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quinta-feira, junho 12, 2008

Contaminações linguísticas

Ontem, o jornal El País tinha um título que me surpreendeu e claro, despertou a minha curiosidade: “España debe mantener la fe”. Durante um instante, pensei que se tratava da recomendação de alguém preocupado pela incultura religiosa espanhola, ou algo parecido. Claro que o título despertou interesse, mas qual não foi a minha desilusão quando percebi que o título não correspondia ao conteúdo, pelo menos aquele que era expectável.
Naturalmente, a pequena entrevista referia-se ao futebol.
É curioso como o vocabulário religioso se transferiu para outros sectores, e mais concretamente para o desporto. O selecionador portugês reza antes dos jogos, algumas pessoas fazem promessas se a sua selecção ganhar, em Itália os adeptos falam inclusive da “fede calcistica” para indicar a equipa a que cada um pertence: fede calcistica juventina, milanista, romanista...
Mas o mais engraçado é quando esse vocabulário se transfere para o campo político. Os partidos políticos celebram os seus conclaves, têm as suas “fumatas” (brancas ou pretas) para eleger os seus lideres, há candidatos “in pectore” para este ou aquele cargo... E tudo isso, acontece independentemente da ideologia de cada partido. Talvez poderiamos reconhecer que a fé cristã na Europa teve e têm mais influência do que se pensa...

3 comentários:

  1. Duas precisões:

    - o conceito de fé/crença não se reduz ao âmbito religioso (sendo que nele encontra o seu significado mais pleno).

    - é comunmente aceite que o fenómeno do futebol se está revelando/construindo como verdadeira religião secular (pretensão própria, também, de algumas ideologias políticas).

    JS

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  2. Ora bem... JS não é de José de Sousa?!

    Uhmmmm?! Não...o dito moço pouco mais sabe que assinar o nome. Não seria capaz de escrever tanto.

    Também fez uns projectos burlescos.

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  3. Eu acho que eles não têm fé. Eles têm mesmo é muitas fezes e libertam muitas "fumatas" incolores mas muito desagradáveis.

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