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terça-feira, abril 22, 2008

Privatizar a fé?

O papa acaba de concluir uma corajosa visita aos EUA.
Não deixou na gaveta nada que fosse polémico.
Defendeu vigorosamente os Direitos Humanos.
Elogiou e reforçou o papel das Nações Unidas.
Dialogou com instituições e outras confissões religiosas.
Condenou os totalitarismos, a começar pelo Nazismo.
Não disfarçou os casos de pedofilia, assumiu-os como uma vergonha.
Não se furtou ao diálogo, recebendo algumas das vítimas.
Lembrou as vitimas do terrorismo, mas também aquelas que se deixam consumir pelo ódio (...)
Aos católicos americanos, Bento XVI deixou uma mensagem especial: "Nesta terra de liberdade religiosa, os católicos encontraram não apenas a liberdade de praticar a fé, mas também de participar plenamente na vida civil, levando consigo as próprias convicções morais para a praça pública e cooperando com os vizinhos para forjar uma vibrante sociedade democrática".
Bento XVI salientou que a fé não se resume a uma dimensão pessoal ou privada. É um assunto que preocupa o Papa. É urgente encoranjar os católicos europeus a viver em coerência e de corpo inteiro, assumindo a Fé em todas as dimensões da vida e não apenas na esfera particular. Não podem ser cristãos na Igreja e bacteriologicamente neutros cá fora.
José Luis Ramos Pinheiro in Correio da Manhã
A História prova-nos que as tentativas de privatizar a Religião,
de metê-las na gaveta,
nunca deu bom resultado.

7 comentários:

  1. "Não podem ser cristãos na Igreja e bacteriologicamente neutros cá fora."

    Certíssimo. Nem podem ser adultos cá fora e tratados como súbditos ou crianças dentro da Igreja.

    Enquanto a Igreja não assumir os leigos como adultos, inspirados pelo Espírito e corresponsáveis na orientação de toda a comunidade, vai ter sempre grandes dificuldades.

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  2. ai como nos falta essa dimensão comunitária da fé...

    mas, parece-me, que seria um sacrifício demasiado grande pasra o qual não vejo esta igreja ocidental muito disponível...

    faria muitas rupturas, e alhgumas bem urgentes...

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  3. «a fé não se resume a uma dimensão pessoal ou privada...participar plenamente na vida civil, levando consigo as próprias convicções morais »

    Isto é uma declaração de guerra ou quê?

    Que importa ao meu vizinho se eu so Mormon ou Jeová!?

    Já pensaram o que seria se todos os crentes religiosos de todas as seitas que por aí pululam resolvessem «participar plenamente na vida civil, levando consigo as próprias convicções morais » ???

    É precisamente o contrário, a fé deve ser pessoal e restringir-se à esfera do privado para bem de todos e respeito dos demais.

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  4. Anónimo

    Quando participa na vida civil baseia-se nas convicções morais de quem? Ou acha que na nossa participação na vida pública não temos que ter moral nenhuma? Há por aí muito socialista republicano que realmente parece não ter moral nenhuma na vida pública, mas nem todos são assim.

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  5. Cara CA.

    Não confunda religião com politica, apesar do seu casamento ser uma constante.
    É adepta da burka e do apedrejamento ou do cilício e jejum obrigatório?
    Se consigo compreender a sua saudade pelo churrasco, lamento dizer-lhe que a democracia nada tem a dever à Religião, pelo contrário ainda hoje o Vaticano não assinou a Convenção Europeia dos direitos do Homem, a que moral se refere Vossa Excelência pode dizer-me?

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  6. Porque é que as pessoas tem medo hoje de afirmar que são religiosas, que acreditam em Deus, que seguem determinados principios e valores morais na sociedade, no emprego, na familia?
    Hoje as pessoas sentem-se livres de afirmar a sua fé publicamente?
    O termo "liberdade religiosa" deve ser intrepertado restitamente? Só somos livres na esfera privada ou também na esfera publica?
    Se eu escolher ser cristão deve ser descriminado (redicularizado) num país livre?

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  7. Caro anónimo

    Do dicionário:
    http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx

    "moral, do Lat. morale, s. f., conjunto de costumes e opiniões que um indivíduo ou um grupo de indivíduos possuem relativamente ao comportamento; conjunto de regras de comportamento consideradas como universalmente válidas; parte da filosofia que trata dos costumes e dos deveres do homem para com o seu semelhante e para consigo; ética; teoria ou tratado sobre o bem e o mal; lição, conceito que se extrai de uma obra, de um facto, etc. ;"

    Há quem esteja na vida pública sem regras e achando que não tem outro dever senão manter o poder.

    Mas há quem tenha convicções sobre os seus deveres para com os outros.

    Parece que o anónimo, tão obcecado está em excluir a religião da sua vista que se esquece de qualquer tipo de moral na vida pública.

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