Há oite meses (Outubro 2005) Bispos de todo o mundo reuniram em Sínodo, para discutir o tema: "Eucaristia, fonte e todo da vida e missão da Igreja." O documento conclusivo de um sínodo geralmente surge sobre a forma de uma exortação Apostólica, e é escrito pelo Papa. Mas é o próprio sínodo, constituído por um conselho de 15 Bispos e Cardeais, que escreve as conclusões e as apresenta ao Sumo Pontífice.
O documento conclusivo que será apresentado ao Santo Padre não revelará grandes surpresas. Essas são esperadas da Exortação Apostólica do Papa, onde este revelará como pretende aplicar as suas opiniões sobre a liturgia ao rito actual.
Monsenhor Malcolm Ranjith, actual Secretário da Pontifícia Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, concedeu ao conhecido jornal francês La Croix uma entrevista, de que destaco alguns pontos.
- Pensa que a reforma conciliar já esteve mais longe?
- Não é uma questão de ser anti-conciliar ou pós-conciliar, nem conservador ou progressista! Eu acredito que a reforma litúrgica do Vaticano II não deverá ser descartada. Afinal, a reforma não é do tempo do Vaticano II: na verdade, ela precede o o Concílio, e nasceu do movimentos litúrgico do início do século XX. (...) Alguém pode dizer que a orientação da oração litúrgica na reforma pós-conciliar não foi sempre uma reflexão dos textos do Vaticano II, e neste sentido, alguém pode ditar a correcção necessária, uma reforma à reforma. A liturgia deverá ser re-adquirida, no espírito do Concílio.
- Concretamente, por onde passa a reforma?
- Hoje, os problemas da liturgia rodam à volta da língua (vernácula ou latim), e da posição do Padre, virado para a assembleia ou para Deus. Vou surpreendê-lo: em lado nenhum, nos decretos conciliares, se indica que é necessário o Padre virar-se para a assistência, ou que é interdito o uso do latim!
Ainda em entrevista à agência I-Média, D. Albert Ranjith disse que o Papa vai “tomar medidas”, lamentando que, muitas vezes, a Liturgia seja “um sinal de escândalo”.
Podemos esperar assim que alguns abusos litúrgicos sejam corrigidos como as palmas, as musicalidades inapropriadas e atitudes dos sacerdotes. Começa assim a notar-se a influência do pensamento de Joseph Ratzinger nas novas atitudes da Igreja.
- Pensa que a reforma conciliar já esteve mais longe?
- Não é uma questão de ser anti-conciliar ou pós-conciliar, nem conservador ou progressista! Eu acredito que a reforma litúrgica do Vaticano II não deverá ser descartada. Afinal, a reforma não é do tempo do Vaticano II: na verdade, ela precede o o Concílio, e nasceu do movimentos litúrgico do início do século XX. (...) Alguém pode dizer que a orientação da oração litúrgica na reforma pós-conciliar não foi sempre uma reflexão dos textos do Vaticano II, e neste sentido, alguém pode ditar a correcção necessária, uma reforma à reforma. A liturgia deverá ser re-adquirida, no espírito do Concílio.
- Concretamente, por onde passa a reforma?
- Hoje, os problemas da liturgia rodam à volta da língua (vernácula ou latim), e da posição do Padre, virado para a assembleia ou para Deus. Vou surpreendê-lo: em lado nenhum, nos decretos conciliares, se indica que é necessário o Padre virar-se para a assistência, ou que é interdito o uso do latim!
Ainda em entrevista à agência I-Média, D. Albert Ranjith disse que o Papa vai “tomar medidas”, lamentando que, muitas vezes, a Liturgia seja “um sinal de escândalo”.
Podemos esperar assim que alguns abusos litúrgicos sejam corrigidos como as palmas, as musicalidades inapropriadas e atitudes dos sacerdotes. Começa assim a notar-se a influência do pensamento de Joseph Ratzinger nas novas atitudes da Igreja.
O QUE ACHAS?
Caro Padre, Paz e Bem.
ResponderEliminarPrimeiro, como autor do Fides Intrepida sinto-me honradíssimo por um artigo escrito por mim ser publicado em tão digníssimo blog.
Segundo, queria alertá-lo para uma correcção que tive de efectuar, e que pedia que efectuasse também.
Na frase: Podemos esperar assim que alguns abusos litúrgicos, como as palmas, as musicalidades inapropriadas e atitudes dos sacerdotes.
Deve ser escrita assim: Podemos esperar assim que alguns abusos litúrgicos sejam corrigidos, como as palmas, as musicalidades inapropriadas e atitudes dos sacerdotes.
Mais uma vez, obrigado.
Um abraço em Cristo,
Diogo Taveira
BEM-HAJA!
ResponderEliminarDesejo que o Espírito Santo ilumine verdadeiramente o nosso Papa, para que esses abusos sejam, enfim, corrigidos.
"Virado para a assembleia ou virado para Deus": esta frase sobre a problemática da orientação do presidente da celebração eucarística é assaz infeliz, e sintomática.
ResponderEliminarEm causa estará a posição física do sacerdote celebrante: virado para a assembleia (versus populum); ou virado para oriente (ad orientem), mais propriamente, para a ábside do templo (versus absidem).
Distingue-se da orientação espiritual, que é sempre para Deus (versus Deum per Iesum Christum). Interiormente, toda a assembleia está voltada para o Senhor, seja qual for o posicionamento corporal dos seus membros (celebrante incluído).
JS
Caro JS,
ResponderEliminareu só coloquei o que se encontra na entrevista original.
Um abraço em Cristo,
Diogo
Na ultima ceia Jesus estaria virado para os apóstolos ou de costas para eles? E como seria a sua postura física? O que serão "musicalidades inapropriadas"?
ResponderEliminarJesus deixou-nos a Eucaristia com uma grande economia de gestos e sinais. Há quem queira fazer dela um ritual mágico, que perde o seu efeito quando algum sinal subtil não é feito como prescreve o livro de magia.
Esta visão "cultural" da Igreja faz-me lembrar a de um conservador de museu de arte antiga que quer acima de tudo preservar a sua coleccção e seleccionar o público do museu. Saber se hoje em dia existem novos quadros, saber se a cultura deve chegar a todos, é algo que não preocupa o conservador, desde que a elite culta não reclame.
Está descansado, Diogo: eu sei que a frase é do bispo cingalês.
ResponderEliminarJS