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domingo, fevereiro 06, 2011

CONTRA A CORRUPÇÃO

Continuamente salta para os meios de comunicação casos de corrupção e de fraudes escandalosas. Não são factos que brotaram de repente entre nós mas o resultado lamentável duma contradição que tem acompanhado a gestão da moderna sociedade democrática desde as suas origens.
  • Por um lado a filosofia democrática proclama e postula liberdade e igualdade para todos.
  • Por outro um pragmatismo económico selvagem orientado para a obtenção dos máximos benefícios segrega no interior dessa mesma sociedade democrática desigualdade e exploração dos mais fracos.

Este é o principal caldo de cultivo da corrupção actual. Como diz o escritor italiano Claudio Magris: «Vivemos a vida como uma rapina».

Continuamos a defender os valores democráticos de liberdade igualdade e solidariedade para todos mas o que importa é ganhar dinheiro seja como for. O «tudo vale» para obter benefícios vai corrompendo os comportamentos eesvaziando de sentido as nossas solenes declarações. Confunde-se o progresso com o bem-estar crescente dos afortunados. A actividade económica sustentada por um espírito de lucro selvagem acaba por esquecer que a sua meta é elevar o nível de todos os cidadãos. Tudo se sacrifica ao «Deus» do interesse eco-nómico:

  • o direito de toda a pessoa ao trabalho e a uma vida digna;
  • a transparência e a honestidade na função pública;
  • a verdade da informação ou o nível cultural e educativo da televisão.

Há algum «sal» capaz de nos preservar de tanta corrupção?

  • Pede-se investigação e aplicação rigorosa da justiça.
  • Pensa-se em novas medidas sociais e políticas.
  • Mas faltam-nos pessoas capazes de sanar esta sociedade introduzindo nela a honestidade. Homens e mulheres que não se deixem corromper nem pela ambição do dinheiro nem pela atracção do êxito fácil.

«Vós sois o sal da terra». É um convite a introduzir a compaixão numa sociedade desapiedada que parece reprimir cada vez mais «a civilização do coração».

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