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terça-feira, fevereiro 13, 2007

A Hipocrisia vai aumentar.

Há a salientar que o ‘não’ cresceu cerca de 200 mil votos de 1998 para 2007, ou seja, as opiniões que defendem o ‘não’ aumentaram.O que se passa é que as posições do ‘sim’ aumentaram ainda mais. Houve claramente um grande reforço dessa posição, o que, porventura, terá a ver com o empenhamento das máquinas eleitorais do PS, PCP e Bloco de Esquerda.
Do lado do ‘não’ praticamente não houve máquinas partidárias, houve, isso sim, um conjunto de movimentos responsáveis pela mobilização verificada.
O referendo volta, mais uma vez, a não ser vinculativo, o que acontece em Portugal pela terceira vez. Mesmo face a isso, o PS vai avançar para a mudança da lei. Politicamente tem condições para a mudar.
Fico preocupado com uma afirmação do primeiro-ministro, segundo a qual haverá no grupo parlamentar do PS disciplina de voto, quando as vozes socialistas sempre defenderam a questão do aborto como de consciência. Havia quem falasse de hipocrisia em relação à situação actual, a hipocrisia certamente que aumentará a partir de agora. Isto porque quem realizar um aborto até às dez semanas não será considerada criminosa, mas quem realizar um aborto depois das dez semanas estará, face à lei, numa posição susceptível de ser criminalizada.

José Luís Ramos Pinheiro in Correio da Manhã


SERÁ QUE A LEI SERÁ PARA CUMPRIR?

5 comentários:

  1. É assim que se falseia a história. Não houve máquinas partidárias do lado do não? Seria para rir se não fosse verdade....
    Desde logo a do CDS, uma boa parte da do PSD e a imensa máquina da Igreja católica que nas suas muitas sedes não se coibiu de fazer propaganda do sim à penalização das mulheres, à perseguição criminal de quem recorre ao aborto. Não se coibiu de espalhar panfletos cuja leitura faz vomitar o mais estoico...uma tristeza!

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  2. Uma coisa é certa: os partidários do Sim sempre se mostraram muito mais sectários, despóticos e intolerante, relativamente aos defensores do Não.

    A Igreja tem o mesmo direito que os partidos de esquerda e ateístas, dentro duma sociedade que se diz plural e democrática, a expor as suas ideias e a esclarecer os cristãos.

    Ou será que a liberdade de expressão e associação é só apanágio dos movimentos que contestam a Igreja?

    Sejam sinceros e deixem-se de hipocrisias.

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  3. Os direitos da Igreja não são comparáveis aos da esquerda e aos dos ateistas...os direitos da igreja - supondo que se refere à catolica romana - são comparaveis aos das outras igrejas. As igrejas devem tratar de religião e não de política. A sociedade é democratica e plural ao contrario da igreja, das igrejas que são autocraticas e não democraticas nem plurais. São realidades distintas e como diria Jesus Cristo : a César o que é de César, a deus o que é de deus.

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  4. Não vale tirar as frases fora do contexto.

    A César o que é de César, quando se trata de questões materiais; a Deus o que é de Deus, sempre que se trate de problemas morais.

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  5. Combater o aborto clandestino é um problema moral?
    Ou é uma questão de saude pública e de politica criminal?

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