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terça-feira, dezembro 05, 2006

Igreja ou igreja?



Que importa a igreja se houver Igreja?!!!

2 comentários:

  1. Agora é que fiquei completamente bloqueada!

    São pequeninas frases como esta, curtas e incisivas, mas de profundo alcance, que dificulta a abordagem e não se sabe por onde pegar.

    Bem, p'ra começar, também não sei o que se quer dizer com igreja. Refere-se aos leigos, aos fieis, que formam o Corpo Místico que é a Igreja, e que participam Dela?
    Eu costumo referir o termo, quer às igrejas protestantes - cuja interpretação das Escrituras foi deixada ao arbítrio de cada um, mesmo dos ignorantes e dos incompetentes, abrindo a porta a todas as discussões e divergências, resultando numa multidão sempre crescente de igrejas -; quer às seitas propriamente ditas - que actualmente se reproduzem como cogumelos (como empresas "feitas na hora"), cada uma das quais representando apenas a opinião particular de alguns indivíduos, que se intitulam de líderes ou mestres, expondo teorias (algumas delas bem estapafúrdias), ensinando maravilhas e prometendo o inexistente.

    Então, bem se pode dizer: "que importa a igreja se houver Igreja?!"

    Mas, e por outro lado, se a igreja (ecclesia) se refere à reunião de todos os fieis, que importa haver Igreja se a igreja se dispersar para ir engrossar as fileiras de outras igrejas ou, simplesmente, não participar do Corpo Místico, tornando-o mutilado, exangue e moribundo?!

    Em todo o caso, há sempre a velha máxima de a qualidade valer mais do que a quantidade; e mais vale um corpo "magro" e saudável do que "gordo", cheio de toxinas, colesterol e triglicerídeos, a ponto de, num instantinho, sofrer algum colapso…. Do mesmo modo, podemos ter uma Igreja mais magra, mas mais saudável.

    E para finalizar, deixo duas definições, belas e sublimes, que vai ao encontro do nosso sentir e viver a Igreja.

    Refere Heer, que "as Igrejas são comparáveis a trituradores atómicos, nas quais são concentrados poderes benéficos de energia, cuja permanência é mantida através dos ritos. Toda a Igreja é o corpo de Cristo considerado como o Homem à medida do Universo, que reune em si todas as expressões da criação. Um laboratório de energia universal. O templo material torna perceptível o templo imaterial, faz da nossa terra uma terra divinizada, onde a vida não é já um exílio mas uma descoberta do invisível".

    E diz também São Bernardo: "é preciso que em nós se realizem espiritualmente os ritos de que estas muralhas foram objecto material; aquilo que os bispos fazem nestes edifícios é o que Jesus Cristo, o Pontífice dos bens futuros, opera todos os dias, em nós, de forma invisível".

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  2. Sr. Padre, deixe lá, não ligue ao meu anterior comentário.
    É que eu ando com a cabeça à roda com um problema que tenho de resolver e que me está a pôr os nervos fora dos eixos. É meio mundo a lixar outro meio….

    Bem, concentrando-me neste assunto, mais agradável, só hoje, quando voltei ao Blog, olhando melhor a figura, tive assim, como uma espécie de "iluminação"!

    Pois é isso: que importa a igreja, o espaco físico, material, o edifício mesmo tosco que seja, se no seu interior a Igreja está viva, nos permite dialogar com aquilo que nos ultrapassa e nos põe em sintonia com a presença de Cristo que se torna visível?!

    Muito embora, devo dizê-lo, há por aí igrejas que mais parecem auditórios, de arquitectura fria e de mau gosto. Não tem a ver com a simplicidade e pobreza do edifício, não. Mas são locais desprovidos de sacralidade, onde não sinto essa atmosfera mística que nos transporta para a Jerusalém celeste.
    De onde saio para não voltar a entrar.

    Volto daqui a 8 dias. Bom feriado e fim de semana.

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