José Román Flecha - catedrático de Teologia Moral, na Universidade Pontifícia de Salamanca - é sacerdote da diocese de Léon e catedrático de teologia Moral, na Universidade Pontifícia de Salamanca. A 2 e 3 de Fevereiro, esteve na Guarda onde orientou umas jornadas de estudo sobre bioética para os padres da diocese. Entre as suas obras merecem destaque “Buscadores de Dios”, “Teologia Moral Fundamental”, “La fuente de la vida. Manual de Bioética” e “La vida en Cristo. Fundamentos de moral cristiana”.
Depende das circunstâncias.
- Não é o mesmo, o uso de um preservativo por um homem casado que vai a uma casa de alterne e trai a esposa e fica muito tranquilo, porque usou o preservativo. O pecado não está no uso do meio, mas no adultério.
- Noutros casos, pretende-se utilizar o preservativo como um meio para facilitar uma sexualidade indiscriminada por parte dos jovens e isso aumentou a promiscuidade na sociedade, ao fazer perder o medo em relação às consequências. Neste caso é uma irresponsabilidade pessoal, social e política.
- Outra situação, muito diferente é a necessidade de prevenir a transmissão de algumas doenças.
Os bispos norte americanos, numa carta que se intitula “os mil rostos da sida”, dizem que as autoridades políticas, numa sociedade multicultural e multirracial não podem impor uma visão cristã da sociabilidade, não se pode impor a ninguém que aceite uma visão cristã da sociabilidade, mas terão que evitar o contágio da doença, portanto, os políticos nesse caso terão a obrigação de favorecer o uso de meios profilácticos e preventivos.
Por isso, o juízo ético, nesta com em todas as questões não pode ser respondido com um sim ou um não.
Ramon Flecha entrevista ao JORNAL "A GUARDA"
Essa de responder "nim" ao assunto... Pode considerar-se a emenda pior que o soneto.
ResponderEliminarO sacerdote quase que o dizia: de facto, o pecado não está em usar preservativo, mas sim no que se faz, com ou sem ele.
Mesmo que se diga que o uso do preservativo facilita a promiscuidade sexual e a irresponsabilidade, isso é ver mal a realidade. Um homem que se dá ao trabalho de comprar preservativos, de andar prevenido com eles, que aceita o desconforto de os utilizar numa relação, será sempre alguém mais responsável do que outro que ignora a necessidade de prevenção. O mesmo se diga da mulher que exige ao seu parceiro a colocação da camisinha.
O problema é precisamente o contrário: conseguir convencer quem tem comportamentos de risco a ter os necessários cuidados. Infelizmente, quem é irresponsável na escolha de parceiros também o costuma ser na forma como facilita ou despreza os métodos de prevenção. É por isso que as campanhas de sensibilização têm todas falhado e o número de gravidezes indesejadas e de contágios pela Sida vai aumentando no nosso país.
Portanto, mesmo com muito arrazoado pelo meio, a resposta é sim.
Olá, gostaria de saber se consiguem publicar a entrevista completa ao Jornal da Guarda na internet, dado que gostaria de ter acesso à mesma. O Sr. Padre é muito bom ao nível da teologia moral.
ResponderEliminareu estive lá...fantástico!
ResponderEliminarEu também estive... e achei espetacular! Ficámos com uma visão diferente dos problemas de bioética do sec. XXI.
ResponderEliminarParabens à organização.
Fernando, obrigado pela visita, se quiseres ler a entrevista completa podes encontrar em: http://www.jornalaguarda.com/index.asp?idedicao=134&idSeccao=1155&Action=seccao
ResponderEliminarVe-se mesmo que algumas pessoas só veem o que querem ver... para esses era bom ler aquilo que a Igreja tem feito a favor dos doentes com SIDA. E então perceberiam que a resposta não é "nim", nem sim nem não, mas depende...
ResponderEliminarNa vida nem tudo é tão claro como alguns nos querem fazer crer... a Igreja propõe um ideal para os cristãos, repito, para os seus fiéis... para quem ainda não conseguiu atingir esse ideal ou não é cristão...
A Igreja quando ajuda os doentes não pergunta se é crsitão ou não ... ajuda e a prova é que a ONU reconheceu publicamente o papel dessa Igreja tão criticada por alguns sectores da sociedade.
Caro anónimo das 12:04
ResponderEliminarÉ muito lindo o que a Igreja faz pelos doentes com Sida. Assim como o que faz pelas mães adolescentes. Mas o melhor remédio que a Igreja pode oferecer é lutar pela prevenção de tais situações. E esta luta tem de ser pragmática.
Os ideais são indispensáveis, e a Igreja tem-nos, maravilhosos, para propôr aos homens de todos os tempos. Mas isso não tira que se vão colocando metas especiais ao longo do caminho, que assinalem também os passos positivos que uma pessoa possa ir dando, mesmo que esteja ainda longe do ideal.
Um exemplo: há muita gente que se comporta de uma forma loucamente irresponsável com um carro na mão: excessos de velocidade, manobras perigosas... O ideal é que todos sejam civilizados na estrada, e que a mortandade possa ter um fim. No entanto, sabemos que ese ideal está ainda muito longe de ser atingido. Mas podemos colocar uma meta mais simples: que as pessoas utilizem o cinto de segurança. É evidente que não resolve o problema. Até pode levar a que alguns, porque se sentem protegidos, cometam ainda mais loucuras. E pode mesmo trazer a morte em determinadas ocorrências. E todavia, é inegável que muitas vidas são realmente salvas pelo uso do cinto. E que o seu uso é, de facto, uma prova de responsabilidade, mesmo que mínima. Por isso, se me perguntam se se deve usar usar o cinto de segurança, a resposta não é "nim", nem "depende", nem "as coisas não são assim tão claras". Respostas dessas seriam aceitáveis numa conversa filosófica de café ou numa discussão bloguítica, ou se nem eu nem ninguém que me seja querido tivesse carro. Mas na vida real, não há lugar a precisões, distinções ou matizes. As coisas decidem-se simplesmente: ou sim ou não. Em relação ao preservativo, a resposta só pode ser: use-se.
A minha é sim incondicionalmente...
ResponderEliminarTem que haver protecção...sempre!!!
Se todos fosemos responsáveis neste ponto, de certeza que não haveria toda a desgraça que grassa pelo mundo, porque o ser humano, é um consumidor de sexo(ainda bem, senão já não hesistia raça humana), por isso o uso da camisinha... é um bem, não um mal!!!
Nunca se puede éticamente romper la unidad sustancial del acto procreativo: aspecto procrativo y aspecto unitivo.Esta ruptura es la causa de tantos males actuales.
ResponderEliminarEl preservativo prostiuye el amor.
Científicamente probado: el preservativo no preserva al cien por cien ni del embarzo ni de las enfermedades de transmisión sexual. Léanse los últimos informes.
Un fortísimo abrazo.
Olha só, tenho uma dúvida. Vamos dizer que numa certa família, o marido mora longe porque trabalha. E lá, envolve-se com outras pessoas, descobre que está com Aids. Resolve voltar para junto da família. Faz as pazes com a mulher etc. Os dois querem ter relações. Mas aí há o perigo de contaminar tanto a mulher quanto um possível bebê. O que fazer?
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