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segunda-feira, março 31, 2008

A verdade histórica da Ressurreição

Deixemo-nos conquistar pelo fascínio da Ressurreição a primeira depois da Páscoa, dedicada a explicar o sentido da fé em Cristo ressuscitado. Bento XVI destacou que a verdade histórica da Ressurreição é amplamente documentada, apesar de hoje, como no passado, não faltar quem a coloca em dúvida ou a nega.

"Iluminados pelo Espírito Santo, os membros da Igreja primitiva começaram a proclamar o anúncio pascal abertamente e sem medo. E este anúncio, que passou de geração em geração, chegou até nós e ressoa todos os anos na Páscoa com potência sempre nova. Assim, a cada domingo, a comunidade revive a Páscoa do Senhor e recebe do Salvador o seu testamento de amor e de serviço fraterno. Caros irmãos e irmãs, que a alegria desses dias torne ainda mais salda a nossa fiel adesão a Cristo crucificado e ressuscitado".

Porque é que aceitamos com facilidade os argumentos de quem nega a ressurreição de Jesus e somos reticentes às mais de 500 testemunhas directas da ressurreição?

2 comentários:

  1. Porque é que aceitamos com facilidade os argumentos de quem nega a ressurreição de Jesus e somos reticentes às mais de 500 testemunhas directas da ressurreição?


    Publicada por Padre Inquieto em 19:14 0 comentários


    Sr. Padre.
    Será pedir muito, pedir que me enumere apenas UMA testemunha que conste em documento credível da época?!

    Obrigado.

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  2. "Nos relatos da ressurreição vemos a descrição de um verdadeiro milagre. Em todo o facto sobrenatural existem dois factores independentes: um deles é o facto humano, que todos podem ver e do qual podem ser testemunhas. Neste caso, a pedra rolada (o sepulcro aberto), a ausência do cadáver que a Madalena atribui a roubo: «pegaram o corpo da Senhor e não sabemos onde o levaram.» A disposição da mortalha que, mesmo aceitando traduções menos comprometidas, indicava alguma coisa de anormal.
    Outra coisa é o outro factor que é a causa de um facto sem explicação humana nem científica: como pode acontecer? E é precisamente nesta inexplicável causa, que encontramos um poder transcendente se finalmente cremos, ou um mistério que pensamos ser produto do acaso ou de uma causa que deixamos para o futuro poder descobrir, se o agnosticismo domina nosso pensamento.

    Foi necessário o encontro pessoal para que os discípulos, com a excepção de João, cressem em Jesus ressuscitado. O sepulcro aberto e a disposição dos panos mortuários foram suficientes para que, desses indícios, João acreditasse. Daí, a sua informação que parece sem importância, mas que foi para ele o início de uma vida nova e da qual nós podemos aprender uma lição extraordinária. Nós tambem temos unicamente indícios, sem que exista o encontro pessoal com Jesus. Porém deve existir uma vontade de crer para que esses indícios não sejam um desperdício. É essa vontade que precede a fé e que será motivo de nossa justifacação, como Paulo afirma.

    Os evangelhos recolhem informações, indícios e testemunhas que apontam a transcendência de Jesus e a transcendência de nossas vidas, dependentes de Jesus. Todas as demais religiões se apoiam em valores humanos ou humanizados da divindade. Não existe um homem-Deus. A nossa, em valores divinos que são humanos em Cristo, especialmente na sua ressurreição que não é unicamente a de Jesus, mas também nossa, como afirma Paulo. E sem esta fé na ressurreição, é vã a nossa fé e sem essa esperança, somos os mais dignos de compaixão de todos os homens.

    Diante do encontro pessoal de Cristo com seus apóstolos, o sepulcro vazio, os lençóis e sua disposição passam a ser secundários. Eles passaram do Jesus de Nazaré ao Cristo Senhor pela visão que tiveram de sua pessoa ressuscitada. É por isso que nos outros três evangelhos as aparições são tão importantes e que os detalhes do sepulcro se tornam vagos e imprecisos. Somente João os descreve minuciosamente porque foi neles que ele encontrou a sua fé. Foi o único que acreditou sem ter visto o Senhor. E neste sentido, João é o discípulo que melhor se assemelha a nós, porque, sem ter visto, acreditamos por indícios e informações de testemunhas oculares. Por isso, somos bem-aventurados.

    Uma religião que não apresenta o mistério como real na vida é uma religião falsa, porque é uma religião puramente humana, de um Deus que não se manifesta, mas é criado pelas luzes da razão e não pela sua presença na História. A fé dos que recebem a Eucaristia é a maior demonstração de que o mistério está presente como uma dádiva divina da acção de Deus nas nossas vidas.
    É o milagre da fé. O encontro pessoal com o Senhor não é necessário.
    Podemos ver em João, nosso modelo como crentes, ou em Tomé, um modelo que necessita de uma visão especial, se a dúvida nos atinge.
    Por isso, é bom recordar a conversão de André Frossard. Aos 28 anos, seu pai, Ludovico Oscar Frossard era secretário do partido socialista francês. Chamavam os católicos de negros. As esquerdas esperavam dominar com a ciência e o progresso. Os negros eram o passado, os inimigos do progresso. André, ateu perfeito, desses que nem se perguntam pelo seu ateísmo, que nem sentem como problema a existência de Deus, tinha como ídolo Marx, que presidia à sua alcova com um retrato. Os homens não são irmãos, mas camaradas.
    Aos 18 anos torna-se amigo de Willemin, que tinha perdido a fé aos 15 e a recuperar aos 23 anos. Em 1935, ambos se dirigem a um jantar. Willemin pede que o espere, pois quer entrar numa igreja para rezar. Passam os minutos e como seu amigo não volta André decide búscá-lo dentro da Igreja.
    É assim que André descreve sua conversão: bruscamente desenvolvem-se uma série de prodígios, cuja inexorável violência desmantela num instante o absurdo do seu ser. Não ouço - dirá ele - mas na minha mente formam-se estas palavras: vida espiritual. E ele, nesse instante, descobre o Pai que é o Deus criador. Ao sair da Igreja encontra Willemin e confessa: sou católico, apostólico, romano. Deus existe e tudo é verdade. André termina o relato da sua experiência com estas palavras: amor, para chamar-te assim, a eternidade será breve."

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