Román Flecha: O aborto é um problema ético muito antigo. Um dos livros mais antigos que conhecemos sobre o aborto foi escrito no ano 135 por Sorano de Éfeso, na actual Turquia, e, já nessa altura, era uma grande preocupação. No império romano, na época pagã, foi preciso proibir o aborto em Roma, porque a população diminuía de forma muito rápida e era preciso introduzir mão-de-obra e imigrantes de África, tal como acontece hoje.
Na doutrina cristã, não só na católica, o aborto é considerado um mal moral, enquanto é a destruição de uma vida humana por parte de outros seres humanos e com frequência dos seus próprios progenitores. Dito isto sobre o mal moral do aborto, é preciso sermos muito prudentes, no momento de qualificar a responsabilidade moral da pessoa que aborta.
Com frequência, a mesma pessoa que aborta é vítima de um processo e é abandonada.João Paulo II disse, uma vez que, com frequência, a mulher é obrigada a pagar sozinha por algo de que não é a única responsável.
Se houver educação adequada, não acredito que qualquer mulher queira abortar. E levantas bem o problema para haver uma gravidez há sempre dois. A mulher é, naturalmente a vítima, pois além de sofrer na carne, sofre na alma.
ResponderEliminarÉ assunto que deverá sempre ser tratado com muito amor! Muito dificil levantar a mão acusadora sem saber os contornos e sem ensinar...
O meu problema é este: se uma mulher está decidida a abortar, se nada há que possamos fazer para o impedir, deveremos deixar essa mulher nas mãos de uma qualquer abortadeira, num qualquer vão de escada, onde ela arrisca a sua saúde, a sua fecundidade ou até a sua vida? Ou deveríamos possibilitar que essa mulher contasse com as condições mínimas de higiene e de assistência médica, a fim de se evitar males maiores?...
ResponderEliminarse a mulher esta disposta a matar...é porque nao tem muito amor à vida!
ResponderEliminarCaro(a) anonymous da 1:40:
ResponderEliminarParece que não deste muita atenção ao post inicial. «É preciso sermos muito prudentes, no momento de qualificar a responsabilidade moral da pessoa que aborta»...
Claro que, perante um aborto que correu mal, alguém pode dizer: «é bem feito», «merecia o castigo que recebeu», «fez-se justiça», e outras coisas deste tipo. Mas nada disto pertence à linguagem de Jesus.
O problema mantém-se: mesmo que não possamos salvar a vida do filho, devemos ou nâo fazer tudo o que for possível para proteger a vida da mãe?...
"se alguém se quer suicidar, é porque também não tem muito amor à vida"...
ResponderEliminarvamos longe por aqui, vamos.
Eu sou manifestamente contra o aborto.
ResponderEliminar[Vim deixar um beijinho *]
A questão do aborto sustenta-se noutras questões, e são estas, que há que ter em conta antes de mais: a demasiada liberdade concedida aos jovens que não estão suficientemente amadurecidos para reflectirem e assumirem as responsabilidades sobre as consequências de uma eventual gravidez decorrente da liberdade sexual;
ResponderEliminara falta de moralidade que vai pelo mundo fora e em que cada um está entregue a si mesmo, com direito a fazer o que lhe dá na real gana;
as políticas actualmente vigentes, cujo objectivo principal é a subida ao puleiro e a sua manutenção por largos anos, não se importando com os prejuízos sociais, económicos e morais das populações;
a perversão dos costumes e da moralidade, que criam cegueira e deturpação mental, ao ponto de se aceitar, com toda a naturalidade, até por cristãos!, pelos próprios pais, a matança de inocentes que não têm voz nem forma de expressão.
Ora, quando os próprios pais encaram o aborto de ânimo leve, para o qual entendem não haver crime, quem somos nós outros para julgar os criminosos de assassínios, roubos, pedofilia, etc.? Que sejam igualmente despenalizados.
Quando ouço pessoas que se querem destacar, hipócrita e vaidosamente, apelando à tolerância e compreensão, com desculpas de cariz económico e social, só tenho para elas o meu sorriso de ironia: três raparigas, minhas colegas (mulheres como eu), que fizeram aborto, fizeram-no simplesmente por opção de não quererem os filhos; serem mães não estava nos seus planos, naquela altura das suas vidas; para elas, ter relações sexuais quando calha, quando as circunstâncias o propiciam, não tem de implicar a assunção de uma gravidez.
Mas, três entre muitas, não é nada. De acordo. E quantas muitas mais, muitíssimas mais há, cujos verdadeiros motivos são estes e não os das desgraçadinhas coitadinhas?
E assim vai o nosso bendito Mundo!
Em cada momento que não dedicamos por inteiro à caridade, tomamos a opção de não querer mais irmãos.
ResponderEliminarIsso sim, parece-me grave.
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