Procissões e visibilidade da fé cristã
Na época das festas religiosas populares, geralmente no mês de Agosto, muitas comunidades dão grande importância à procissão da festa. Quase sempre as procissões têm mais afluência de pessoas do que a Eucaristia solene. Serão as procissões apenas uma expressão de folclore religioso, como opinam alguns responsáveis da Igreja, ou uma verdadeira expressão de fé, segundo a sensibilidade popular? Não há dúvida de que as procissões levantam algumas questões que precisamos de reflectir em ordem a dar dignidade, beleza e sobretudo relação clara com a fé. Bem realizadas podem ser um sinal da fé cristã. Desviadas ou com elementos espúrios, dão uma imagem falsa e põem em questão a credibilidade do cristianismo.
Conheço pessoas para quem o contacto com uma procissão religiosa constituiu um despertar da fé. Descobriram uma dimensão até aí oculta ou esquecida, "viram" a dimensão transcendente da vida humana.
De facto, as procissões dão visibilidade à fé, situam-se na pedagogia da Encarnação pela qual a humanidade de Jesus Cristo deu visibilidade ao mistério de Deus. A Fé encarnada precisa de sinais visíveis que manifestem em imagens o mistério invisível em que acreditamos.
"Meus olhos viram a salvação", exclamou o velho Simeão quando recebeu o Menino Jesus no templo. Numa civilização que privilegia a imagem, as pessoas precisam também de "ver".
Não basta ouvir oralmente o anúncio do evangelho. A Palavra da Verdade precisa do apoio de elementos visíveis que a tornem concreta e relacionada com a vida.
Encontramos essa pedagogia no Novo Testamento: O anúncio do evangelho é acompanhado de sinais (gestos, curas, estilo de vida de Jesus e dos apóstolos) que confirmam e dão visibilidade à palavra.
Que visibilidade apresentam as procissões, que imagem dão da fé? Antes de mais, mostram uma comunidade organizada, unida, que caminha com ar solene pelas ruas quotidianas, enfeitadas para o acontecimento. Uma comunidade que se apresenta como um povo crente e peregrino, que parte de um lugar sagrado e termina o percurso no templo. Uma comunidade aberta, em que todos têm um lugar, mas sem confusão. Os participantes no percurso adoptam uma atitude de contemplação: cantam, ou rezam, ou ouvem meditativos a banda. Paira um ambiente de mistério na procissão. As ruas quotidianas adquirem uma nova dimensão. Não há dúvida de que se trata de uma comunidade de crentes que vai a passar. Uma verdadeira procissão tem ordem, silêncio, ambiente celebrativo. Não se parece com um espectáculo mas com uma liturgia.
Na procissão ocupa um lugar de destaque os andores dos santos, os estandartes religiosos. Manifestam que nesta peregrinação não vamos sós, mas acompanhados da protecção divina. Os santos são os membros ilustres da comunidade de crentes, aqueles que são referência de vida e de identidade cristã e de quem se espera protecção. As opas, os anjinhos, os figurantes que representam cenas ou figuras religiosas, todo este conjunto empresta à procissão uma visibilidade da fé que nos ajuda a interpretar a vida quotidiana a uma nova luz e a peregrinar pelo mundo sem perder o sentido da eternidade. A procissão confere transcendência, beleza e alegria à existência.
A procissão nasce da Eucaristia e prolonga-a na vida. A Igreja sai do templo e apresenta-se na praça pública. De facto, a Eucaristia deve levar-nos a um amor empenho de testemunhar a presença de Deus no mundo. Como pedia o Papa João Paulo II, a propósito da Eucaristia: "Haja um empenho por parte dos cristãos, de testemunhar com mais vigor a presença de Deus no mundo. Não tenhamos medo de falar de Deus e de ostentar sem vergonha os sinais da fé" (MND 26).
Quero dizer que me identifico com as razões apresentadas pelo Bispo de Santarém.
Qual a vossa experiência?
Na época das festas religiosas populares, geralmente no mês de Agosto, muitas comunidades dão grande importância à procissão da festa. Quase sempre as procissões têm mais afluência de pessoas do que a Eucaristia solene. Serão as procissões apenas uma expressão de folclore religioso, como opinam alguns responsáveis da Igreja, ou uma verdadeira expressão de fé, segundo a sensibilidade popular? Não há dúvida de que as procissões levantam algumas questões que precisamos de reflectir em ordem a dar dignidade, beleza e sobretudo relação clara com a fé. Bem realizadas podem ser um sinal da fé cristã. Desviadas ou com elementos espúrios, dão uma imagem falsa e põem em questão a credibilidade do cristianismo.
Conheço pessoas para quem o contacto com uma procissão religiosa constituiu um despertar da fé. Descobriram uma dimensão até aí oculta ou esquecida, "viram" a dimensão transcendente da vida humana.
De facto, as procissões dão visibilidade à fé, situam-se na pedagogia da Encarnação pela qual a humanidade de Jesus Cristo deu visibilidade ao mistério de Deus. A Fé encarnada precisa de sinais visíveis que manifestem em imagens o mistério invisível em que acreditamos.
"Meus olhos viram a salvação", exclamou o velho Simeão quando recebeu o Menino Jesus no templo. Numa civilização que privilegia a imagem, as pessoas precisam também de "ver".
Não basta ouvir oralmente o anúncio do evangelho. A Palavra da Verdade precisa do apoio de elementos visíveis que a tornem concreta e relacionada com a vida.
Encontramos essa pedagogia no Novo Testamento: O anúncio do evangelho é acompanhado de sinais (gestos, curas, estilo de vida de Jesus e dos apóstolos) que confirmam e dão visibilidade à palavra.
Que visibilidade apresentam as procissões, que imagem dão da fé? Antes de mais, mostram uma comunidade organizada, unida, que caminha com ar solene pelas ruas quotidianas, enfeitadas para o acontecimento. Uma comunidade que se apresenta como um povo crente e peregrino, que parte de um lugar sagrado e termina o percurso no templo. Uma comunidade aberta, em que todos têm um lugar, mas sem confusão. Os participantes no percurso adoptam uma atitude de contemplação: cantam, ou rezam, ou ouvem meditativos a banda. Paira um ambiente de mistério na procissão. As ruas quotidianas adquirem uma nova dimensão. Não há dúvida de que se trata de uma comunidade de crentes que vai a passar. Uma verdadeira procissão tem ordem, silêncio, ambiente celebrativo. Não se parece com um espectáculo mas com uma liturgia.
Na procissão ocupa um lugar de destaque os andores dos santos, os estandartes religiosos. Manifestam que nesta peregrinação não vamos sós, mas acompanhados da protecção divina. Os santos são os membros ilustres da comunidade de crentes, aqueles que são referência de vida e de identidade cristã e de quem se espera protecção. As opas, os anjinhos, os figurantes que representam cenas ou figuras religiosas, todo este conjunto empresta à procissão uma visibilidade da fé que nos ajuda a interpretar a vida quotidiana a uma nova luz e a peregrinar pelo mundo sem perder o sentido da eternidade. A procissão confere transcendência, beleza e alegria à existência.
A procissão nasce da Eucaristia e prolonga-a na vida. A Igreja sai do templo e apresenta-se na praça pública. De facto, a Eucaristia deve levar-nos a um amor empenho de testemunhar a presença de Deus no mundo. Como pedia o Papa João Paulo II, a propósito da Eucaristia: "Haja um empenho por parte dos cristãos, de testemunhar com mais vigor a presença de Deus no mundo. Não tenhamos medo de falar de Deus e de ostentar sem vergonha os sinais da fé" (MND 26).
Quero dizer que me identifico com as razões apresentadas pelo Bispo de Santarém.
Qual a vossa experiência?
Eu gostava de conhecer era o sr. Padre de Esposende, cuja festa litúrgica a S. Bartolomeu contempla banhos de mar para afastar o diabo, curar da gaguez e epilepsia e termina com umas voltas à Igreja com um galo preto, mais umas passagens debaixo do andor.
ResponderEliminarE o papa Bento preocupado com o relativismo e as missas em latim...mas em Roma não há galos pretos...