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sábado, dezembro 09, 2006

D. Berzosa nos seus encontros com os jovens, não duvida em usar as novas tecnologias, como as videoconferências

O bispo acaba de publicar «Transmitir a fé em um novo século» (http://www.edesclee.com) e «Evangelizar em uma nova cultura» (http://www.sanpablo.es).

Dá-se uma percepção distorcida dos bispos, segundo o senhor?
Bispo Berzosa: Creio que sim, duplamente: por um lado, na sua figura individual e como colectivo e, por outro lado, no referente ao seu magistério. Na Espanha de hoje tende-se a medir tudo pelo político e a enquadrar-se em parâmetros sócio-políticos. Nós, os bispos, por nossa missão, temos que buscar a liberdade e a comunhão. As duas realidades que não estão na moda e que chocam com os critérios em uso. Pode-se comprovar o que acabo de expressar no perfil de bispo que se reflecte nas entrevistas e, sobretudo, na hora de valorizar o magistério episcopal que faz referência a temas que vão «contra corrente» como são os referentes à defesa do verdadeiro matrimônio, da vida em todas as suas dimensões ou dos valores nos quais deve arraigar-se uma verdadeira democracia.

Os bispos espanhóis se referiram ao fenômeno do blog para conectar com os jovens em Colônia. O senhor não gostaria de ter seu próprio blog e comunicar-se assim melhor com as pessoas jovens?
Berzosa: Não me entusiasma a idéia de forma permanente. Explico: os blogs são úteis quando realmente se conhece a personalidade daquele com quem a pessoa contata. Infelizmente, e assim estamos constatando todos os dias, por trás dos blogs há muito anonimato e muita covardia. Há uma matéria pendente: a ética dos internautas. Contudo, os blogs são úteis para actos e momentos determinados. Como assim se demonstrou. Fora daí, prefiro o contacto pessoal com os jovens, ao vivo (inclusive mediante videoconferência).
O senhor é, além de bispo, professor, teólogo, escritor, jornalista. Acredita que os seus irmãos no episcopado temem os meios de comunicação?
Bispo Berzosa: Sempre afirmei que, neste tema, há duas margens e duas dimensões. Por um lado, os jornalistas acusam a Igreja de falta de transparência informativa, que é muito reticente na hora de comparecer ante os meios, que se deseja «catequizar» através dos mesmos sem respeitar suas próprias leis de comunicação, ou que se recebem muito mal as críticas vertidas nos mesmos. Mas a Igreja, por sua vez, critica os meios por sua falta de profissionalismo e competência na hora de informar sobre o religioso, que existe propensão a exaltar o marginal e escandaloso, ou que se sentem prepotentes na hora de pedir-lhes precisão ou retificações. Tudo isto o expus com amplitude em minha obra «Evangelizar em uma nova cultura».
Que iniciativa de comunicação a Igreja poderia empreender para mostrar melhor sua imagem?
Bispo Berzosa: Na hora de responder, perdoe se me remeto a outra obra minha que acaba de vir a luz: «Transmitir a Fé em um novo século». Nela afirmo o que segue, inspirado no Pe. Babin e A. Zukowski: ante os meios de hoje é preciso levar em conta que o formato ou apresentação é tão importante como o conteúdo; e a modulação (que chega às vibrações interiores) tão decisiva como as palavras. Por tudo isso, é preciso que subir, como Paulo, aos areópagos de hoje com estas chaves: assumir os meios com normalidade, purificá-los de tudo o que signifique manipulação, simples negócio ou servidão e, neste sentido, fazer realidade a lei da encarnação: assumir para redimir. E, em definitiva, fazer realidade a lei do Caminho de Emaús: tomar-abençoar-partir e repartir. Tudo isso nos levará a reativar uma Igreja não só de comunhão, mas «extramuros e missionária».

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