Powered By Blogger

quinta-feira, maio 17, 2007

O celibato é ou não uma vocação?

Hoje, estou convencido, que há mais vocações sacerdotais do que celibatárias.
Hoje, muitos jovens aceitam a disciplina do celibato sem vocação, porque a vocação sacerdotal é mais forte. Alguns destes jovens, acabam por casar, porque a Igreja exige-lhes que sejam celibatários. Outros, apesar de não viverem bem com isso, continuam a exercer o sacerdócio. Se calhar, esses jovens sem vocação ao celibato, deviam todos renunciar à vocação sacerdotal.

Eis a questão de fundo:
se Deus chama muitos jovens ao sacerdócio sem os chamar ao celibato, porque é que a Igreja Latina (no Oriente não é assim) continua a impor disciplinarmente o celibato?
Aquilo que devia ser um grande valor e um grande sinal para a sociedade de hoje, corre o risco, por via da imposição disciplinar a quem não tem vocação para tal, de se tornar num jugo pesado e deixa de ser um sinal de Deus.
Gostava de ouvir a vossa opinião?
------
Uma das opiniões:


"Como dizia o outro: "eu sou do tempo"...em que se era quase excomungado se ousasse discutir este tema em público e às claras!...O celibato era indiscutível... era impensável pensar doutra maneira...seria uma catástrofe imaginar que os padres pudessem casar e serem sacerdotes ao mesmo tempo...era o mesmo que tentar juntar o azeite e o vinagre.


Os padres...devem ser castos...logo não podem nem devem casar...porque o casamento, lá no fundo, era qualquer coisa de impuro, por natureza!...o casamento "distraia" o padre do serviço da igreja...roubava-lhe disponibilidade...complicava-lhe a vida...e por aí fora.


Porquê? Porque se construiu a ideia de que ser sacerdote era uma missão transcendente à normalidade das coisas reais...era assim como ter de ser um bombeiro sempre em acção, pronto a apagar fogos...ou um soldado sempre em guerra...para quem a família só estorva...

Ou seja: onde deveria imperar a normalidade da natureza, erigiu-se uma "ideia-força" criou-se um arquétipo sacrossanto abstracto, afastado do chão, impôs-se como uma realidade incontornável e...implantou-se de estaca...na terra. Claro que essa planta artificial...pegou e ao cabo de séculos...impôs-se como não podendo deixar de ser assim...

Ora, sabemos que as coisas não tiveram o mesmo desenvolvimento na Igreja do Oriente. Aí, manteve-se aquilo que brota da natureza das coisas. É como casado que o sacerdote exerce o seu múnus...em toda a extensão. E mais. Enriquecido pela riqueza do casamento. Com uma família à sua volta e na sua dependência. O resultado é de perfeita harmonia e conjugação. O padre não vive numa estratoesfera...não perde o sentido das realidades...não se estonteia com as alturas como infelizmente vemos como foi, no passado e muito, ainda no presente.

O apregoado "trunfo" do celibato não tem razão de ser, como condição sine qua non...Com o tempo, lentamente, tudo entraria na normalidade, se aquele deixasse de ser imposto...Acho que seria uma "revolução" pacífica e muito frutuosa...para a Igreja.".

16 comentários:

  1. Havia uma oração que era "na simplicidade do meu coração cheio de alegria dei-Te tudo". E acredite que os padres estão "casados" com a comunidade e que já dá um trabalhão. Por isso há que aproveitar este "matrimónio".
    abraço, Kim

    ResponderEliminar
  2. Tanto o celibato obrigatório como o papel da mulher no seio da Igreja terá que ser revisto. É absurda a resistência da hierarquia da igreja. Quanto mais tarde pior.

    Palheirense

    ResponderEliminar
  3. Gostava de ouvir a nossa opinião?

    Este tema tem sido muito recorrente neste Blog.

    Já foram dadas, em vários Posts, muitas opiniões sobre o assunto, umas contra outras a favor, como é obvio.

    O repisar neste assunto, denota que há muita "insegurança" e pouca entrega na vocação de alguns sacerdotes.

    Claro que é sempre fácil falar quando se está de fora. Apesar de preferir o celibato do sacerdócio,
    não deixo de considerar que, se fosse homem, de certeza que não aguentaria entregar-me à castidade. Mas como também não me considero perfeita e julgo sempre que há muita gente bem melhor do que eu e mais santa, admiro os sacerdotes que conseguiram, com a ajuda divina, força de carácter e grande abnegação e generosidade, para a entrega total das suas vidas.

    Continuo a entender, no entanto, que não é por causa do celibato que a crise de vocações aumenta... Este assunto também já foi debatido. (Vivemos em tempos difíceis, de grande Apostasia).
    A ver vamos, quando chegar o momento de os padres poderem casar. Mas pode ainda demorar muito tempo.

    Não foram os leigos que escolheram este Papa, mas a classe sacerdotal, ou eclesiástica, melhor dizendo.
    Pensam que este será um Papa de transição? Que em breve virá outro?
    Só Deus sabe!
    Não vá acontecer como ao outro senhor, que comprou, por dois patacos, a casa de uma senhora de 90 anos na mira de em breve fazer um grande negócio. A senhora ficou com o usufruto vitalício da casa e só morreu aos 120 anos.
    E esta, hem?!

    ResponderEliminar
  4. Uma notícia a propósito:
    http://www.lemonde.fr/web/article/0,1-0@2-3224,36-904593@51-904595,0.html

    ResponderEliminar
  5. Como dizia o outro: "eu sou do tempo"...em que se era quase excomungado se ousasse discutir este tema em público e às claras!...
    O celibato era indiscutível...era impensável pensar doutra maneira...seria uma catástrofe imaginar que os padres pudessem casar e serem sacerdotes ao mesmo tempo...era o mesmo que tentar juntar o azeite e o vinagre. Os padres...devem ser castos...logo não podem nem devem casar...porque o casamento, lá no fundo, era qualquer coisa de impuro, por natureza!...o casamento "distraia" o padre do serviço da igreja...roubava-lhe disponibilidade...complicava-lhe a vida...e por aí fora.

    Porquê? Porque se construiu a ideia de que ser sacerdote era uma missão transcendente à normalidade das coisas reais...era assim como ter de ser um bombeiro sempre em acção, pronto a apagar fogos...ou um soldado sempre em guerra...para quem a família só estorva...

    Ou seja: onde deveria imperar a normalidade da natureza, erigiu-se uma "ideia-força" criou-se um arquétipo sacrossanto abstracto, afastado do chão, impôs-se como uma realidade incontornável e...implantou-se de estaca...na terra.
    Claro que essa planta artificial...pegou e ao cabo de séculos...impôs-se como não podendo deixar de ser assim...

    Ora, sabemos que as coisas não tiveram o mesmo desenvolvimento na Igreja do Oriente. Aí, manteve-se aquilo que brota da natureza das coisas. É como casado que o sacerdote exerce o seu múnus...em toda a extensão. E mais. Enriquecido pela riqueza do casamento. Com uma família à sua volta e na sua dependência. O resultado é de perfeita harmonia e conjugação. O padre não vive numa estratoesfera...não perde o sentido das realidades...não se estonteia com as alturas como infelizmente vemos como foi, no passado e muito, ainda no presente.

    O apregoado "trunfo" do celibato não tem razão de ser, como condição sine qua non...

    Com o tempo, lentamente, tudo entraria na normalidade, se aquele deixasse de ser imposto...
    Acho que seria uma "revolução" pacífica e muito frutuosa...para a Igreja.

    ResponderEliminar
  6. Eu também acho que a crise sacerdotal pouco tem a ver com o celibato, antes com uma sociedade extremamente permissiva e superficial.
    Tenho falado com muitos padres que, se pudessem casar, não o fariam.
    Acho que o casamento com a comunidade exige muito e liberdade absoluta.

    ResponderEliminar
  7. Não foram o casamento e a paternidade que impediram S.Tomás More de entregar a Cristo ,em total fidelidade e disponibilidade ,a sua vida pelo martírio.

    ResponderEliminar
  8. Também acho que se deve repensar o assunto do celibato. E não me digam que se trata de uma questão de disponibilidade. Os párocos da minha paróquia quase nunca têm tempo para nos ouvir...

    ResponderEliminar
  9. Se os párocos quase nunca têm tempo para nos ouvir, como diz a Maria João, como seria então, se fossem casados...

    ResponderEliminar
  10. Porque será que tantos jovens estão a servir a igreja em paises de missão que andaram no seminario e dizem não preciso de ser padre para o fazer e a familia mulher e filhos estão presentes. Serão menores que os outros? enfim birra

    ResponderEliminar
  11. Servir a Igreja todos nós leigos podemos servir com o nosso contributo, com a nossa ajuda, seja nas Missões, seja na nossa paróquia ou de diversas outras formas.

    Estar à frente de uma Igreja, como compete aos padres, é um pouco diferente e requer permanência total.

    Daí, haver leigos e padres; haver missionários padres e missionários leigos - todos com diferentes funções.

    ResponderEliminar
  12. Celibato dos padres? Nao consigo compreender a rigidez e inflexibilidade da Igreja...nao entendo porque nao pode ser opcional, tal como acontece noutras Igrejas...
    (peço desculpa, mas os acentos neste computador nao estao a sair)
    mrc

    ResponderEliminar
  13. e padre acata celibato??? com tantos coroinhas e freiras (e padre "amigos") ao seu redor...
    hum... parece a historia de Adão e Eva e maçã....

    ResponderEliminar
  14. «O celibato é ou não uma vocação? »

    Este post está interessante, só não esclarece o porquê de a Igreja insistir em que os "Funcionários de deus" não se casem.

    ResponderEliminar
  15. É simples: Pelo amor ao dinheiro!

    Padre que não casa, deixa tudo (ou quase tudo) para a Igreja.
    Se tivesse filhos e esposa, todo o dinheiro de uma vida inteira de trabalho e reforma, ficariam para a esposa e filhos.
    É assim tão dificil de perceber?

    ResponderEliminar
  16. Em minha opinião o celibato deveria ser opcional como em tantas outras religiões ... Os padres são seres humanos, não esqueçamos disso!

    ResponderEliminar