Arcebispo de Milão, o Cardeal Dionigi Tettamanzim, escreve aos católicos divorciados e separados na sua Diocese, na qual reconhece que os mesmos foram muitas vezes “mal tratados e ignorados” pela Igreja. Este responsável pede que eles participem na Missa, mesmo que não possam comungar.
A carta, de 23 páginas, foi publicada esta Segunda-feira e esta à venda nas livrarias italianas, com o título "O Senhor está perto de quem tem o coração ferido".
O Cardeal Tettamanzi manifesta a sua tristeza pelos separados e divorciados que foram “feridos, julgados sem misericórdia ou condenados por homens e mulheres da comunidade cristã”. O Arcebispo de Milão admite que os separados e divorciados têm a impressão de que a Igreja “ignora os seus sofrimentos”.
"A Igreja sabe que, em certos casos, não só é lícito, mas inevitável decidir pela separação; para defender a dignidade da pessoa, evitar traumas mais profundos e manter a grandeza do matrimónio, que não se pode transformar numa série insustentável de agressões recíprocas”.
A carta, de 23 páginas, foi publicada esta Segunda-feira e esta à venda nas livrarias italianas, com o título "O Senhor está perto de quem tem o coração ferido".
O Cardeal Tettamanzi manifesta a sua tristeza pelos separados e divorciados que foram “feridos, julgados sem misericórdia ou condenados por homens e mulheres da comunidade cristã”. O Arcebispo de Milão admite que os separados e divorciados têm a impressão de que a Igreja “ignora os seus sofrimentos”.
"A Igreja sabe que, em certos casos, não só é lícito, mas inevitável decidir pela separação; para defender a dignidade da pessoa, evitar traumas mais profundos e manter a grandeza do matrimónio, que não se pode transformar numa série insustentável de agressões recíprocas”.
Fonte: Rádio Vaticano
Mais um espinho na nossa Igreja...
ResponderEliminarA taxa de divórcio no casamento religioso ultrapassou a do casamento civil no ano de 2005 (penso). A taxa de filhos fora do casamento aumenta de ano para ano.
ResponderEliminarApesar de não subcrever o casamento (pior ainda se for pela igreja) acho que é uma coisa séria, como qualquer contrato.
Vivemos numa era em que as pessoas podem decidir e são livres para serem felizes. A monogamia e a vida em comum não são para toda a gente.
Acima de tudo não tornar a coisa precipitada. Quem pretende casar deve ir viver uns tempos como futuro cônjuge para averiguar a sua compatibilidade.
A família mudou. Muitas pessoas põem a carreira (e bem) à frente da família. A estabilidade financeira é essencial.
Os comportamentos da sociedade de hoje não entram muito dentro dos critérios emanados pela hieraquia católica. Mas as estatísticas não mentem. E é muito mau para uma instituição desprezar os seus fiéis (homens e mulheres divorciados), ainda por cima tendo em conta que são cada vez mais.
"Quem pretende casar deve ir viver uns tempos como futuro cônjuge para averiguar a sua compatibilidade."
ResponderEliminarUm namoro bem levado entre duas pessoas maduras permite evitar as incompatibilidades evitáveis.
Quanto ao resto, a vida é sempre tão diferente que não se ganha mais estabilidade por fazer experiências de vida comum.
O que permite a um casamento ser durável é a vontade dos dois de protegerem o seu amor e de o porem à frente de tudo o resto.
Basta que se ponha a carreira à frente do casamento para que se reduzam drasticamente as possibilidades do casamento durar muito, por mais compatibilidades que se tenham.
Mas acho excelente que cada um possa escolher o tipo de vida que quer.
"Um namoro bem levado entre duas pessoas maduras permite evitar as incompatibilidades evitáveis."
ResponderEliminarCaro ca,
É verdade o que disse, pois é um grande risco casar com uma pessoa que não se conhece.
Mas nem sempre um bom namoro dá um bom casamento. Há gente que não se dá muito bem com a vida conjugal, nomedamente quando não há cedências dos dois lados. Daí achar que se deve ter um período experimental.
Quando falei de pôr a carreira à frente do casamento talvez me tenha explicado mal. É claro que quem canaliza pouca atenção ao seu casamento/família em detrimento do trabalho tem maus resultados. Falava do facto de muitos casais adiarem o casamento (ou filhos) em detrimento da carreira profissional. Isto para garantirem alguma estabilidade financeira (a vida está cara).
cptos
"Há gente que não se dá muito bem com a vida conjugal, nomedamente quando não há cedências dos dois lados. Daí achar que se deve ter um período experimental."
ResponderEliminarrj
A questão do período experimental é normalmente uma ilusão. Quanto a avaliar se a pessoa se dá com a vida conjugal durante algum tempo, não é preciso uma experiência conjugal. Basta ver se a pessoa é capaz de viver numa qualquer comunidade, desde a sua própria família até ser capaz de viver num apartamento com amigos.
Mas a mais perigosa ilusão é pensar que se as coisas correm bem ou mal durante um tempo então está estabelecida a regra para o futuro.
A vida conjugal ao longo de toda uma vida não pode ser experimentada. Nenhum de nós sabe como vai estar e sentir-se daqui a dez anos. Quanto mais saber como vai evoluir o outro e as circunstâncias.
Se acrescentar a isso a vinda dos filhos, que não pode ser feita "à experiência" e tem um impacto muitíssimo superior à mudança solteiro/casado, não há maneira de assegurar seja o que for.
O que pode dar consistência ao casal para manter uma vida conjugal por todos os dias da sua vida é outra coisa: é a preparação mesmo durante a vida de solteiro e a determinação de fazer do casamento a opção mais fundamental e de defender esse casamento com todas as suas forças e capacidades, procurando ajuda sempre que necessário.
Não se trata de ignorar outros aspectos da vida (como a situação financeira ou a realização profissional) mas sim de perceber que estes aspectos esão ao seviço do mais fundamental que é o casamento.
Ora o pouco que se descobre numa experiência conjugal prévia não resolve o que é fundamental e pode dar uma falsa sensação de segurança ou fazer perder uma boa relação porque quando surgem as primeiras dificuldades não se investe tudo e desiste-se.
Mais do que um contrato, quando nos casamos damo-nos todos. Se isso nos assusta podemos avaliar porquê e se a vida de casado é para nós.
Mas não é numa experiência à qual falta essa característica de doação total que podemos avaliar isso.
"Mas a mais perigosa ilusão é pensar que se as coisas correm bem ou mal durante um tempo então está estabelecida a regra para o futuro."
ResponderEliminarca,
A sua afirmação é interessante e acho que diz muito sobre o assunto.
Apenas acho que não se aplicará para o caso de se descobrirem incompatibilidades "irresolvíveis".
rj
ResponderEliminarEm que é que está a pensar quando fala de "incompatibilidades "irresolvíveis""?
Divergências...
ResponderEliminarImagine-se a situação em que se fartam (e/ou se zangam constantemente) um do outro em pouco tempo, coisa que não acontecia quando namoravam pois não partilhavam a vida em comum a esse ponto.
Para não falar em problemas de ordem sexual.
rj
ResponderEliminarDo que conheço da psicologia, pode haver dificuldades sérias na compatibilização de duas pessoas mas esse tipo de incompatibilidade pode pereitamente ser avaliado durante o namoro, desde que haja conversas sérias a debater assuntos em que há conflito.
Quanto à sexualidade, ela é importante mas não é o mais essencial do casamento. Quando há dificuldade, como em outras áreas, há ajudas possíveis, nomeadamente as consultas de sexologia. Já agora, nos livros de sexologia não existe a noção de "incompatibilidade sexual".
Sobre isso vale a pena ler duas citações de um especialista americano em relações conjugais, John M. Gottman:
"Uma característica principal dos casais com uma vida sexual realizada é o facto de encararem o acto sexual como uma expressão da sua intimidade, não se ofendendo com quaisquer diferenças nas suas necessidades ou desejos."
"A sexualidade é incrivelmente maleável e, como tal, é realmente possível adaptarem-na aos desejos um do outro de um modo que dê prazer aos dois."
Págs. 210 e 209, respectivamente, do livro "Os 7 princípios do casamento", de J.M. Gottman e N. Silver, Ed. Pergaminho, que recomendo vivamente.