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terça-feira, dezembro 12, 2006

Túmulo do Apóstolo Paulo descoberto em Roma - Achado poderá ser aberto, após autorização do Papa

A Santa Sé anunciou hoje estar a estudar a hipótese de abrir o sarcófago de São Paulo, descoberto na Basílica romana de São Paulo fora de muros.
Numa conferência de imprensa promovida no Vaticano, para explicar os trabalhos de extracção e análise do sarcófago, o Arcipreste da referida Basílica, Cardeal Andrea di Montezemolo, referiu que o mesmo “nunca foi aberto nem explorado”, em parte devido ao facto de ter sido revestido por um bloco de betão algures entre 1838 e 1840.
A sua exploração poderá acontecer, desde que sejam dadas as devidas autorizações por parte do Papa, satisfazendo assim a curiosidade de quantos se interrogam sobre se, no seu interior, estarão os restos mortais do Apóstolo.
Sempre existiu, até hoje, um acordo total sobre a localização do túmulo de São Paulo na Basílica romana que leva o seu nome, mas a identificação do sarcófago originário permanecia em aberto. O arqueólogo dos Museos Vaticanos, o italiano Giorgio Filippi, foi o responsável pela descoberta do sarcófago ou um “contentor de relíquias”.
Os responsáveis vaticanos asseguram que o sarcófago era considerado, já em 390, como o de São Paulo. Já no fim do século II, o presbítero romano Gaio, citado por Eusébio, assinalava a existência do “tropaion” erguido como testemunho do martírio de Paulo.
As escavações decorreram entre 2002 e 22 de Setembro de 2006, permitindo trazer à luz do dia a abside da Basílica costantiniana, englobada no transepto do edifício dos três Imperadores, Teodósio, Valentiniano II e Arcádio (que ampliaram a Basílica de Constantino).
Foi aqui, debaixo do altar papal, que se deu o achado: um sarcófago com a inscrição incompleta «Paulo apostolo mart(yri)» (Paulo Apóstolo Mártir), visível desde a base do altar e ao nível da antiga basílica, construída no século IV.
A existência de um pequeno orifício, que comunica com as relíquias do altar, permitiria a introdução de um microcâmara no sarcófago, para o seu estudo. Os trabalhos já realizados permitirão aos fiéis ver um dos lados do cenotáfio.
O Cardeal di Montezemolo lembrou, por outro lado, que Bento XVI reviu os estatutos e a denominação das quatro Basílicas Maiores Romanas, que já não se chamarão Patriarcais, mas “Papais”, dado que deixaram de estar ligadas aos Patriarcas Orientais, que eram seus titulares.
Fonte: www. ecclesia.pt

2 comentários:

  1. É pura coincidência este anúncio ser feito a dois dias da visita a Roma do Arcebispo ortodoxo de Atenas, cuja Igreja se afirma herdeira das comunidades fundadas por S. Paulo...
    É interessante também a alteração da denominação das basílicas patriarcais de Roma, depois de, há tempos atrás, o Papa ter prescindido do título "Patriarca do Ocidente". Pelo andar da carruagem, estará para breve a extinção do Patriarcado de Lisboa...

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  2. De facto, faria todo o sentido a extinção do Patriarcado. O Patriarca de Lisboa não é Patriarca - ao contrário do Papa que é Patriarca da Igreja Latina - em sentido próprio, tal como não o é o Arcebispo de Goa e Damão e o Patriarca de Veneza, nem mesmo o Patriarca Latino de Jerusalém (embora aí se trate de um Patriarca Oriental embora não presida a uma Igreja sub iuris). Penso até que os Patriarcas Ocidentais deveriam ter pedido a renúncia ao título, quando o Papa renunciou ao título de Patriarca do Ocidente. O Papa, sim, não o deveria ter feito, porque ele é, de facto, Patriarca do rito latino, isto é, deveria ao menos ter expressado o facto de ser «Patriarca de Roma».

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