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terça-feira, novembro 14, 2006

Ginecologistas britânicos pedem direito de poder matar recém-nascidos deficientes

Com uma declaração publicada pelo «Sunday Times» em 5 de novembro passado, o Real Colégio de Obstetras e Ginecologistas (RCOG) do Reino Unido anunciou ter solicitado «a possibilidade de matar os neonatos deficientes».
O que inquieta os pediatras são três coisas.
Em primeiro lugar: ter de se converter em executores de uma condenação à morte: não nos tornamos médicos para isso, sobretudo em uma época na qual a condenação à morte é estigmatizada por um número cada vez maior de Estados.
Em segundo lugar: considerar os próprios pacientes como não-pessoas: há autores que sustentam que os neonatos não são pessoas porque ainda não têm uma autoconsciência (e é uma lógica conseqüência de quem não considera como pessoa o feto ou o embrião pelo mesmo motivo): e disto chegam a dizer que os neonatos nem sequer são capazes de sentir dor, sendo a autoconsciência justamente um requisito para esta sensação. Afirmações desmentidas amplamente pela ciência.
Em terceiro lugar: considerar a deficiência não como uma vida a socorrer e respeitar, mas com uma atitude fóbica, como uma vida de segunda divisão (série B).
Esta notícia não me surpreendeu. Compreendo o horror, mas não compreendo o estupor: quem estudou anatomia e biologia, quem é especialista em fisiologia humana, bem sabe que não existe nenhuma diferença substancial entre feto e neonato, além de pequenas modificações no círculo sanguíneo; portanto, não se compreende por que horroriza matar um neonato e não matar um feto. A menos que não se creia que a entrada de ar nos pulmões tenha um efeito «mágico» capaz de transformar o DNA ou a consciência do indivíduo!
A foto do pequeno feto morto dentro da mãe assassinada, publicada há alguns meses por um jornal italiano, impressionou não porque se fazia ver um cadáver (lamentavelmente vimos também recentemente na TV e nos jornais muitas crianças mortas em guerra) mas porque se fazia ver a realidade: que um feto não é outra coisa senão uma criança que ainda não desfrutou do ar exterior. E isto, cada mãe sabe que é verdade, como o sabe qualquer um que por trabalho cuida dos pequeninos fetos precocemente saídos do útero materno, chamados «crianças prematuras». Sabem-no também os cirurgiões que operam os fetos ainda no útero. Repito: o drama é que nos surpreenda isso, enquanto é preciso iniciar um trabalho cultural, feito de pesquisa e de divulgação séria, e não só já de «reações» (à última «transgressão», ao último horror).
O verdadeiro esforço bioético de hoje não é o de afirmar um vago sentido de misericórdia para com o próximo (também os programas televisivos estão cheios de lágrimas), mas de buscar a evidência, a realidade; afirmar que um embrião é um embrião e não uma célula qualquer, que um feto de poucos gramas experimenta dor, que o DNA mostra que a vida de cada um começa desde a concepção. Em definitivo, é como demonstrar que uma flor é uma flor, e não um vaso!
Fonte: Zenit

3 comentários:

  1. Toda a argumentação até ao penúltimo parágrafo (com que, de resto, estou globalmente de acordo) fala de fetos. Como é que no último parágrafo se extrapola de repente para embriões e para zigotos (após a concepção) invocando o DNA que é apenas uma molécula que existe em todas as células do nosso corpo?

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  2. É a mania de o ser humano querer ser DEus ...

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  3. É como já tenho dito: a porta vai-se abrindo até se escancarar de vez e qualquer acto abominável se tornará natural e legal.

    Fruto dos tempos em que vivemos, sem fé e sem Deus, por conseguinte, sem moral. Vivemos no meio de uma "Cruzada contra Deus" e é necessáario que estejamos alerta e nos mantenhamos perseverantes na fé em Cristo, para não nos deixarmos arrastar pelo erro e pelo engano.

    Além do mais, subjacente à apostasia que se vai alastrando, há muita ignorância e a Igreja, mais do que nunca, tem essa árdua tarefa de elucidar, explicar e esclarecer os mais incautos, que mais facilmente se deixam levar por teorias distorcidas e fáceis moralismos.

    Se queremos que a humanidade arrepie caminho, não pode haver moleza e simplesmente abanar a cabeça e cruzar os braços perante tanta calamidade moral.
    Porque tão pecador é quem peca como quem consente pelo seu silêncio e laxismo.
    Como aquele padre que abanou a cabeça tristemente, quando uma senhora lhe contou que foi a Fátima agradecer a Nª Sª pelo aborto lhe ter corrido bem. Mas, não sei, espero que a tenha esclarecido em particular.

    A Misericórdia vem pelo arrependimento e, para que este exista, é necessário primeiro exortar as pessoas a mudar de camiho e a virarem-se para Deus.

    O Papa João XXIII, ao inaugurar o Concílio Vaticano II, convidou todos os Padres presentes no Concílio a fazerem a defesa da verdade contra o erro, ao pronunciar as seguintes palavras: "Sempre a Igreja se opôs aos erros; muitas vezes até os condenou com a maior severidade. Nos nossos dias, porém, a Igreja de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia que o da severidade."

    Está dito no Eclesiastes,8: "Porquanto o não ser proferida logo sentença contra os maus é causa de cometerem os filhos dos homens crimes sem temor algum".

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