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sexta-feira, agosto 17, 2007

Lei canónica deixa ex-padre no desemprego

Ex-padre vive com 400 euros do rendimento social de inserção.
Francisco Monteiro é um ex-padre que enfrenta dificuldades económicas e sobrevive graças ao rendimento social de inserção (RSI), porque a Igreja está a colocar-lhe barreiras à obtenção de emprego.

Natural da ilha do Faial, Açores, com 37 anos, Francisco Monteiro é casado, tem uma filha de 17 meses e espera o segundo filho. Pediu para abandonar o sacerdócio ao bispo de Angra e Ilhas dos Açores há cerca de três anos, invocando desgaste profissional e razões amorosas. Desde então, a sua vida tem sido tudo menos fácil. A razão? Chama-se lei canónica, que, perante o pedido de dispensa sacerdotal, proíbe o exercício de funções atribuídas pela Igreja durante um espaço de tempo, que, no caso de Francisco, se estende até aos 40 anos.

Mas trata-se, em seu entender, de uma imposição que "atropela direitos fundamentais", especialmente nos casos em que não houve tempo para preparar uma vida profissional e precaver "sérias dificuldades e provações". Está a passar por elas agora, devido a uma lei que, sem apelo nem agravo, o atirou para uma situação de desemprego de longo prazo. E sem nada poder fazer.

Consciente das dificuldades em arranjar emprego dentro da sua área de formação (Teologia), a Francisco Monteiro, à mulher, Teresa, e à filha, Sabrina tem valido o apoio dos pais e de uma pessoa amiga. Acrescido, é claro, de pouco menos de 400 euros que recebe do RSI, uma verba religiosamente gerida até ao cêntimo para fazer face às despesas de subsistência da família e dos encargos resultantes da compra de uma moradia na vila da Povoação, em São Miguel. Para que o dinheiro chegue e para que os compromissos sejam honrados, corta, por vezes, em bens alimentares básicos.

Francisco Monteiro diz que continua a ser um homem de fé e com os mesmos valores. A diferença é que se sente desiludido, de tal maneira que prefere ficar a ver a missa em casa pela televisão, só para se proteger do murmúrio e olhar condenatório das pessoas.
Desiludiu-se sobretudo com os "interesses, conluios e cumplicidades institucionais que se vivem nos bastidores da Igreja diocesana", incluindo a falta de apoio e mesmo de repulsa que já observou junto de antigos colegas padres. "Se fosse hoje, teria mais prudência e talvez pedisse um prazo para reflectir melhor sobre a opção de avançar até à ordenação de presbítero".

Se tivesse o poder do bispo, "teria uma preocupação muito maior com a pastoral social. Tiraria certas manias e maneirismos a alguns padres que se julgam de primeira classe, promovendo uma maior rotatividade de funções para não haver lugares honrosos cativos em clérigos muito jovens". Mais. "Talvez fosse mais imune a intrigas e mexericos e desse mais atenção à situação concreta de cada pessoa, em especial dos mais pobres e menos influentes".
Fonte: JN
QUAL A TUA OPINIÃO.
Os que decidem deixar o exercício do sacerdócio devem ser ajudados?
O que pensas do aproveitamento pastoral dos "ex-padres"?

30 comentários:

  1. Os excomungados?... os usados... aqueles que, pela honestidade não quiseram dar mau testemunho, como muitos que criticam continuam a dar? Talvez devesse ter esperado mais uns anos, amealhando uns capitais, acumulando aulas e paróquia para ter o seu pé de meia!!!! aproveitasse o serviço paroquial para tirar um qualquer curso superior noutra área... para ter o futuro garantido...
    Parabéns pela postagem.
    Abraço solidário ao Francisco.... não chega... mas Deus AMOR moverá corações.
    Continuarei a passar.

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  2. Depois dizem que as pessoas estão afastadas da Igreja! Com exemplos destes não vai ser fácil aproximá-las.
    Este padre é condenado a várias provações por ter tido uma atitude responsável e séria face aos seus compromissos e a Igreja condena-o a uma "espécie de liberdade condicional".

    É muito melhor aos olhos dos arcebispos, bispos, cardeais e outros tais, andar por aí a ter aventuras pouco dignas com várias mulheres. A fazerem comentários muito infelizes acerca dos atributos físicos de determinada freira ainda jovem. Que bonito, moralmente muito digno! Adoram contar anedotas quase hard core!

    Muitos destes são recompensado pela Igreja. Conseguem mover-se muitíssimo bem nos meandros da Igreja, da política e outros que prefiro não mencionar. São tão, mas tão conceituados que conseguem que o papa receba presidentes de clubes de futebol e alternadeiras (não me refiro à esposa do alternador - gerador de corrente eléctrica).

    Andam de batina ou lá como se chama aquelas calças com camisa cinza com a cartolina ao pescoço. Que bem que ficam! É tudo uma questão de esperteza saloia!

    Depois são os primeiros a defender o celibato dos padres!!! Pelos vistos a Igreja não se incomoda que os padres andem a enrolar-se com muitas! Isso não é pecado! Pecado é eles terem de facto uma pessoa de quem gostam e com quem partilham a sua vida.

    O povinho egoista como é marimba-se para as dificuldades dos padres e dos despadrados. Aliás dizem logo que se é padre tem de ser pobre.

    Continuem para bingo!!!

    Teodora

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  3. 1 - Quando Francisco Monteiro foi ordenado,em 1994, já o actual Código de Direito Canónico estava em vigor. Quando se adere a algo, devemos saber o que estamos a fazer.
    2 - Não percebo que funções atribuidas pela Igreja gostaria de exercer. Ser Professor de EMRC?
    3 - Eu também tenho um curso que não vale de nada e nem por isso fiquei de braços cruzados. Fiz-me à vida procurando uma profissão noutra área.
    4 - Como gostaria eu de me casar e constituir família e de viver em casa própria. Mas não posso, porque a situação económica não o permite. Para quem deixou o sacerdócio directamente para o desemprego há apenas 3 anos, já ter uma casa e dois filhos para sustentar, é ser irresponsável e não ter maturidade para medir as consequências dos actos.
    5 - orque não emigra como fazem muitos açoreanos. Aliás ele já prestou serviço pastoral no estrangeiro, nas Bermudas.
    6 - É um facto que o clero das ilhas precisa de uma varridela. Madeira talvez as coisas se componham com o novo bispo. Mas nos Açores não vejo jeito. Até com o clero religioso os padres diocesanos correram.

    Respondendo às questões?
    1 - Se os párocos de Angra receberem um ordenado mensal considero que não. Se não receberem, consideram que a Igreja deveria proporcionar um subsidio de reintegração.
    2 - O aproveitamento pastoral dos ex-padres deveria ser igual ao aproveitamento dos leigos. Não deveriam ser postos numa prateleira.

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  4. Mais uma achega:
    Foi atribuido ao Francisco um subsidio para obras em casas degradas no valor de 8417,44€. Nada mau.
    Poderão ver aqui: http://www.azores.gov.pt/NR/rdonlyres/0B8FFD05-F3B7-4F47-A088-8BAC22D97ED8/122768/ExtractodePortariaN2932007.doc

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  5. Petrus;

    as leis são feitas por homens e muitas vezes essas mesmas leis são "ridiculas", sabemos bem quem são as pessoas que as fazem... a igreja precisa de mudar, os homens da igreja tem de ser honestos, humildes e tolerantes chega de hipocrisia...
    não temo a justiça de Deus mas temo a injustiça dos Homens...

    Constança

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  6. Esta questão vem levantar um problema pertinente: o da constituição de um sindicato.
    se tivessem um sindicato, pessoas como o padre Francisco poderiam reivindicar um outro tratamento por parte da entidade patronal.
    O texto não refere qual o tipo de contrato que o dito profissional tinha com a sua entidade patronal, sendo suposto que se tratava de contrato sem prazo.
    Por outro lado diz-se que a igreja - supondo ser esta a entidade patronal - coloca problemas à obtenção de emprego...o que é sintoma de acordo de exclusividade, que no negócio da religião é manifestamente combatido pela dita igreja catolica, como o demonstram posts nest blog a proposito da conversão de um musulmano ao catolicismo.
    De qualquer modo, se o despedimento foi sem justa causa, o dito padre pode sempre intentar uma acção laboral contra a entidade patronal por despedimento sem justa causa. Os eventuais creditos prescrevem ao fim de um ano.
    Outra questão é a definição de quem é a entidade patronal. Se for a igreja, ainda se pode receber alguma coisa - se for deus, deve tirar daí o sentido: nunca ninguem o viu nem se sabe que cor tem.

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  7. Constança

    A Igreja Católica não é um Estado e como tal ninguém é obrigado a pertencer-lhe por nascença, muito menos pelo sacramento da Ordem.
    Reitero a opinião que expressei.

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  8. Mais uma achega. Não sei se foi de propósito, mas os "padres inquietos" omitiram um pormenor no post e que está na noticia dada ao DN (http://dn.sapo.pt/2007/06/28/cidades/lei_canonica_deixa_expadre_desempreg.html)
    O Francisco Manuel quando foi publicada a noticia ia fazer um ano de casado e já tinha uma filha de 17 meses. Nas minhas contas um ano tem 12 meses.
    Era com este exemplo que o Francisco Manuel queria continuar a prestar serviço pastoral ou qualquer outro serviço na Igreja?

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  9. Perante o artigo, dois comentários:
    1 - Sem dúvida que um padre continua a ser um homem livre e deverá assumir as opções que, em cada momento, entender. Isto é, se a sua realização não passa pelo exercício do ministério, tem todo o direito a ser dele dispensado quando o pede. Eu próprio - padre em exercício - afirmei um dia ao meu bispo: Se Deus respeita a minha liberdade, não posso entender como é que a Igreja, pela imposição das mãos de um Bispo, julga tê-la anulado. Portanto, o exercíco do ministério tem de ser algo livre e querido por cada um!
    2 - Não consigo, todavia, entender como é que um padre que deixa o ministério não procura assegurar uma vida digna. Não pode estar à espera que a Igreja resolva os seus problemas imediatos. Tem de saber procurar uma nova forma de vida. E devo dizer que muito me preocupa ver colegas que abandonaram sem terem, depois, meios meios de subsistência. Mas têm de ir à luta. Não podem vitimizar-se ou ficar numa atitude de inércia.

    Já agora, ainda: quanto ao aproveitamento de quem deixou o ministério, julgo que esse será um caminho absolutamente necessário. Eu próprio o defendo. Todavia, isso não anula o que expus anteriormente.
    Abraço a todos.

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  10. Depois de ler todo o rol de dilemas impostos pelos Homens de Deus, começo a achar que o melhor mesmo é fazer como alguns: não têm uma mulher, vão tendo várias; têm filhos (às vezes de diferentes mulheres); mantêm as relações que entendem; alguns têm uns negócios algo suspeitos; convivem com os bimbos da noite. A côrte finge não ver.

    Estes sim, são finos, não arranjam lenha para se queimar e vão vivendo o melhor que podem.

    Assim o querem, assim o têm!

    Santa hipocresia reinante que em nome de um Deus dizem ser o melhor.
    Eu não estou preocupada com o celibato dos padres, a menos que eu gostasse de dormir com algum deles. Bem... o padre da minha igreja é muuuuuito jeitoso e acho que seriam umas noites bem passadas. O homem tem ar de ser bem animado! É um desperdicio aquele homem andar assim por aí desamparado!

    Teodora

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  11. “Enfrenta dificuldades económicas” e não as enfrenta o Zé, O Manel, o licenciado e o analfabeto que estão no desemprego?
    Esta é uma questão do homem da actualidade e o Francisco não é diferente. A pergunta será: que fazer de tantas pessoas que neste momento nem RSI…
    Compete-me a mim, a ti, às instituições, à Igreja e ao próprio estado, colaborar na resolução de tantos problemas como este.

    Curso de teologia, de filosofia, de história, de literatura… de e de… e sem poder exercer aquilo para que estudou… feliz do licenciado em filosofia que é varredor de ruas e faz isso como se fosse a única coisa possível, desempenhando bem a sua profissão… e tanto licenciado em medicina, em enfermagem, em direito … exercendo tão mal aquilo para que foi preparado mesmo tendo a sorte de o exercer…

    A liberdade. Não foi o Francisco livre de escolher? Foi e escolheu. São estas as regras do jogo e não nos podemos queixar das regras quando vamos jogar e as aceitamos. São injustas? Talvez… vamos então tentar mudá-las. O celibato é uma regra que talvez deva ser mudada. … louvor à honestidade do Francisco na decisão! Crítica e desaprovação àqueles padres que mantêm situações dúbias por conveniência e falta de coragem.
    O uso da liberdade supõe o aceitar das consequências. Francisco, não admitas nem queiras ser coitado. Sê grande na decisão e no assumir das consequências.

    A igreja “Aliás, aquilo que o bispo açoriano teve a iniciativa de fazer em seu benefício - a indicação para o lugar de professor de Educação Moral e Religiosa em dois estabelecimentos de ensino na ilha de São Miguel - recusou, por não aceitar que o caso lhe tivesse sido posto como "um favor e excepção".

    O que me parece que deve ser tido em conta é a incapacidade da igreja de aproveitar pastoralmente este e tantos outros casos de homens de fé, com o seu saber e saber fazer. Mas também leigos divorciados, mal casados, casados segunda vez… aí está a cegueira, a teimosia, o anátema, o zelo rigorista excessivo e prejudicial no entendimento da PESSOA. Não sei se Francisco é homem de fé… compete à igreja, aos cristãos ajudar o Francisco sem condenações, anátemas, excomunhões, integrando-o na comunidade e aceitando o que ele tem para dar e receber.

    Abraço, Francisco. Ser cristão é muito mais do que exercer o curso de teologia… quantos padres mesmo com o curso de teologia, não passaram já fome e tiveram de ser pedreiros, metalúrgicos etc. para terem sustento e assim poderem continuar a exercer o ministério? Quem tem ouvidos para ouvir… oiça.

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  12. Bom dia, claro que devem ser ajudados, claro que devem ser aproveitados!
    Sacerdotes e consagrados em geral, devem ser amados incondicionalmente!
    Quem poderá condenar um padre por ser fiel ao seu coração, logo, fiel a Deus? Que busca a verdade e resolve vivê-la a bem da seu equilibrio espiritual?
    ( Não esquecer a questão do escândalo!)
    Mal, está em rejeitar estas pessoas.
    Quem vive na verdade e com coerência na sua vida é defenitivamente Filho de Deus.
    E o julgamento cabe a Deus, a mais ninguém.
    Vocação é ... felicidade.

    há muito para dizer... é uma questão muito complexa.


    O padre em questão exercia a sua vocação há 13 anos, certo?
    De facto não se pode julgar, apenas amar e ajudar estas situações.

    Abraço.

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  13. Tenho acompanhado este debate de ideias, que vai muito para além do caso do Francisco, que muito respeito e gostaria de ver feliz, a todos os níveis.
    Para reforçar a primeira ideia do meu comentário anterior, deixo aqui uma expressão de Hans Küng (um teólogo mal amado,mas de uma enorme pertinência) no pequeno livro que me foi emprestado: "Por que ainda ser Cristão?". Diz ele: "se quisermos ser cristãos, não podemos exigir exteriormente liberdade e direitos humanos para a Igreja e deixar de reconhecer interiormente esses direitos." Penso que vem bem a propósito. Toda a acção na Igreja tem de ser livre; só assim podemos ser fiéis a Jesus Cristo, que nos diz: "quem quiser...", nunca obrigando, mas fazendo sempre um desafio livre à opçãode cada um.
    Abraço.
    Pe. Carlos

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  14. porque não consigo deixar comentários assinados?

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  15. afinal consigo!!!

    Sem grande profundidade (veladamente) já escrevi sobre o assunto: cfr. http://grafitosdalx.blogspot.com/2007/07/nem-mais-rua-dos-sapateiros-ali-na.html#links

    Quanto às questões lançadas:
    1-Ajudados em quê?
    2- Faria a questão de outro modo: O que pensas do DES-aproveitamento pastoral dos "ex-padres"?


    Claro, sou um ex-padre

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  16. Alx, eu não sei a quem foi colacada a questão. Todavia, atrevo-me a responder. Pessoalmente, julgo que a Igreja, mais tarde ou mais cedo, vai ter de assumir que muitos dos padres que se casaram são um bem imprescindivel para o exercício da sua missão (quando falo aqui de Igreja, estou a falar da Hierarquia, pois o Povo de Deus, no geral, julgo que o aceita com toda a naturalidade. Aliás, até na conjuntura em que nos encontramos ( e não pretendo que seja uma questão só de oportunidade) havemos de nos questionar: que valor está primeiro - o direito a um padre celibatário, ou o direito à Eucaristia? Bem sei que esta é outra questão. Mas julgo que o Povo de Deus só tinha a beneficiar com a reintegração dos padres que casaram. Mesmo que isso exija um outra aitude, a de coexistirem na Igreja padre casadas e padres celibatários. Princípio que eu defendo.
    Abraço a todos.
    Pe. Carlos

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  17. Töda pessoa que escolhe formar uma família, ter um filho e contrair dívidas de uma casa, antes do tempo, isto é, antes de se preparar emocional e economicamente (curso profissionalizante e juntar dinheiro) para tudo isso, deve responder por seus atos. É o que ensinamos para nossos flhos. Se não, arquem com as consequências. É o caso desse padre. E ele ainda tem ajuda religiosa, que sorte tem para não passar fome, pois isso poderia aconecer aos nossos filhos. Usar o curso de Teologia para trabalhar? Ora, seria praticar tudo o que ele renegou. Que incoerência! Muita coisa na igreja católica me incomoda, sou até um pouco "da esquerda",mas francamente, tudo isso foi uma questõ de escolha. Agora é arranjar um emprego na construção civil, ou numa fábrica, e continuar a vida que começou mal. Desejo força e felicidade ao ex-padre, principalmente às crianças inocentes que vieram para uma família sem juízo. Toca a trabalhar, de qualquer coisa, por mais simples que seja. Que Deus dê a todos muita saúde.

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  18. Nõa posso deixar este comentário, com todo o carinho (Lúcia, com todo o carinho, mesmo): "Não julgueis e não sereis julgados. Sede misericordiosos, como é misericordioso o Vosso Pai que está nos Céus." Só o Amor, feito acolhimento e compreensão pode ser a nossa divisa. Esta colega - e continuo a chamar-lhe assim - necessita, certamente, de encontrar um emprego estável, mas não necessita que sejamos seus juizes. Neste espaço julgo que devemos ter o couidado de ajuizar das circunstâncias, mas nunca das pessoas. Jesus, Ele mesmo, denunciou muitas atitudes, mas amou sempre cada pessoa, sem excepção. E isto é fascinante em Jesus Cristo. Mesmo os fariseus a que chamou "Raça de Víboras" não deixaram de ser amados por Ele. Desejo ser cada vez amis à Sua imagem.
    Abraço a todos.
    Pe. Carlos Godinho

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  19. Correcção: Não posso deixar de fazer este comentário (é assim que inicia o texto anterior. Cansaço após um dia de trabalho!) Óptima semana para todos. Pe Carlos

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  20. Muitas vezes falamos sem pensar ou sem meditar nas palavras... Este caso não é único (no que diz respeito a pedir dispensa sacerdotal), e seria uma mais valia para todos, se este Padre ajudasse numa Paróquia, talvez movimentando-a melhor que nunca. O curso de Teologia, não é só para Padres, mas sim para todos.
    Peço desculpa se ferir, mas antes de comentar e apontar o dedo, devemos olhar-nos no espelho e vermos que também nós cometemos falhas e gostariamos de ser desculpados e até mesmo perdoados. Este Padre, não sei se cometeu falha ou não, mas sei que ninguém pode ou deve julgar, mas que todos devemos ajudar a melhorar como Pessoa e a melhorar o que somos também.
    É verdade que temos regras, e que se as assumimos devemos cumprir. Mas também é verdade que nós, simples fiéis leigos, devemos ajudar estes Homens a serem melhores Padres, e muitas vezes, não o fazemos...

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  21. Já aqui não vinha há tempos. Por isso só agora aqui deixo a minha opinião que concorda com a maioria dos intervenientes.
    1. Gostava que a opção pelo celibato ou casamento fosse livre para quem tivesse a vocação ao sacerdócio. Mas quem recebe a ordenação presbiteral sabe que não é. E o Francisco sabia-o.

    2. A Igreja através do bispo pretendeu ajudá-lo dando-lhe a possibilidade de ser professor de R. e Moral. Não aceitou nem era obrigado a aceitar.Problema dele.

    3. Agora vive mal com o dinheiro da reinserção. Tem de procurar trabalho e profissão como toda a gente. Não pode esperar viver de esmolas.

    4. Vitimizar-se não resolve nada. Muito menos ficar à espera que as leis da Igreja mudem. Não se vê que mudem tão depressa.

    5. Dizer como alguns dizem que este ex-padre é que é honesto pois não vive uma vida dupla: alto lá. Conheço centenas de padres e não conheço nenhum, actualmente, que leve uma vida assim. Até porque a comincação social lhe faria o que fez ao Padre Carlos de Pedrógão. Lembram-se?

    6. Aproveitamento pastoral destes padres? Por mim acho que está nisto a solução. Mesmo contra a opinião de muitos leigos.

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  22. é preciso não esquecer que ser Padre exige muito espirito de resignação,muita vocação,saber abster-se quando preciso for,saber dizer não,quando o subconsciente quer dizer sim,um padre tem que ser fiel,consigo mesmo. partindo do principio,que um padre é um homen comum entre outros,sujeito a tudo de bom e de mau como os outros,por tudo isto e muito mais, um padre precisa ser muito forte,para poder manter-se fiel a Deus e a si próprio quando um padre não assume as suas fraquesas, o melhor que faz é deixar de ser padre e abraçar outra vida ,para a qual se sente mais vocacionado assim será mais honesto e creio que qualquer caminho podemos servir a DEUS,interessa servi-Lo com amor ,verdade,lealdade,puresa etc,etc,etc,etc.Temos que respeitar as leis da igreija tal como elas são,sempre foram assim, nenhum padre se ordena sem saber o que está a fazer.Um padre tem formação sufeciente para entrar no mercado do trabalho,caso queira deixar de exercer o sacerdocio,contudo,pode continuar a estudar e tenho a certesa que dará um bom proficional,talvez sendo mais útil a sociedade,do que sendo padre,

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  23. é preciso não esquecer que ser Padre exige muito espirito de resignação,muita vocação,saber abster-se quando preciso for,saber dizer não,quando o subconsciente quer dizer sim,um padre tem que ser fiel,consigo mesmo. partindo do principio,que um padre é um homen comum entre outros,sujeito a tudo de bom e de mau como os outros,por tudo isto e muito mais, um padre precisa ser muito forte,para poder manter-se fiel a Deus e a si próprio quando um padre não assume as suas fraquesas, o melhor que faz é deixar de ser padre e abraçar outra vida ,para a qual se sente mais vocacionado assim será mais honesto e creio que qualquer caminho podemos servir a DEUS,interessa servi-Lo com amor ,verdade,lealdade,puresa etc,etc,etc,etc.Temos que respeitar as leis da igreija tal como elas são,sempre foram assim, nenhum padre se ordena sem saber o que está a fazer.Um padre tem formação sufeciente para entrar no mercado do trabalho,caso queira deixar de exercer o sacerdocio,contudo,pode continuar a estudar e tenho a certesa que dará um bom proficional,talvez sendo mais útil a sociedade,do que sendo padre,

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  24. Amigos, uma atitude cristã seria deixar de ficar comentando se ele está certo ou errado e ir ajudar esse nosso irmão que recisa de nós.

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  25. Oi...é um prazer registrar minha opinião.Completaram-se cinco anos do meu afastamento do compromisso ministerial como sacerdote.No início achei que foi uma decisão árdua e difícil,mas hoje vejo que o sacrifício inicial valeu a pena.Enquanto não conseguia emprego,assumia pequenas tarefas como prestador de serviço. Decidi ser firme em minha decisão e não voltar atrás pensando em romantismos.Sempre atuei com transparência na paróquia onde fui responsável junto aos fiéis e hoje vi que Deus está dando um retorno muito maior.Estou casado,enfrento desafios como todo cidadão e já atúo na área profissional.Sim,asseguro a todos que sempre aparecerão opiniões para todos os gostos,mas é importante que a pessoa mantenha firmeza em seus princípios.Felicidades a todos.

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  26. Tenho 35 anos. Sou padre há seis. Em 28 de agosto do ano passado fui pego bêbado em uma casa noturna. De lá pra cá, venho sendo mantido no seminário. Desde sabonete preciso pedir ao suoerior. Tentei fugir e vivi o último mês de março numa pensão. Voltei porque comia uma vez por dia. Mais de 40 currículos enviei neste tempo. O maior desejo dos meus superiores é que eu caia fora assinando. Escrevo do computador de um co-irmão que compactua comigo. Não celebro e nem assisto missas. Meu interdito vai até agosto? Não sei de nada. Só sei que confio em Deus e pago pelos meus erros. e principalmente por ter colocado á público o pecado privado que todos cometemos.

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  27. Saíste...acabou-se.Esquece.Agarra-te como qualquer mortal.Sê um bom homem.Não esperes nada ,mesmo nada da Hierarquia.Não ofereças resistência porque nunca conseguirás nada.Porque ela serás na prática, um coitadinho digno de dó e compaixão.Agarra-te com brio de homem a um trabalho.Se puderes escolher ao teu jeito,bom será, de contrário ao primeiro que puderes agarrar.Serás sempre EX.em tudo.Como homem procura ser exemplar no que fizeres.A igreja que gostariamos leva ainda muito tempo a chegar.

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  28. Quanto ao Petrus tenho a dizer que conheço o Francisco Monteiro, mulher e filhas. A senhora ficou grávida já depois de ele ter pedido a dispensa ao Bispo dos Açores mas o agendamento do casamento civil só foi possível 5 meses após o nascimento da filha. Não vejo onde é que está o mau exemplo de um padre que assume a sua filha e relação.
    Quanto ao apoio do Governo Regional à recuperação da casa degradada foi absolutamente moral e legal pois o casal reunia os requisitos para ser apoiado a esse nível como outros o foram.
    Quanto à Lúcia tenho a dizer que o Francisco não é nenhum malandro que não queira trabalhar e que é natural que ele pense que a sua licenciatura em Teologia possa ser aproveitada mesmo depois de ele ter casado, pois não é uma formação exclusiva de padres celibatários. Se ele saíu logo para o desemprego foi porque a situação precipitou-se e ele não queria causar escândalo. Só é de louvar a sua coragem. Aida Almeida

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  29. Amo um padre. Não quero que ele deixe de o ser e passe por todo este tipo de provação e julgamento. Prefiro continuar a amá-lo assim. Só quero que seja feliz. E ao Francisco Monteiro desejo a maior felicidade.

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  30. Sou casada com um padre e foi a pior escolha da minha vida pois eles são homens diferentes do comum. Não fazem nenhuma mulher feliz, nem são felizes. Concordo com a hierarquia que obriga ao celibato, pois parece que aqueles que são "tocados" pela vocação sacerdotal são homens que não realizam nenhuma mulher. Ou será que tive pouca sorte e apaixonei-me pelo padre errado? Seja feita a vontade de Deus.

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