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terça-feira, outubro 25, 2005

PADRE TOMA POSSE COMO PRESIDENTE DA CÂMARA

"Deus nos ajude". Foram as últimas palavras do discurso de tomada de posse, ontem, do presidente da câmara de Vieira do Minho. Palavras comuns de alguém que acredita, mas que, na boca de Albino Carneiro, têm um significado especial. Padre de formação, todos os olhares vão estar concentrados nele, nos próximos quatro anos.

"Ele será sempre padre" é a expressão que os populares mais dizem quando se lhes pede que comentem a sua eleição. "Estamos na expectativa, porque Vieira precisa realmente de uma mudança", refere Carla Sousa, que há quatro anos não votou em Albino Carneiro, porque "fazia um bocado confusão ele ser padre e político", mas que em 9 de Outubro não teve "problema nenhum em lhe dar o voto. Provou que consegue ser padre e político!".

Se um dos mais veteranos presidentes de junta estava rendido - "Nunca vi tanta gente numa tomada de posse" -, a entrada de Albino Carneiro foi literalmente feita com palmas e muitas palavras de incentivo. "Neste dia uns estão muito tristes, outros estão muito contentes, mas espero que no fim fiquem todos satisfeitos", dizia Maria Pereira, enquanto esperava que as portas do salão nobre, muito pequeno para tanta gente, se abrissem.

A abençoar "a missa nova" do autarca estiverem os presidentes da câmara de Barcelos, Terras de Bouro e Póvoa de Lanhoso, a que se juntaram alguns deputados sociais-democratas. Na assistência, uma blusa com cravos vermelhos era o símbolo de toda esta cerimónia "Para nós, a vitória dele foi uma espécie de revolução. Estávamos cansados dos joguinhos do poder", adianta Manuel Vilas, um dos entusiastas "do Padre Albino, porque, para mim, será sempre padre. Ser presidente é um acrescento".

"Novo ciclo"

"O momento muito especial e único" na vida de Albino Carneiro é também o início "de um novo ciclo que não renegará o passado, mas levará em consciência os seus constrangimentos, dificuldades, inoperâncias, desajustes e erros". E porque, cristãmente, não é correcto "proceder a um ajuste de contas", o "missionário autarca" preferiu "convocar todos, mas mesmo todos, a partilhar connosco a tarefa de construirmos um concelho melhor".

A mensagem esteve recheada de referências cristãs, tais como o "interesse colectivo", "bem comum", "pluralidade de ideias", "participação de todos", nunca esquecendo Albino Carneiro a esperança "Com trabalho desenvolveremos o nosso concelho. Pela esperança alimentaremos os sonhos de construir uma sociedade melhor, um concelho mais desenvolvido, uma terra com mais oportunidades para todos os vieirenses".

Voltando a referir a acção social, a educação e a revisão do Plano Director Municipal como as principais áreas de intervenção, para o novo presidente da Câmara "é nos tempos difíceis que é preciso ter mais coragem e mais alento", porque "diz-se que das dificuldades nascem oportunidades e nós vamos aproveitar todas as oportunidades que tivermos para conseguirmos os objectivos a que nos propusemos".
fonte: JN

14 comentários:

  1. Afinal, há assim tanta falta de padre?............
    Não parece.........

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  2. Caro Palheirense
    Gostei deveras do que acabas de comentar. Apoiado a 100%.
    Curto e certeiro, sem ofensa para ninguém, antes pelo contrário, é assim mesmo.
    Sem mais comentários.
    Abraço
    JM

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  3. E se este padre for um padre mesmo a sério e fizer por aquela gente aquilo que ninguém nunca fez? Se conseguir transformar aquela comunidade humana numa comunidade mais equalitária, mais irmã, mais solidária, mais desenvolvida. mais saudável....não estará a fazer muito mais o que Cristo ensinou do que simplesmente dizer missas e quejandos?
    Quem me diz que ele não ser motor de uma nova sociedade naquela terra?
    Eu não faço julgamentos desses. Pela função para que foi preparado pode conseguir "dar a volta" de uma forma correcta, a muitas coisas que nunca sairam da cepa torta...
    Tomara que consiga!
    Servir a comunidade é um dever cívico e espiritual.

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  4. Luz,
    o que proõe seria o "óptimo", se houvesse muitos padres e o tempo chegasse para se dedicarem aos outros, nos vários quadrantes da vida humana.
    Mas uma vez que não há e há tantas paróquias sem padres, se calhar ele cumpriria melhor o seu dever se se confinasse apenas a ser padre e a ajudar aqueles que estão sobrecarregados.
    Afinal, ele escolheu ser padre e não político; e mais vale fazer pouco e bem do que muitas coisas ao mesmo tempo, neglicenciando uma delas, provavelmente aquela função prioritária de ser Ministro da Igreja, aquilo que ele escolheu ser.

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  5. Não conheço o caso. Mas, já alguém se perguntou, se o padre em questão já não se "realiza" "apenas" nos actos usuais do seu ministério?
    E se a sua "vocação" lhe exige que agora viva de outro modo o seu ministério de serviço?
    Parece que ser padre é o mesmo que ser funcionário. É para "dizer" missas é missas que diz,mesmo se isso já não lhe diz nada.
    Uma vocação põe-se em causa todos os dias, acho eu. O mesmo é dizer, decide-se, actualiza-se.
    Conheço tantos padres que já perderam há muito o sentido da sua vocação (se é que alguma vez o tiveram)e continuam "funcionando". É isso que acham certo?
    Há falta de padres? Não há! Se houvesse as conclusões do Sínodo seriam outras.
    E um padre não é nunca um "tapa-buracos". Por baixo do ministério, está uma pessoa, não um qualquer boneco tele-comandado, que uma vez ordenado, deixa de ter vontade.

    Palheirense:
    As palavras dos evangelhos não são pau para toda a colher.
    Para alguns exegetas essa de "dar a César o que é de César", é o mesmo que dizer que só a Deus devemos adorar e não a qualquer realidade humana, nem que seja personificada num chefe de qualquer império.

    Estão a queixar-se de um padre que decidiu, servir num cargo autárquico e estão muito escandalizados, e tantos padres em Roma e por esse mundo, em estruturas da Igreja que seriam perfeitamente desempenhadas por leigos?
    E tantos padres que para sentirem que são eles quem detém o poder nas paróquias, são autênticos "faz-tudo", sem darem espaço aos leigos? Por isso temos comunidades completamente clérico-dependentes e infantilizadas na vivência da fé.

    Desculpem, mas já me ando a passar com tanta condenação a um caso que nenhum de nós conhece.

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  6. Esta foi uma reacção muito ditado pela resposta do anónimo à Luz.
    Fala muito em dever. O único dever que eu conheço; é sermos leais, verdadeiros.

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  7. MC,
    se esse padre, supostamente, "dizer" missas já nada lhe diz, é pena!
    Faria melhor se saísse de vez. Mais vale poucos, que sejam bons e coerentes com a sua fé e com a missão que abraçaram.
    Depois, não se queixem dos fiéis que têm uma fé tíbia. Com exemplos destes, é que ateísmo se vai propagando.

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  8. Caro anónimo, eu não conheço o caso em questão. Pareceu-me até, por aquilo que me contaram, que ele não é padre diocesano, mas pertence a uma congregação???
    O anónimo, parece-me ser pessoa que "nunca se engana e raramente tem dúvidas" pela maneira que exige dos outros. Olhe, a mim a vida já me ensinou, que não há caminhos feitos de encomenda. Erramos, aprendemos, erramos, esquecemos...começamos de novo quantas vezes forem necessárias.
    Não sei por que é que este caso põe em causa a fé de alguém. Os padres, são peregrinos, tal qual como eu, nesta vida. Sugeitos a tudo o que de novo, inesperado, ela traz. Sugeitos ao erro e ao recomeço.
    Sim precisamos de padres santos, como de fiéis leigos santos. Que eu saiba a santidade é um percurso não nos foi, "despejada" em cima no dia do nosso baptismo ou ordenação.
    A si, custa-lhe ver casos destes? A mim, custa-me ver padres/funcionários que não deixando a sua "função" há muito perderam o sentido da missão.

    Explique-me, em que é que o dito padre errou.

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  9. MC
    Explico-lhe sim, ou seja, o que tinha a dizer quanto ao assunto, já o expus no comentário que fiz à Luz.
    Claro que não me repugna nada que um padre seja também político ou o que quer que seja. O que estava em causa, era a falta de padres, etc...
    Não há nisto nada que tenha de pôr em causa a fé de alguém. A minha observação veio apenas de encontro ao que a Mc disse: "dizer" missas...mesmo se isso já nada lhe diz.
    E, por favor, não me confunda com o Cavaco, eh,eh,eh.

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  10. Caros Irmãos e Amigos
    Detesto criticar os Padres, e aborrece-me quem o faz, mesmo que com algum fundamento, relativa justificação, a não ser por bem e com o devido respeito, claro.
    Tenho um grande respeito por todos os Sacerdotes, sejam eles santos ou pecadores, porque são Ministros sagrados.
    Mais, rezo diariamente por todos eles, assim como pelas Vocações sacerdotais, religiosas e missionárias.
    Porém, porque tento ser um cristão bastante sincero e zeloso no cumprimentos dos meus deveres, sinto bastante (fico muito preocupado e desgostoso) em relação aos clérigos e religiosos que dão maus exemplos - os quais, apesar de serem uma minoria (não superior a 15/20%, deduzo eu, o que já é muito), é mesmo assim bastante grave, não tanto para a Igreja como hierarquia, mas sobretudo para a Igreja como Corpo Místico de Cristo, que somos todos nós, homens, mulheres e crianças, e em particular os Baptizados Cristãos, assim como para eles próprios (como prevaricadores).
    O simples facto de haver bastantes sacerdotes que, lamentavelmente, já não acreditam no Inferno nem no Diabo (o que considero uma autêntica heresia), choca-me profundamente.
    E quem fala dessa elementar falta de Fé de um ministro de Cristo, fala de muitas outras infidelidades sacerdotais, como, por exemplo, não acreditarem nas Aparições de Fátima (apesar de não ser Dogma de Fé, é doutrina dogmática), na Imaculada Conceição da Santíssim Virgem, na Assunção de Santa Maria Mãe de Deus (e Mãe nossa), na Infalibilidade do Papa (ex-cathedra), etc., etc. (de certo modo à maneira protestante), do que tragicamente enferma a maioria dos padres ditos 'liberais e modernistas' (que creio sinceramente serem um mau exemplo, ou escândalo, para a Igreja e sociedade, nesta espiritualidade e cultura relativista e oportunista, comodista e hedonista, que temos, e contra a qual (e muito bem) tanto se tem insurgido o Papa Bento XVI, tal como já o fazia o saudoso Papa João Paulo II...
    Atenciosamente
    JM

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  11. Mariano
    Concordo consigo a 100%.

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  12. Caros comentadores,
    Se Cristo estivesse nesta terra, tenho a certeza que seria para além de um lider espiritual um lider político, pois já o foi no seu tempo. A faceta de milagreiro parece-me ser a parte da Sua vida que menos interessa. Isso só terá servido para provar que tinha poderes acima dos do homem normal e pouco interesse tem em termos da Sua estatura, acho eu! Cristo foi um revolucionário na sua época! Tentou mudar o status, acabar com o fosso extremo entre pobres e ricos, santos e pecadores. Continuo na minha: neste momento e acho que desde sempre, querem-se na direcção dos destinos dos povos HOMENS BONS que ajudem a que a humanidade evolua e todos possamos viver melhor. Quem pode fazer acreditar num Deus todo misericordioso a alguem que nem tem dinheiro para comer e vai aos caixotes do lixo buscar restos imundos para sobreviver?
    Vamos deixar de hipocrisias e pensar mais nos homens reais e na vida real do que condenar um sacerdote que entendeu que pode compatibilizar a sua vida de sacerdote com a ajuda à causa pública que é uma causa de Deus também. O mal é separarmos as águas - tudo é de Deus - nós somos de Deus em todos os sentidos, físico, material e espiritual. Não há coisas más se forem tocadas de uma forma boa. Tomara que este homem consiga continuar a ser um bom padre e um bom autarca porque precisamos, no nosso país quem dê o exewmplo de servir a causa pública de uma forma correcta e dedicada em vez da procissão de ladrões e aproveitadores que por aí andam... e esse Cristo tê-los-ia corrido do templo à vergastada!

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  13. Pois é caros senhores, para quem não sabe o sr. Presidente da Câmara tratou logo de fazer perseguições politicas não renovando contratos áqueles que não são da sua cor.
    Mais, descrimina os presidentes da junta que não são da sua cor (que são a maioria deles).
    Mais, ainda agora celebra umas missas, normalmente funerais. O texto do jornal de noticias é muito jeitoso, apela ao sentimento. É o que o padre albino carneiro tem feito nestes anos em que enveredou pela politica. Há 4 anos perdeu as eleições e depois passou esses 4 anos a fazer campanha em todas as igrejas do concelho. Agora ganhou-as. Tanto quando perdeu como quando ganhou apenas contribui apenas para uma coisa. A divisão entre as pessoas. É que quando vão à missa, não separam o padre albino do candidato e do agora presidente...

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  14. Caros amigos,

    Para afundar ainda mais Vieira do Minho, nada melhor que um padre.
    Agora digo-vos uma coisa, é por causa de Padres Albinos e outros que tais que a Igreja está condenada ao fracasso.
    Está condenada ao fracasso porque é o célebre discurso do Frei Tomás: "Faz o que ele diz, não faças o que ele faz.".
    Agora, a sociedade está atenta a todos os movimentos do dito Abade, e posso-vos dizer uma coisa, já que o Bispo ou lá quem manda no distrito não tomou medidas, pode ter a certeza que quando o Abade cair, a vergonha vai cair na Igreja e nos Padres.
    Esta não é a minha Igreja!

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