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sexta-feira, janeiro 25, 2008

A importação e a exportação de vocações não é o caminho

Apesar da carência, D. Manuel Felício não pensa importar vocações sacerdotais. “Não creio que seja esse o caminho, a importação não está nosso horizonte". E acrescenta: “o caminho passa pelas comunidades gerarem as suas próprias vocações”. Apesar de outrora ser um alfobre de vocações, hoje a diocese também sente a crise de vocações...
A pastoral diocesana não pode estar relacionada com a “a importação e exportação de vocações”. As comunidades cristãs devem gerar os “agentes de pastoral que precisam”. A realidade missionária evoluiu nesse sentido. “O missionário vai para organizar a comunidade, mas quanto possível preparar a comunidade local com agentes próprios”.

A solução está em aproveitar “centenas de leigos com preparação para intervir na acção pastoral”. E as próprias comunidades religiosas estão “longe de estar devidamente aproveitadas”. A articulação é fundamental para “respondermos as desafios das novas situações”.
Fonte: Ecclesia
Concorda: a solução não está na importação de vocações?
Que preparação prévia é dada aos sacerdotes que tem chegado às diversas dioceses? Um missionário tem de prepara-se para ir para a missão.
Não há um certo egoísmo e aproveitamento dos sacerdotes de países mais pobres do que a diocese para onde vão?
Os sacerdotes que vem trazem algo de novo, vêm como missionários?
Que aproveitamento têm feito as dioceses dos leigos? Não haverá centenas de leigos com preparação prontos a intervir na acção pastoral?

1 comentário:

  1. Eis um tema interessante e que dará, certamente, muito que falar no futuro, muito embora já seja um tema de acérrimo debate, pelo menos, desde o Concílio Vaticano II.

    Não me parece que a solução de importação de vocações (sacerdotais), seja uma solução viável, pelo menos para a Europa. As realidades sociais e culturais são tão díspares que, muitas vezes, faz-se mais asneira do que o contrário. Ser-se missionário/a na Europa é uma "tarefa" que implica saber viver numa realidade muito própria: a realidade do ateísmo, do materialismo e do individualismo, fortemente minados pelo poder político anti-clerical, pela tecnologia e pelos anti-valores. Não quer isto dizer, obviamente, que um missionário de África, da Ásia ou da América não faça cá um bom trabalho! Mas diz-me a minha própria experiência que há sempre algo de desajustado... os padres africanos não "falam" para uma assembleia que lida com o pior do que a Europa já produziu com linguagem que lhe seja apropriada e compreensível, e um padre brasileiro não captará só com a sua vivacidade...

    Não julgo que a solução esteja na importação de vocações. A falta delas é, ao contrário do que se faz crer, uma Graça de Deus! É que a falta de vocações (sacerdotais, sobretudo), pque orá os leigos a trabalhar... (porá?)

    Não conheço muitos seminaristas que tenham tido uma "preparação prévia" nas paróquias, salvo raras excepções. De facto, acho que é uma coisa que faz muita falta: ir para o terreno!!!

    Quanto à última questão que aqui é colocada, e que me diz mais respeito, devo dizer algumas coisas que me tocam mais:

    - Os leigos e as leigas servem para preencher buracos - infelizmente! Há pouca autonomia por parte dos/as leigos/as.

    Claro que tudo depende muito do pároco da freguesia, mas estou habituada a que os padres queiram fazer tudo e isso está errado. É impossível que um padre esteja em todas as reuniões, em todas as formações, etc. Estão tão cheios de trabalho que é impossível estarem em todo o lado! Na minha óptica, o pároco deveria apenas gerir a sua paróquia, delegar funções, aconselhar os leigos e procurar que se vão formando.

    Há, de facto, leigos com preparação prontos a intervir na acção pastoral... mas não aquela que seria desejável. Os leigos não têm formação para exercerem, muitas vezes, papéis muito importantes, tais como a pastoral familiar ou outra. A catequese, a pastoral familiar, etc., exigem formação, gente que esteja atenta, gente crítica, gente de Fé!!! Falta a tudo "profissionalismo", por parte dos leigos! (Vivemos uma pobreza espiritual e cultural incrível!!!)

    Os moldes em que os leigos têm participado, até aqui, têm de mudar. Não basta dizer do altar a baixo que são necessários catequistas. É preciso ir ter com as pessoas e convidá-las directamente, propor-lhes formação, etc.

    As vocações, i.e., o chamamento por Deus é feito todos os dias. Está a precisar de ser reformulado por parte daqueles que Deus chama a "chamar" os outros.

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