Numa clássica e lindíssima igreja de Lisboa, repleta até ao átrio, estava prestes a terminar a celebração dum Casamento integrado na Eucaristia. Dirigia-me à cadeira presidencial para os momentos de Acção de Graças quando um estranho ruído de vozes se levantou na Igreja - seria protesto, pedido de intervenção, súplica incontida? Foi sufocado, de imediato, por uma vibrante salva de palmas como cascata de alegria. Nunca tal havia visto. Tratava-se, afinal, do momento exacto em que Portugal vencia a Inglaterra. E que, ainda não sei como, percorreu toda a Igreja numa onda progressiva.
Como Presidente da celebração aguardei a chegada do silêncio e disse: “mais um motivo de acção de graças a juntar àquele que já nos possuía nesta celebração litúrgica”. Fez-se um silêncio complacente e respeitoso. Pedi, a seguir, o mesmo ímpeto de entusiasmo na pequenina palavra Amen em resposta à petição de bênção para o jovem casal: “Vamos puxar por esta jovem equipa de família que hoje, diante de todos, sela o seu amor com o sinal de Cristo”. E nunca me lembro de ouvir tão alto e vibrado, o Amen da Assembleia, como reforço à bênção matrimonial. Se no princípio estava duvidoso sobre o bom gosto de irromper em exclamações e palmas dentro da Igreja por causa dum golo, acabei por entender que se o sacramento é entrosado na vida, ganha compreensão e densidade e projecta mais longe o ritual tecnicamente perfeito de palavras e gestos predefinidos. E depois da imploração de Bênção para todos, todos partiram com uma experiência de Acção de Graças que nem sempre acontece de modo tão visível e assumido no seu todo.
Não é edificante? Paciência!
Como Presidente da celebração aguardei a chegada do silêncio e disse: “mais um motivo de acção de graças a juntar àquele que já nos possuía nesta celebração litúrgica”. Fez-se um silêncio complacente e respeitoso. Pedi, a seguir, o mesmo ímpeto de entusiasmo na pequenina palavra Amen em resposta à petição de bênção para o jovem casal: “Vamos puxar por esta jovem equipa de família que hoje, diante de todos, sela o seu amor com o sinal de Cristo”. E nunca me lembro de ouvir tão alto e vibrado, o Amen da Assembleia, como reforço à bênção matrimonial. Se no princípio estava duvidoso sobre o bom gosto de irromper em exclamações e palmas dentro da Igreja por causa dum golo, acabei por entender que se o sacramento é entrosado na vida, ganha compreensão e densidade e projecta mais longe o ritual tecnicamente perfeito de palavras e gestos predefinidos. E depois da imploração de Bênção para todos, todos partiram com uma experiência de Acção de Graças que nem sempre acontece de modo tão visível e assumido no seu todo.
Não é edificante? Paciência!
(E eu, que só vi dois jogos inteiros do Mundial e já deito futebol pelos olhos, lá voltei, sem querer, ao assunto. Desta vez como “sacramento… e acção de graças…” Espero que os liturgistas entendam…)
António Rego
António Rego
Mas os liturgistas não entendem muitas outras coisas...
Conta-nos histórias que tenham acontecido e ficado para sempre nas vossas memórias
O Padre António Rego é aquele da TVI? Gosto muito dele. É uma pessoa muito agradável; gosto muito de o ouvir.
ResponderEliminarMas quanto ao futebol, o que eu acho é que, do "pão e circo" com que os governantes antigos entretinham a plebe, o escravo moderno diz: "dêem-me futebol e já nem peço pão".
Este tema faz-me lembrar aquele muito inspirado livro do Leonardo Boff: "Os sacramentos da vida e a vida dos Sacramentos". A liturgia tem muito a aprender com os sacramentos da vida. Deve acabar o divórcio existente entre os sacramentos celebrados na Igreja e a vida concreta e real das pessoas, com sacramentos do quotidiano, carregados de simbolismo.
ResponderEliminarDesculpem-me Padres, mas eu tenho que dizer esta.
ResponderEliminarEnviaram-me hoje um e-mail com a seguinte mensagem:
Para os franceses
LIBERTÉ, EGUALITÉ E VINCIFUDÊ
Ah,ah,ah,ah,ah,ah,ah!