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quarta-feira, julho 05, 2006

MENOS MISSAS E MAIS MISSA

Últimamente preocupa-me e ocupa-me a tarefa de fazer um projecto pessoal de vida que integre harmoniosamente tanto a actividade pastoral como a contemplação, o cuidado de mim mesmo e a doação incondicional aos outros.
Querer cuidar dos outros sem cuidar de mim mesmo pode levar-me ao esvaziamento e acabar não fazendo o bem que pretendo fazer aos outros.
O activismo na pastoral é corrosivo.
E cada vez sou mais solicitado, sobretudo para celebrar missas (e os demais sacramentos) em paróquias vizinhas, porque o padre está velhinho, porque já não lê bem, porque foi de férias, porque faltam padres... E eu que não queria ser um 'padre misseiro' ou, simplesmente, sacramentalista. Sempre prezei mais a dimensão evangelizadora.
Procurar manter os tempos necessários para a oração pessoal, os tempos de meditação, a lectio divina diária. Um desafio que me faço a cada dia.
Que Deus me ajude.
Também concordas com o Pe. Pedro Josefo: "O activismo na pastoral é corrosivo?

19 comentários:

  1. O activismo está normalmente ligado a um sentido de eficiência baseado na quantidade e na relação directa entre as nossas acções e a resposta do outro a Deus.

    Ora a "eficiência" de Deus é muitas vezes diferente da nossa e na pastoral é suposto seguirmos a eficiência de Deus. É na oração que podemos captar o sentido da "eficiência" de Deus.

    O Evangelho não nos dá um exemplo de actuação pastoral empenhada, que atende as pessoas mas que conhece a necessidade do diálogo com Deus como base do anúncio da Amor de Deus?

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  2. Obviamente que eu concordo. :))
    E como vejo que um mesmo texto pode suscitar várias perguntas, achei interessante encontrá-lo aqui.
    Mas volto a fazer aqui a pergunta que já tinha deixado lá nos comentários: alguém sabe quem disse "Menos missas e mais missa"?. Eu acho que foi um papa, só não lembro qual (penso que foi Pio XII).

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  3. Concordo plenamente!

    Quantas vezes sinto o mesmo (apesar de não ser padre, ou seja madre). Na azáfama do dia a dia, em qualquer circunstância que seja, regularmente perdemo-nos a nós próprios e, paradoxalmente, os outros não saem beneficiados com a nossa redobrada entrega. Todos ficamos a perder.
    Eu, que tanto gosto de um espaço e tempo que sejam só meus, para meditar, ler, entrar em contemplação. É isto que me enriquece, não exteriormente e sim interiormente.
    Preciso disto como de pão p'rá boca. Às vezes apetece-me gritar e fugir deste mundo de turbilhão e de loucura.

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  4. Andam tão inquietos os Padres!... JAJAJAJAJA!!!

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  5. Que musiquita que não lembraria ao Diabo!!!
    Qualquer dia temos Missa dançante! :)

    Faça um favor aos seus leitores e coloque isto:

    Coph Nia, «Sanctus»:

    http://www.coldmeat.se/sounds/audio/cophnia/cophnia_sanctus.mp3

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  6. Site da banda:

    http://www.cophnia.com/sounds.html

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  7. O meu Senhor deve estar distraído a ler-vos... a caritas assaltou-me de repente! JAJAJAJAJA!!!

    Lux Maxima, seus sacerdotes do christos!

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  8. A música é uma invenção de Lucifer... não se esqueça... é por isso que nos «entusiasma» tanto... ficamos «cheios de Deus»... JAJAJAJA!!!

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  9. Ó lord, o que tu precisavas era de ter dado um salto a Fez há uns dias atrás... :)
    Saudações butlerianas!

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  10. Fez... sempre me fez... calor! ;)

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  11. Foi tempos de um João Vianney e um Padre Pio levavam jovens rapazes ao seminário. Hoje a "pastoral" leva a igualdade que,infelizmente, é até fica abaixo nesta tal igualdade com os leigos.
    Na minha opinião, não existe mais ardor com a missa da reforma de Paulo VI, que não demonstra a ordoxia e muitos menos o exemplo de Cristo que se sacrificou-se pela nossa salvação. Assim não existe também mais motivo e sacrifício do jovem rapaz a vocação de padre.

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  12. eu estou de acordo com "persona non grata". Fui seminarista ha uns anitos bons. Os padres velhos animavam-me mais que os novos. E explico: senti que havia pouca identidade na pastoral actual, é muito semelhante aos valores que o Movimento da Juventude Liberal proclama. Penso que tende a haver poucas diferenças entre estar dentro ou estar fora. As coisas perdem caracter e sabor. A actitude verdadeiramente radical não está mais na Igreja mas sim fora dela. Não ha um desafio claro mas uma propaganda que desafia muito a pouco.
    E já agora, a música, no meu entender é um dos pontos de maior frustração. Uma pessoa quer entrar numa igreja para rezar ou mesmo na missa e leva com aquilo que ouve todos os dias na rua ou em casa....
    Atrair jovens de maneira fácil é ter a casa com jovens muito agitadinhos mas com pouco sumo.

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  13. Sou eu que tou maluca (deve ser da ressaca da derrota futebolística - eu que nem ligo ao futebol) ou este Post já é repetido??

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  14. Repetido mas nem por isso deixa de ser actual. Como já havia alguns comentários quis trazê-lo de novo para a discussão. Não tás maluca, mas atenta!!!

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  15. Padre,
    Obrigada pela resposta.

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  16. "Mais missa" significa uma eucaristia com mais sumo, é?
    G. Lima

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  17. claro. Com mais sumo, + participada, + vivida...

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  18. Espero que isto ajude. É a introdução de um trabalho que está online:


    Fedeli, Orlando - "Rock: revolução e satanismo"
    MONTFORT Associação Cultural
    http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=arte&artigo=rock〈=bra
    Online, 15/07/2006 às 22:37h

    INTRODUÇÃO
    O Poder Da Música

    "O rock é uma expressão básica das paixões que, em grandes platéias, pode assumir características de culto ou até de adoração, contrários ao cristianismo."
    (Cardeal Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI)


    É muito comum encontrar pais que não se importam que seus filhos passem horas ouvindo Rock a todo volume, porque consideram que "não há mal nenhum nisso". Eles, quando eram moços, se acostumaram (ou viciaram) a ouvir talvez músicas românticas ou canções sensuais de jazz. Tocavam-nas quando seus filhos eram pequenos. Agora, os jovens cresceram e inconscientemente tiraram as consequências dos princípios musicais e educativos que receberam: ouvem apenas Rock.

    Do romantismo sentimental ao Rock frenético, passando pela etapa intermediária do jazz sensual, há uma lógica coerente que a alma percorre, ainda que inconscientemente.

    O próprio Rock registra, com maior velocidade porém, estas mesmas etapas em seu caminho. Tendo começado com músicas e letras sentimentais, logo chegou ao frenesi e ao abismo do mal. Não é por acaso que a canção considerada o "hino oficial" do Rock - "Stairway to Heaven" - passa também, por essas fases: sentimental, sensual, frenética. (Outras razões houve para designar-se essa canção como o "hino" do Rock. Nós as examinaremos mais adiante).

    É também comum encontrar jovens que, informados do que significam as letras das canções que ouvem, afirmam que não entendem suas letras, que se interessam apenas pelo ritmo ou, bem raro, pela "melodia".

    Não se apercebem de que a música tem profundos efeitos na alma humana. É evidente que ao ouvir ou ler esta afirmação eles a põem em dúvida. Entretanto, reconhecem que o Rock os entusiasma e os deixa euforicamente excitados. Têm que reconhecer também que há músicas próprias a filmes de terror, que inclinam a alma para o medo do desconhecido. Que há outras que são compatíveis com cenas amorosas e sentimentais. Não poderão negar que certas músicas produzem melancolia e tristeza, outras despertam alegria, outras ainda entusiasmo.

    A música, portanto, é criadora de estados de alma, os quais fazem nascer idéias correlatas em nossas mentes. Quem permite que uma música crie em sua alma um estado de melancolia e tristeza naturalmente terá tendências à tristeza e à melancolia, por isso mesmo, idéias melancólicas, tristes e pessimistas.

    Fica então patente que uma canção, por si só, sem levar em conta a sua letra, cria estados de ânimo e suscita idéias.

    Tinham pois muita razão os filósofos gregos ao darem à música um importante papel na educação e formação dos jovens. Aristóteles prevenia que "pelo ritmo e pela melodia nasce uma grande variedade de sentimentos" e que "a música pode ajudar na formação do caráter" e que "se pode distinguir os gêneros musicais por sua repercussão sobre o caráter. Tal gênero, por exemplo, leva à melancolia, tais outros sugerem o desânimo ou domínio de si mesmo, o entusiasmo ou alguma outra disposição já mencionada.

    (Citação de Aristóteles - apud W. Matt - Le Rock'n Roll, instrument de Revolution et de subversion culturelle - Ed St. Raphael Sherbrooke, Quebec, 1981 pag. 6)

    Platão é ainda mais claro. No diálogo República, ele adverte que a música forma ou deforma os, caracteres de modo tanto mais profundo e perigoso quanto mais inadvertido. A maior parte das pessoas não percebe que a música tem o poder de mudar o coração dos homens, e que assim, pouco a pouco, molda a sua mentalidade. Mudando as mentalidades, a música termina por transformar os costumes, o que determina a mudança das leis e das próprias instituições. Por isto dizia Platão que é possível conquistar ou revolucionar uma cidade pela mudança de sua música.

    "Toda inovação musical é prenhe de perigos para a cidade inteira"... "não se pode alterar os modos musicais sem alterar, ao mesmo tempo, as leis fundamentais do Estado". (Platão, República, Livro III)

    Para Platão, a educação musical é a mais poderosa, porque permite introduzir na alma da criança, desde a mais tenra infância, o amor à beleza e à virtude. A pessoa bem educada musicalmente mais facilmente perceberia a beleza e a harmonia. E como não há amor sem ódio, ela também odiaria o feio e o mal. E pergunta Platão: "Não saberá (tal pessoa) louvar o que é bom, receber o bem com deleite e, acolhendo-o na alma, nutrir-se dele e fazer-se um homem de bem, ao mesmo tempo que detesta e repele o feio desde criança, mesmo antes de poder raciocinar? E assim quando chegar a razão, a pessoa educada por essa forma a reconhecerá e acolherá como uma velha amiga". (Platão, República, Livro III)

    Bem educados musicalmente, continua Platão, os jovens crescerão numa terra salubre, sem perder um só dos eflúvios de beleza que cheguem aos seus olhos e ouvidos, procedentes de todas as partes, como se uma aura vivificadora os trouxesse de regiões mais puras, induzindo nossos cidadãos, desde a infância a imitar a idéia do belo, a amá-la e a sintonizar com ela. (Platão, idem, ibidem.) Por isso, conclui Platão, não se deveria permitir que os artistas exibam "as formas do vício, da intemperança, da vileza ou da indecência, na escultura, na edificação e nas outras artes criadoras... " Não admitiremos que nossos guardiães cresçam rodeados de imagens de depravação moral, alimentando-se, por assim dizer, de uma erva má que houvesse nascido aqui e ali, em pequenas quantidades, mas dia após dia, de modo a introduzirem, sem se aperceber disso, uma enorme fonte de corrupção em suas almas". (Platão, idem, ibidem)

    Platão insiste no poder insinuante da música de agir sem ser percebida, a ponto de conseguir destruir ou revolucionar uma sociedade, "pois é aí que a ilegalidade se insinua mais facilmente, sem ser percebida...sob forma de recreação, à primeira vista inofensiva".

    "Nem, a princípio, causa dano algum, mas esse espírito de licença depois de encontrar um abrigo, vai-se introduzindo imperceptivelmente nos usos e costumes; e daí passa, já fortalecido, para os contratos entre os cidadãos, e após os contratos, invade as leis e constituições, com maior impudência, até que, ó Sócrates, transforma toda, a vida privada e pública". (Platão, República, Livro III)

    É tão verdadeira essa análise do grande filósofo grego, que ela se aplica perfeitamente ao que aconteceu com os costumes de nossa sociedade. Até parece tratar-se de um autor atual descrevendo o que ocorre em nosso tempo.

    Portanto, a música pode ter um salutar efeito formador ou pode ser destruidora.

    Evidentemente, como é mais fácil destruir do que construir, os efeitos da música daninha são mais rápidos e eficazes que os da boa música. A corrupção estética e moral, embora degrau por degrau, vai mais rapidamente até os mais profundos abismos, do que a virtude em sua ascenção até os píncaros do heroísmo e da santidade.

    Nesse trabalho de deformação e corrupção feito também através da música, no século XX, devemos salientar o papel do liberalismo que considera tudo pelo lado positivo e que, por isso, julga que nada deve ser proibido. O liberalismo é a "tolerância institucionalizada não só em certos casas ditas de "tolerância" como na própria sociedade. O liberalismo é o sistema da "tolerância". Por isso, os pais liberais permitem que os filhos tudo ouçam, sem qualquer restrição. Ora, à força de tudo ouvir, acaba-se por tudo aceitar, à força de tudo aceitar, acaba-se por tudo aprovar". (in Walter Matt, op. cit., pag. 22-23, nota 17 do tradutor, parodiando palavras de Santo Agostinho).

    A aceitação do mal, a convivência com ele, leva o liberalismo, no fim, a aprovar todo vício, todo crime, todo absurdo, toda monstruosidade. Foi assim que a arte moderna ajudou a deformar o século XX. É assim que o Rock dominou a juventude mundial de nossos dias. Se há 50 anos tivessem dito que os netos dos fãs de Frank Sinatra iam ser entusiastas do "Black Sabbath" ou do grupo "Possessed", ninguém acreditaria. Mas, como a decaída se deu, degrau por degrau, até o abismo, todo o liberalismo aprovou.

    Porque: "Vice is a monster of so frightfull mein
    As to be hated needs but to be seen
    Yet seen too oft, familiar with his face
    We first endure, then pity, teh embrace" (Alexander Pope) ("O vício é um monstro de aspecto tão horrível
    que basta vê-lo para detestá-lo
    Mas olhá-lo por demais acostuma-nos com seu rosto
    Tolera do inicialmente, em seguida nos dá pena
    por fim se o abraça".) Esse foi o caminho da juventude face ao vício e à música no século XX.

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