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segunda-feira, setembro 04, 2006

"A Igreja vive e viverá não obstante sofrimentos e falências"

"A Igreja vive e viverá não obstante sofrimentos e falências;nem Hitler conseguiu destrui-la" salientou o Papa encontrando nesta quinta feira os párocos de Albano e Castelgandolfo
A Igreja vive e viverá não obstante tantos sofrimentos e falências. Sobreviveu em dois mil anos de historia superando nos séculos passados as invasões muçulmanas, as correntes iluministas, Marx e Hitler que queria destruir o catolicismo.
Bento XVI que encontrou esta quinta feira em Castelgandolfo os párocos de Albano e Castelgandolfo respondeu a algumas perguntas que lhe foram dirigidas sobre o papel e a missão que toca ao pastor de almas.
O Papa recordou as dificuldades da Igreja no passado, superadas pouco a pouco pelos cristãos da Ásia Menor, e as situações que se vieram a criar ao ponto que a Igreja parecia que ia acabar. Mas chegou a revitalização com tantos santos como Santo Inácio de Loyola ou Santa Teresa de Ávila.
Rousseau e Voltaire afirmavam que a Igreja tinha poucas possibilidades, mas depois o século XIX foi o século dos santos, das congregações religiosas. A fé é mais forte do que todas as correntes que vêm e que vão.
No século passado Hitler estava convencido que somente um católico podia destruir o catolicismo e ele podia ter todos os meios para o fazer. O mesmo aconteceu com ma propagação da corrente marxista que também neste caso – sublinhou o Papa - as palavras de Cristo foram mais fortes do que a visão marxista. Por isso devemos ser corajosos. A Igreja é esperança que não acaba.
Bento XVI convidou os padres a darem testemunho de uma Igreja viva, no meio deste mundo sedento de esperança, e comparou a crise da fé no sacerdócio com os desacordos matrimoniais, ressaltando a necessidade de "aceitar e reconhecer o outro quando parece que já não podemos estar juntos”. "É necessário aprender a conhecer-se de novo, aprender a amar-se com um amor mais verdadeiro", indicou.
O Papa pediu aos sacerdotes com dúvidas vocacionais que não percam de vista os sacrifícios quotidianos de tantos maridos, as noites de insónia dedicadas aos filhos e os problemas ligados à convivência. "Uma beleza feita apenas de harmonia é deficiente. A verdadeira beleza necessita do contraste. A escuridão e a luz se complementam-se; a uva, para amadurecer, precisa também da chuva e do vento", explicou, defendendo que é preciso aprender "a necessidade do sofrimento da crise".
Preocupado com os jovens, Bento XVI apelou à criatividade, com iniciativas que levem os jovens a fazer o bem e encontrar caminhos positivos de ética cristã. O exemplo de São Francisco de Assis, “uma espécie de playboy que sentia que a sua vida não o satisfazia” foi, neste contexto, apresentado pelo Papa.
Quanto à seriedade da Eucaristia, Bento XVI sublinhou que "uma boa celebração é aquela que permite realmente o diálogo com Deus". Porque "os textos da missa não são textos de teatro, mas sim orações onde o sacerdote, com a assembleia, fala com Deus".

1 comentário:

  1. "Preocupado com os jovens, Bento XVI apelou à criatividade, com iniciativas que levem os jovens a fazer o bem e encontrar caminhos positivos de ética cristã. O exemplo de São Francisco de Assis, “uma espécie de playboy que sentia que a sua vida não o satisfazia” foi, neste contexto, apresentado pelo Papa."

    O caminho para falar de Cristo aos jovens tem que ser mais positivo e afirmativo do que esperar que se sintam insatisfeitos com a vida que levam. Passa por fazê-los sentir o Amor de Cristo e ajudá-los a deixarem-se seduzir por esse Amor.

    E é também esse Amor o caminho para a ética. Não será a "criatividade" que aproximará os jovens da ética.

    Mas estou de acordo com o essencial: a Igreja já passou por tanto que sobreviverá também a este Papa, que parece querer ter ele sozinho as respostas para todos os problemas.

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