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segunda-feira, dezembro 19, 2005

CRISTIANISMO FÁCIL...

Hoje, nas igrejas portuguesas, estamos a ver as consequências de uma política de quantidade em detrimento da qualidade. As maiores igrejas portuguesas estão em declínio, perdendo assistência a cada semana que passa.
A qualidade pode ou não gerar quantidade, mas a quantidade nunca gera qualidade.
Usámos grandes campanhas com grandes máquinas de marketing por detrás, que venderam um cristianismo fácil, em que bastava fazer uma oração a Jesus, e todos os problemas seriam resolvidos. Um cristianismo baseado no que podemos receber de Deus, e sem sacrifícios da nossa parte.
  • Depois, ficámos admirados por as pessoas não se negarem a elas próprias, não se tornarem verdadeiras discípulas de Jesus, e não estarem dispostas a morrer por ele.
  • Ficámos admirados por as pessoas terem uma atitude egoísta, em que o que importava era saber o que ganhavam com o cristianismo, e não o que podiam fazer por Cristo ou pelo próximo.
  • Ficámos espantados por essas pessoas não se interessarem em fazer parte da força activa da igreja, e por acharem suficiente ir assistir à missa/culto de Domingo.
  • Ficámos estupefactos ao ver essas pessoas saltarem de igreja em igreja, indo para a igreja que tinha as reuniões com a música mais fixe, ou à que estava na moda.
  • Por fim, culpámos as pessoas de serem assim, esquecendo-nos de que as pessoas são apena aquilo que as ensinámos a ser.
Agora, é preciso começar de novo...
Nuno Barreto in Igreja Simples

2 comentários:

  1. "Um cristianismo baseado no que podemos receber de Deus, e sem sacrifícios da nossa parte."

    Só se se refere à oposição ao cristianismo mais antigo onde se faziam sacrifícios para que Deus nos desse qualquer coisa. A pastoral da promessa de sofrimento em troca de um bem. Deus dá-nos o seu amor gratuitamente. Mal de nós se Deus só nos desse o que merecemos pelos nossos sacrifícios.

    "Depois, ficámos admirados por as pessoas não se negarem a elas próprias, não se tornarem verdadeiras discípulas de Jesus, e não estarem dispostas a morrer por ele."

    O que leva alguém a seguir Jesus até à morte é a vivência do amor. Quem vai até à morte por obrigação ou espírito de sacrifício não está a seguir Jesus no seu espírito e arrisca-se a que o seu sacrifício de nada valha: "ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse amor, nada disso me adiantaria." (1 Cor 13, 3).

    "Ficámos espantados por essas pessoas não se interessarem em fazer parte da força activa da igreja, e por acharem suficiente ir assistir à missa/culto de Domingo."

    O que é fazer parte da força activa da Igreja? Que espaço há na Igreja para cristão adultos?

    "esquecendo-nos de que as pessoas são apena aquilo que as ensinámos a ser"

    O problema é pensar-se que as pessoas se reduzem apenas àquilo que as ensinamos a ser. O problema é não se reconhecer que Deus nos fala através de cada um dos irmãos. O problema é este conceito de Igreja de ovelhas acéfalas e obedientes. Pregue-se a facilidade ou o sacrifício, enquanto se tratarem as pessoas como seres que devem aprender com a hierarquia o que têm que fazer e mais nada, não se conseguirá inverter esta tendência.

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