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segunda-feira, novembro 07, 2005

Nasceu um novo herói nacional...

Um homem (agora diz-se, ao que parece, "rapaz" ou "jovem") de 21 anos estava acusado de 60 situações de condução sem carta. Sessenta! Teve pena suspensa e pagará umas multazitas, ou lá como se diz.
Nas TVs vê-se toda a gente satisfeita. "Rapaz" e mãe e advogados e amigos são unânimes: não é um criminoso, não matou nem violou. O advogado acrescenta que o juiz local é do mais humano que há e que guiar sem carta não deveria ser crime.
Já pôs a circular um abaixo-assinado para mudar a coisa.
Vê-se ainda os amigos do "rapaz" saltando e gritando de alegria, cantando aquelas coisas tipo "olé, olé, não-sei-quê" que se usam desde que foram reinventadas as praxes. (...)
Tudo está bem quando acaba bem.
Durmamos em paz.
Guiemos os nossos carros sem carta - que "lá fora" incendeiam-nos.

2 comentários:

  1. Volta-se ao mesmo assunto, aqui já debatido: Corrigir os que erram.
    Por acaso, fez-me alguma impressão ver a TV a dar visibilidade ao assunto e ao rapaz, como se de um heroi se tratasse e perguntei, para mim mesmo, se não haveria alguém preocupado em mostrar-lhe o outro lado da questão, ou seja, que o comportamento dele estava errado e que podia ter posto em perigo a vida dos outros, que só não aconteceu, porque não calhou.
    Enfim, é o mundo em que vivemos, em que os políticos mentem a toda a hora só para ganhar o poleiro, onde a autoridade deixou de ter autoridade e os pais dão maus exemplos; o "deixar andar", em que os jovens ficam entregues a si próprios e aos seus desvarios próprios da idade, é a semente da violência que mais tarde dará os seus frutos, com se vê agora em França e se há-de propagar a toda a Europa, nomeadamente a Portugal (como já tivemos ocasião de presenciar alguns alertas e sinais).
    Debates, conferências, medidas alternativas, etc., etc., etc., são tudo propostas infrútíferas, porque não se resolvem os problemas a montante, não se ataca a raíz do mal, não se educam os jovens e tudo o que se possa fazer a juzante, é pura perda de tempo e desgaste; é como querer construir uma casa sem se ter feito primeiro os alicerces.

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  2. Contin...
    Diz-me aqui alguém, ao lado, que o dito rapaz prometeu ir a Fátima se não fosse condenado.
    Não é, no entanto, de espantar tal procedimento. Fátima tem servido para todo o tipo de folclores e para quem conhece, como eu, o caso de uma senhora que foi a Fátima agradecer lhe ter corrido bem o aborto, já nada é de admirar....

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