- na Ásia, o panorama é de perseguições e torturas a quem acredita.
- Na metade Norte de África, regimes islâmicos mais ou menos tolerantes para com as minorias também não escapam à lista negra.
- No topo dos países violadores, estão a Coreia do Norte, a Arábia Saudita e o Laos.
Apesar do "mistério" que envolve o que se passa na Coreia do Norte, as notícias que chegam "falam de perseguições brutais", apenas porque se é crente ou se foi apanhado a ler a Bíblia ou a falar de Deus. Budistas e cristãos são especialmente perseguidos no país e relegados para o último lugar no que se refere a oportunidades de emprego, formação ou ajudas alimentares. O texto diz que, desde a instauração do regime comunista, em 1953, terão já desaparecido 300 mil cristãos. Actualmente, há umas 100 mil pessoas nos campos de trabalho e não escapam à perseguição os refugiados norte-coreanos na China.
Na Arábia Saudita, o relatório nota pequenas mudanças positivas, nomeadamente na possibilidade de reunião dos muçulmanos xiitas na parte oriental do país - o mesmo não acontece em outras zonas. Mas, apesar desses sinais, continuam "as restrições relativas à imprensa, à importação do estrangeiro e à distribuição de material religioso xiita, bem como a proibição de emitir programas religiosos xiitas".
Dois egípcios cristãos que tinham sido presos acabaram libertados por intervenção do príncipe Sultan bin Abdul-Aziz, mas este terá declarado no momento da libertação: "Nós dizemos aos cristãos: dentro de vossa casa, vocês e as vossas famílias adoram quem quiserem. Mas aqui na Arábia Saudita nunca houve nem haverá uma igreja."
O Laos é, por seu lado, "uma das poucas nações onde o Governo declarou expressamente que pretende eliminar os cristãos", considerando o cristianismo "uma religião estrangeira imperialista". Um dos alvos principais é a etnia Hmong, cujos membros, em muitos casos, aderiram ao cristianismo protestante, e que acabam expulsos das suas terras, perseguidos e torturados.
O panorama asiático é desolador em muitos países:
- cinco estados da Índia adoptaram leis anti-conversão, e sikhs, cristãos e muçulmanos são vistos "como ameaças" pelos extremistas hindus. Um destes, Dilip Singh Judev, afirmou que pretendia "reconverter ao hinduísmo, por todos os meios, 300 mil cristãos".
- No Afeganistão, apesar da ocupação militar estrangeira, "a situação das mulheres não melhorou".
- No Bangladesh, há áreas "limpas etnicamente" com a expulsão dos não-muçulmanos.
Nas Filipinas, as áreas controladas pelos movimentos extremistas de guerrilha sujeitam as minorias cristãs a pressões e acabam por dar argumentos às autoridades para atribuir um "papel desproporcionado" ao exército e às polícias, que também participam na violência e na corrupção.
Na Indonésia, são também os conflitos locais - no Aceh ou nas Molucas - que criam problemas entre cristãos e muçulmanos.
No Iraque, a ocupação norte-americana exacerbou a violência inter-religiosa e a comunidade mandeísta (que venera São João Baptista) está a ser vítima de perseguição: mais de 80 adeptos já foram mortos.
Na Malásia, o Governo apreende Bíblias.
Myanmar reprime os monges budistas que defendem os direitos humanos.
No Sri Lanka são monges budistas que incitam a população contra organizações cristãs.
No Turquemenistão, o Código Penal pune as actividades de protestantes, católicos, muçulmanos, judeus, bahá ís, testemunhas de Jeová e hare krishna, tolerando apenas actividades a cristãos ortodoxos e muçulmanos sunitas.
No Vietname, a repressão acontece sobretudo nas áreas rurais: "O Governo, empenhado na reconstrução económica do país, não quer chamar a atenção dos seus parceiros comerciais e das autoridades internacionais para a falta de respeito pelos direitos humanos".
Olhando para o mapa-mundo das violações, há três grandes manchas:
- na Rússia e em alguns países do Leste Europeu e da Ásia Menor, são as legislações repressivas que atingem sobretudo minorias religiosas.
- na China e região envolvente (além do Turquemenistão e de Cuba) são os regimes comunistas - mais ou menos tolerantes - que não deixam os crentes sossegados.
- no Norte de África e em algumas regiões da Ásia (incluindo Indonésia) são regimes islâmicos que, com maior ou menor gravidade, violam a liberdade dos restantes credos (ou das correntes islâmicas minoritárias). Acresce que, além desta caracterização, há países que são atingidos ainda por conflitos violentos.
A Ajuda à Igreja que Sofre é uma instituição católica vocacionada para o apoio às igrejas do Terceiro Mundo. Desde há cinco anos que publica este relatório anual, que pretende ser aconfessional e independente.
AFINAL os ateus e os regimes ateus não são assim tão tolerantes como dizem ser...
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