoração religiosa das festas, dois critérios fundamentais de toda a existência cristã: a mensagem e o compromisso. O que é que a realidade da maior parte das festas nos mostra? Quanto à mensagem, uma indigência arrepiante. Quanto ao compromisso, um deserto atroz.

De facto, no que se refere à mensagem, o que se retém com mais facilidade é o conteúdo brejeiro que sai dos lábios de muitos artistas. É isto que concita maiores multidões e desperta maior interesse.

Para uma festa meramente popular, nada há a opor. Já para uma festividade religiosa, é preocupante que a pregação seja esquecida e o anúncio não seja acolhido.

No que toca ao compromisso, a situação não é mais animadora. Nota-se uma enorme resistência em integrar a fé na festa e a festa na fé. (Perdoe-se-me a cacofonia).

Há quem apareça na Igreja por altura das festas, mas sem que tenha aparecido antes e sem que revele vontade de aparecer depois. Se o Evangelho é, todo ele, convite a um compromisso com Jesus Cristo, como encarar estas vagas de cristianismo ocasional?
Fonte: Theosfera