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quarta-feira, julho 02, 2008

Missas mais caras

A partir do próximo dia 1 de Julho mandar celebrar uma missa em qualquer das nove dioceses da Província Eclesiástica de Braga custa 10 euros, mais 2,5 euros do que o preço actual, em vigor desde o início do milénio (Há 7 anos que não aumentavam!!!).

A Tabela de Taxas e Tributos, que actualiza o preço dos serviços, foi proposta pelas dioceses de Braga, Porto, Viana do Castelo, Bragança, Vila Real, Lamego, Viseu, Guarda e Coimbra. Aprovada pelo Papa Bento XVI, entra em vigor no início do mês que vem. O mesmo deve acontecer ainda este ano nas restantes dioceses do País.

A celebração da missa, que passa de 7,5 para 10 euros, aumenta 33 por cento, justificado pelo facto de não haver actualização há quase oito anos. 'Por norma, há actualização de cinco em cinco anos. Desta vez esperámos mais uns anos, mas, atendendo ao avolumar das despesas, não foi possível adiar a decisão mais tempo', disse ao CM D. Jorge Ortiga, arcebispo primaz de Braga.

(...)

As missas por mais de uma intenção dividem bispos, padres e fiéis. Os fiéis preferem que a missa seja apenas por alma do seu familiar. Os presbíteros entendem que mais vale repartir os pedidos por várias missas: é preferível todas terem duas ou três intenções do que algumas terem uma intenção e outras seis ou oito pedidos.

(...)

PREÇOS

MISSAS CAMPAIS

Uma autorização para a celebração de missa campal vai custar 35 euros por dia.
O certificado matrimonial de ‘nada obsta’ vai custar 25 euros e as certidões e atestados 7,5 euros.

25 euros é quanto vai custar a celebração do Baptismo ou do Matrimónio.
Uma missa de festa fora da igreja fica por 30 euros, tal como uma procissão.

30 euros é o preço de um funeral. Já o trintário (30 missas seguidas por alma de um defunto) vai custar 350 euros.
Secundino Cunha no Jornal Correio da Manhã

13 comentários:

  1. "atestados e certidões 7,50E" na minha Junta de Freguesia são 2,50E. deve ser a diferença do sagrado.

    sei que não se vive do ar, mas...comércio com missas e baptizados.

    era para fazer um post a "bater" no Baptista Bastos por tascar na Igreja por causa disto, mas acho que vou ficar caladinha.

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  2. Quem quer que seja que venha aqui comentar este 'post', antes de o fazer, para o bem e para o mal, deveria ler cuidadosamente os Regulamentos Diocesanos de Administração dos Bens (que creio existirem, se não em todas, em grande parte das nossas Dioceses - pelo menos na minha há) para assim tomar conhecimento sobre qual a finalidade que é dada a estas receitas. Porque há a falsa ideia de que é tudo para o Bispo ou para os Padres, quando na verdade grande parte destas Receitas ficam nas próprias Paróquias, nos Fundos Económicos Paroquiais.

    Se lerem, perceberão que são estas receitas que permitem a muitas paróquias 'sobreviver' economicamente e manter as suas actividades pastorais.
    Penso particularmente em Paróquias citadinas onde não há a prática de contribuição voluntária para a Igreja (como há nos meios mais rurais com a chamada Pensão - Côngrua - ou o Folar da Páscoa) e que se vêm muitas vezes sem receitas, inclusive, para sustentar o seu pároco! Acham que é mentira?? Só se não passaram nunca pela experiência de gerir economicamente uma Paróquia!

    A Igreja parece não interessar para nada a ninguém... a não ser quando se 'precisa' e se quer 'exigir'... aí... tem de ser como e quando se quer... e de GRAÇA...

    Para os 90% de «Católicos» que não querem saber da Igreja a não ser para as «missinhas» e os «sacramentinhos», deveria haver uma sobretaxa não de 10% nem 100% mas de 1000%.
    Assim... para os 10% de (verdadeiros) Fiéis tudo poderia ser dado de graça!

    Como assim não é, nem pode ser, vai pagando «o justo pelo pecador».

    Já agora...
    Sobre o Baptista Bastos - que diz mal de tudo e de todos neste país - só posso parafrasear alguém: «porque é que ele não vai viver para outro país que seja mais ao jeito dele??»

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Meus amigos sabem o que eu vos digo?
    A crise é grande e abrange toda a actividade do comercial.
    Em boa verdade vos digo; não sei se é mais fácil fazer passar um camelo pelo buraco de uma agulha (depende do tamanho da agulha claro...) do que fazer entrar um rico nos reinos dos céus, mas que os bilhetes de acesso ao paraíso subiram lá isso subiram sim senhor, eu já ando a tratar do meu e a coisa tem-me saído carota.
    Sei também por experiência própria que quando me dirijo directamente ao seminário, ficam mais baratinhas… pouco mas compensa.
    Quando se trata de gastar dinheiro mesmo que seja para chegar ao céu tem que se ter alguma parcimónia.

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  5. Olá Padre Inquieto,

    "Dai a César o que é de César, ...", Roma, Império Romano, até se vestem como senadores romanos, afinal este império não morreu.

    Quem tenha olhos que veja, quem ouvidos que oiça, quem tenha entendimento que entenda.

    Mas eu, não pago.

    Que cada um faça o que para ele/ela é o certo, o seu certo.

    Até já,
    Luís Carlos

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  6. Penelson,
    Em primeiro lugar nunca considere os meus comentários como pessoais. Estamos a falar de situações da Igreja etc.
    Para o bem e para o mal, conheço mais destas coisas, do que muitas vezes desejava. Se não as conhecesse, não me apoquentava tanto. 
    Não defendo que todos os padres deviam viver à maneira do seu patrono, João Maria Vianey (que confessava todo o santo dia e comia apenas, umas batatas cozidas, pela manhã), mas também não desejo que a Igreja seja causa de escândalo por questões financeiras.
    As missas não deviam sequer ser pagas. Nem os sacramentos. A missa não se compra com dinheiro. Há a oferta voluntária para as despesas da Igreja e para o serviço aos pobres.
    Nenhum padre tem que andar sozinho a resolver questões financeiras – para isso existem os Conselhos Económicos.
    Quanto a taxar os que não são 100% católicos (alguém é?), acho anti-evangélico:”recebestes de graça, dai de graça”. Cristo veio anular o:”olho por olho, dente por dente”.
    Os comentadores da Igreja tipo B.B e outros, têm o direito de o fazer. Mesmo que não se concorde com eles. O lápis azul já acabou.

    Abraço

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  7. Cara MC

    Não considero nada pessoais os seus comentários, que sempre leio com agrado...

    Não divergimos tanto quanto isso. Claro que concordo consigo quando diz que as Missas não devem ser 'pagas'... nem as missas nem nenhum sacramento. Cita bem o Evangelho: a Graça de Deus é isso mesmo: Graça, é Dom!

    Mas a verdade é que a Igreja-Instituição e os seus Ministros não vivem do 'ar'... e para que a Igreja tenha condições para realizar a sua Missão e os seus Ministros possam ter o necessário para uma vida digna e de acordo com o seu Ministério, há que angariar fundos.

    No principio os «cristãos tinham tudo em comum», diz-nos o Livro dos Actos dos Apóstolos... Hoje, sabemos que isso não é bem assim e já lá vai o tempo em que abundavam as generosas 'ofertas voluntárias' para a Igreja...

    Poder-nos-emos perguntar no entanto se não haverá outras formas de fomentar essa co-responsabilidade entre os cristãos de modo que todos se sintam chamados a comparticipar nas necessidades da sua Igreja Local...

    Pessoalmente, eu creio que sim.

    Advoguei, enquanto Padre, por exemplo, que os estipêndios das missas deveriam ser 'abolidos'... se se quer dar um 'suplemento' ao Padre, no seu vencimento, que seja dado directamente no seu salário... evitar-se-iam algumas distorções às Normas que todos sabemos que acontecem!

    Quanto às minhas 'estocadas' finais... são apenas uma forma de ironizar com uma certa realidade. Não é 'censura'...

    Comentadores da Igreja?? - faz lembrar a moda dos 'treinadores de bancada'!

    Os «B.B.» da nossa praça mundial não passam muitas vezes de gente convencida de é dona de uma última Verdade. Falam de tudo e de todos. Têm opinião sobre tudo. E sobretudo estão contra tudo e contra todos.
    No fundo, só estão satisfeitos consigo mesmos!

    Mas afinal, esta é apenas e só a minha opinião!

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  8. :)

    Os "B.B." (inventámos uma nova terminologia, por mim, pegou) :) da praça mundial são pagos, e alguns, escandalosamente, para fazer opinião. Alguns, com fins bem defenidos. Mas não é disso que estamos a falar.

    Usei erradamente o termo "comentadores". São críticos. A maior parte deles, ignorando muitas das coisas de que falam. B.B., no artigo do DN, mostrava isso mesmo. E eufureceu-me. É rídiculo que a comunicação social perca tempo a falar do aumento das missas e não fale sobre o que é a missa. É a lei do menor esforço.

    Mas também me incomodam bispos e padres a falar destas coisas como funcionários da repartição de finanças.

    E uma questão mais teológica: qual o valor de uma missa por alma de um defunto? E a prática dos trintários? Sempre que celebramos não estamos em comunhão com vivos e defuntos, na unidade com Deus Pai (da nossa parte de modo imperfeito).

    Compreendo o lado das pessoas procurarem o espaço da Igreja quando lhes morre alguém querido. É uma forma de terem essa pessoa presente. Mas não se tem desvirtuado o sentido da Eucaristia nestas práticas?

    Era neste sentido é que eu gostava que a Igreja se movimentasse.

    E a sua opinião interessa tanto como a de qualquer um. É a sua! :) Cuide dela.

    Abraço

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  9. Olá! Eu sinto-me sempre muito triste quando se fala destas questõe de dinheiro ou quando estas questões são questão dentro da Igreja.
    Eu sou padre e com os meus paroquianos procuro acima de tudo fomentar a partilha com a comunidade. Em relação Aos dinheiros procuro ser os mais livre possivel!
    Das missas não recebo nenhum dos estipêndios, deixo tudo o que se recebe das missas para a comunidade e aprte que se entrega na diocese. As pessoas habitualmente perguntam quanto é e eudigo sempre que é aquilo que quiserem dar, mas que habitualmente a oferta é de 7,5€ (isto também para haver algum equilibrio...).
    Em relação aos sacramentos se me perguntarem quanto é, digo que podem dar uma oferta à Igreja (uma vez que é destas ofertas que a comunidade sobrevive... e muitas vezes com bastante dificuldade); se não perguntam... paciência!
    Regra geral todos partilham, não comigo que não tenho qualquer comissão em nenhuma das ofertas da Igreja (recebo sempre e sempre a mesma coisa).
    Podem crer que dá muita liberdade nestas matérias. Recebo o ordenado minimo dos padres que está estipulado na minha diocese e, ainda que não dê para esticar muito, dá para fazer uma vida simples e digna (e de vez em quando com um "luxozito").

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  10. Que há muitos padres ganciosos, manifestando sinais de riqueza em carros e casas de luxo, férias caras, belíssimas contas recheadas, etc, isso há e eu conheço alguns. Que há bispos a residir nos famosos paços episcopais repletos de mordomias, também é verdade. Que eu discordo desta vã maneira de viver, também é verdade.
    Que a maioria dos padres que conheço são pessoas simples, que dão um verdadeiro testemunho de discreção assumida e vivida, também é verdade.
    Quanto às novas taxas, não me convencem, penso que são uma reminiscêscia medievalista. A Igreja do Vaticano II, terá que ser mais ousada na proposição de novas formas de comunhão e de partilha.
    Aliás, em outros blogues, até de padres, vê-se que esta decisão da província bracarense não foi bem aceite, nem quanto à forma nem quanto ao conteúdo.
    A partilha, no quadro da Igreja Portuguesa, é ainda algo muito distante. A nível de recursos humanos e materiais. Cada diocese, embora Igreja Particular, é ainda uma quinta. Temos dioceses com padres a mais e outras com padres a menos; temos dioceses e santuários ricos, e comunidades muito carenciadas.
    Termino lembrando que Igreja são todos os baptizados. E se entre a hierarquia nem tudo está bem a nível de partilha, entre leigos a coisa funciona, geralmente, muito pior.

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  11. O futuro da Igreja está na base, no povo.
    Há que respeitar os bispos, mas pouco há a esperar deles.
    Nestes textos, há sinais de que o futuro pode ser diferente, melhor, mais evangélico.

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  12. O futuro da Igreja está em todos... desculpem mas quando se propoem a Igreja a partir do dinamismo dialético de hierarquia (padres e bispos) por um lado e leigos por outro, estamos no cminho errado. Igreja é comunhão; e comunhão é dar a cada um o seu lugar especifico, é cada um desempenhar a sua missão especifica. Só assim poderemos ser a Igreja de Jesus Cristo.

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  13. sim...uma Igreja concebida como uma realidade externa,uma Igreja olhada como instituição ,como poderia ser a esposa de Cristo ??
    Cristo desposa ,sim ,cada uma das suas pedras vivas,do topo à base,unidas pelo cimento do Espírito Santo à pedra angular que é Ele,,,

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