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quinta-feira, dezembro 01, 2005

O fracasso da ONU emrelação à SIDA

Dia Mundial de luta contra a Sida, 1 de Dezembro, torna a dirigir a nossa atenção para a já chamada “peste do século XXI”. Segundo os números apresentados pela ONU, os resultados do programa preventivo contra a Sida não são muito animadores. É o grande fracasso duma política preventiva que se fia só no preservativo... Tornou-se um facto público: mais de 40 milhões de pessoas no mundo estão infectadas com SIDA. A doença distribui-se de maneira muito irregular: quase 26 milhões vivem na África a sul do Sahara e 7,4 milhões na Ásia meridional e sul-oriental. Por conseguinte, mais de 32 milhões concentram-se nestas duas regiões do mundo, sobretudo na África negra, mas isto não significa que a Sida não seja um problema para os restantes países, incluindo os mais desenvolvidos. Por exemplo, em Espanha e, na realidade, no conjunto da Europa em geral, a doença ressurgiu – dizem os especialistas – porque diminuiu a percepção do risco por parte da população. Só num ano surgiram mais 5 milhões de novas infecções. É o grande fracasso duma política preventiva contra a Sida que se fia só no preservativo, sem ter em conta que esta doença, tal como as outras, está estreitamente ligada ao estilo de vida.
Do mesmo modo que a cirrose hepática afecta as populações com propensão para uma elevada ingestão de álcool, assim a Sida constitui um flagelo para as zonas em que se verifica uma maior promiscuidade sexual e um consumo de droga através da reutilização de seringas já utilizadas - se bem que esta segunda componente se verifica cada vez menos. Em Espanha, 3 em cada 1000 cidadãos estão infectados com o vírus, e o Ministério da Saúde estima que existam cerca de 150.000 seropositivos.
Neste contexto, as declarações da Ministra da Saúde, Elena Salgado, sobre o preservativo e a Conferência Episcopal, tornam a confirmar a tremenda carga ideológica - no sentido mais pejorativo do termo - que embarga a responsável do Ministério da Saúde espanhol, que continua a insistir na polémica do preservativo e Igreja, ao mesmo tempo que celebra, tal como fez no Verão passado, a “alegria” dos contactos promíscuos. Há que insistir uma e outra vez em duas questões chave:Uma diz respeito a todos os países e já a apontámos: a Sida não pára com o uso do preservativo se não se alteram as condições sociais que multiplicam os contactos sexuais, dando azo a sociedades cada vez mais promíscuas. A fidelidade ao próprio par e a abstinência ou o atraso dos primeiros contactos sexuais são fundamentais para corrigir a tendência para o aumento. O facto de no Norte de África e no Médio Oriente se registar apenas meio milhão de casos, ao passo que na África negra se registar a cifra impressionante de largos milhões de pessoas não é um pormenor de menos importância. Embora considerando que possa existir um certo ocultamento dos números, é notório que a sociedade muçulmana está a demonstrar a sua capacidade para fazer face aos danos provocados pela doença, sem outros recursos a não ser os seus modelos de conduta. Do mesmo modo, num contexto social idêntico, as famílias fiéis aos modelos religiosos católicos registam uma incidência muito menor do que as que vivem de acordo com os critérios da sociedade desvinculada.A segunda grande questão, que diz respeito sobretudo à África, é a necessidade de dispor duma assistência massiva de retrovirais, capazes de fazer frente ao desenvolvimento da doença. O facto de não se verificar tudo isto é um escândalo que nos devia envergonhar a todos, habitantes do mundo desenvolvido e, em particular, os seus governos e os partidos políticos.
Fonte: Forumlibertas, 22 de Novembro de 2005

3 comentários:

  1. Se o uso do preservativo, não resolve todos os casos, pois não...quando a contaminação é com agulhas infectadas, não adianta colocar o dito, resolve alguns. Bastantes. Esta insistência da parte do Magistério da Igreja contra o preservativo, é criminosa. É dum autismo atroz. Os números da Sida, são escandalosamente gritantes, há que debelá-los de todas as formas. O desastre não é da ONU, é de todos. Não se mudam os comportamentos das pessoas do pé para a mão. Envergonha-me esta obseção da Igreja pelo preservativo.
    Não é porque eu vivo com determinados valores ou padrões, mesmo que eu os ache os mais certos, que os vou impor aos outros.
    Perante os números, as pessoas infectadas, só devia haver uma palavra de ordem:"vamos unir-nos na defesa da vida humana!"

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