Enquanto se apresentava em Roma a primeira encíclica de Bento XVI, «Deus é amor», representantes de organizações católicas de todo o mundo encontravam-se em Genebra para aplicar na prática a mensagem papal. Em concreto, os participantes estudaram os modos de aumentar os recursos e a cooperação na luta global contra o HIV.
A reunião dos dias 23 a 26 de janeiro passado, convocada por Cáritas Internacional, a confederação com sede no Vaticano das Cáritas católicas, produz-se no meio de um crescente interesse no sistema das Nações Unidas pela implicação da Igreja Católica nos cuidados às pessoas afetadas pelo vírus da sida. O organismo da ONU responsável pela luta contra a sida, ONUSIDA, estima que 25% das organizações humanitárias dedicadas aos portadores de vírus estão apoiadas por estruturas católicas, e muitas delas são projetos de Cáritas.
A reunião de quatro dias permitiu o encontro de representantes da hierarquia eclesial, a confederação de Caritas, organizações católicas e confessionais ecumênicas, assim como agências internacionais, incluindo ONUSIDA e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Compartilharam experiências e estratégias sobre como promover a colaboração e examinar o que o sistema das Nações Unidas pode oferecer à Igreja em termos de instrução, capacitação e experiência.
Segundo Duncan MacLaren, secretário-geral de Cáritas, a conferência colheu intercâmbios frutíferos entre a ONU e a Igreja. Em concreto, disse, ajudou a superar estereótipos sobre a Igreja Católica com respeito à prevenção da sida.
Assim, aumentou a consciência do papel chave da Igreja em promover uma resposta misericordiosa, e centrada na educação, à pandemia.
«As respostas dos crentes à sida foram vistas na ONU como um elemento positivo para combater a discriminação e ajudar a pessoa a viver com o vírus para melhor enfrentá-lo», disse MacLaren. «Como disse uma pessoa que participou da reunião, a ONU agora se dá conta de que a Igreja Católica é o coração e o sistema nervoso de nossas comunidades», explica o representante.
Espera-se que, mediante uma melhor colaboração, as organizações católicas possam ter um maior acesso aos fundos administrados por doadores multilaterais, como o Fundo Global para a Luta contra a Aids, a Tuberculose e a Malária.
O padre Robert Vitillo, conselheiro de Cáritas para a sida, indicou que as organizações confessionais de crentes, apesar de sua importante implicação em proporcionar cuidados de saúde no mundo em desenvolvimento, recebem uma mínima fração destas ajudas, apenas 2% do Fundo Global.
Fonte: Zenit
NÃO HAVERÁ DEMASIADOS PRECONCEITOS CONTRA A IGREJA CATÓLICA NESTE ASSUNTO?
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