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sábado, abril 26, 2008

Padres precisam-se?

Há em Portugal perto de 3 mil e duzentos sacerdotes (tantos!!!) com média etária acima dos 60 anos, para 4370 paróquias (tantas!!!) e os mais variados serviços desde as associações e organizações diocesanas até aos serviços confiados à Igreja: na assistência, na educação e na catequese.

A Igreja católica portuguesa decidiu criar um serviço nacional de vocações (SNV) com o objectivo de mobilizar os jovens na apetência por causas nobres, entre elas o desafio de aceitarem ser padres.
A campanha terá de passar por uma mobilização pessoal, pela família, pela comunidade paroquial e diocesana. Só num ambiente que estimule o compromisso cristão da vida toda é que poderão surgir vocações sacerdotais.
Pessoalmente o jovem sente-se desmotivado pelo ambiente de comodismo, pela vida fácil, pela falta de valores éticos e morais, por uma cultura do vazio, pelo medo de falhar.
  • A família que devia ser a "Igreja doméstica" e a grande escola da fé encontra-se muitas vezes desunida, está enferma, não é coluna duma vida social equilibrada. Como poderão nascer vocações de serviço e de opção para a vida inteira, quando os pais não são capazes de viver num clima familiar de amor, de respeito, de carinho e de paz?!
  • Na comunidade se reforçam as vocações, numa catequese bem sólida, numa assembleia paroquial que reza e canta, num ambiente comunitário em que há entreajuda e espírito de verdadeira reconciliação.

A Igreja não é como uma empresa com falta de quadros. A vocação de serviço é uma opção voluntária por toda a vida.
Não podemos esquecer todos os ingredientes que entram no nascer e desenvolver de uma vocação sacerdotal:

  • capacidade da pessoa para aceitar grandes ideais,
  • família com fé profunda,
  • comunidades que estimam e estimulam seus sacerdotes,
  • padres que testemunham a felicidade de o serem.
  • O apreço dos meios de comunicação social, rádio, TV, imprensa, pelas vocações de serviço à comunidade como o sacerdócio e o voluntariado. Temos assistido, geralmente, ao desprezo destes meios.

E não esqueçamos que no caso do sacerdote exige-se o apelo do Espírito como elemento essencial.
Ninguém deve ter medo de falhar, porque a força do Espírito não abandonará, com a sua presença, os chamados que responderem generosamente ao apelo de Deus e dos imãos.
Padres precisam-se...

Armando Soares
Revista BOA NOVA

6 comentários:

  1. A falta de vocações sacerdotais pode ser a forma que o Espírito tem de tornar a Igreja menos clerical.

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  2. Diz a imprensa espanhola que o perfil dos bispos em Espanha mudou completamente nos últimos anos: mais jovens em idade, mais maduros em espírito, mais determinados, mais afirmativos na doutrina, mais interventivos na sociedade.
    Curiosamente, há, ali, dedo de um português, o Núncio Apostólico Manuel Monteiro de Castro.
    É pena que, em Portugal, não haja sinais semelhantes. Tudo continua na mesma. Não há o menor sinal de uma mudança. Continua a predominar o calculismo, o temor, a linguagem críptica e a ausência de capacidade mobilizadora. Por cima de tudo isto, sinais pouco encorajadores.
    A abertura de uma grande superfície comercial contou, na semana passada, com três bispos. Três bispos! A abençoar o capitalismo? Que pena não ouvirmos dizer que encontraram os nossos bispos nos bairros pobres, nos hospitais ou a frequentar casas de gente pobre!
    Que pastores tão diferentes do Pastor!

    Carlos Pires

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  3. ...jovens almas assexuadas e censuradas...

    Há muito tempo que em termos pessoais e entre amigos insisto no mesmo: a Igreja Católica "teima" na teimosia... faltam vocações, faltam pastores/padres. Eu, próprio que nos idos anos 60/70, andei no seminário, abandonei porque fundamentalmente a sexualidade me era negada. Não ponho a questão do casamento ou não casamento, - entre os leigos quem quer casar casa ou não - coloco a questão na liberdade de expressar a muito humana sexualidade, sem vergonhas.
    Com igual destaque, a I.Católica, comete, nas suas teimosias que já chateiam, o erro de impedir a participação plena das mulheres, quando estas são e estão em maior número em fé e em práctica religiosa. Enfim!

    Em entrada estendida um artigo sobre esta temática.

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  4. Porque se queixam de falta de vocações para os ministérios ordenados, se continuam a afastar matade da humanidade do sacerdócio?

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  5. só banalidades

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  6. Temos de concordar- a miséria já não é a de outros tempos, a fome aperta mas felizmente há outras opções, seminários mais vazios, é fruto dos tempos e não da fé...

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