- Concorda que a lei permita a criação de embriões humanos em número superior àquele que deva ser transferido para a mãe imediatamente e de uma só vez?
- Concorda que a lei permita a geração de um filho sem um pai e uma mãe biológicos unidos entre si por uma relação estável?
- Concorda que a lei admita o recurso à maternidade de substituição permitindo a gestação no útero de uma mulher de um filho que não é biologicamente seu?
A minha resposta às três perguntas é sim. A justificação está no Pontos de Vista.
ResponderEliminarPara mim a resposta não é sim ou não. É mais complicada!
ResponderEliminar1. O que fazemos aos embriões excedentários. Congelam-se e quem dá garantias de que não serão utilizados para outros fins.. Não é um ser humano em potência?!.
2.É aceitável que a criança não tenha uma família estável para um desenvolvimento harmonioso e saudável. Alguém pensou nos direitos da criança. O direito a ter um pãe e uma mãe.
3. Não apareceram mulheres dispostas a "alugarem" a sua barriga. E os problemas que surgem depois do nascimento...
Caro Padres Inquietos
ResponderEliminar"quem dá garantias de que não serão utilizados para outros fins"
Quem lhe dá garantias de que um bébé nascido não será utilizado para outros fins? Já pensou que acabaria com os maus tratos a crianças e com a pedofilia se proibisse a procriação humana?
"Alguém pensou nos direitos da criança."
Deve ser coerente e exigir condições análogas para a procriação não assistida: responsabilização criminal dos progenitores que gerem uma criança fora de uma relação estável.
"Não apareceram mulheres dispostas a "alugarem" a sua barriga."
Nem a pergunta nem a minha resposta falam de aluguer!
Globalmente: a vida coloca-nos constantemente novos desafios. Na área da medicina têm surgido novidades que nos obrigam a levar a reflexão ética mais longe. Recusar novas possibilidades técnico-científicas porque podem ser usadas para o bem ou para o mal é recusar a vida tal como ela é. Deus criou-nos e deu-nos a liberdade sabendo exactamente que ela pode ser usada de várias formas.
As perguntas do referendo estão feitas de modo a impedir qualquer utilização da procriação assistida, não de modo a evitar aquilo que todos reconhecem como mal. Aliás é precisamente por as perguntas estarem feitas de uma forma a proibir uma realidade tão abrangente que eu não hesito em responder sim a todas as questões.
Já respondi nos PONTOS DE VISTA, mas a minha resposta é sim!
ResponderEliminarOlá,
ResponderEliminarEu sou mais simples. Não me chamem radical, porque sou muito tolerante, mas nestas questões sou simples, a vida não pode, ou não deve ser manipulada em nenhuma circunstância. Há um trajecto normal, traçado pelo Criador, interrompê-lo ou desviá-lo é desobedecer a Deus, ponto final parágrafo! É como o aborto até às não sei quantas semanas tudo pode ser normal, depois é crime! Este disparate, como o outro de se admitir que se luta pelo aborto p'rá dignificação da mulher!?!?!? No aborto alguma vez há dignidade?
Dei a minha opinião sincera e não a busco senão no Evangelho de Jesus, está lá tudo, não é preciso inventar...
Um abraço, Ricky
"a vida não pode, ou não deve ser manipulada em nenhuma circunstância"
ResponderEliminarMas o que é manipular a vida? A medicina não é precisamente manipular a vida, não é por vezes adiar a morte daqueles cujo trajecto normal aí conduziria rapidamente? Se eu não tivesse sido operado aos 9 anos teria morrido. O meu "trajecto normal" foi claramente desviado pelos médicos que me operaram.
Não concordo com essa visão radical de que o homem não possa manipular a vida. Pela simples razão de que um casal que se ame e que se depare com um problema de infertilidade não podendo procriar, não será legítimo poder recorrer á ciência para tal fim? Deus será contrário a esse direito legítimo? Não me parece. Ainda bem que a ciência existe para a felicidade dos casais. No entanto como em todas as ciências existe as divergências para o mal, os interesses financeiros, etc...
ResponderEliminarRealmente qual o objectivo da criação de embriões excedentários? Não sei responder.
Quanto á segunda questão realmente é importante. Uma criança só terá um crescimento sustentável (psicológicamente) desde que criada no seio de uma família sólida e estável. E aqui podemos meter a questão da moda dos casamentos homosexuais... Como será o desenvolvimento de uma criança no seio de uma família assim,... Parece-me mau.
A terceira questão sou contra. Se a tecnica ajuda os casais tudo bem, mas a dádiva do próprio corpo para procriar algo que não lhe pertencerá, parece-me errado. No entanto devemos nos dar para os outros, mas nesta forma penso que trará mais prejuizo do que felicidade...
" Realmente qual o objectivo da criação de embriões excedentários?"
ResponderEliminarOs embriões excedentários aparecem pelo seguinte: na fertilização in vitro a mulher é estimulada a produzir óvulos. Estes óvulos são depois expostos aos espermatozóides de modo a serem fecundados. Os óvulos efectivamente fecundados são chamados embriões e são transferidos para o útero da mulher. Para assegurar uma hipótese razoável de gravidez são necessários dois a três embriões para transferir para a mulher. O que acontece é que quando se fecundam os óvulos não se sabe ao certo quantos óvulos serão fecundados e quantos se desenvolverão com um mínimo de condições. Aqui há dois caminhos:
1) tentar obter um número razoável de óvulos (8 ou 9, suponhamos), tentar fecundá-los a todos, podendo fecundar 5, 6 ou 7, por exemplo, esperar algum tempo e constatar que finalmente há 3 ou 4 embriões para transferir;
2) tentar fecundar (como propõe o PSD) no máximo três óvulos, ver depois que um ou dois fecundaram efectivamente, esperar que se desenvolvam um pouco e ter no fim um ou nenhum embrião para transferir.
Pelo caminho 1) às vezes sobram embriões (mas nem sempre) já que transferir mais de três é arriscado (uma gravidez com quatro gémeos já é muito arriscada e não é impossível que aconteça). Esta é a técnica usada habitualmente em Portugal. Pelo caminho 2) nunca sobram embriões mas as taxas de gravidez caem a pique e um casal pode passar por um esforço brutal durante meses para no fim nem sequer ter um embrião para transferir e tentar uma gravidez.
Já com as taxas de sucesso/insucesso da técnica 1) é difícil chegar a uma gravidez: em cada ciclo (que leva alguns meses e custa cerca de 4000 a 5000 euros no privado) há apenas 20 a 30% de hipóteses de nascer um bébé. No sistema público de saúde as listas de espera são de anos. Se se dificultarem as coisas, as listas de espera no sistema público irão aumentar ainda mais, o sucesso no sistema privado diminuirá e os casais terão tendência a desistir ou a ir ao estrangeiro. Uma lei como a que o PSD propõe é uma forma indirecta e subtil de liquidar as técnicas mais sofisticadas de procriação assistida em Portugal como já aconteceu em Itália.
Não se criam embriões para que sobrem mas para que haja gravidezes e nasçam crianças. Evitar embriões excedentários é uma forma de evitar também o nascimento de muitas crianças.
Devemos evitar o nascimento de crianças porque há uma possibilidade de morrerem embriões excedentários no processo? Se tivermos dúvidas é a própria natureza que nos responde: nos processos de reprodução não assistida, há muitas vezes em que um casal tem relações sexuais, um óvulo fecunda resultando num embrião, mas esse embrião perde-se e não há gravidez. Na natureza criam-se muito mais embriões do que aqueles que virão a nidar no útero e a dar origem a uma gravidez.
Considero que é uma questäo a que näo se pode responder com um simples sim ou näo. Sobre isto fiz hoje um texto lá no Adro, remetendo para estas perguntas...
ResponderEliminarConsidero que é uma questäo a que näo se pode responder com um simples sim ou näo. Sobre isto fiz hoje um texto lá no Adro, remetendo para estas perguntas...
ResponderEliminarCaros Padres Inquietos:
ResponderEliminarEl niño tiene derecho a ser concebido como fruto del amor de los padres. No ser producido por un tercero en el laboratorio.
El embrión es persona desde el momento de la fecundación. Merece el máximo rspeto. No puede ser utilizado como medio para otra cosa.
Los padres no tienen derecho al hijo. El hijo es un don que ha de se recibido con cariño.
Dicho lo cual, la pregunta me parece superflua.La cuestión no está en más o menos embriones, sino en el respeto radical a la dignidad de la persona. No cabe la cuestión a mi entender.
Un fortísimo abrazo.
"El niño tiene derecho a ser concebido como fruto del amor de los padres. No ser producido por un tercero en el laboratorio."
ResponderEliminarUma criança pode ser concebida como fruto de amor num laboratório e sem qualquer amor num corpo humano.
"Los padres no tienen derecho al hijo."
Ninguém tem direito a um filho. Mas quem, de fora, tem o direito de dizer a uma família se pode ou não ter um filho?
"El embrión es persona desde el momento de la fecundación."
Porquê? E, nesse caso, não se deveria começar a controlar o que se passa com todos os "embriões/pessoas" que podem surgir em qualquer relação sexual? Se uma mulher toma um medicamento abortivo por alguma razão médica e tem relações sexuais em período fértil não poderá estar a cometer um homicídio?
Muito embriões na natureza perdem-se por não conseguirem nidar. Se se conseguir uma nidação artificial com segurança proibe-se a procriação natural para não matar mais pessoas por acidente?
Um abraço.