- Por um lado a filosofia democrática proclama e postula liberdade e igualdade para todos.
- Por outro um pragmatismo económico selvagem orientado para a obtenção dos máximos benefícios segrega no interior dessa mesma sociedade democrática desigualdade e exploração dos mais fracos.
Este é o principal caldo de cultivo da corrupção actual. Como diz o escritor italiano Claudio Magris: «Vivemos a vida como uma rapina».
Continuamos a defender os valores democráticos de liberdade igualdade e solidariedade para todos mas o que importa é ganhar dinheiro seja como for. O «tudo vale» para obter benefícios vai corrompendo os comportamentos eesvaziando de sentido as nossas solenes declarações. Confunde-se o progresso com o bem-estar crescente dos afortunados. A actividade económica sustentada por um espírito de lucro selvagem acaba por esquecer que a sua meta é elevar o nível de todos os cidadãos. Tudo se sacrifica ao «Deus» do interesse eco-nómico:
- o direito de toda a pessoa ao trabalho e a uma vida digna;
- a transparência e a honestidade na função pública;
- a verdade da informação ou o nível cultural e educativo da televisão.
Há algum «sal» capaz de nos preservar de tanta corrupção?
- Pede-se investigação e aplicação rigorosa da justiça.
- Pensa-se em novas medidas sociais e políticas.
- Mas faltam-nos pessoas capazes de sanar esta sociedade introduzindo nela a honestidade. Homens e mulheres que não se deixem corromper nem pela ambição do dinheiro nem pela atracção do êxito fácil.
«Vós sois o sal da terra». É um convite a introduzir a compaixão numa sociedade desapiedada que parece reprimir cada vez mais «a civilização do coração».
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