Recentemente, houve um apelo lançado por 66 países para a despenalização universal da homossexualidade a que se associou o Vaticano. Ainda bem. E não deve haver lugar para discriminação.
O Estado deveria encontrar uma forma de união com consequências jurídicas semelhantes às dos casados. Mas a questão reside em saber se há-de chamar-se-lhe casamento. O problema é mais do que religioso e as palavras não são indiferentes, pois não pode dar-se o mesmo nome ao que é diferente.
O Estado deveria encontrar uma forma de união com consequências jurídicas semelhantes às dos casados. Mas a questão reside em saber se há-de chamar-se-lhe casamento. O problema é mais do que religioso e as palavras não são indiferentes, pois não pode dar-se o mesmo nome ao que é diferente.
Como disse o filósofo ateu Bertrand Russell, "o casamento é algo mais sério do que o prazer de duas pessoas na companhia uma da outra: é uma instituição que, através do facto de dela provirem filhos, forma parte da textura íntima da sociedade, e tem uma importância que se estende muito para além dos sentimentos pessoais do marido e da mulher".
Assim, o que a sociedade tem de resolver é se considera o casamento essa instituição ou uma mera contratualização de afectos.
O problema não será "saber se há-de chamar-se-lhe casamento". O problema é mais do que a atribuição de uma designação: é a consequência da paridade entre a união de um casal (macho e fêmea)e a união de um par (dois seres do mesmo sexo) de pessoas, que reivindicarão os mesmos direitos, entre eles, o de ter filhos. E se podemos dizer que ter filhos biológicos ou adoptados é um direito de todo o cidadão, pergunto se não será também um direito da criança ter um PAI e uma MÃE para se poder desenvolver e estruturar, identificando-se com o seu próprio sexo. Pergunto se não será perturbador para uma criança, por exemplo, ir à noite ter com dois pais ou duas mães à cama, como todos os meninos fazem, e fantasiar (como todos os meninos fantasiam, para poder crescer) uma relação deste género, diferente da dos pais da maior parte dos seus colegas de escola...
ResponderEliminarNão se pode dizer que um facto é o que não é,sendo outro, sem negar a natureza de ambos.
Não está em causa o direito de união sem discriminação, o que está em causa é o medo de assumir as coisas tal como são, mascarando-as de modo a atingir alguns fins.
LMA
se é um direito deles ou de cada um, cabe ao estado legislar sobre isso, proteger seus cidadãos...
ResponderEliminarNão aceito que "caiba ao estado legislar sobre assunto tão grave". Cabe-lhe, isso sim, promover o bem comum legislando nesse sentido. Por "bem comum" entende-se o direito no seu sentido mais genérico ou seja, o que é bom para a maioria das pessoas. Claro que A ou B também deve ter os seus direitos. É como quem diz: "tem direito a exprimir-se e a assumir um estado de vida que não prejudique o outro nem provoque confusões a terceiros na sua maneira de ser ou estar na vida. Homossexualidade sempre houve. Há mais de 2.700 anos que se fala nela (sodomia). Era algo de muito pessoal porque muito íntimo. Será necessário, agora, legislar nesse sentido? Para legalizar o quê? O que não pode ser legalizado? Como é que meia dúzia de cabecinhas podem colocar em forma de lei aquilo que uma imensidão de cabecinhas reprova? E reprova porque é contra-natura?
ResponderEliminarEntretenham-se com algo muito mais rico, mais humano, mais para além desta vida e que lhe dá verdadeiro sentido. Façam o que pede "anareis": ajudem as crianças que passam fome porque ou tiveram uns pais desumanos ou, também a eles, lhes tocou o pior dos "fados".
Com muito respeito por todas as opiniões, Costa Gomes
o problema é muito mais cavernoso do que discutir se é ou nao casamento... antes de saber se é ou nao casamento, imagino que é preciso ver a pessoa
ResponderEliminar«...saber se há-de chamar-se-lhe casamento.»
ResponderEliminarRegisto com imensa pena que para vós, uma simples palavra é mais importante que o direito à felicidade.
O preconceito arranja sempre um jeito de se afirmar, mesmo que seja através de uma simples palavra.
Homofobia meu amigo, é isso mesmo,... HOMOFOBIA!
Não sei como cheguei aqui, mas queria apresentar uma proposta. Eu sou muçulmano, e como vim para Portugal à 6 anos, agora tenho um problema: apesar de no meu país ter 3 esposas aqui só posso legalmente ter uma. Acho que também estou a ser descriminado porque o estado não está respeitar os meus direitos...
ResponderEliminarNão valia a pena rever também este aspecto?