Bento XVI condenou hoje o assassinato do Pe. Andrea Santoro, missionário italiano na Turquia, deplorando “qualquer forma de violência”. O sacerdote, da diocese de Roma, foi ontem atingido a tiro dentro de uma igreja.Lamentando o “trágico falecimento” do Pe. Santoro, Bento XVI apresenta a sua solidariedade à diocese de Roma pela perda de um “tão estimado e zeloso sacerdote”, que apelida de “corajosa testemunha da caridade”.
O Papa deixa votos que “o sangue derramado se possa tornar semente de esperança para construir uma verdadeira fraternidade entre os povos”.
Num outro telegrama, enviado ao vigário apostólico de Anatólia, D. Luigi Padovese, Bento XVI manifesta a sua proximidade para com a comunidade cristã no local, prestando homenagem ao serviço do Pe. Santoro “em favor dos mais necessitados e dos marginalizados”.
A agência missionária Misna já apresentou o relato de uma voluntária italiana, Loredana Palmieri, que terá entrado na igreja ao mesmo tempo que o assassino. A testemunha refere que não terá sido um jovem a disparar, ao contrário do que se avançou.
“O Pe. Andrea estava diante de nós, a dois metros, de costas. O homem tirou a pistola para fora e gritou “Allah-o-Akbar" (Deus é grande), disparando por duas vezes antes de fugir”, recorda.
O Pe. Andrea Santoro, tinha 59 anos e era originário de Piverno, uma localidade próxima de Roma. A imprensa italiana dá ampla cobertura ao acontecimento, noticiando que a polémica das caricaturas de Maomé “fez a sua primeira vítima”.
FONTE: Ecclesia
Diria melhor: o fundamentalismo religioso, manipulado por razões políticas, fez nova vítima. Uma de muitas, no passado e no futuro...
ResponderEliminarCaro(s) Padre(s) Inquieto(s).
ResponderEliminarEstive ontem a ver o programa “Prós e contras” na televisão, e relativamente à questão em causa, os cartoons, digamos que a história pouco me interessou – como escriba interessam-me mais, digamos assim, os princípios do que os casos. Para além disso, os meandros da informação e desinformação misturados com a opiniatrice e estratégia de interesses generalizada entediam-me a clareza lírica e a ironia. No entanto, tem-me mordido o fazer ou não um post suscitado por tais eventos. Para além de tal, sou um pouco distraído; e ainda para além disto e de tal, muitas vezes até só consigo ler o Calvin and Hobbes quando folheio o jornal (pois, é esse que eu compro, não só pelos gloriosos e filosóficos Calvin e seu real tigre mas porventura sobretudo :)
Mas se um senhor em nome do espaço político pede desculpa porque um cidadão do país em que ele é político, executou algo (seja uma caricatura ou outra coisa qualquer) dentro da sua liberdade de expressão – há princípios da dialogalidade que estremecem.
Por ora disto chega, trata-se apenas dum intróito para dizer o que neste contexto não posso deixar de dizer: o Dom Manuel Clemente, ao ouvir o António referir-lhe o escamoteamento de informação nos casos de pedofilia nos Estados Unidos, calou-se que nem um rato de laboratório, proferindo apressada e cobardemente uma afirmação genérica da função dos tribunais num Estado de Direito.
Porque ou não se sonegou informação nem se transferiram clérigos ocultando violações sexuais de miúdos ou miúdas, e então diga-se-o inequivocadamente – ou se proclama a total desaprovação com tais procedimentos. Ou, noutro limite, se assume a defesa da pedofilia – antes este abuso porventura absurdo do que a anulação medrosa e merdosa da verdade. Digo eu com tristeza, que até aprecio o trabalho histórico deste senhor sobre o cristianismo.
Se há aqui uma subsumpção do amor e da verdade a uma hierarquia sufocante e sufocada de interesses e estratégias - é algo que não tenho luz nem prática para discernir. Não deixa no entanto a suspeita de inquietar a ironia e a preocupação.
Um abraço em liberdade!
Já agora: eh eh eh, gosto do cartoon do post anterior...
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