O pároco de Fragoso, em Barcelos, sugeriu a venda de dois quilos de ouro oferecidos por devotos à Senhora do Livramento, dando início ao que já chamam a "guerra santa". Esta proposta dividiu os cerca de três mil habitantes da freguesia.
Desde há duas semanas que a vida cívica e social da pequena freguesia de Fragoso está no auge.
Foi por essa altura, na homilia da missa dominical, que o sacerdote pôs à consideração dos paroquianos (democraticamente) a venda de dois quilos de ouro que, ao longo de dezenas de anos, foram sendo oferecidos a Nossa Senhora do Livramento.
Avaliado em 15 mil euros, o tesouro de Nossa Senhora do Livramento é composto por fios, cordões, braceletes, brincos, anéis e todo o tipo de peças de ouro que, sobretudo as mulheres da freguesia, ofereciam em troca do "livramento" dos "seus" homens do serviço militar e da Guerra Colonial.
Reuniões, abaixos-assinados contra e a favor do pároco, concentrações em frente ao centro social e panfletos anónimos são agora correntes na localidade.
"Se o senhor padre fizer o que disse, domingo já não celebra missa. Ele disse que se ia embora e que não queria continuar em Fragoso", referiu à Lusa Raul Santos, um dos mais de 500 subscritores de um abaixo-assinado contra a venda do ouro da paróquia.
Fonte: Lusa / Fim
A notícia deixa-me algumas interrogações:
- A Igreja deve continuar a aceitar este tipo de promessas, sabendo que posteriormente, as pessoas são reticentes a vender?
- O ouro que foi oferecido pelos devotos pode ser administrado porque o recebeu?
- É melhor estar guardado num cofre ou deve servir para as necessidades da Igreja e até dos pobres?
- Porque que é que as pessoas não aceitam a decisão da maioria? Será que a democracia é só uma miragem...
- Que tipo de fé demonstram aqueles que deram algo valioso e depois o querem ver exposto publicamente?
«...fios, cordões, braceletes, brincos, anéis e todo o tipo de peças de ouro que, sobretudo as mulheres da freguesia, ofereciam em troca do "livramento" dos "seus" homens do serviço militar e da Guerra Colonial.»
ResponderEliminar- E eu julgava que Deus se contentava com uma bilha de azeite oferecida à santa para alumiar o altar!
Eu não concordo com estas ofertas.
ResponderEliminarDeus quer amor, não quer ouro.
Este padre está a gastar dinheiro em sistemas para proteger ouro, em vez de o usar para fins bem amsi cristãos...
beijos em Cristo e Maria
podem não o querer exposto. Podem apenas achar que o deram e quem o recebeu o guarda com carinho. Como se desse a um filho ou ente querido. Pode ter sido movidos pela ternura que o deram. Também pode ter sido um acto comercial. Mas a comunidade deve aproveitar-se disso? Não está a fazer a mesma coisa?
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