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sábado, novembro 04, 2006

O Aborto

Chamemos as coisas pelos nomes. Entrou em uso o termo IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez) em detrimento da palavra aborto. O dicionário de Português diz que aborto é o acto ou efeito de abortar, ou seja, de terminar com algo. É vulgar vermos em filmes frases como “Abortar missão xyz”. Não será também a gravidez uma missão que é abortada? Não se aborta a missão que aquela criança poderia vir a desempenhar no mundo, mesmo que fosse deficiente?
A lei portuguesa prevê que a mãe possa abortar, até um certo número de semanas, em casos em que a gravidez é resultado de uma violação ou em que a vida do feto e da mãe estão em risco. Embora muito pouco abrangente, a lei está ao nível da dos países onde o aborto é um crime e é idêntica à que anteriormente estava em vigor em Espanha.
O referendo pretende assim que se mude a lei. E como?
  • Passa a despenalizar o aborto (ou seja, deixa de ser crime) até às 10 semanas. A uma pergunta idêntica, há apenas oito anos, a população portuguesa respondeu NÃO. Mas parece que esse NÃO não bastou. Ainda se opõe ao referendo o facto de, mesmo que seja legal abortar, esta legalização não porá fim ao aborto clandestino, que se realiza em condições precárias e que os números revelados pelos pró-aborto (10000 por ano em Portugal) englobam mais do que abortos ilegais, tendo o Serviço Nacional de Saúde relatado 906 abortos legais e 73 assistências a problemas relacionados com abortos ilegais, sendo os restantes abortos espontâneos.
  • É necessário firmar que a ciência não tem uma resposta exacta sobre o preciso momento em que começa a vida humana, pelo que qualquer opinião é uma mera convicção, assim como a minha. No entanto, uno-me aos Bispos Portugueses quando dizem que «a vida humana, com toda a sua dignidade, existe desde o primeiro momento da concepção.» [1]
  • O aborto, do ponto de vista religioso e moral, viola peremptoriamente o princípio de não matar, princípio esse resguardado no 5º Mandamento e que é transversal a toda a pessoa civilizada, mesmo que não crente.

Embora, como referido anteriormente, a ciência não saiba dizer quando começa a vida humana, a mesma afirma que todas as potencialidades para o desenvolvimento de um ser vivo estão inseridas naquele embrião. É ainda interessante revelar que os abortos legais irão ser realizados em Hospitais públicos, com o dinheiro dos contribuintes, mesmo daqueles que não concordam com a prática.

Veja aqui o artigo completo

3 comentários:

  1. Será que o aborto vai ser liberalizado apenas até à 10ª semana?

    http://impertinencias.blogspot.com/2005_04_01_impertinencias_archive.html

    Depois de ler este post parece-me que irá ser liberalizado até à 16ª semana.

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  2. A Ciência, afinal, não é assim tão exacta quanto pretende ser. Bem, pelo menos é maleável, o suficiente, para se retractar e alterar teorias desde que seja essa a vontade das cabeças pensantes que governam o mundo.
    Tal como a subjectividade das leis humanas -hoje é ilegal amanhâ deixa de o ser -, a Ciência, que tanto se ufana das suas certezas fundadas na objectividade, e que outrora tanto criticou a Religião dos seus princípios imutáveis, parece ela agora andar ao sabor dos ventos…

    Quando estudei Ciências, mais propriamente no Capítulo da Biologia, aprendi que a formação de um ser vivo se iniciava na constituição do ovo ou zigoto, ou seja, quando houve lugar à concepção. E nunca esta teoria, baseada no estudo e na experiência, foi susceptível de gerar polémica.

    De resto, não é só no período da gestão que o ser humano desenvolve as suas potencialidades e fica completo. Estamos em constante processo de desenvolvimento. Todos os dias nos fazemos e refazemos e dificilmente ou nunca, conseguimos atingir o auge da nossa completude.
    E assim, como estamos sempre em formação, desenvolvendo dia-a-dia as nossas potencialidades quer físicas, mentais, morais e psíquicas e nunca estamos completos, poderá ser legítimo pensar, pela mesma ordem de ideias, que não faltará muito e se poderá matar em qualquer fase da vida humana.

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  3. Gestação e não gestão.

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