O Pe. Amedeo Cencini, consultor no Vaticano, explica como mobilizar pessoas e comunidades.
A tão propalada crise de vocações na Igreja Católica deve levar as pessoas e comunidades crentes a perceberem que vivem numa sociedade pré-cristã. Esta “inversão” de perspectiva sobre aquilo que nos habituámos a ver pode ser “providencial”.
A tão propalada crise de vocações na Igreja Católica deve levar as pessoas e comunidades crentes a perceberem que vivem numa sociedade pré-cristã. Esta “inversão” de perspectiva sobre aquilo que nos habituámos a ver pode ser “providencial”.
Este especialista defendeu que “se nos apercebermos que vivemos numa sociedade pré-cristã e não simplesmente pós-cristã, tornar-nos-ia mais atentos aos sinais de espiritualidade, incluindo a cristã”. “A perspectiva pós-cristã não nos permite ver estes sinais novos, como se fôssemos apenas uns nostálgicos do passado”.
Esta alteração teria um impacto significativo na pastoral vocacional, porque “teríamos a liberdade interior de procurar novas vocações, não num sentido exclusivo de vocações sacerdotais e religiosas, mas de todas as que o Espírito de Deus pode hoje suscitar numa nova sociedade”.
Fonte: Ecclesia
Quais as vocações que pedimos a Deus nesta semana de Oração pelas Vocações?
Não será que falamos muito de crise e estamos pouco abertos a procurar as vocações que o Espirito quer suscitar?
Estamos num tempo de crise ou num tempo riquissimo e providencial?
Coma a Sobremesa e deixa de ter vontade para comer o Prato Principal!
ResponderEliminarComo são ricas e preciosas as histórias que estão registradas nos Evangelhos, ou melhor, em toda a Bíblia. Certamente, estão recheadas de princípios espirituais que norteiam a nossa vida e nutrem o nosso espírito.
Confesso que não entendo bem como pode haver pregadores tão pobres e superficiais tendo em mãos tão abundante e inesgotável fonte de riquezas. Deus os teria chamado sem tê-los capacitado?
Quantos em sua pregação lêem um texto bíblico por pretexto, sem se ater a ele, sem nada acrescentar, sem exaurir a sua riqueza e beleza e, além de serem superficiais, são enfadonhos. Outros, passeiam distraidamente pela Bíblia sem chegar a lugar algum, no fim da circulante prédica, falaram muito e não disseram nada. Os seus ouvintes vão embora tão vazios quanto chegaram.
Grande parte da culpa pelo "desinteresse dos cristãos" para com a pregação da Palavra deve-se a estes pregadores. Muitos hoje não gostam de ouvir pregação ou, preterem-na pelos cânticos, danças, teatro. Isto tem gerado uma ênfase cada vez maior e mais exagerada nos elementos de apoio à Palavra, a ponto de extinguir as pregações em alguns cultos.
É como se a sobremesa assumisse o lugar do prato principal, ou que o substituísse. A bem da verdade, a sobremesa fica cada dia mais gostosa, saborosa, requintada, atraente e diversificada; na proporção em que o prato principal fica cada dia mais fraco, trivial, repetitivo e insosso.
Mas não devemos ser injustos. Havemos de convir que os que atuam na área da música, dança, teatro, se esmeram com dedicação, estudam, ensaiam, exaustivamente, buscando aperfeiçoar e ficar cada vez melhores no exercício do seu ministério; para vergonha de muitos pregadores que, grande parte das vezes, não têm o mínimo empenho no cumprimento da sua missão, quando este empenho deveria ser ainda maior.
A conseqüência é a desnutrição, a infantilidade e a superficialidade em que vivem muitos cristãos; bem como o surgimento de diversas heresias e práticas escusas no seio da Igreja. Afinal, quem estará melhor preparado para servir ao Senhor, enfrentar crises, tentações e viver uma vida coerente com a vontade de Deus; os que se alimentam da Palavra ou os que vivem a saborear deliciosas sobremesas?
Como Jesus expulsou o tentador: cantando, ou usando a Palavra que ele conhecia bem? (Mateus 4:1-10). Que força teremos para combater o mal se não nos alimentarmos? Como disse anteriormente, e quando a dúvida, a enfermidade, a tentação, a perseguição, a morte vierem bater à porta, como
nfrentar: cantando, ou estando revestido da armadura de Deus e empunhando a espada do Espírito que é a Palavra? (Efésios 6:10-18).
Aparentemente, hoje, a Igreja se aproxima mais do Antigo do que do Novo Testamento, pois quando lemos o Novo Testamento, temos a clara idéia de que o que dominava a mente, o coração e as práticas da igreja primitiva era a Evangelização, a pregação da Palavra e a Oração. Não o Templo, a música, a instituição.
Parece que tudo se deve à velha tendência que a Igreja tem de oscilar entre os extremos. Por exemplo, em gerações passadas a música ocupou um lugar inexpressivo; hoje houve uma inversão. Há sempre o perigo de não enfatizarmos aspectos importantes da fé, assim, na geração seguinte eles retornam com ênfase demasiada.
É certo que em cada época da história do cristianismo fez-se necessário enfatizar certos aspectos da doutrina cristã mais do que em outras. O problema é que nestas épocas, a Igreja tende a enfatizar só o que é necessário para o momento e esquece do restante da verdade.
Por exemplo, houve época em que estava em jogo a humanidade e a divindade de Jesus; daí, foi preciso dar uma ênfase maior na doutrina da pessoa de Cristo. Outra época, foi a doutrina da salvação pela graça; daí a grande ênfase que os reformadores precisaram dar na justificação pela fé.
Houve períodos históricos em que certas doutrinas foram omitidas, ou pouco enfatizadas, nas pregações e no ensino (como o evangelismo e missões e a doutrina do Espirito Santo). Resultado: a Igreja viveu períodos de letargia espiritual, pouco crescimento e pouca influência no mundo. Então eclodiram os grandes empreendimentos missionários e o movimento pentecostal, que varreu o mundo e trouxe vida ao Evangelho, além de alcançando multidões para Cristo.
O erro cometido é deixar de ensinar os demais aspectos da fé, enquanto se enfatiza um em determinado momento necessário. Você pode pregar sobre prosperidade, mas não pode pregar só sobre prosperidade, isto gera desequilíbrio. Não nego que deva haver certas ênfases, mas não podemos esquecer que devemos ensinar às pessoas a observarem todas as coisas que Jesus mandou (Mateus 28:20).
Como disse, não sou contra o louvor, a dança, o teatro na Igreja. Mas não sou a favor que eles ocupem o lugar principal nos cultos e na vida cristã. O louvor é bíblico, é bom e é o meio que Deus tem usado no presente para trazer unidade à sua multifacelada Igreja. É evidência de avivamento, é um grande motivador à espiritualidade, fervor e piedade; porém, em relação à pregação da Palavra, é como a sobremesa comparada com o prato principal. Ele tem o papel de dar suporte, de atrair as pessoas para que ouçam com maior atenção a Palavra de Deus.
Portanto, não devemos deixar que prato principal seja substituído pela sobremesa. Infelizmente, as crianças normalmente preferem à sobremesa ao prato principal. Somente adultos podem reconhecer que, conquanto a sobremesa seja mais saborosa, a refeição é mais importante. Cada qual tem a sua hora e lugar, devem conviver juntos, uma não deve ser eliminada ou substituída pela outra. Preparemos e saboreemos deliciosas sobremesas; sem
deixar de preparar e degustar deliciosas refeições.
Então, é hora de aprender com Jesus o que é ser um Pregador da Palavra; é disto que o nosso povo precisa. Pregadores verdadeiros e profundos. De tagarelas já bastam os políticos da nossa sociedade que, para angariar votos, dizem coisas que não fazem, e que nem eles mesmos acreditam.
Para Jesus, cada pergunta, cada circunstância, cada acontecimento, por mais trivial e fortuito não lhe passava desapercebido, e se transformava em grande e poderoso ensinamento. É uma pena que hoje em dia, a função, e não a sensibilidade, move os grandes pregadores. Não se ensina mais pelo viver, mas pelo cargo que se ocupa, e com dia, hora e lugar determinado. Em conseqüência, há uma falta de unção e de resultados reais e duradouros, bem como de autoridade e poder.
Jesus sempre aproveitou cada oportunidade para ensinar e pregar. Não dependia de púlpito nem de multidões, só da ocasião. Qualquer jumento, barquinho, monte, casa, estrada, mesa, pedra, era o seu púlpito. Sua vida ensinava tanto quanto as suas palavras.
Muitos hoje precisam de um púlpito, de um grande auditório, de uma grande Igreja, de um estádio e, principalmente, de multidões para que possam ensinar e pregar. Jesus ensinava por Suas palavras e com a Sua vida!
*Este texto faz parte do livro "O Maná - Crescimento e Comunhão", que está
sendo desenvolvido como uma nova proposta didático pedagógica para desenvolvimento do corpo de Cristo.
*Se gostou do conteúdo, divulgue, tem a minha autorização.