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quinta-feira, setembro 08, 2005

Slogans pró-aborto

Estes textos são excertos de um livro de João Araújo: "Aborto, sim ou não?". Pretendem desmontar os principais slogans pró-aborto usados actualmente em Portugal.

Veja o Documentário do National Geographic: "Vida no Ventre" em http://www.apfn.com.pt/documentario/. Talvez ajude a perceber um pouco mais a opinião daqueles que defendem a vida intrauterina.

9 comentários:

  1. Sr. Padre,
    acho muito importante, ter trazido este assunto a discussão. Só é pena, que lhe esteja a pegar, dum modo, que eu acho muito "primário".
    Por exemplo; acho estas ilustrações de mau gosto e desnecessárias.
    A terminologia "pro vida" e "pro aborto" também deveria ser ultrapassada.

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  2. Mas podes sempre ver o documentário na National Geographic que nada tem a ver com a Igreja! Porque o que está em causa é definir quando é que começa a vida. Para a Igreja, começa na concepção e para ti? Quem responde a esta pergunta?
    Porque aqui é que esta a questão.

    Qual a solução que propões para as mulheres que praticam o aborto às 13 semanas. São presas ou não. Porque não discriminalizar até ao nascimento?
    Só a partir das 12 semanas é que há vida?

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  3. Caros Padres Inquietos e MC.

    Pronto, bem sei que a pergunta não foi directamente dirigida a mim, mas isto é um espaço “público”, e dada a insistência no tema (bem sei que se aproxima um eventual referendo…) e a pertinência do mesmo, abuso um pouco e comento.

    Teria de definir-se o que se entende por vida. Vida orgânica, qualquer célula é. Vida consciente, evidentemente que não começa na concepção. Seja como for, a discussão acerca das semanas tem para mim qualquer coisa de cómico (ou trágico, sobretudo dado o tema). Faz-me pensar nos tratados acerca dos níveis de poluição: menos ou mais veneno, mais 0,1%, menos 0,1 %... Enfim, é evidente que se podem estabelecer níveis quantitativos acerca da evolução de algo para outra coisa (de não-vida para a vida, de não-perigoso para perigoso) mas penso que esta muitas vezes pseudo-cientificidade faz mais parte da retórica espectacular do dramatismo dicotómico índios contra cow-boys que referi nos comentários ao anterior post.

    A questão do aborto resume-se para mim a interromper um processo cujo resultado final poderá ser, no caso de decorrer “bem” até ao fim, um novo ser humano. O resto, só fará sentido se se for a favor da despenalização ou liberalização do aborto – dado que um ser consciente pode sofrer, o que põe problemas de legitimidade que a aniquilação de uma célula sem sistema nervoso nem cérebro não põe. Evidentemente. Mas a mim, põe-me logo problemas a interrupção dum processo cujo possível e provável resultado é outro eu que não os pais.

    Não me parece nada que a questão se resuma a quando começa a vida (faz-me lembrar a tese tomista de se poder fazer o aborto até às X semanas, visto não haver desenho de ser humano e o posterior equívoco dos homúnculos….). Não se trata dum problema estritamente objectivo, de saber científico e conceptualisação filosófica – embora também passe por aí. Trata-se também dum problema subjectivo, não no sentido de facilitismos relativistas, mas no sentido que estão em jogo pessoas, subjectividades vivas e situadas concretamente. E isso mostra-se quando o sr. Padre passa para o plano concreto. Um casal cuja mulher (ou apenas ela, que ele se pôs na alheta…) faça um aborto às 13 semanas está metida num embróglio psicológico, existencial, biológico, social etc. Não é concerteza uma decisão e acontecimento leves e abstractos como a objectividade científica e a conceptualização filosófica. Mete vida – alegrias frustradas, desesperos e confusão, medos e dores, etc – e volto a reafirmar que não sei se prendê-la é a melhor solução, ou sequer se é legítimo o plano jurídico permitir-se objectivar genericamente situações de vida tão complexas e delicadas.

    Volto a afirmar que sou contra a liberalização do aborto, não é isso que está em jogo. Trata-se é dum “tema” que pede tratamento honesto e sereno, e não uma dramatização sócio-política travestida de moralidade. Volto também a reafirmar o reparo acerca do termo “pró-aborto”, agora posto em título, que indica erradamente a posição das pessoas que são a favor da despenalização, e não evidentemente a favor do acto abortivo.

    Um abraço.

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  4. Caro padre

    sem qualquer discurso de superioridade, seja de que espécie for, não preciso de ver o referido documentário. Fui mãe duas vezes, desde que suspeitei de que poderia estar grávida, a minha vida adquiriu outra dimensão. Já não era só eu, e o pai, claro, mas outro ser que nós tinhamos de proteger e acolher. Sou uma mulher, muito sensível à maternidade e à vida, isto para não haver equívocos.
    Depois, volto a acrescentar, caso haja outro referendo, votarei contra.

    Agora que esta questão tem de ser reflectida com muito cuidado e inteligência, isso não tenho dúvidas.
    Nesta discussão, cruzam-se diversos "saberes", diversos interesses, e a minha opinião é que se devem escutar todos.
    Está uma reflexão sobre este tema no seguinte endereço:www.tripolov.com/semas/jose_augusto/aborto.html, para o qual eu chamo a atenção.
    Sublinho as últimas frases:
    "O conflito há-de continuar em aberto enquanto a fronteira entre o sagrado e o profano se não fechar. A tensão entre o discurso da ciência e o discurso da ética deve manter-se para que nenhum deles, separadamente, tenda a impor uma hegemonia.
    Nem o discurso da lei pode faltar ao concílio entre a ciência e a ética. Não é preferível manter as fronteiras abertas à partilha de vozes, aos consensos provisórios, à nossa comum procura de verdade?"

    Mas recomendo, a leitura do artigo todo.

    Qual o papel da Igreja? Participar serenamente nesta discussão, não abdicando dos seus fundamentos, mas conciliando, escutando, aprendendo...

    Agora, também gostava, de ouvir a sua opinião como padre, para a seguinte questão;
    o pecado, é igual para todas as mulheres e todos os abortos?
    Será comum os pais irem-se confessar, porque não apoiaram a mulher na gravidez e consequente aborto? Ou em tantos casos em que foram eles, os impulsionadores, às vezes até recorrendo à violência, quer fisica quer psicológica?

    Vitor, obrigada, pela tua colaboração nesta discussão, todas as contribuições são bem-vindas, porque é claríssimo, que não existem para este tema soluções fáceis.

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  5. Correcção:

    O endereço do texto que recomendo acima é o seguinte:
    www.triplov.com/semas/jose_augusto/aborto.html

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  6. Se não vos ofenderdes com a pergunta... face à questão suscitada: Aborto, qual é a posição da Igreja que representais?

    Melhor dizendo:

    Para resolução da dita questão, onde entra, para vós, a VIDA que vos devia merecer preocupação, isto é, a Vida Espiritual do SER?

    Ou cumpre-vos, tão-somente, colocar o que os outros dizem, lavando, depois, vossas mãos, isentando-vos da responsabilidade que tendes na condução espiritual das Pessoas que... abortam?

    Não sois 'Ministros' d' Aquele que dá a VIDA, desde a sua PRIMEIRA Célula, até às que vêm, sucessivamente, depois?

    Aos que dizem que Fetos não são Bébés... apenas se pergunta:

    Pois não fostes vós FETOS? Não tivestes Direito - LEGÍTIMO - à Vossa Vida enquanto tais, em ordem a serdes o que hoje sois?

    Ou caís na Hipocrisia de negar o óbvio, isto é, o normal desenrolar, às ordens das Leis da Natureza, de todo um sistema de VIDA?

    Triste Igreja esta que apenas cegueira continua a promover!

    'Orai e Vigiai', porque, em Verdade, é Tempo disso fazer!

    Na Fraternidade,

    Guerreiro da Luz

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  7. Esta abordagem de choque não tem tido grandes efeitos na sociedade e existe um risco grande de levar à liberalização total do aborto. Parece que a alternativa à liberalização total do aborto é considerar que um zigoto é pessoa humana. Como haverá muito poucas pessoas a defender a proibição total e absoluta, acabamos com uma liberalização total perfeitamente evitável.

    Quanto ao início da pessoa humana na concepção, parece-me uma ideia mal fundamentada e que pode conduzir a paradoxos. As instâncias oficiais da Igreja têm tido muita pressa em dar certezas onde deviam estar a tentar perceber melhor os aspectos envolvidos.

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  8. "Quanto ao início da pessoa humana na concepção, parece-me uma ideia mal fundamentada..."

    Aqui está a cegueira que a igreja de Roma promove. Quem ainda a segue, quem ainda não foi capaz de RASGAR seus catecismos obsoletos, nem imagina, sequer... QUEM É, de ONDE VEIO, porque VEIO e, maxime... para ONDE PODERÁ IR!

    Se se arrancar a flor da pereira, vos garanto... jamais se poderá comer peras!

    Se se abortar o embrião ou o feto, o Ser Espiritual que se prepara para Encarnar ou Reencarnar... adiará, forçosamente, face ao CRIME cometido, a sua vinda, a sua Missão, seja ela de pagamento e expiação (purgação), seja ela de Luz, ao Divino Serviço da Causa Crística.

    DOIS MIL ANOS após o madeiro infamente, ainda se vive nas profundezas da ignorância, onde o verbo AMAR, preceito Divino deixado por JESUS, não tem, como DEVIA, boa conjugação!!!

    "Tudo será pago até ao último Ceitil..." - Jesus!

    "Mais se dá a quem mais der, e mais se pedirá a quem mais se deu"! - Jesus

    "Em verdade, em verdade vos digo: Só pelo AMOR se salvará o Homem." -Jesus

    "Felizes os que acreditam... sem ver!" - Jesus

    Estudem... Estudem... Estudem... as obras do Professor Cientista: Hippolyte Lèon Denizard Rivail, o Grande Druida das velhas Gálias, Allan Kardec, na sua codificação Espírita - O CONSOLADOR - prometido pelo Divino Mestre Jesus.

    Saibam LER e INTERPRETAR... pois, a bem de vós mesmos, a isso sois OBRIGADOS. Mas saibam ler com os olhos do Espírito que vivificam e nunca, apenas, com os da matéria que... enganam!

    Abandonem a vossa CEGUEIRA, pois vos trará graves prejuízos quando pelo UMBRAL passardes no vosso regresso à Pátria da Verdade!

    Somos Todos Irmãos (SOMOS TODOS UM), Filhos Amados de DEUS PAI.

    Aceitem e estudem a Reencarnação, pois sem ela jamais subireis os degraus da Escada de Luz que tendos de subir... sine qua non... a caminho da LUZ que todos BUSCAMOS!

    Sou vosso IRMÃO:

    Guerreiro da Luz

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  9. Caro Vítor Manuel.

    No sentido cristão, só Deus pode condenar. Se repararmos nas atitudes, ditos e respostas evangélicas de Jesus, eles remetem-nos sempre para nós-próprios, interpelando-nos a tomarmo-nos a nós-próprios como tarefa ético-religiosa, e não pretender deter a luz do “estado de salvação” dos outros (Que aquele que não tiver pecado atire a primeira pedra, A trave no próprio olho, E tu, que tens com isso?, O samaritano que batendo no peito chora a sua miséria pecadora é justificado e o fariseu seguro não etc etc etc).

    Isto é assim, penso eu, porque o que está em jogo no cristianismo é a reconfiguração existencial de cada um, numa adequação ao “reino dos céus” – que precisamente não é “deste mundo”. Não me parece tratar-se de criar divisões entre “bons e maus” ou qualquer outra pretensão de poder ou de saber humanos. Para isso, basta César, que legitimamente o deve fazer. A injunção máxima desta não-divisão cristã é, como se sabe, o “amor aos inimigos”, e não o “até lhe poder perdoar mas sempre condená-lo".

    A tentação de se pôr no lugar de Deus é o fundamento do pecado, e é com tal que todos nós cristãos devemos ter o maior e temeroso cuidado.

    Aconselho-o vivamente a ler os Evangelhos, ou ouvi-los atentamente nas leituras dominicais. Isto, evidentemente, no caso de ser ou desejar e tentar ser cristão – o que de facto não sei.

    Um abraço.

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