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domingo, fevereiro 05, 2006

Cartoons de Maomé revoltam muçulmanos

O presidente do Irão, Mahmud Ahmadinejad, que parece estar a retirar protagonismo ao líder da al-Qaeda, Osama bin Laden, na defesa dos pressupostos do islamismo radical, elevou, ontem, o tom das críticas à publicação das caricaturas de Maomé na imprensa europeia. Ordenou sanções económicas contra a Dinamarca - onde elas foram publicadas, pela primeira vez, no passado dia 30 de Setembro - e aos países que as publicarem.
"É preciso rever e anular os contratos económicos com os países que começaram este acto detestável e os que os seguiram", afirmou Ahmadinejad. Justificando a sua decisão com o "insulto de alguns media ocidentais contra o profeta", o que, em seu entender, "demonstra a raiva contra o Islão e os muçulmanos que incomodam os sionistas que governam estes países".
Ahmadinejad personalizou, dessa forma, o ambiente de contestação islâmica que ocorreu nos países muçulmanos, em protesto contra a publicação das caricaturas do profeta Maomé.
Bandeiras dinamarquesas, francesas e norueguesas foram queimadas em Nablus, na Cisjordânia e, em Gaza, o pregador da Grande Mesquita afirmou, perante milhares de fiéis "Não aceitamos desculpas. Deve cortar-se a cabeça daqueles que publicaram essas caricaturas".
Damasco radical contra cartoons de Maomé
Mas foi na capital da Síria, em Damasco, que as manifestações foram mais violentas. Manifestantes sírios incendiaram o edifício onde funcionam as embaixadas da Dinamarca, do Chile e da Suécia e apedrejaram a representação norueguesa. Começaram por destruir material informático e queimar as bandeiras daqueles países, substituindo-as por emblemas religiosos. O confronto provocou cinco feridos. A Polícia fez dezenas de detenções até conseguir afastar os manifestantes.
Após este incidente, os protestos continuaram junto à embaixada da Noruega, com os manifestantes a atirarem pedras contra o edifício e a obrigarem a Polícia a lançar granadas de gás lacrimogéneo para os dispersar. Na sequência dos incidentes, a Noruega e a Dinamarca aconselharam os seus cidadãos a deixarem imediatamente a Síria.
A Polícia síria diz que, desde anteontem, uma mensagem SMS circulava, em Damasco, a apelar às pessoas a participar no protesto contra a embaixada da Dinamarca, também como retaliação à informação de que, ontem, manifestantes dinamarqueses estariam dispostos a queimar exemplares do Corão em Copenhaga. Na Dinamarca ocorreram não uma mas duas manifestações; do seu confronto resultaram 150 detenções. A primeira foi convocada pela Frente Nacional Dinamarquesa, de extrema-direita, que justificou a acção como protesto "contra a indulgência da elite da Dinamarca face às recentes agressões do país e da bandeira pelos muçulmanos".
A outra manifestação foi convocada pela esquerda dinamarquesa. "Queremos dizer não às manifes-tações racistas e ignorantes da Frente Nacional contra os muçulmanos", disse Daneil Savi.
Aquela secretária regional da Juventude do Partido Socialista do Povo diz assim querer dar voz aos que discordam do aproveitamento político e racista da publicação das 12 caricaturas de Maomé - intituladas "Os Rostos de Maomé" - no jornal dinamarquês Jyllands-Poste. Uma delas, em que o profeta é representado com um turbante em forma de bomba, foi reproduzida no dia 10 por um jornal norueguês.
Ao contrário da imprensa europeia, que na grande maioria publicou as caricaturas da revolta - levando, até, o "El País" a ser retirado das bancas em Marrocos - a imprensa dos EUA evitou a reprodução falou da polémica, mas não publicou as caricaturas. O próprio ex-presidente Bil Clinton criticou, no início da semana, a sua publicação, dizendo que serve para estimular o ódio ao que é muçulmano. E o departamento de Estado dos EUA criticou severamente a sua publicação, comentando: "O incitamento ao ódio religioso e racial não é aceitável".
Fonte: JN
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