D. Eurico Dias Nogueira, arcebispo emérito de Braga, diz mesmo que "está na altura de se avançar para a realização de um concílio para debater o celibato dos padres e a ordenação sacerdotal das mulheres".
Precisamos de uma Igreja mais corajosa e menos acomodada.
Pois precisamos! Mas, sinceramente, acho que este encontro não vai levar a nada.
ResponderEliminar"O celibato não assenta em matéria teológica de fundo. É uma questão de disciplina".
ResponderEliminarPois, e aqui é que estava todo o cerne da questão: foi por motivo de "disciplina" que houve necessidade de recorrer ao celibato dos padres. Nem é preciso estar aqui a explanar o assunto. Basta socorrermo-nos dos factos históricos para fazermos uma apreciação do que foi, outrora, a vida de muitos clérigos (de padres a papas), desde intrigas e interesses familiares cujos lugares cimeiros passavam de pais a filhos, a outros episódios bem mais tristes….
Mas se os padres querem voltar a casar, é bem necessário que, no debate, se ponham todas as cartas na mesa e se pesem todos os prós e contras. Há muitas reflexões a fazer em torno deata questão.
E como já não estamos nos tempos medievais, onde a vida era mais pacata, e em que as mulheres não tinham independência nem eram predispostas a ter vontade-própria, esperemos não nos virmos a defrontar com problemas do género:
Hoje não há Missa, porque o sr. Padre dormiu mal, porque o filho está doente; porque foi com ele às urgências; porque a esposa está doente; porque, etc,. etc.
O sr. Padre não pode vir fazer o funeral, porque foi à pressa com a esposa para a Maternidade, que entrou em trabalho de parto; ou, no caso de ter emprego, porque está de licença de paternidade e, por lei, não pode trabalhar; ou porque, neste momento, não pode ausentar-se do serviço;
Hoje, o sr. Padre não pode aparecer, porque foi dar um passeio (ou foi ao cinema - teve de ir a qualquer lado) com a família, há muito prometido e os miúdos estavam a tornar-se resinguentos; ou porque teve de ficar em casa, porque a mulher trabalha por turnos;
Este mês, a Igreja está fechada, porque o sr. Padre foi de férias com a família (e não há substitutos, porque, igualmente, os outros têm a sua vida, ou também foram de férias);
Etc,. Etc,. Etc.
E quanto à questão remuneratória?
Vão continuar em "full time" à frente da Paróquia e a viver do que dão os fiéis, ou vão estar em "part time", pela necessidade de terem um emprego, onde recebam uma remuneração para o sustento da casa e da família?
E se viverem nesta última situação, o tempo chega para se dedicarem à família, à Igreja e ao emprego? (Uhm! Muito e bem, há pouco quem).
E vão poder ter um emprego altamente remunerado e viver no luxo? E se não, a mulher está disposta a viver uma vida mediana, porque o marido é padre?
Não obstante tudo isto, o que urge de sobremaneira ter em atenção e colocar em debate, é o problema do divórcio.
Sim, porque este está na ordem do dia e boas intenções todos nós temos, mas nunca sabemos o que nos reserva o futuro.
E porque promessas individuais só não as cumprimentos se não queremos ou não podemos; promessas a dois, o caso muda de figura: há um sem-núimero de factores que pode levar à ruptura e basta um deles mudar e não querer manter a promessa, que não há nada, nem ninguém, nem filhos, nem Deus, que consiga fazer com que o casamento se mantenha, e lá se vai o Sacramento do Matrimónio, mesmo contra a vontade do sr. Padre!
Não fora esta a maior questão e todas as outras seriam de somenos relevância.
Daqui, se pode antever que, se muitos Padres deixaram de exercer o Sacerdócio porque casaram, doravante inverte-se a situação e muitos, possivelmente, deixarão de o exercer (por razão mais plausível - como é óbvio), porque se divorciaram.
Olhe, sr. Padre, vai ser caso para se dizer: "é pior a emenda que o soneto".
Quanto às mulheres quererem ser padras, bispas e papisas, nem me apetece falar no assunto.
Acho tudo tão absurdo, tão fora do razoável e tão oposto ao espírito que presidiu à formação do Cristianismo!
Como mulher, não tenho que aceitar todos os disparates que surgem à mente de um número delas, que querem meter o nariz em tudo, porque saíram de um excesso de vivência de repressão para entrarem no excesso oposto. É difícil, de facto, o ser-humano manter-se dentro dos limites que lhe convém.
Depois, se os padres vão poder casar, penso que o argumento de haver falta deles, cai por terra.
E mais não digo, porque o texto já vai longo. Peço desculpa, por isso, mas foi uma só resposta para três Posts.
P.S.
ResponderEliminarConvém não esquecer, que os presumíveis constrangimentos a nível familiar e doméstico, apontados para os padres casados, no caso das mulheres, têm um peso redobrado.
A igualdade é linda e desejável, sim, mas convenhamos que há complexidades e diferenças...
Ainda bem que exprimiu o que pensa. Talvez não se tenha dado conta mas a questão não que todos os padres se casem, mas que aqueles homens casados que queiram possam ser padres. Que o casamento não seja um impedimento para ser padre.
ResponderEliminarE não sou eu que falo do assunto. Ainda que concorde com o celibato opcional, mas é o papa que convocou os cardeais dos discatérios de Roma para falar com eles desse assunto, para ponderarem os prós e os contras. Em tudo há prós e contras. Mas não deixa de ser uma questão de disciplina.
Sim, mas daí será legítimo muitos padres fazerem um caminho inverso para poderem ser padres casados.
ResponderEliminarOu seja, saem de padres para casarem, e depois, pedem o reingresso no sacerdócio como padres casados.
Mais valia, então, para obviar a estas curvas e contra-curvas, autorizarem logo, e em via directa, a opção de se casarem ou de ficarem solteiros.
E como, em geral, as cúpulas pensam que pensam bem, mas não pensam melhor do que as bases, que estão mais intimamente ligadas ao pulsar da vida das pessoas no dia-a-dia, sr. padre, não deixe, se tiver oportunidade, de levar superiormente todas as reflexões e questões que as pessoas lhe coloquem.
A maioria das dificuldade que o anónimo levanta são secundárias. Os hoemns casados asseguram hoje profissões tão exigentes como a de padre e ninguém se lembrou de lhes pedir que fossem celibatários: médicos, enfermeiros, polícias, bombeiros, etc. Obviamente as paróquias não deviam (nem mesmo agora) ficar à responsabilidade de um padre isolado. Mesmo um padre celibatário pode precisar de ir ao hospital ou de tomar conta do pai ou da mãe.
ResponderEliminarUma coisa que nunca percebi é porque é que se admite ordenar um homem casado mas não se quer admitir que um homem ordenado se case. Parece-me que há aqui uma relação muito mal resolvida da hierarquia católica com a sexualidade.
Igreja catolica continua a não assumir a sexualidade das pessoas.
ResponderEliminarCertamente o diálogo de surdos continua.
Será que o padre só por que quer casar tem de ser réu eterno! É perfeitamente conciliável o casado e o solteiro nesta Igreja! Sejamos objectivos e deixemos de filosofar sobre o que pode ser e nãp ser. O seminario pode continuar a apelar ao celibato mas não deixar de fora a outra opção.
Completamente de acordo!
ResponderEliminarPor isso "deitei" este post em "O melhor dos blogues".
Desculpa pelo surripianço...
Como esta é uma questão que interessa em especial aos padres, porque não, serem os próprios a decidir, através de votação?
ResponderEliminarNão me parece lógico, no Século XXI, estarem sujeitos às leis de “meia dúzia” de Cardeais!
Penso que, como qualquer outra pessoa, um padre também deve poder optar se casa ou não.
LN
Oh pessoal! Quem quiser ser padre e adotar o celibato, tudo bem. Mas àqueles que querem ser padres e ainda casarem virem anglicanos e pronto. Não vai ser uma mísera vocação de um reles padrezinho ou jovem que vais solapar o tradicionalismo e as raízes verdadeiramente cristãs do catolicismo. Ou você é católico ou não é! Existem um miríade de igrejas protestantes louquinhas para serem descobertas. As Padras podem se tornar até apóstolas como umas por aí! Então seus falsos, difamadores, vão para o inferno logo e deixem a Santa Igreja em paz!! Vocês não são nada!!! NADA!!! Nada, perto da grandiosidade do catolicismo! Seus tarados! Doentes! Vão se tratar!
ResponderEliminarCristo não foi o exemplo supremo para o ser humano?
ResponderEliminarEntão Cristo quando escolheu os seus apóstolos não escolheu homens casados, senque apenas S. João era solteiro?
Então o exemplo de Cristo serve para umas coisas e para outras não?
Chega de demagogia.
Casado ou solteiro, o que interessa é que o Padre seja um bom Padre.
Quanto aos erros que possam advir da situação de padre casado: errar é humano e um padre pecador publicamente arrependido poderia ser um óptimo exemplo para tantos casais...
Além do resto, quantos actuais padres não são mau exemplo, mesmo sem serem casados?
Saudações
Passei por aqui e gostei e como ex-monge... rapidamente: -uma questão de disciplina? Talvez numa certa época da história... De facto, a questão tem a ver com a incapacidade desta hierarquia e, em geral da Igreja histórica, emlidar com o sexo... o que é uma aberração, mas ainda vai levar um tempo a passar. Entretanto é mesno melhor seguirmos Jesus no mandamento dovo do amor: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei"... mesmo a hierarquia. Se o seguirmmos teremos espaço para tudo, sexo também, claro. Ao contrário do que às vezes se diz,sexo é absolutamente essencialna realização dosser humano por ser parte integrante da pessoa. Se alguém não for sexuado estou errado. Alelluia: amem-se...jorge dias
ResponderEliminarNestas coisas "pessoais" a votação é um acto a eliminar. Vejamos:
ResponderEliminarEm 100 padres, 51 dizem que querem o celibato e 49 que não querem. Então a minoria vai ser obrigada a levar uma vida igual à dos outros?
Isto não é votar em políticos...