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quarta-feira, setembro 28, 2005

ONU tenta que o Uganda abandone o plano de abstinência e fidelidade contra a SIDA

UMA VISÃO IDEOLOGICA DE LUTA CONTRA A SIDA
A ONU suspendeu temporariamente as ajudas financeiras ao Uganda. O verdadeiro objectivo desta medida parece ser o de pressionar o governo ugandês a modificar a sua estratégia na luta contra a SIDA, baseada na promoção da abstinência e da fidelidade e que – não obstante os êxitos alcançados – não é vista com bons olhos por parte dos responsáveis da ONU…
A Plataforma cidadã "Hazteoir.org" denunciou que a Organização das Nações Unidas (ONU) suspendeu temporariamente as suas ajudas financeiras ao Uganda numa manobra que poderia ter como objectivo pôr fim à bem sucedida campanha de abstinência e fidelidade com a qual aquele país africano tem vindo a combater a SIDA.
Embora o Fundo Mundial de Luta contra a SIDA, a Tuberculose e a Malária, tenha tomado como desculpa para a supressão dos recursos «uma suposta “má gestão” por parte do Ministério de Saúde ugandês», segundo Hazteoir.org «tudo parece apontar para que o objectivo real seja pressionar o Uganda e obrigá-lo a modificar a sua estratégia na luta contra a SIDA, apoiada em promover a abstinência e a fidelidade e que – não obstante os bons resultados obtidos – não é vista com bons olhos pelos responsáveis da ONU».
A Plataforma Hazteoir.org informou que «face ao cancelamento das ajudas financeiras, o Governo do Uganda iniciou uma investigação para analisar as causas das deficiências detectadas. Entretanto surpreende a severidade da medida adoptada pelas Nações Unidas. Perante a detecção de umas falhas administrativas não parece lógico cancelar automaticamente as ajudas e exigir, além disso, suprimir a Unidade de Gestão de Projectos pertencente ao Ministério de Saúde do Uganda».
Hazteoir.org sustenta que «são permanentes as críticas das Nações Unidas dirigidas a países como o Uganda, que fomentam a abstinência e a fidelidade como principais instrumentos de luta contra a SIDA. Estas críticas surgem da visão ideológica e afastada da realidade da ONU na luta contra esta doença».
O assunto é que a ONU «só reconhece como elemento válido na luta contra a SIDA o preservativo e nos seus planos de luta contra a enfermidade não cabem outro tipo de actuações ou medidas preventivas. Assim, enquanto congela qualquer tipo de ajuda económica ao Uganda, a ONU compromete-se a assegurar a distribuição de preservativos, apesar da existência de estudos que demonstram falhas mecânicas nos preservativos entre 14% e 17%, com a consequente falta de protecção que isso acarreta. A ONU esquece também que se detectaram e denunciaram graves defeitos de fabrico nos preservativos».
OS NÚMEROS FALAM POR SI:
Num Relatório conjunto realizado pela ONU e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em Dezembro de 2004, evidencia-se que a SIDA continua a aumentar no mundo. Esta tendência verifica-se também se analisarmos os dados pelas áreas geográficas consideradas no Relatório.
Milhoes
Ano de 2002 Ano de 2004
Adultos e crianças com SIDA 36,6 39,4
Novas Infecções de SIDA 4,5 4,9
Mortes por SIDA 2,7 3,1
Se analisarmos os dados da Europa Ocidental e Central e da América do Norte, verificam-se aumentos leves da SIDA, não obstante serem sociedades onde é fácil o uso do preservativo. Existem alguns países que são raras excepções a este quadro geral, como o caso do Uganda, que está a conseguir vencer a SIDA. No Relatório citado anteriormente, a ONU reconhece o Uganda como o «exemplo mais evidente» de diminuição da prevalência nacional de HIV com uma queda desde os 13% no início dos anos 90 até aos 4,1% no final de 2003. Outras fontes referem uma redução de 30% nos inícios dos anos 90 para 6% actualmente (cfr. Hazteoir.org, 7 de Setembro de 2005)
[adaptação para português realizada por pensaBEM.net]
APETECE-ME PERGUNTAR: Porquê é que os meios de comunicação social não fazem eco desta estatistica da ONU. A abstinência e fidelidade não podem ser um meio alternativo de prevenção? A quem é que interessará a distribuição massiva de perservativos?

6 comentários:

  1. Já tinha visto o presente texto em pensaBem.net e fiquei a pensar: será que isto é falsidade ou a ONU está entregue à bicharada?
    Diga quem sabe!...

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  2. As coisas não parecem ser assim tão simples. Se a abstinência e a fidelidade são as melhores armas contra a SIDA, abandonar os preservativos por imposição externa não parece nada boa ideia e parece que pode ser isso que está a acontecer. Veja-se a notícia da BBC:
    http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/africa/4195968.stm

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  3. O mundo morre de SIDA enquanto a Igreja continua, teimosamente a defender o não uso do preservativo.
    Onde fica do amor desta Igreja pelos doentes ou por aqueles que irão ficar? Não será uma mancha a ser apontada, mais uma, em tantas ocasiões terríveis. Em troco de quê? Que moral é esta? Ou melhor, que imoralidade é esta?

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  4. O mundo morre de SIDA enquanto a Igreja continua, teimosamente a defender o não uso do preservativo.
    Onde fica do amor desta Igreja pelos doentes ou por aqueles que irão ficar? Não será uma mancha a ser apontada, mais uma, em tantas ocasiões terríveis. Em troco de quê? Que moral é esta? Ou melhor, que imoralidade é esta?

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  5. "Se cometerem o pecado da fornicação, não lhe acrescentem o pecado de não usarem preservativo."
    Cardeal Lustiger, numa homília de natal em Paris, citado de memória.

    A condenação do preservativo só tem sentido no contexto geral da doutrina sexual vaticana. Mesmo não "discutindo" o seu fundo, é evidente que restringir a "malignidade" ao objecto e não à compreensão do seu uso, é, sobretudo hoje em dia, medicinalmente criminoso.

    Um abraço.

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  6. Ao Blogue "Padres Inquietos":

    Obrigado por dignar-se "linkar-me" no seu/nosso Blogue em epígrafe, como eu mesmo passarei também a fazer o mesmo desde já (que só agora tomei o devido conhecimento).

    Continuem, cada vez mais e melhor se possível, que também precisamos de Padres assim, embora naturalmente no melhor dos sentidos, dado que ser Sacerdote não significa ter menos preocupações, antes pelo contrário - e muitas mais teriam se fossem casados como tantos prefeririam, o que acho seria um erro crasso, até porque sempre "Deus escreve direito por linhas tortas", além de necessitar de Padres a tempo inteiro, tanto quanto possível.
    Ainda bem que são Celibatários, graças a Deus, e para bem da maioria esmagadora dos fiéis cristãos.
    Que santa inveja eu tenho dos Sacerdotes a 100%, não só no serviço pastoral, mas sobretudo na santidade!
    Todavia, infelizmente há cada vez menos, por mal dos pecados de todos nós, sobretudo de muitos leigos mundanos e egoístas, que não só não rezam pelos Padres e Religiosos, como ainda os tratam mal, com tanto desprezo, maldade e ingratidão, que bradam aos Céus!
    Que Deus tenha compaixão de todos nós!

    Um abraço profundamente repeitoso, solícito e reconhecido para o responsável deste excelente Blogue, que certamente também é Padre, assim como para todos os Sacerdotes em geral, sobretudo os mais empenhados e necessitados, assim como os mais carenciados espiritualmente.

    J. Mariano

    (Nova Evangelização Católica)

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