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quinta-feira, dezembro 15, 2005

Padres que se casam e padres celibatários

“A Igreja não tem pressa. Ela tem a eternidade à sua disposição” dizia-me, com alguma ironia, em Belo Horizonte, o Pe. Clovis Silva, que foi meu professor de Metafísica, contendo a minha pressa por mudanças. Hoje, passados 50 anos, tenho que concordar com ele. As mudanças na Igreja Católica caminham a passos de tartaruga e por isto é provável que até o século XXII o celibato obrigatório dos padres seja alterado.

Três concílios introduziram o celibato. O Concílio de Elvira (304 da E.C.) exigiu o celibato como condição para selecionar o clero; o Concílio de Latrão (1.139 da E.C.) ampliou o celibato para o Ocidente e o de Trento (1563 da E.C.) legitimou a decisão. O celibato atendeu naqueles séculos razões até de ordem econômica. São Paulo, na primeira aos Corintios ( 7,9) escreveu : “as se não podem guardar a continência, casem-se, pois é melhor casar-se do que ficar abrasado”.

Como leigo sou favorável que existam dois tipos de padres: os que se casam e os que permanecerão celibatários e castos.

No Brasil e no resto do mundo contam-se aos milhares os casos de padres que conheceram mulher e tiveram filhos. O alto clero, contudo, sempre fugiu de uma discussão séria sobre a sexualidade de padres, bispos e religiosas. Roma fez de conta que o problema não existia até que surgissem os processos de pedofilia contra padres nos Estados Unidos e a conseqüente indemização de milhões de dólares às vítimas. Do Vaticano vem agora a notícia que Bento XVI vetará a ordenação de homossexuais e orientação neste sentido foi enviada aos seminários. Sabe-se, por outro lado, que os leigos até aceitam padres que dêem as suas “escapadas”, mas não toleram e nem respeitam os homossexuais. Sobre padres homossexuais tenho, infelizmente, conhecimento de factos que a caridade me aconselha a não comentar.

Evidentemente, o padre celibatário terá maior disponibilidade para atender ao Povo de Deus, mas ser celibatário e casto não é para qualquer um. Somente seminaristas que revelarem uma personalidade equilibrada e um grande domínio sobre os seus instintos, seja pela via racional e/ou pela via mística, é que poderiam se candidatar a este estado.

Hoje, no mundo, existem mais de 150 mil padres que deixaram a batina para se casarem.
A CNBB, em pesquisa, revelou à imprensa que 41% dos padres pesquisados têm ou tiveram relação sexual com mulheres, após a ordenação. Voltando à minha Belo Horizonte e a um colega da Filosofia que comentava as “escapadas” do pároco da Igreja do Santo Antônio nos anos 50, eu perguntei-lhe se o bispo sabia do problema. Ele só me respondeu: “Saber deve sabe. Todo mundo sabe e as beatas nada escapa. Mas o padre X não provoca escândalo. Então....”

Antonio Ribeiro de Almeida é Doutor em Psicologia Social in

20 comentários:

  1. O celibato opcional parece-me realmente a solução mais equilibrada.

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  2. Parece-me que desta forma se descentra e por isso se esconde o verdadeiro debate. A sociedade actual exagera a importância própria do sexo, colocando-o como nexo de tudo na vida. É essa percepção que precisa ser modificada, não o celibato dos sacerdotes (que é sempre uma escolha, ninguém é obrigado a seguir o sacerdócio ou a manter-se padre).
    O que é necessário, e a Igreja fá-lo todos os dias, é lembrar que o nexo de tudo na vida deve ser Deus, o Criador que nos Ama. Todas as escolhas humanas (de padres e leigos, sexuais ou outras) deveriam ser feitas em função do que Ele pretende para nós, pessoalmente, e para a humanidade, em geral. Como saber a vontade dEle? Simplesmente confiando e seguindo a Igreja, fundada por Ele próprio para perpetuar a Sua memória e o Seu Sacrificio. Os padres que compreendem isto compreendem porque é que a Igreja lhes pede abstinência e sem dúvida, oferecem-na a Deus como sacrificio, pela sua própria salvação e a salvação de outros. Aos padres que prevaricam, rezemos para que se arrependam e alcancem misericórdia.
    E lembro também que o próprio casamento é uma vocação tão nobre como o sacerdócio e exige a mesma reponsabiliadde perante o sexo.
    Além disto, na sua diversidade, a Igreja oferece várias soluções para aqueles e aquelas que desejam dedicar-se a Deus, mas não podem ou não conseguem libertar-se totalmente para ser só dEle.
    Quaisquer outras exigências fora desta percepção respondem apenas a falsos moralismos baseados no "politicamente correcto" do Mundo. Só que a missão da Igreja não é seguir o Mundo mas iluminá-lo e guiá-lo, segundo a vontade Divina.

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  3. "Como saber a vontade dEle? Simplesmente confiando e seguindo a Igreja, fundada por Ele próprio para perpetuar a Sua memória e o Seu Sacrificio."

    Caro anónimo

    Este debate decorre dentro da Igreja e por isso não se descentra. O facto de tanta gente dentro da Igreja discutir e pôr em causa a obrigatoriedade do celibato para o sacerdócio é para mim um evidente sinal do Espírito de Deus.

    A sociedade actual tem as suas sombras (como em todas as épocas) mas Deus também fala através da sociedade (infelizmente a Igreja leva às vezes tempo a perceber isso).

    Não me parece que se possa resumir o celibato (tal como o casamento) a uma questão de sexo ou abstinência. Parece-me mais uma questão de qual ou quais são as pessoas a quem dedicamos a nossa vida. Nos casados a vida é dedicada a Deus e ao outro, a Deus através do outro. No celibato parece-me que a vida é dedicada em primeiro lugar a Deus e através dele a todos os homens e mulheres.

    A questão central é se para as funções de sacerdote é necessária uma "dedicação exclusiva". Existem muitos sacerdotes que se sentem chamados ao sacerdócio e ao matrimónio e não vejo argumento para obrigar essas pessoas a deixar uma dessas vocações. Certamente também existirão sempre vocações ao sacerdócio e ao celibato.

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  4. Vinha comentar o anónimo,mas vejo que o CA, já se antecipou naquilo que eu iria dizer. No entanto, sublinho o seguinte:
    A questão do celibato, não é, não pode ser, apenas centrada na ausência ou não, da prática sexual. Não é a isso que se resume um casamento, ou relação de conjugalidade.
    Quando o anónimo fala em "padres que prevaricam", acho de uma redução enorme, todos os dramas que são vividos por padres que se apaixonam e têm de resolver ou não, essas situações. Situações que, geralmente, envolvem outras pessoas.
    A Igreja, não pede só a abstinência sexual aos padres, pede-lhe uma forma de vida, que muitas vezes, é sinónimo de enorme solidão.
    Depois, quando fala da Igreja, está a referir-se a quê? À Doutrina? À hierarquia? Aos bispos? Ao Papa?
    Eu também sou Igreja, o CA é Igreja, o anónimo é Igreja, etc, etc. No viver, no ser Igreja, HOJE, colocam-se estas questões e há várias respostas. Muitas delas são o sentir (é o meu caso) destes problemas de forma muito próxima. Se eu sou testemunha de padres que vivem a solidão, o desespero, da sua condição de celibatários, não posso ficar indiferente a isso.
    Sempre me disseram que quando os srs bispos se reunem em sínodos, ou conferências episcopais, levam o sentir de toda a Igreja, ou não? Sempre assim foi desde os primeiros tempos, porquê encerrar agora as questões com o argumento de que é essa a Doutrina da Igreja?

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  5. Os senhores padres não deviam ter motivos de queixa por não poderem casar.
    Quando decidiram ser padres já não sabiam que uma das regras era o celibato?
    Agora passam a vida com queixinhas. Até lhes fica mal. Mais parece que, à falta de melhor, resolveram ir para padres. Não foi por vocação? Será que não sentiram o apelo divino para se entregaram generosamente?
    Bem, com tanta crise de desemprego e dificuldades em esticar o orçamento no dia-a-dia, até que nem é má solução ser padre. Mas esquecem-se que todos, mas todos, sempre que fazemos opções na vida, sejam elas quais forem, vamos ter que acarretar com as vantagens e inconveniências.
    Me desculpem que como cristâ que sou, tento sempre ter o maior respeito pelo Sacerdócio, mas estou farta de vos ouvir queixar de não poderem casar.
    A priori, já o sabiam.
    E depois, em todas as situações da vida e suas circunstâncias, há momentos bons e maus.
    E mais, "duvido bem" que o celibato seja pior opção do que o casamento....

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  6. "Como cristã que sou tento sempre ter o maior respeito pelo sacerdócio"

    Eu prefiro ter pelas pessoas. Ou acha que um padre não é de "carne e osso"? Não foi sobre um protótipo de padre que foi derramada a benção, foi sobre um homem. Que nas condições, em que ingressam nos seminários, pela falta de abertura e diáolgo, que eu adivinho por lá...não sei se assumiram a sua vocação nas melhores condições, mas eles que falem. Inclusive o padre deste blog. Se quiser e puder, claro.

    Na minha terra a indústria ceramica está em forte crise. Vou propor que se faça aí um molde de padre à medida...depois é só inserir na linha de montagem.

    Do modo que fala, parece que nunca se enganou na vida, nunca tomou nenhuma opção errada...aí valente!
    Mas que a forma como se expressa não é muito cristã, não é não.

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  7. Ainda mais uma coisa. È pena que não possa escolher ser "padre", não é? Senão talvez tivesse resposta à sua última dúvida. Afinal, tem algumas.

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  8. Pois é, afinal sempre tenho dúvidas e muitas vezes me engano.
    Da forma como refuta sempre o que os outros comentam, estou em crer de que, ao contrário de mim, é uma pessoa muito esclarecida e sempre acertada.
    É evidente que os padres são pessoas e têm os seus erros que eu aceito humanamente, embora não lhe pareça.
    E é claro e também evidente, por inúmeras vezes demontradas, que a verdadeira cristã aqui é a MC, sempre tão pronta a desculpar tudo e todos - sobretudo se for para dar palmadinhas nas costas aos que pugnam por desvirtuar e deitar abaixo as verdades cristãs - numa clara exposição de "progressismo" empacotado de falsa modéstia.
    Prefiro ser aberta e directa, sem medos e respeitos humanos, sempre que tiver de defender as verdades evangélicas.
    Não se pode agradar a dois Senhores. Veja bem de que lado é que está, pois me parece que é pelo laxismo e tibieza de muitos cristãos, sempre receosos de desagradar às opiniões mundanas que seguem os ideais das modas, que o Cristianismo está decadente.
    Ou será que ser Bom Cristão passou a ser dizer amem a tudo?

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  9. "Os senhores padres não deviam ter motivos de queixa por não poderem casar.
    Quando decidiram ser padres já não sabiam que uma das regras era o celibato?
    Agora passam a vida com queixinhas."

    Cara anónima

    Quem vive a vida de padre tem todo o direito de dizer o que acha melhor. Quem está de fora deve necessariamente ser mais prudente. Contudo a questão da norma do celibato (e não a questão de saber se os padres já ordenados vivem ou não esse celibato) diz respeito a todos. Se um homem casado sente vocação para o sacerdócio, deve o seu estado de vida ser absolutamente impeditivo?

    "E mais, "duvido bem" que o celibato seja pior opção do que o casamento.... "

    Pior em que sentido?

    "Prefiro ser aberta e directa, sem medos e respeitos humanos, sempre que tiver de defender as verdades evangélicas.
    Não se pode agradar a dois Senhores. Veja bem de que lado é que está, pois me parece que é pelo laxismo e tibieza de muitos cristãos, sempre receosos de desagradar às opiniões mundanas que seguem os ideais das modas, que o Cristianismo está decadente."

    As verdades evangélicas encontram-se no Evangelho. E lá não vejo Jesus assim tão intransigente. Afinal Jesus era também um laxista, que não cumpria as normas do sábado (pior ainda, dizia que o sábado era para o homem e não o homem para o sábado), não jejuava, convivia com gente de má fama em vez de os criticar abertamente, dizia que não era preciso adorar no templo, etc.

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  10. Bom, CA, mais uma vez passaste-me à frente.

    Só digo que prefiro discutir abertamente estes temas, porque também sou Igreja.
    Prefiro discuti-los, sem saber qual é a melhor solução (acho que ninguém sabe)do que saber que os srs padres dão as suas "escapadelas", como diz o palheirense, mas desde que não façam muito "barulho", vamos indo... Isso é que é laxismo, acho eu.

    "os padres oferecem a sua abstinência como sacrifício para a sua salvação"
    Bom, eu acho que a salvação não se "compra". A salvação é-nos dada gratuitamente. Dom ao qual respondemos, com o que somos; umas vezes na fidelidade, outras na infidelidade.

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  11. "
    "os padres oferecem a sua abstinência como sacrifício para a sua salvação"

    Bom, eu acho que a salvação não se "compra". A salvação é-nos dada gratuitamente. Dom ao qual respondemos, com o que somos; umas vezes na fidelidade, outras na infidelidade"

    Concordo inteiramente que a salvação não se compra e que nos é dada gratuitamente. Mas não vejo em que é que a frase citada primeiro pode ser interpretada como o fez, já que a oferta do sacrificio é livre e não "obriga" (a meu vêr) Deus a nada! E lembro, o sacrificio de algo que nos é caro (até a própria vida), em nome de algo Maior, é sempre agradável a Deus.

    "quando fala da Igreja, está a referir-se a quê? À Doutrina? À hierarquia? Aos bispos? Ao Papa?
    Eu também sou Igreja, o CA é Igreja, o anónimo é Igreja, etc, etc. No viver, no ser Igreja, HOJE, colocam-se estas questões e há várias respostas. "

    A Igreja somos todos nós, é certo. Mas é sobretudo o lugar de uma dada relação com Deus e com os outros.
    Uma das vantagens desta "organização", é que a alguns desses "outros" é dada ou reconhecida "autoridade" sacramentada. O que é uma vantagem em questões de dificil interpretação: por isso, perante dúvidas penso ser melhor confiar e deixarmo-me guiar por esses outros, a quem reconheço autoridade superior à minha. Respondendo à sua pergunta, claro que me refiro sobretudo aos bispos e ao Papa.
    É uma forma de construir a casa na rocha.

    "Este debate decorre dentro da Igreja e por isso não se descentra."

    O descentrar não se referia à Igreja, mas sim à forma correcta (quanto a mim) de abordar a questão do celibato, mesmo dentro da Igreja: ou seja a posição de cada um perante o que Deus lhe pede (a sua vocação). Que fazer a vontade de Deus implica muitas vezes sacrificios, penso que não haja muitas dúvidas.

    "O facto de tanta gente dentro da Igreja discutir e pôr em causa a obrigatoriedade do celibato para o sacerdócio é para mim um evidente sinal do Espírito de Deus. "

    Para mim é um sinal evidente da influência do Mundo, a qual é normal, já que nós, cristãos, vivemos no mundo. Mas não nos podemos esquecer que não somos do Mundo.

    É certo que Pedro era casado. E nem por isso deixou de ser chamado e escolhido. Mas é sintomático que ele tenha deixado a casa e a familia para seguir Jesus e tornar-se "pescador de homens". E nisso, fez uma escolha, na sua liberdade: respondeu ao convite e disse "sim", tal como Maria, um "sim" total, colocando Jesus e a missão a ele confiada no nexo da sua vida. Fez a vontade de Deus e por isso foi Santo. E isso é que a Igreja pede, a cada sacerdote ou a qualquer leigo. Ter consciência disto simplifica muitas questões, acredite.
    E relembro, a Igreja tem muitos lugares de serviço.

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  12. Com o máximo respeito por todos os intervenientes neste debate: não seria possível discutir o assunto, no qual se baralha uma imensidade de temas, com menos paixão?
    Eu compreendo essa paixão, porque é de vida e não de teorias que se trata. Mas, precisamente por isso, penso que seria desejável um debate em que as pessoas se defendessem mais daquilo que, ao dar calor à discussão, corre o risco de lhe tirar objectividade.
    O tema do celibato sacerdotal, que seria bom não confundir com o celibato apostólico - pelo menos no domínio nocional(ainda que na Igreja latina, este seja suposto por aquele) - engloba questôes de ordem histórica, teológica, canónica e pastoral, que nõ se compsdecem com uma discussão deste tipo, por muito bem intencinada que seja.
    Peço às pessoas que intervieram nesta discussão que não me interpretem mal; pois é precisamente por me parecer que todas (ou quase)falam com o coração nas mãos (e isso é bom, quando não se deixa apagar a razão),que me dicido a fzer este comentário: Desculpem, mas sinto que o vosso empenho e recta intenção, na qual acredito sinceramente, merecia um outro enquadramento.
    Haverá por aí alguém que se dicida a oferecê-lo?
    AP
    (Informo que o meu blog se chama RESISTÊNCIA.Ou E-mail< pe.pascoal@mail.pt>.O Anonymous sai apenas por uma questão funcional)

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  13. Caro Pascoal

    Se estes assuntos merecem certamente um enquadramento melhor, também não podemos cair no ponto de deixar tudo para quando todos formos doutorados em teologia. E também não podemos deixar o assunto nas mãos dos bispos e do Papa. Ser Igreja é ser membro de uma família e cada um de nós tem algo a dizer. Creio mesmo que a Igreja andaria muito melhor se se escutasse mais o Espírito derramado sobre todos os homens em vez de se confiar na sabedoria humana (ainda que esta se chame história, filosofia ou teologia) de alguns muito doutos.

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  14. Caro Pascoal(padre?),
    tem razão no apelo a uma maior racionalidade no diálogo.

    Pelo Magistério da Igreja é feita uma imensa apologia sobre a necessidade, as vantagens, as razões do celibato sacerdotal. Não se devem escamotear, ignorar algumas dessas razões. Mas sendo o celibato uma medida disciplinar da Igreja, a mesma é passível em qualquer tempo, de discussão e revisão. A forma de se viver e ser Igreja, apesar da sua longa história e Tradição participa da historicidade da vida. Não negando tudo o que está para trás, e nos primeiros séculos o celibato não era obrigatório, temos que nos perguntar, hoje; O celibato sacerdotal é possível? Para os homens de hoje, que decidem viver a vocação sacerdotal, a melhor forma é viverem como celibatários?
    Mesmo para quem diz:"O facto de se desejar o fim do celibato, é porque se perderam "valores" e já não se consegue viver com a radicalidade, a entrega, a generosidade de outros tempos." Bom, se não se consegue, aí temos a resposta. Acho que não devemos perder nunca o sentido da nossa precaridade, da transitoridade das coisas. Isto, quer dizer que nesta vida, nada é definitivo.

    Para mim, esta discussão é ainda muito mais abrangente, eu desejaria uma Igreja menos hierárquica e mais laical, como nos primeiros tempos. Onde a primazia era dada à condição baptismal. O sacerdócio era o comum dos fiéis.
    Muitas "torres", à deitar a baixo nesta Igreja.
    Pergunto-me insistentemente, e esta pergunta vem do meu viver diário, inserida numa comunidade concreta; É esta a Igreja de Cristo?

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  15. Caríssimos Irmãos e Amigos:

    Estou, cem por cento, de acordo com a posição do sr. Padre Pascoal, do blogue RESISTÊNCIA.
    Bem haja, reverendo Padre!
    Houvesse muitos Sacerdotes assim, e não só a Igreja Católica estaria bem melhor, como também todo o mundo em geral!

    O Celibato católico do Clero em geral - antes de (em vez de) ser uma 'medida disciplinar', como alega ironicamente a MC -, é um Dom de Deus, é um Carisma próprio do Sacramento da Ordem, é uma Bênção muito especial, é uma das maiores virtudes, tal como a Castidade.
    Mais: o Celibato do Sacerdócio ministerial é um dos Três sagradas Votos de todos os Religiosos consagrados exclusiva/fundamentamente ao Serviço de Deus, que não apenas dos Bispos e Presbíteros, e, naturalmente dos três (Castidade/Celibato, Obediência e Pobreza), o mais importante, e por isso mesmo o mais imprescindível e radical, logo seguido da Obediência.
    Aliás, os Votos Religiosos fazem parte dos Conselhos Evangélicos propriamente ditos (do 'Sermão da Montanha'), que são oito, como penso que todo o bom Cristão saberá...

    E não venham cá com teorias infantis, obsoletas e ambíguas/capciosas (liberalistas e modernistas, quando não heréticas), porquanto todo o bom Católico sabe, ou deveria saber, que, se os Clérigos e Religiosos poderiam ser casados durante o primeiro milénio do Cristianismo, isso deixou de ser permitido legitimamente já há cerca de mil anos, não devido a qualquer capricho do Papa, ou de um qualquer Concílio, mas devido à sabedoria e autoridade supremas da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, outorgadas definitivamente por N. S. Jesus Cristo, quando disse/ordenou a Pedro, o primeiro e principal Chefe/Cabeça visível da Igreja:
    «Tu és Pedro, e sobre esta 'pedra edificarei' [isto é, unicamente sobre ti, como principal alicerce e timoneiro, construirei, renovarei e manterei] a Minha Igreja..., e nada nem as portas do Inferno prevalecerão contra ela [nunca destruí-la-ão]... Tudo o que ligardes na Terra será ligado no Céu, e tudo o que desligardes na Terra será desligado no Céu... Quem vos ouve a Mim ouve, quem vos despreza a Mim despreza... Eu ficarei convosco até ao fim dos séculos [isto é, até ao
    fim do Mundo / Juízo final]»...

    Quem tem dúvidas que tudo isto é, rigorosamente, a sagrada e imutável Palavra de Deus, e que é para ser interpretado/cumprido literalmente, sem qualquer simbolismo ou desvio, por mais ínfimo que seja, doa a quem doer?...

    Enfim, se a Moral Cristã não muda, com o decorrer dos séculos e milénios, muito menos a Palavra de Deus, tal como está escrita e mais que estudada no Santo Evangelho, a Suprema Revelação, o que não quer dizer que seja a última/definitiva, porquanto a Igreja Católica, e apenas esta, tem Autoridade e Inspiração do Divino Espírito para "ligar" e "desligar"; isto é, pra introduzir, sempre que achar necessário e proveitoso para a maior Glória de Deus e Salvação das Almas (ainda que todo o mundo seja contra), segundo o Divino Beneplácito, eventuais alterações ou reformas absolutamente legítimas, segundo as infinitas Sabedoria, Misericórdia e Justiça de Deus, que, por sinal, real e felizmente, são muito diferentes, e por vezes opostos, à 'justiça' e 'sabedoria' dos homens, que desgraçadamente deixam muito a desejar, mesmo sendo de homens individuais e responsáveis da mesma Igreja, pois, em si mesmos, são humanos e falíveis como todos nós...

    Um santo e feliz Natal para todos, inclusivamente para os críticos da "Nova Evangelização Católica", que infelizmente são muitos, reconheço humildemente, tal como acontece, aliás, com os críticos rebeldes da mesma Igreja, Igreja esta que defendo com toda a minha alma e coração, com total isenção, respeito e lealdade, mas obviamente não represento, de modo algum, como simples leigo que sou, pois não tenho nenhuma autoridade para tal.

    José Mariano


    P.S.: Naturalmente, o meu sincero desejo de Santo e Feliz Natal é abrangente a todos os colaboradores e leitores deste blogue "Padres Inquietos" (creio que apenas no bom sentido), embora o/s responsável/eis, por esta web-página 'liberalista', tenha/m, quanto a mim injusta e arbitrariamente, retirado o blogue "Nova Evangelização" da sua lista, ao contrário do que faz/em com outros sites bem mais polémicos e até heréticos, como se pode constatar...
    Contudo, não descerei ao mesmo nível.

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  16. Queria dizer a todos os que tem comentado este post em primeiro lugar obrigado.
    E esclarecer que a questão não é acabar como Celibato, mas dar oportunidade a homens casados de aceder ao ministério sacerdotal. Quando falamos de celibato opcional, não estamos a falar dos que já são padres- esses já fizeram a sua opção, mas ofalamos daquela criança ou jovem que quando lhe fazemos a proposta coloca o casamento como um "entrave".
    Quero deixar uma pergunta: não será que porque a Igreja não quer mudar uma lei humana (da Igreja Católica Ocidental - não nos esqueçamos que na Igreja Católica de rito oriental o Celibato é opcional)muitas comunidades ficam sem o mais importante que é a Eucaristia?
    Quantas cristãos ao Domingo não podem participar na Eucaristia porque não sacerdote para a celebrar, já que esta sobrecarregado?
    Pergunto a quem defende o celibato obrigatório qual a solução que propõe?

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  17. Cristo próprio o disse: "pedi operários para a messe":
    A solução que procura passa primeiro pela oração, pelo pedido sincero, reconhecendo uma necessidade premente de vocações sacerdotais: Deus sem dúvida responderá. Penso que os Cristãos se esquecem demasiado deste pedido (e aqui me incluo). Que talcomeçar a promover orações conjuntas de leigos com este fim especifico?

    Soluções:
    sem espirito nenhum de misericórdia, reconheço,
    pergunto se os cristãos mais isolados e sem Eucaristia não podem organizar-se e pôr pés ao caminho em vez de esperar que seja sempre o Senhor a ir ao seu encontro. Talvez para os mais fracos ou doentes fosse até possivel arranjar transporte que servisse várias paróquias?

    Vocacionalmente:
    tenho um amigo, casado e pai, que durante 3 anos sacrificou parte do seu tempo de familia (com o acordo desta, evidentemente) para se tornar Diácono. O Prior da Paróquia dele já não passa sem a sua colaboração. Embora sem a profundidade do Sacerdócio, o Diaconato pode assim ser uma opção a quem se sente especificamente chamado ao serviço da Igreja e de Deus mas já está num compromisso de casamento.

    Quanto a rapazes ou homens que tenham dúvidas quanto à sua vocação, se sacerdócio se casamento, penso que o melhor seria aconselhá-los a esperar e a rezar para que a opção se tornasse clara. E só então decidir.
    Será sempre melhor um bom leigo do que um sacerdote infeliz.

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  18. Na minha opiniao deveria existir a liberaçao do celibato pois evitaria muitos comentarios a respeito de padres q dao certas escapadas e tbm com isso tudo vai o noem da nossaa igreja junto e se nao ouvese o celibato tudo seria mais facil
    ate pq nunk foi proibido amar e se casar.

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  19. Acho que se o Padre se apaixonar por alguem e queira ficar com esta pessoa ele deva lagar a batina.Eu mesma me apaixonei pelo padre da paroquia que frequento.Me declarei para ele só que não desidiu, parecia que gostava de mim por causa do conportamento dele depois disso passei a evita-lo e ele a ficar atras de mim.Uns seis meses depois soube na Igreja que ele tinha largado a batina´só que não tive como acha-lo,fiquei trste por ter desistido facil se tivesse continuado saberia o motivo da sua saida.Mas acho que a gente ainda vai se encontrar e poderemos viver essa paixão intença que tivemos ja se passaram cinco anos e eu ainda o amo,se não for nessa vida vai ser em outra mas que a gente vai se amar. Ha vai...

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  20. O CELIBATO, NÃO É SÓ PARA OS PADRES, TU, QUE ESTÁS A LER ESTA CURTA REFERÊNCIA, LEMBR-TE QUE TAMBEM TENS A OBRIGAÇÃO MORAL DE SERES CELIBATÁRIO NAQUELE CONTESTO DA TUA VIDA EM QUE TEMS QUE HONRAR OS TEUS COMPROMISSOS,O SEXO, É UNICAMENTE PARA REPRODUÇÃO E NÃO PARA ADORAÇÃO DO PRAZER,AÍ FALTAS AO 1º MANDAMENTO.

    AMAR, É SERVIR, E NÃO SERVIR-SE, SE NÃO TE AGUENTAS, ANTES QUE TE ABRASES, PRATRICA A MASTURBAÇÃO SOB A INTENÇÃO DE DESCARREGARES A CARGA QUE TE AFETA, SEM DARES ATENÇÃO AO QUE SENTES. É MELHOR ASSIM DO QUE TE ENVOLVERES EM ESCANDALOS E DESGRAÇAS, MAS LUTA PARA QUE ESTE DESAFOGO, NÃO SEJA MOTIVO DE VICIO...

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