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sábado, junho 14, 2008

Algumas "inquietações" dos leitores...

"Eu até concordo que os Bispos se dediquem a estudar os problemas de gestão da Igreja...
O Evangelho fala de gestão... (...)
Na Igreja há um sério problema de gestão... há diferenças, dentro do País, de diocese para diocese, quanto à sustentaçãodo Clero, por exemplo... Há padres a ganharem imenso dinheiro... há padres que mal conseguem viver com o que lhes é dado... Há padres que para terem dinheiro para viver precisam de se dedicar a outras tarefas que não a do Anúncio da Palavra (dar aulas, por exemplo... (...).

Porém, a mais grave crise de gestão que os nossos Bispos precisam de enfrentar e resolver é a dos Recursos Humanos... Há dioceses com padres «a mais» e dioceses com padres «a menos»... quando se passa dessa visão mesquinha, alicerçada numa visão legalista da «incardinação» do Clero e se implementa uma Gestão de Partilha e Comunhão no que toca à distribuição do Clero na Igreja em Portugal??
Espero que os nossos Bispos estudem bem... e sejam ousados nas suas conclusões e perspectivas de acção para o futuro e não venham destas Jornadas apenas com «mais do mesmo»".
Um Padre (também) inquieto, 14.06.8

"Mais importante que aprender gestão é reaprender o Evangelho, a justiça e a solidariedade.
Realmente, anunciar aumento das Missas numa altura de tão grande crise que sensibilidade mostra? Os nossos bispos precisam de aprender muito! "
Anónimo 14.06.08
"O que eu quero da Igreja é Amor; Honestidade: Humildade; Verdade; Justiça; Caridade…
A minha história com a Igreja é muito triste:O meu caso refere especificamente a um homem (padre); que nas suas homilias fala de Amor, Partilha, Humildade; etc., mas a realidade dele é bem diferente (...) "
Anónimo 05.06.08

10 comentários:

  1. Amo muito a Igreja. Talvez por isso mesmo estou completamente desencantada com ela.
    Sei que ela é portadora de Cristo. Mas não O vejo nela: nem nas palavras, nem nos gestos, nem nas atitudes.
    A Igreja tem de mudar. Caso contrário, ficará cada mais vazia, mais egocêntrica.

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  2. Desculpem o excesso de texto, mas só nestas palavras de D. Manuel Martins me posso dizer: «Sim, é a minha casa.Esta Igreja onde eu nasci e onde quero morrer.Nela me sinto bem. Nela gosto de estar.Aqui, eu penso, projecto, sonho, alimento-me.Aqui, rezo, recordo, choro, zango-me, encontro-me.Aqui sofro, aqui canto. A Igreja é a minha casa. Gostaria, tantas vezes, de a ver
    mais acolhedora,mais aberta,com mais espaços para pessoas outras
    (não é ela comunhão e sacramento?),
    mais gratuita,
    mais convidativa.
    […]
    Eu amo muito a Igreja porque a Igreja é a minha casa.
    Com defeitos?
    Com as rugas dos anos?Mas é a minha casa! Então, porque lhe quero muito,vou pintá-la de fresco,vou rasgar-lhe mais portas,vou torná-la mais simpática,mais disponível,mais atenta.Vou fazer com que cante mais a beleza da vida perca o medo e salte para o mundo, grite os valores e os direitos das pessoas e dos povos.
    A Igreja é a minha casa.Se eu quiser, se tu quiseres, se nós todos quisermos,todos virão a ela e todos nela se sentirão bem. Porque ela é o rosto de Deus.
    Porque Deus habita nela.»

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  3. «Realmente, anunciar aumento das Missas numa altura de tão grande crise que sensibilidade mostra?»

    Não podemos olhar para os Bispos, nem mesmo para o Papa, como se fossem eles os únicos responsáveis por todos os 'males' da Igreja...(como o não é o Governo pelos problemas do país). Na verdade todos os que SOMOS Igreja temos a nossa RESPONSABILIDADE e não nos podemos demitir dela sem mais...
    Sobre esta questão das missas o problema não é dos Bispos... é do POVO. Vão lá para as paróquias falar de diminuição das Missas, de Celebrações da Palavra, de Casamentos ou baptizados ou funerais apenas com Celebração da Palavra ou mesmo presididos não por um Padre, mas por um Leigo... e logo verão a resposta... Onde isso já acontece não é por uma maior consciência eclesial, mas apenas por imposição de uma realidade: falta de Padres.
    Não são apenas os Bispos que precisam de aprender muito... também os Fieís Leigos o precisam!!

    «O meu caso refere especificamente a um homem (padre); que nas suas homilias fala de Amor, Partilha, Humildade; etc., mas a realidade dele é bem diferente (...) "»
    Acreditem ou não eu tenho todas as razões para me 'afastar' da Igreja (enquanto Instituição), deixar de ir à missa, etc... Não exerço o Ministério por razões minhas... sofri muito enquanto padre por causa do Povo... pensam que são apenas os fiéis que sofrem com os padres? Nós também sofremos, e muito... Não deixei de acreditar na Igreja... Não deixei de todos os Domingos lá estar... para celebrar a minha Fé, a minha Comunhão com Jesus e os Irmãos... porquê? Porque não vou à Igreja 'atrás' do padre... vou à Igreja à procura de Deus.
    Acho que muitos Cristãos hoje vão à Igreja precisamente, não à procura de Deus e da Sua Palavra, mas à procura de alguma outra coisa que nem sempre encontram...

    Nada disto retira o valor às afirmações feitas pelos caríssimos irmãos que partilharam as suas reflexões, como eu. Elas têm um fundo de verdade que não pode ser negado.
    Os nossos Bispos precisam de ser mais audazes no 'governo' desta Igreja e o Clero precisa de ser mais fiel à sua Missão: Educar para a Fé e para a vivência responsável do Evnagelho em cada dia.

    Um padre (também) inquieto.

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  4. Aumento do nº de Missas?
    Porque não?

    Porque se há-de meter toda a gente na Igreja, num mesmo horário, permitindo até que muitos não consigam frequentá-la por escassez de horários, uma vez que quem trabalha, muitas vezes se vê obrigado a ficar sem alimento espiritual.

    Abram-se os hiper-mercados e, pelo menos, não nos falta, a qualquer hora, o alimento corporal.

    Falar em crise espiritual, quando se pretende, cada vez mais, fechar as Igrejas e abri-las somente em períodos restritos?!
    Isto assim é que vai uma crise!

    Os padres não querem mesmo trabalhar!

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  5. Concordo que alguns padres não querem mesmo é trabalhar!
    Dou como exemplo o padre da minha Paróquia de S. Martinho Fundão, celebra apenas uma missa por dia de terça-feira a sábado às 19.15h; duas no domingo 10h e 12h; depois fica a descansar até terça-feira (excesso de trabalho?); regressa ao atendimento paroquial de terça-feira a sexta-feira das 17.30h às 19h (nem sempre).
    Está sempre incontactável, “empurra” todo o trabalho para os colegas, apenas está disponível para o que lhe possa dar visibilidade.
    Também este padre ganha imenso dinheiro, vive numa enorme e luxuosa vivenda (anda de mercedes), todas as despesas da casa paroquial (água, luz, telefone, etc.) inclusive a empregada a tempo inteiro são suportadas pela paróquia.
    Será uma vocação ou uma profissão?

    M.R.J.

    Ps.Podem confirmar...

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  6. O M.R.J.
    Qual é a pedra no sapato.
    Esqueceu-se que os padres também são humanos!!!
    Esqueceu-se que ser padre não é apenas celebrar os actos de culto (funcionários da religião para maior comodismo dos fiéis)!!!
    Esqueceu-se que quem ganha também pode repartir. E será bom que aqueles que tem mais repartam com os que tem menos...
    Para si ser padre é o que?
    Fazer as "vontadinhas", tornar a "pratica" da religião mais fácil, suavizar a radicalidade evangélica.
    Um colega que não conhece o citado colega, mas não concorda com M.R.J.

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  7. eu também sou padre... e fico espantado com aquilo que disse o sr(a) MRJ. Ser padre tem como ponto central na nossa vida do dia a dia a celebração da Eucaristia... tudo para ela converge e dela dimana! Mas a missão do padre não se esgota na celebração dos sacramentos... existem, elementos também muito importantes: reuniões de baptismo, de casamento, com os conselhos económicos, de formação cristã para adultos, com catequistas, com jovens, com grupos corais, ...(que por acaso me ocupam todas as noites, menos a do dia que eu marquei como folga!). E os funerais; e preparar as reuniões... há coisas que não se improvisam; e preparar as homilias das celebrações; e rezar; e ler a Palavra de Deus; e estudar teologia; e visitar os doentes (em casa e no hospital); e receber as pessoas no cartório paroquial; e estar com os paroquianos na casa deles, ou nos cafés; e tratar de assuntos juridicos das paróquias; e descansar; e estar com os amigos e a família! Afinal... nem sempre o tempo estica... como alias deve imaginar! Parece então que ser padre não é só celebrar sacramentos à la carte. Penso que é preferivel valorizar uma celebração da Eucaristia diária com um grupo razoável da comunidade e ir rodando pelos diversos locais das paróquias do que estar a celebrar muitas missas para duas ou três pessoas! Penso eu, mas posso estar errado!

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  8. Pois é... 50 anos depois, quase, do Concílio Vaticano II e o Santo Povo de Deus continua a olhar para o Padre apenas e meramente como o «Funcionário do Sagrado», nas palavras de Drewermann. Também por culpa de nós, padres, que muitas vezes nos remetemos apenas a esse papel...
    Mas têm razão o caros colegas que aqui 'falaram'... os padres não são apenas para o serviço sacramental. Há muito da missão do Padre que é 'invisível'... passa despercebido...
    Não podemos dizer que não há excepções... claro que as há mas essas apenas confiram as regras.
    Temos missas a mais. Porque são cada vez menos os que as frequentam.
    Temos Igrejas a mais. Porque são cada vez menores as Comunidades e maiores as facilidades de deslocação entre lugares vizinhos.
    Temos comodismo a mais. Porque por vontade própria, cada cristão teria a sua missinha, à hora que mais lhe convinha, de preferência em casa... Se a Igreja agora é um «super-hiper-mercado» passaria a ser também um «Serviço ao Domicilio».

    Haja bom-senso na reflexão... e seriedade nas 'acusações'!!

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  9. As pedras no sapato?

    Sabemos que também é humano e muito bem…
    Lógico que tem de ter tempo para si próprio, para a família, etc.
    Quanto ao repartir (nem comentamos) …
    Quanto a todas outras tarefas inerentes a uma paróquia, sabemos que existem…
    Mas é mais cómodo delegar nos outros…
    E passar o tempo a lamuriar-se do excesso de trabalho…
    O ser Padre é ser humano, errar como todos os humanos…
    Mas é ter a consciência do erro e não o voltar a cometer…
    Não é celebrar “sacramentos à la carte”; nem o comodismo das “missinhas em casa” tudo isso acessório…
    Quanto ao bom-senso na reflexão... e seriedade nas acusações…
    São muito sérias e verdadeiras, imaginem o que é ser usados, explorados, humilhados e descartados quando já não somos "úteis" aos interesses de alguém, e ser tratados como “lixo humano.”
    Fica muito bem defender os colegas…
    É muito mais fácil acusar os fiéis…
    Fiquem bem dentro das vossas igrejas, com os vossos “ricos” paramentos e a vossa hipocrisia…
    Da igreja e dos padres apenas queremos distância…

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  10. A floresta não se avalia pela àrvore.
    Nunca aqui ng disse que os padres eram (são) perfeitos.
    Ninguém questionou a autenticidade de quaisquer afirmações feitas por outros...
    Eu, pessoalmente, apenas pedi que houvesse um sentido mais positivo na forma como se discutem as ideias... apontar o dedo não basta.

    Extrapolar uma experiência que é pessoal para o universo de toda a Igreja não apenas é insensato como é injusto. Há Padres que não merecem ser confundidos com os maus exemplos que outros vão dando...

    E por fim... a IGREJA não É os Padres (Bispos e Papa incluídos). A Igreja somos todos nós, BAPTIZADOS. A Missão da Igreja é a Missão de todos os Baptizados. A Paróquia não É o Padre. São todos os Baptizados que vivem no território físico daquela Comunidade. Não é APENAS o Padre que tem de trabalhar... são TODOS os Baptizados. O maior comodismo, na verdade, na Igreja, não está nos Padres... está nos Cristãos em geral que vão á Igreja como quem vai ao supermercado: entra, pega o que quer e sai... de preferência sem pagar nada, ou seja, sem se comprometer com o quer que seja.

    Ora... quem de livre vontade («da Igreja e dos Padres queremos distância»)não quer SER Igreja... que autoridade moral se lhe pode reconhecer para julgar o quer que seja acerca da mesma?? A alguém assim só se pode aconselhar uma coisa: ponha em prática o que diz; mantenha a distância!

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