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terça-feira, janeiro 22, 2008

Os católicos divorciados foram muitas vezes "maltratados e ignorados" pela Igreja.

Arcebispo de Milão, o Cardeal Dionigi Tettamanzim, escreve aos católicos divorciados e separados na sua Diocese, na qual reconhece que os mesmos foram muitas vezes “mal tratados e ignorados” pela Igreja. Este responsável pede que eles participem na Missa, mesmo que não possam comungar.

A carta, de 23 páginas, foi publicada esta Segunda-feira e esta à venda nas livrarias italianas, com o título "O Senhor está perto de quem tem o coração ferido".

O Cardeal Tettamanzi manifesta a sua tristeza pelos separados e divorciados que foram “feridos, julgados sem misericórdia ou condenados por homens e mulheres da comunidade cristã”. O Arcebispo de Milão admite que os separados e divorciados têm a impressão de que a Igreja “ignora os seus sofrimentos”.

"A Igreja sabe que, em certos casos, não só é lícito, mas inevitável decidir pela separação; para defender a dignidade da pessoa, evitar traumas mais profundos e manter a grandeza do matrimónio, que não se pode transformar numa série insustentável de agressões recíprocas.


Fonte: Rádio Vaticano

9 comentários:

  1. Mais um espinho na nossa Igreja...

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  2. A taxa de divórcio no casamento religioso ultrapassou a do casamento civil no ano de 2005 (penso). A taxa de filhos fora do casamento aumenta de ano para ano.

    Apesar de não subcrever o casamento (pior ainda se for pela igreja) acho que é uma coisa séria, como qualquer contrato.

    Vivemos numa era em que as pessoas podem decidir e são livres para serem felizes. A monogamia e a vida em comum não são para toda a gente.
    Acima de tudo não tornar a coisa precipitada. Quem pretende casar deve ir viver uns tempos como futuro cônjuge para averiguar a sua compatibilidade.

    A família mudou. Muitas pessoas põem a carreira (e bem) à frente da família. A estabilidade financeira é essencial.

    Os comportamentos da sociedade de hoje não entram muito dentro dos critérios emanados pela hieraquia católica. Mas as estatísticas não mentem. E é muito mau para uma instituição desprezar os seus fiéis (homens e mulheres divorciados), ainda por cima tendo em conta que são cada vez mais.

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  3. "Quem pretende casar deve ir viver uns tempos como futuro cônjuge para averiguar a sua compatibilidade."

    Um namoro bem levado entre duas pessoas maduras permite evitar as incompatibilidades evitáveis.

    Quanto ao resto, a vida é sempre tão diferente que não se ganha mais estabilidade por fazer experiências de vida comum.

    O que permite a um casamento ser durável é a vontade dos dois de protegerem o seu amor e de o porem à frente de tudo o resto.

    Basta que se ponha a carreira à frente do casamento para que se reduzam drasticamente as possibilidades do casamento durar muito, por mais compatibilidades que se tenham.

    Mas acho excelente que cada um possa escolher o tipo de vida que quer.

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  4. "Um namoro bem levado entre duas pessoas maduras permite evitar as incompatibilidades evitáveis."

    Caro ca,
    É verdade o que disse, pois é um grande risco casar com uma pessoa que não se conhece.
    Mas nem sempre um bom namoro dá um bom casamento. Há gente que não se dá muito bem com a vida conjugal, nomedamente quando não há cedências dos dois lados. Daí achar que se deve ter um período experimental.

    Quando falei de pôr a carreira à frente do casamento talvez me tenha explicado mal. É claro que quem canaliza pouca atenção ao seu casamento/família em detrimento do trabalho tem maus resultados. Falava do facto de muitos casais adiarem o casamento (ou filhos) em detrimento da carreira profissional. Isto para garantirem alguma estabilidade financeira (a vida está cara).

    cptos

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  5. "Há gente que não se dá muito bem com a vida conjugal, nomedamente quando não há cedências dos dois lados. Daí achar que se deve ter um período experimental."

    rj

    A questão do período experimental é normalmente uma ilusão. Quanto a avaliar se a pessoa se dá com a vida conjugal durante algum tempo, não é preciso uma experiência conjugal. Basta ver se a pessoa é capaz de viver numa qualquer comunidade, desde a sua própria família até ser capaz de viver num apartamento com amigos.

    Mas a mais perigosa ilusão é pensar que se as coisas correm bem ou mal durante um tempo então está estabelecida a regra para o futuro.

    A vida conjugal ao longo de toda uma vida não pode ser experimentada. Nenhum de nós sabe como vai estar e sentir-se daqui a dez anos. Quanto mais saber como vai evoluir o outro e as circunstâncias.

    Se acrescentar a isso a vinda dos filhos, que não pode ser feita "à experiência" e tem um impacto muitíssimo superior à mudança solteiro/casado, não há maneira de assegurar seja o que for.

    O que pode dar consistência ao casal para manter uma vida conjugal por todos os dias da sua vida é outra coisa: é a preparação mesmo durante a vida de solteiro e a determinação de fazer do casamento a opção mais fundamental e de defender esse casamento com todas as suas forças e capacidades, procurando ajuda sempre que necessário.

    Não se trata de ignorar outros aspectos da vida (como a situação financeira ou a realização profissional) mas sim de perceber que estes aspectos esão ao seviço do mais fundamental que é o casamento.

    Ora o pouco que se descobre numa experiência conjugal prévia não resolve o que é fundamental e pode dar uma falsa sensação de segurança ou fazer perder uma boa relação porque quando surgem as primeiras dificuldades não se investe tudo e desiste-se.

    Mais do que um contrato, quando nos casamos damo-nos todos. Se isso nos assusta podemos avaliar porquê e se a vida de casado é para nós.

    Mas não é numa experiência à qual falta essa característica de doação total que podemos avaliar isso.

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  6. "Mas a mais perigosa ilusão é pensar que se as coisas correm bem ou mal durante um tempo então está estabelecida a regra para o futuro."

    ca,
    A sua afirmação é interessante e acho que diz muito sobre o assunto.
    Apenas acho que não se aplicará para o caso de se descobrirem incompatibilidades "irresolvíveis".

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  7. rj

    Em que é que está a pensar quando fala de "incompatibilidades "irresolvíveis""?

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  8. Divergências...

    Imagine-se a situação em que se fartam (e/ou se zangam constantemente) um do outro em pouco tempo, coisa que não acontecia quando namoravam pois não partilhavam a vida em comum a esse ponto.
    Para não falar em problemas de ordem sexual.

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  9. rj

    Do que conheço da psicologia, pode haver dificuldades sérias na compatibilização de duas pessoas mas esse tipo de incompatibilidade pode pereitamente ser avaliado durante o namoro, desde que haja conversas sérias a debater assuntos em que há conflito.

    Quanto à sexualidade, ela é importante mas não é o mais essencial do casamento. Quando há dificuldade, como em outras áreas, há ajudas possíveis, nomeadamente as consultas de sexologia. Já agora, nos livros de sexologia não existe a noção de "incompatibilidade sexual".

    Sobre isso vale a pena ler duas citações de um especialista americano em relações conjugais, John M. Gottman:

    "Uma característica principal dos casais com uma vida sexual realizada é o facto de encararem o acto sexual como uma expressão da sua intimidade, não se ofendendo com quaisquer diferenças nas suas necessidades ou desejos."

    "A sexualidade é incrivelmente maleável e, como tal, é realmente possível adaptarem-na aos desejos um do outro de um modo que dê prazer aos dois."

    Págs. 210 e 209, respectivamente, do livro "Os 7 princípios do casamento", de J.M. Gottman e N. Silver, Ed. Pergaminho, que recomendo vivamente.

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