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sexta-feira, dezembro 30, 2005

PEDIDO AO PAI ESPIRITUAL PARA 2006

Eu pedia, que nos desse padres, que não interrompessem a eucaristia, para irem à sacristia, buscar o livro, para continuação das leituras.
Eu pedia padres,com ou sem vergonha encapotada, que não incentivem o racismo.
Eu pedia padres, que tendo em conta as limitações humanas, não se ponham em plena cavaqueira com acólitos, durante a celebração da eucaristia.
Eu pedia padres, que tendo em conta a vontade de Deus, não se restringissem unicamente a pedir dinheiro aos crentes.
Eu pedia padres, que por força da vontade Divina, saibam representar na terra, o mistério do Nascimento, Vida, Crucifixação, Ressurreição e todo o manancial de exemplo e ensinamento deixados por Jesus.
Eu pedia, essêncialmente, representantes da Igreja, em que se pudesse rever a essência da Biblia , Vida de Jesus e seus Ensinamentos.
Eu pedia, que todos e cada um, em todo o Ser, soubessem estar bem consigo e com o próximo.
Eu pedia, que em tudo na vida fosse feito, tendo em conta a verdade, a justiça, o amor.
Eu pedia padres verdadeiros e não agitadores da Paz e vontade Divinas.
Tendo em conta o chamamento e a profissão de padre, eu pedia, para 2006, que o Pai Natal traga ao Homem o que é do Homem, não descurando a Alma e acabe com a heresia e prosmicuidade patentes em certos sectores da Igreja.
É preciso alimentar as Almas e viver Jesus e acabar com a arena em que é transformada a eucaristia e a fé.
Quero crer, que se agora fui ouvido, de alguma forma a Esperança continua.
Abaixo a hipocrisia haja Fé.
QUAL O TEU COMENTÁRIO A ESTE COMENTÁRIO?

quarta-feira, dezembro 28, 2005

KING KONG: parabola de uma nova civilização?!

Parábola porquê?
Vejamos a metáfora contida no filme:
  • Duas selvas - duas civilizações (qual a diferença?);
  • A busca do sucesso à custa dos outros - atitude das duas civilizações;
  • A Beleza cativa a "Besta" (o primata e o homem moderno);
  • Um primata luta para salvar a Beleza;
  • O primata, enfim, convertido pela Beleza consegue subir ao "topo do mundo";
  • No entanto o "homem moderno" abate o primata pelas costas (aniquilamento da história nobre da vida humana?!);
    Moral da história:
  • Até quando é que este homem-ainda-primata irá demorar a perceber a Beleza contida na pessoa humana?
  • Quando é que os "poderosos" irão libertar a humanidade presa pelo orgulho e fanatismo do sucesso e poder?
  • Quando é que estas lições proporcionadas pela arte irão valer mais do que o dinheiro de um bilhete de cinema?

O homem é vítima do sucesso

“O homem da era tecnológica arrisca-se a ser vítima do sucesso da sua inteligência e dos resultados da sua capacidade de acção, de se deixar levar pela atrofia espiritual, por um vazio no seu coração”. Advertindo que “a época moderna é apresentada muitas vezes como um período de despertar do sono da razão, como o nascer da humanidade”.
“Sem Cristo” “a luz da razão não é suficiente para esclarecer o homem e o mundo”.

O MISTÉRIO DO NATAL

Celebram-se a 25 de Dezembro 2005, anos sobre o nascimento de um judeu da Palestina que, na verdade, não se sabe se nasceu a 25 de Dezembro ou sequer há 2005 anos.
Efectivamente, pensa-se que Jesus Cristo tenha nascido entre sete e quatro anos antes da era que ostenta o seu nome, num mês indeterminado. Também não se sabe com exactidão quando foi crucificado, embora se aponte para o período entre os anos 29 e 33 (o que significa, como curiosidade, que a famosa "idade de Cristo" não serão os célebres 33 anos, mas algo mais próximo dos 40).
O facto de ter sido vastamente ignorado no seu tempo de pregador não impediu Jesus Cristo de se tornar numa das mais importantes personalidades de todos os tempos. Não que Jesus se tenha afirmado fundador de um movimento religioso diferente do judaísmo. Mas a sua vida inspirou o maior movimento religioso da história da humanidade, aquele que ainda hoje mais fiéis congrega no mundo.
Jesus Cristo nem sequer se chamou Jesus Cristo, apenas Jesus. "Cristo" foi o título que os seus seguidores lhe apuseram e que é o equivalente grego da palavra hebraica "messias" (o "ungido", ou "ungido de Deus"). A associação histórica dos dois nomes resume, em larga medida, o problema do cristianismo. Jesus nunca se afirmou inequivocamente como "messias" ou "Cristo". Antes da morte e ressurreição, foi um pregador judaico apocalíptico, como tantos outros que existiam na Palestina. Coube aos seus seguidores, depois da ressurreição, começarem a designá-lo assim, bem como "Filho de Deus".
Como nota Bento XVI, a história do Cristo filho de Deus, plenamente divino e humano ao mesmo tempo, a própria materialização de Deus na Terra, desafia a credibilidade, à luz dos actuais critérios de veracidade e verificação. É verdade que todas as religiões o fazem, mas esta talvez mais do que outras. Nas restantes religiões reveladas, por exemplo, Deus dirige-se a Abraão, Moisés e Maomé, mas sem adquirir qualquer forma material. O cristianismo, pelo contrário, obriga a acreditar que Deus, a determinada altura, se apresentou aos humanos enquanto indivíduo concreto, um ponto infinitamente minúsculo no espaço e no tempo da História. O cristianismo obriga a acreditar que um de nós, que viveu há cerca de dois mil anos num pequeno ponto da Terra, era Deus Ele próprio.
Talvez a fraqueza e a força do cristianismo residam nesta mesma inverosimilhança.
  • Fraqueza, porque "Cristo" pode ser facilmente destruído por "Jesus". Será fácil admitirmos que Jesus existiu, mas que não era "Cristo", nem "filho de Deus".
  • Força, porque a fé que permite vencer a inverosimilhança só pode ser uma operação intelectual e espiritual poderosa.

Esta fraqueza e esta força estão presentes na realidade do cristianismo hoje em queda na Europa, sob o assalto dos tais critérios de veracidade, expande-se vigorosamente na Ásia, na África e na América, sendo a religião de cerca de um terço da população mundial.

Mas mesmo na Europa adivinha-se uma porta de regresso que (pelo que vai dizendo) Bento XVI parece querer explorar. É que a inverosimilhança da história de Cristo pouco fica a dever a certas inverosimilhanças opostas. Quem recusa militantemente a existência de Deus, fá-lo por fé. Não porque, de acordo com os critérios de veracidade de que se reivindica, tenha demonstrado que Deus não existe ou que é falsa a sua materialização em Jesus. Tal como o cristão acredita em Cristo, o ateu não acredita em nada transcendente. Mas a fé não o abandonou, e nesse processo ele vai substituindo a inverosimilhança divina por coisas ainda mais inverosímeis. O ateu ocidental, sem o saber, herdou do cristão a noção de salvação e de fim da História (o "Reino de Deus"). Mas incapaz da fé em Deus transfere-a para ídolos, como a ciência, a economia ou a política. Acredita na salvação, mas na terra, e que a ciência, a economia e a política são os instrumentos para a concretizar.

A percepção crescente da incapacidade destes ídolos para construírem o tal "Reino de Deus" tem feito aumentar o número daqueles para quem já nem sequer eles salvam. Daqui nasce a crendice. É no Ocidente super-racionalista que assistimos a uma verdadeira explosão das mais folclóricas superstições, desde a astrologia à psicanálise. Não surpreenderá, por exemplo, vermos um físico nuclear acreditar na reencarnação ou no poder das actividades mediúnicas.

Bento XVI (como já antes João Paulo II) parece acreditar na ideia de Dostoievsky segundo a qual a vida pós-religiosa, sem mistério, seria insuportável. A explosão de formas abastardadas de espiritualidade aponta, justamente, para aí. A Igreja pensará talvez herdar esta sede de mistério, assim reconquistando a Europa. É provável que tenha razão. Afinal, ainda não deixámos de celebrar anualmente o mistério da vida de Jesus, nem de nos render a ele, por muito alheios que a ele sejamos. Por isso, feliz Natal.

Que comentários te sugere este artigo de opinião?

terça-feira, dezembro 27, 2005

PAPA APRESENTA O TERRORISMO, A POBREZA, A PROLIFERAÇÃO DE ARMAS COMO AMEAÇAS À PAZ


Em sua primeira mensagem de Natal, Bento XVI pediu que a luz do Menino Jesus alente a humanidade a construir uma ordem mundial mais justa. Escutaram as palavras do pontífice cerca de quarenta mil pessoas congregadas na praça de São Pedro, assim como milhões de telespectadores de todos os continentes que acompanharam a bênção «Urbi et Orbi» (À cidade e ao mundo) através de 111 canais de televisão de 68 países.
«Ó homem moderno, adulto e todavia às vezes débil de pensamento e de vontade, deixa o Menino de Belém conduzir-te pela mão; não temas, confia n’Ele!», exortou o pontífice em uma mensagem na qual alternou espiritualidade e candente atualidade.
«A força vivificante da sua luz dá-te coragem para te empenhares na edificação duma nova ordem mundial, fundada sobre relações éticas e econômicas justas», disse. O amor de Deus, encarnado no Natal, assegurou, esclarece a «consciência comum de ser uma “família” chamada a construir relações de confiança e de mútuo apoio».
«Unida, a humanidade poderá enfrentar os numerosos e preocupantes problemas da atualidade: desde a ameaça terrorista às condições de humilhante pobreza em que vivem milhões de seres humanos, desde a proliferação das armas às pandemias e à degradação ambiental que ameaça o futuro do planeta», afirmou.
O olhar do pontífice percorreu em seguida alguns dos focos de tensão mais preocupantes do planeta, começando pela África, onde pediu opor-se às «lutas fratricidas, para que se consolidem as atuais transições políticas ainda frágeis e sejam salvaguardados os direitos mais elementares». Em particular, fez chegar este apelo à região sudanesa de Darfur e a outras regiões da África central. Que Deus feito homem «induza os povos latino-americanos a viverem em paz e concórdia». «Infunda coragem nos homens de boa vontade que trabalham na Terra Santa, no Iraque, no Líbano, onde os sinais de esperança, que não faltam, aguardam por ser confirmados através de comportamentos inspirados pela lealdade e sabedoria», acrescentou. Por último, alentou o processo de diálogo «na Península Coreana e noutros países asiáticos, para que, superadas perigosas divergências, se chegue, com espírito conciliador, a coerentes desfechos de paz, tão ansiados por aquelas populações».
Segundo o bispo de Roma, «o homem da era tecnológica corre o risco de ser vítima dos próprios êxitos da sua inteligência e dos resultados das suas capacidades inventivas, caminha para uma atrofia espiritual, um vazio do coração». «Por isso --propôs--, é importante abrir a sua mente e o seu coração ao Natal de Cristo, acontecimento de salvação capaz de imprimir uma renovada esperança à existência de todo o ser humano».
Os peregrinos que lotaram a praça de São Pedro desafiaram a chuva e o frio, mas alentaram o Papa com gritos com os quais João Paulo II era acolhido. O Papa em numerosas ocasiões saudou ao sentir o calor humano. Após sua mensagem, o sucessor do apóstolo Pedro concedeu, desde o balcão da fachada da basílica de São Pedro, a bênção «Urbi et Orbi» (à cidade e ao mundo) em 32 idiomas, primeiro em italiano e por último em latim. Em inglês, disse: «Feliz Natal! Que a Paz de Cristo reine em vossos corações, nas famílias e em todos os povos». As centenas de peregrinos da América Latina e Espanha estalaram em aplausos e em gritos de alento.
FONTE: ZENIT.org

terça-feira, dezembro 20, 2005

Se Jesus não tivesse nascido...

Todos, mais ou menos, temos como dado adquirido que o cristianismo é a base em que assenta a nossa civilização ocidental e em especial a portuguesa, mas de certeza que poucos já fizeram a questão: e se Jesus não tivesse nascido, como cremos há 2005 anos?
  • Que língua falaríamos?
  • Como seria a nossa estrutura social?
  • Haveria direitos humanos, das mulheres e das crianças?
  • Que monumentos teríamos?
  • Como seriam as nossas bandeiras nacionais?
  • Que nomes teriam as nossas terras?
  • Como seríamos chamados?
  • Haveria União Europeia?
  • Será que haveriam Constituições?
  • Que festas e feriados teríamos?

Estas e muitas outras questões dão muito que pensar e abrem a nossa imaginação a uma multiplicidade de respostas. Depois de respondermos a isto, talvez vejamos Jesus em muitas coisas das nossas vidas.

Sérgio Carvalho in http://novostempos.blogs.sapo.pt/

segunda-feira, dezembro 19, 2005

CRISTIANISMO FÁCIL...

Hoje, nas igrejas portuguesas, estamos a ver as consequências de uma política de quantidade em detrimento da qualidade. As maiores igrejas portuguesas estão em declínio, perdendo assistência a cada semana que passa.
A qualidade pode ou não gerar quantidade, mas a quantidade nunca gera qualidade.
Usámos grandes campanhas com grandes máquinas de marketing por detrás, que venderam um cristianismo fácil, em que bastava fazer uma oração a Jesus, e todos os problemas seriam resolvidos. Um cristianismo baseado no que podemos receber de Deus, e sem sacrifícios da nossa parte.
  • Depois, ficámos admirados por as pessoas não se negarem a elas próprias, não se tornarem verdadeiras discípulas de Jesus, e não estarem dispostas a morrer por ele.
  • Ficámos admirados por as pessoas terem uma atitude egoísta, em que o que importava era saber o que ganhavam com o cristianismo, e não o que podiam fazer por Cristo ou pelo próximo.
  • Ficámos espantados por essas pessoas não se interessarem em fazer parte da força activa da igreja, e por acharem suficiente ir assistir à missa/culto de Domingo.
  • Ficámos estupefactos ao ver essas pessoas saltarem de igreja em igreja, indo para a igreja que tinha as reuniões com a música mais fixe, ou à que estava na moda.
  • Por fim, culpámos as pessoas de serem assim, esquecendo-nos de que as pessoas são apena aquilo que as ensinámos a ser.
Agora, é preciso começar de novo...
Nuno Barreto in Igreja Simples

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Stanley "Tookie" Williams (ACTIVISTA PACIFISTA) foi executado nos EUA

O estado da Califórnia executou hoje pela manhã Stanley "Tookie" Williams, o ex-líder de gangue que se transformou em ativista pacifista após ser condenado por quatro assassinatos. Ele recebeu a injeção letal, por volta das 6h, na prisão de San Quentín, na região de San Francisco. Tookie teve negado ontem o pedido de clemência pelo governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, e pela Suprema Corte dos Estados Unidos.
Veja fotos de protestos
Schwarzenegger sofre críticas
"Após estudar as evidências, vasculhar a história, ouvir os argumentos e me debater sobre as profundas conseqüências, não encontrei justificativa para conceder a ele a clemência", disse Schwarzenegger.
Tookie, ex-líder da gangue Crips, foi condenado à pena de morte em 1981 pela morte de quatro pessoas, mas sempre alegou inocência. Na prisão, renegou seu passado de violência, escreveu livros para crianças e foi proposto várias vezes para o Prêmio Nobel da Paz.
O caso de Tookie, 51 anos, gerou uma campanha internacional por clemência. Celebridades de Hollywood, entre eles Jamie Foxx e Danny Glover, líderes negros como Jesse Jackson e opositores à pena de morte em todo o mundo manifestaram-se a favor de Williams, dando como exemplo o seu trabalho contra a violência. Os seus defensores afirmam ter recebido "dezenas de milhares" de cartas e e-mails que sustentam que a mensagem do condenado contra os gangues repercute-se nas ruas e nos centros de detenção de delinquentes juvenis.

Protestos
Após a divulgação da notícia, milhares de pessoas que tinham se reunido no exterior da prisão mostraram o seu descontentamento com a morte. "Terminou, mas não terminou", frisou o reverendo Jesse Jackson, referindo-se ao combate do ex-líder de gangues contra a violência.
Segundo o relato de Steve López, um jornalista do Los Angeles Times que assistiu à execução, Williams "morreu sem apresentar resistência e levantou a cabeça várias vezes enquanto os funcionários da penitenciária lhe amarravam à poltrona para receber a solução letal".

Padres que se casam e padres celibatários

“A Igreja não tem pressa. Ela tem a eternidade à sua disposição” dizia-me, com alguma ironia, em Belo Horizonte, o Pe. Clovis Silva, que foi meu professor de Metafísica, contendo a minha pressa por mudanças. Hoje, passados 50 anos, tenho que concordar com ele. As mudanças na Igreja Católica caminham a passos de tartaruga e por isto é provável que até o século XXII o celibato obrigatório dos padres seja alterado.

Três concílios introduziram o celibato. O Concílio de Elvira (304 da E.C.) exigiu o celibato como condição para selecionar o clero; o Concílio de Latrão (1.139 da E.C.) ampliou o celibato para o Ocidente e o de Trento (1563 da E.C.) legitimou a decisão. O celibato atendeu naqueles séculos razões até de ordem econômica. São Paulo, na primeira aos Corintios ( 7,9) escreveu : “as se não podem guardar a continência, casem-se, pois é melhor casar-se do que ficar abrasado”.

Como leigo sou favorável que existam dois tipos de padres: os que se casam e os que permanecerão celibatários e castos.

No Brasil e no resto do mundo contam-se aos milhares os casos de padres que conheceram mulher e tiveram filhos. O alto clero, contudo, sempre fugiu de uma discussão séria sobre a sexualidade de padres, bispos e religiosas. Roma fez de conta que o problema não existia até que surgissem os processos de pedofilia contra padres nos Estados Unidos e a conseqüente indemização de milhões de dólares às vítimas. Do Vaticano vem agora a notícia que Bento XVI vetará a ordenação de homossexuais e orientação neste sentido foi enviada aos seminários. Sabe-se, por outro lado, que os leigos até aceitam padres que dêem as suas “escapadas”, mas não toleram e nem respeitam os homossexuais. Sobre padres homossexuais tenho, infelizmente, conhecimento de factos que a caridade me aconselha a não comentar.

Evidentemente, o padre celibatário terá maior disponibilidade para atender ao Povo de Deus, mas ser celibatário e casto não é para qualquer um. Somente seminaristas que revelarem uma personalidade equilibrada e um grande domínio sobre os seus instintos, seja pela via racional e/ou pela via mística, é que poderiam se candidatar a este estado.

Hoje, no mundo, existem mais de 150 mil padres que deixaram a batina para se casarem.
A CNBB, em pesquisa, revelou à imprensa que 41% dos padres pesquisados têm ou tiveram relação sexual com mulheres, após a ordenação. Voltando à minha Belo Horizonte e a um colega da Filosofia que comentava as “escapadas” do pároco da Igreja do Santo Antônio nos anos 50, eu perguntei-lhe se o bispo sabia do problema. Ele só me respondeu: “Saber deve sabe. Todo mundo sabe e as beatas nada escapa. Mas o padre X não provoca escândalo. Então....”

Antonio Ribeiro de Almeida é Doutor em Psicologia Social in

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Prendas para o Natal 2005

Menino Jesus,
Alguém me pediu para te enviar uma lista de prendas capazes de nos trazer um pouco mais de esperança e bem-estar.
No pressuposto de que não terás tempo nem paciência para enfrentar aquelas infindáveis filas à boca da caixa de pagamento para contar e pagar pacotes sem fim nalgum dos imensos centros comerciais, vou tomar a liberdade de Te fazer “pedidos acessíveis e ao Teu alcance”.
Cá vão eles:
  1. Andamos todos preocupados com a falta de natalidade. Sem crianças ao nosso lado, nas nossas casas, nas nossas escolas, nas nossas cidades, parece que o mundo fica mais triste! Vê lá o que podes fazer para que mais crianças possam nascer e saborear a alegria de VIVER.
  2. Pensa no grande número de portugueses que não têm trabalho que lhes permita ganhar honradamente o seu pão e noutros muitos que vivem com o coração nas mãos, com receio de, a qualquer momento, poderem receber ordem de desemprego. Arranja um jeito de nos encontrar uma nova geração de empresários que nos façam reviver a experiência de um novo ciclo de “descobrimentos” doutros tempos, em novos moldes, capazes de avivarem em nós o espirito do “nobre povo, de nação valente e imortal” que ainda cantamos no nosso hino!
  3. Já agora, se puderes encontrar um “medicamento miraculoso” capaz de curar a gula insaciável de quantos fazem dos remédios e da saúde dos portugueses um “tráfico de lucros escandalosos” à custa de milhares e milhares de pobres, sobretudo idosos, que tiram à boca para pagar na farmácia ou no hospital, com risco de às vezes serem chamados quando já foram desta para melhor, seria uma rica prenda!
  4. Meu caro Menino Jesus: permite que acrescente ainda a esta lista de pedidos de prendas tantos milhares de jovens que tanto esperavam da vida e da sociedade e se sentem desiludidos com falta de oportunidades para construírem o seu futuro, de pais amigos e confidentes, de amigos do peito que os não conduzam por caminhos tortuosos e sem destino seguro.
  5. Apesar de saber que nesta quadra natalícia o lendário Pai Natal não Te dará descanso com tantos pedidos, ouso chamar-Te a atenção para uma “ameaça de intolerância religiosa” que anda a rondar este bom povo português, para já de forma encapotada e a pretexto de um crucifixo Teu, mas com tendência a propagar-se a outros níveis. A gente sabe que nos mandaste perdoar, mas uma pessoa não é de ferro e também temos presente o Teu apelo de sermos na sociedade “sal, fermento e luz”! Se fosse possível enviar-nos um “sinal” que permitisse fazer-nos compreender que leis com legitimação legal não se sobrepõem a princípios eticamente inscritos no coração das pessoas e nas civilizações e culturas dos povos... isto é que seria uma rica prenda!

Aproveito para Te apresentar um bom Natal, que tenhas mais sorte agora do que tiveste em Belém, onde Te viste obrigado a ir buscar entre os animais do presépio o calor humano que os homens Te negaram.

Pe. José Maia

LAICIDADE NATALICIA

Para além da questão lateral dos crucifixos nas escolas, o tema da laicidade do Estado está aí para durar. E bom senso é coisa rara, quer dum lado quer doutro...
Nos Estados Unidos discute-se agora a simbologia natalícia. Dá graça. E pena. Árvores de Natal que passaram a chamar-se "árvores festivas", cartões a desejar não se sabe bem o quê porque não se fala em Natal, etc... etc... tudo em nome de uma suposta e politicamente correcta laicidade do Estado.
É verdade que o Natal começou por ser a cristianização de uma festa pagã. Agora parece que estamos em fase de repaganização. Ciclos, portanto.
Que fazer?
O óbvio: se acreditamos em Jesus Cristo, celebramos o Natal, enviamos postais de Feliz Natal, vamos à Missa "do galo", juntamos a família, rezamos e afirmamos a nossa fé. Quem não acredita, que faça o que entender, no respeito pelos outros. E, todos juntos, continuamos a ter tanto em comum...

Conferência Episcopal pede bom senso na questão dos Crucifixos

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) espera “bom senso” de todas as partes na questão da retirada dos Crucifixos das escolas do país.
Reunido esta manhã em Fátima, o Conselho Permanente da CEP analisou este tema da actualidade e defendeu um sistema de laicidade que respeite os símbolos religiosos e não que os elimine.
Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Carlos Azevedo, secretário da CEP, esclarece que “esta é uma questão de respeito para com uma dimensão religiosa e cultural dos cidadãos”.“O debate, sereno ou mais acalorado, que tem ocorrido nestes últimos dias, é muito proveitoso”, considera o prelado, esperando que o mesmo ilumine “qualquer decisão sobre este tema”.
Este responsável assegura que “a Igreja Católica não vai exigir que os Crucifixos permaneçam nas escolas, porque não foi ela quem exigiu que eles lá fossem colocados”. “Aqui há uma questão de bom senso, em cada comunidade educativa, e não pode haver um grupo de pessoas que se dê à inquisição das escolas que têm ou não crucifixos para denunciar esse facto ao Ministério”, acrescenta.
Para o futuro, refere o secretário da CEP, é necessário “que se tenha em conta a realidade das comunidades educativas, os problemas que lá existem ou não, o que levará a que se respeitem, retirem ou acrescentem símbolos religiosos”.“As pessoas devem habituar-se a viver na tolerância, num verdadeiro regime de laicidade, que é um regime de respeito para com os sistemas religiosos e não de apagamento dos seus símbolos, como parece ser o sistema laicista”, observa.
Fonte: ecclesia

terça-feira, dezembro 13, 2005

Restaurar a Igreja com um Mega-Cozido

Com o objectivo de angariar fundos para a recuperação da Igreja de Riba de Âncora, Caminha, realizar-se-á, dia 18 deste mês, naquela localidade, um mega-cozido com “produtos caseiros” e “muitos deles foram doados” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. Manuel Oliveira. Até ao momento, já se inscreveram cerca de 1250 pessoas e cada refeição custará 15 Euros. Com as verbas angariadas “iremos reconstruir o altar mor e todo o piso da Igreja” – sublinhou.
Em 2004, realizou-se também esta iniciativa e “angariámos cerca de 5000 mil Euros” – salientou o sacerdote – que serviram para “restaurarmos os altares laterais”.O Presidente da República, Jorge Sampaio, e os cinco candidatos presidenciais juntaram-se recentemente a José Sócrates na lista de ilustres convidados para o mega-cozido.
Fonte: Ecclesia

sábado, dezembro 10, 2005

FRANÇA O PAÍS DA LIBERDADE E DA IGUALDADE (LAICO!!!!)

Sou católico e julgo-me tolerante. Mas não entendo porque se hão-de estimular atitudes que são na sua génese o que há de mais intolerante.Conto este caso verídico.
Um bispo francês tinha uma reunião para que foi convidado numa Câmara Municipal. Como é costume dos bispos católicos foi com uma cruz ao peito. Não o deixaram entrar com a cruz. Para entrar teria de a tirar. E ele negou-se. E não entrou.
Quanto a mim tomou uma posição de coerência.
Quem é que foi intolerante? Ele ou os que fizeram tal lei?
Se não tivermos cuidado, agora vão as cruzes das escolas, daqui a mais proibem as procisões, etc., etc..
Porque não permitir nas escolas os símbolos de outras religiões, se lá houver alunos com essa profissão religiosa?!
Se houver alguém que vá contra isso, então acho que esse é intolerante!

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Crucifixo, haja coerência

A intolerância é uma prova de falta de inteligência e de cegueira. E a demonstração de que a história e a tradição são desprezíveis para certas mentes, tal o ódio que destilam perante a Igreja. Mas como católicos, não é tanto de tolerância que temos necessidade, mas de respeito…

Por António Bagão Félix

1. Há crucifixos (ou simples cruzes) em algumas escolas públicas!
Há que limpar as escolas dos perturbadores crucifixos, clama uma obscura associação e, por reflexo, emite uma circular o Ministério da Educação!
O país acorda, estremunhado, com tal anúncio revelador de "atraso" e de "antimodernidade", em pleno século XXI! Perante este dito problema, que importa tudo o resto neste Portugal feliz e encantado!
Ora aí está o mais decisivo problema da escola em Portugal a cruz! O resto é adjectivo. A reforma educativa prossegue. Outros símbolos e outras manifestações da dita modernidade até podem ser subsidiados. E os pais vão dormir descansados: vai deixar de haver crucifixos em algumas escolas…

2. É recorrente nestas alturas falar-se da separação compulsiva entre o Estado e a Igreja.
A receita para tal intervenção é a habitual o Estado é constitucionalmente laico. No sentido cru e árido da interpretação jurídica até pode ser que possam esgrimir com esta razão estritamente formal e legalista. Porém, a esta nova investida de raiz jacobina subjazem várias falácias.
A primeira é a de que a neutralidade religiosa torna obrigatório um Estado que transforma a laicidade pura e dura numa nova forma de religião. Como há poucos anos a Conferência Episcopal Portuguesa reafirmou em Carta Pastoral, a louvável e imperativa neutralidade religiosa do Estado não pode, porém, transformar este num Estado anti-religião, um Estado confessional de sinal contrário. Um Estado laico, não confessional não é necessariamente um Estado ateu que faz da laicidade uma espécie de nova religião do Estado.
A segunda é a confusão propositada e enviesada entre Estado e sociedade, no sentido de que a laicidade do Estado tem que implicar a laicidade da sociedade.
A separabilidade entre Estado e religião (curiosamente uma ideia que só se concretizou com o cristianismo) não tem que significar necessariamente neutralidade obsessiva, seja por hostilidade activa, omissão, indiferença, abstenção, ignorância, desrespeito ou desconhecimento dos fenómenos religiosos.
A liberdade religiosa não se limita ao plano do direito individual na esfera privada intimista, introspectiva. Exprime-se também como direito social, colectivo, comunitário. É uma liberdade de consciência individual, em primeiro lugar, sem deixar também de corporizar uma liberdade colectiva de expressão, de comunicação, de associação, de reunião. Uma liberdade, porém, que nada impõe aos que não professam a mesma fé.

3. Perante esta determinação de pragmatismo secular do Ministério da Educação, e a título de exemplo, pergunto às autoridades políticas e seus úteis (e às vezes bem subsidiados) satélites laicistas da sociedade

  • Porque há feriados dias santos neste Estado tão laico? Não serão inconstitucionais? Por que razão o Estado colabora na celebração da paixão e morte do Senhor, da sua Ascensão, ou da Assunção de Nossa Senhora? E sendo dias santos, porque se dispensam de trabalhar nesses dias os ateus e agnósticos que não querem crucifixos nas escolas?
  • Porque não são proibidos presépios e árvores de Natal em locais ou estabelecimentos públicos para não ferirem a laicidade do todo-poderoso Estado? Ou será que um crucifixo é mais "perigoso" que a representação simbólica do nascimento de Cristo?
  • Por que razões se vêem autoridades públicas, desde o Presidente da República ao mais modesto autarca, a participar nessa qualidade em manifestações da Igreja?
  • Porque continua o Estado a pavonear-se em cerimónias religiosas como casamentos e funerais e outras manifestações?
  • Porque não acabam com o "serviço público" da transmissão dominical da missa na TV do Estado?
  • Por que razão alguns intolerantes para com a Igreja a utilizam em proveito próprio quando isso lhes convém nas transacções eleitorais ou populares?
  • Porque não proíbem atletas e jogadores das selecções de Portugal de fazerem o sinal da cruz ou de se persignarem pública e abertamente nos seus jogos ou actividades?
  • Porque não acabam com esses cartões de boas-festas natalícias que os ministros, secretários de Estado, directores-gerais e tantos responsáveis do Estado gastam com o dinheiro dos contribuintes?
  • Porque não erradicam das escolas, hospitais, museus e outros locais públicos todos os resquícios de cristianismo ou religiões, desde as chagas de Cristo na Bandeira Nacional até à audição de oratórias, requiem, magnificat e outras músicas sacras?
  • Porque não mandam fazer uma auditoria a todos os espaços públicos para retirar todas as manifestações artísticas, designadamente de pintura, alusivas a Cristo?
  • Porque são estes arautos do pragmatismo secular e da denúncia de qualquer sinal religioso no Estado os primeiros a meter-se na vida intra-eclesial, opinando com "autoridade" sobre o celibato do clero, a não dissolução do matrimónio religioso, o acesso das mulheres à ordenação, etc.?
4. Por aqui me fico. A tolerância não se decreta ou despacha. Exercita-se no respeito pela diferença e por essa realidade fundamental, às vezes tão desprezada, que se chama família A intolerância, por seu lado, é uma prova de falta de inteligência e de cegueira. E a demonstração de que a história e a tradição são desprezíveis para certas mentes, tal o ódio que destilam perante a Igreja.
Sei que está na moda este tipo de actuação. E que, para proteger as minorias, nada melhor que desprezar as maiorias! Mas como católicos, não é tanto de tolerância que temos necessidade, mas de respeito. E como afirmava Jean Guitton, "pretender que se é neutro, que todas as opiniões são verdadeiras, é pressupor que todas falsas. Eis o cepticismo, a cada um a sua verdade e todos estarão tranquilos".
António Bagão Félix, in Diário de Notícias, 4 de Dezembro de 2005

Poder político obstrui liberdade religiosa

“A liberdade religiosa está longe de ser assegurada efectivamente em todo o lado”, denunciou ontem Bento XVI na Praça de São Pedro em Roma. No discurso que antecedeu a recitação dominical do Angelus e recordando os 40 anos do encerramento do Concílio Vaticano II, o Papa salientou que esta liberdade religiosa, à qual o Concílio dedicou uma importante reflexão, é “em alguns casos negada por motivos religiosos ou ideológicos; outras vezes ainda que seja reconhecida no papel, é obstruída na prática pelo poder político ou, de forma mais abrangente, pelo predomínio cultural do agnosticismo e do relativismo”, afirmou.
O documento "Dignitatis humanae" aprovado pelo padres conciliares afirma o direito das pessoas e das comunidades poderem procurar a verdade e professarem livremente a sua fé, uma liberdade que “deve ser garantida tanto aos indivíduos como às comunidades, no respeito das legítimas exigências da ordem pública”, sublinhou Bento XVI.
O tema do Advento e deste tempo que prepara a vinda Cristo serviu de base à reflexão do Papa aos milhares de fieis que se encontravam na Praça de São Pedro a quem o Sumo Pontífice disse que esta vinda de Cristo “põe em primeiro plano o movimento de Deus para a humanidade, ao que cada um é chamado a responder com abertura, espera, busca e adesão. E assim – continuou – como Deus é soberanamente livre no revelar-se e entregar-se, pois só o move o amor, assim também a pessoa humana é livre de dar o seu consenso”, pois “Deus - disse o Papa - espera uma resposta de amor”.
Bento XVI, na saudação em língua francesa e já após a recitação do Angelus, recordou que na próxima sexta feira, dia 9 de Dezembro, celebram-se os 30 anos da Declaração dos direitos das pessoas com deficiência, proclamada pela ONU convidando cada um “a trabalhar sempre a favor da inserção das pessoas com deficiência, na sociedade, no mundo do trabalho, mas também na comunidade cristã”. “Qualquer vida humana é digna de respeito – disse o Papa – e deve ser protegida desde a sua concepção até ao seu fim natural”, frisou. A todos aqueles que se dedicam a esta tarefa o Papa “assegura o seu apoio e oração”.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

POLÉMICA DOS CRUCIFIXOS NAS ESCOLAS - Comentário do colega Palheirense

Segundo a Ministra da Educação, o seu ministério não emitiu nenhuma directiva para que fosse retirada qualquer cruz de qualquer escola e que seriam as comunidades locais a decidir. Ora, pelo que já li, não foi isso que se passou. Foi uma organização ligada à maçonaria que requereu a sua retirada.
Ainda segundo a Ministra a directiva, embora enquadrada na lei, teve origem num organismo regional do Ministério. Ora se essa decisão foi tomada em função de requerimento dessa tal organização, onde está o respeito pelas comunidades locais?
Nós cristãos é que andamos um pouco anestesiados pois se essas comunidades, que penso a grande maioria seja cristã, se afirmassem na manifestação da sua cultura e fé, não se acomodariam a que uma organização maçónica decidisse o que era bom ou mau para os seus filhos.
É uma verdade objectiva e insufismável que a civilização europeia assenta em valores Judaico/Cristãos por muito que custe a alguns "iluminados" dos nossos tempos. Os conceitos de justiça, os valores humanos, as leis e tudo o mais em que assenta a nossa civilização têm como fonte a Bíblia.
Eles podem estrebuchar, espernear tentar vender outras coisas aberrantes como se fossem normais como as relações, casamentos, adopções entre pessoas do mesmo sexo e outras que agora não me lembro, que nunca conseguirão apagar isso da história. Nem sequer percebem que a liberdade de terem essas opiniões resulta dos valores Judaico/Cristãos.
Já alguêm aqui perguntou porque não retiram também as estátuas de Santos colocadas nos locais públicos e as 5 chagas da nossa bandeira ao que eu acrescentaria porque não destruír o mosteiro dos Jerónimos, o mosteiro de Alcobaça o mosteiro da Batalha o convento de Cristo e outros monumentos marcantes da nossa história e da nossa fé?
Começa a faltar a "pachorra" para aturar esta gente.
Saudações a todos.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

O fracasso da ONU emrelação à SIDA

Dia Mundial de luta contra a Sida, 1 de Dezembro, torna a dirigir a nossa atenção para a já chamada “peste do século XXI”. Segundo os números apresentados pela ONU, os resultados do programa preventivo contra a Sida não são muito animadores. É o grande fracasso duma política preventiva que se fia só no preservativo... Tornou-se um facto público: mais de 40 milhões de pessoas no mundo estão infectadas com SIDA. A doença distribui-se de maneira muito irregular: quase 26 milhões vivem na África a sul do Sahara e 7,4 milhões na Ásia meridional e sul-oriental. Por conseguinte, mais de 32 milhões concentram-se nestas duas regiões do mundo, sobretudo na África negra, mas isto não significa que a Sida não seja um problema para os restantes países, incluindo os mais desenvolvidos. Por exemplo, em Espanha e, na realidade, no conjunto da Europa em geral, a doença ressurgiu – dizem os especialistas – porque diminuiu a percepção do risco por parte da população. Só num ano surgiram mais 5 milhões de novas infecções. É o grande fracasso duma política preventiva contra a Sida que se fia só no preservativo, sem ter em conta que esta doença, tal como as outras, está estreitamente ligada ao estilo de vida.
Do mesmo modo que a cirrose hepática afecta as populações com propensão para uma elevada ingestão de álcool, assim a Sida constitui um flagelo para as zonas em que se verifica uma maior promiscuidade sexual e um consumo de droga através da reutilização de seringas já utilizadas - se bem que esta segunda componente se verifica cada vez menos. Em Espanha, 3 em cada 1000 cidadãos estão infectados com o vírus, e o Ministério da Saúde estima que existam cerca de 150.000 seropositivos.
Neste contexto, as declarações da Ministra da Saúde, Elena Salgado, sobre o preservativo e a Conferência Episcopal, tornam a confirmar a tremenda carga ideológica - no sentido mais pejorativo do termo - que embarga a responsável do Ministério da Saúde espanhol, que continua a insistir na polémica do preservativo e Igreja, ao mesmo tempo que celebra, tal como fez no Verão passado, a “alegria” dos contactos promíscuos. Há que insistir uma e outra vez em duas questões chave:Uma diz respeito a todos os países e já a apontámos: a Sida não pára com o uso do preservativo se não se alteram as condições sociais que multiplicam os contactos sexuais, dando azo a sociedades cada vez mais promíscuas. A fidelidade ao próprio par e a abstinência ou o atraso dos primeiros contactos sexuais são fundamentais para corrigir a tendência para o aumento. O facto de no Norte de África e no Médio Oriente se registar apenas meio milhão de casos, ao passo que na África negra se registar a cifra impressionante de largos milhões de pessoas não é um pormenor de menos importância. Embora considerando que possa existir um certo ocultamento dos números, é notório que a sociedade muçulmana está a demonstrar a sua capacidade para fazer face aos danos provocados pela doença, sem outros recursos a não ser os seus modelos de conduta. Do mesmo modo, num contexto social idêntico, as famílias fiéis aos modelos religiosos católicos registam uma incidência muito menor do que as que vivem de acordo com os critérios da sociedade desvinculada.A segunda grande questão, que diz respeito sobretudo à África, é a necessidade de dispor duma assistência massiva de retrovirais, capazes de fazer frente ao desenvolvimento da doença. O facto de não se verificar tudo isto é um escândalo que nos devia envergonhar a todos, habitantes do mundo desenvolvido e, em particular, os seus governos e os partidos políticos.
Fonte: Forumlibertas, 22 de Novembro de 2005