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terça-feira, março 16, 2010

No passado o problema foi abafado...

Foi o grande Papa São Gregório VII (papa de 1073 a 1085) que introduziu na Igreja o celibato obrigatório para os seus sacerdotes, fazendo com a melhor das intenções, pois queria seleccionar os candidatos para o clero, com excepção para os padres da Igreja Católica Bizantina, do Oriente Médio, já que a Igreja estava numa situação muito delicada naquela região, por causa do Cisma de 1054, quando Cerulário, Arcebispo de Constantinopla, decretou a separação da sua Arquidiocese de Roma, fundando a denominada Igreja Ortodoxa Grega.
Muitos padres da Igreja Católica Bizantina já tinham aderido à Igreja Ortodoxa Grega, por causa da questão Filioque (divergências sobre a Santíssima Trindade com relação à Igreja de Roma). E, caso o celibato obrigatório fosse exigido, teria havido uma debandada geral para a Igreja Ortodoxa Grega.
Sobre o nosso assunto em causa, o Homem de Nazaré deixou claro que há eunucos de vários tipos, mas que os verdadeiros são os feitos pelo Reino dos Céus. Todavia, quando um jovem recebe o Sacramento da Ordem, tornando-se padre, ele não se transforma, como que por encanto, num desses eunucos santos. E eis aí a questão. Esse padre pode entrar numa forte crise existencial, pois que sua vocação sacerdotal pode ter sido uma ilusão, ou seja, fruto de um idealismo próprio da imaturidade dos jovens.
E, assim, ele está sujeito a aventuras amorosas, ou então, mais raramente, passará a sofrer distúrbios psicológicos, que podem levá-lo às tendências homossexuais ou pedófilas. Logo um padre, que deveria ser um modelo de moral e boa conduta para as outras pessoas, envereda pelo caminho de práticas pecaminosas e até criminosas, como no caso da pedofilia. Isso, como não podia deixar de ser, escandaliza tremendamente as pessoas. E aqui até vem à baila a conhecida frase paulina: “É melhor casar que abrasar”.
Embora tenhamos uma grande admiração para com a Igreja e o clero, custa-nos acreditar que o celibato forçado não tenha nada a ver com todo este escândalo que está a assolar a Igreja. E cremos que todas estas irregularidades existiam também no passado, só que eram abafadas, o que não se consegue fazer facilmente hoje.
E não seria a solução para todos esses problemas a extinção do celibato obrigatório para os padres? Por que não, se ele, como vimos, não existe para os padres da Igreja Católica Bizantina, se São Pedro era casado, e São Paulo disse que o bispo deveria ter uma só esposa, do que até se infere que o padre poderia ter mais de uma?
José Reis Chaves in “A Face Oculta das Religiões”, Ed.Martin Claret

3 comentários:

  1. Bom Dia a Tod@s!

    Parabéns por publicarem este texto.

    Só não gosto da palavra "eunucos". Soa-me a "castrados"...
    E que eu saiba, Jesus nunca pediu a minguém que se "castrasse"...
    E o Mundo actual, bem precisado está de Padres "com eles no sítio"!

    Um forte abraço

    Moçambicano

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  2. Há fortes contradições em termos neste artigo.
    O Homem de Nazaré NÃO DISSE que os "verdadeiros eunucos" são os feitos pelo Reino dos Céus.

    Eis o que disse o Homem de Nazaré, sem inversão de dados:

    "Porque há eunucos que nasceram assim do ventre de sua mãe; e há eunucos a quem os homens fizeram tais; e há eunucos QUE A SI MESMOS SE FIZERAM EUNUCOS por amor do Reino dos Céus. Quem pode compreender isto compreenda" (S. Mateus, XVIII, 12).

    Reprisando: "Que a si mesmos se fizeram eunucos..."

    É claro que um moço aspirante ao sacerdócio não pode se transformar por encanto num ser assexuado, isto não seria sequer cristão. Entretanto o artigo do sr. José Carlos Chaves é simplista por demais, pois nenhum seminarista fica sabendo ÀS VÉSPERAS DA ORDEM que terá a obrigação de ser um celibatário; ao passar na frente do prédio do seminário o vocacionado sabe que se resolver ingressar ali terá de professar os votos de castidade. Não é uma surpresa terrível, é sabido de todos que o padre deverá ficar solteiro. É a condição.

    Tampouco o Seminário obriga quem quer que seja a seguir o sacerdócio. É uma decisão totalmente LIVRE. Quer ser padre? As condições são as seguintes... Não quer aceitar as condições? Então sua vocação não é o sacerdócio católico romano, procure sua verdadeira vocação e seja feliz, rapaz!

    A comparação pode ser um pouco grosseira, mas pergunta-se à uma moça: Moça, quer ser modelo e desfilar? Pois abandone para sempre o consumo de carnes e gorduras, as duas refeições, os refrigerantes e passe a comer azeitonas e beber água. Ninguém cogita quão opressores são os "votos" de uma "top model". Mas ela aceitou as condições, por difíceis que sejam.

    Quanto ao bispo ser "esposo de uma só mulher" (Epístola a Tito, v. 6), precisamos compreender que esta foi a fase de "organização" da Igreja, e ela precisava de bispos ou "dispenseiros de Deus". Foi a fase da conversão de pagãos ao Cristianismo e, muitos desses homens que na visão do Apóstolo dariam ótimos "dispenseiros de Deus" eram polígamos por tradição pagã. Ainda mais em Creta, aonde Tito comandava a Igreja nascente e tal Igreja precisava de bispos PARA JÁ, e não que nascessem bebês dispostos ao celibato em 20 ou 30 anos...

    Mais adiante na mesma Epístola a Tito, o Apóstolo faz uma terrível e sensacional admoestação aos "livres pensadores" que já existiam naquela época entre os cristãos e viviam à margem do consenso da Igreja:

    "Porque há ainda muitos desonestos, vãos faladores e sedutores, principalmente entre os da circuncisão, aos quais É NECESSÁRIO FECHAR A BOCA" (vs. 11-12)...

    Pedro Pelogia,
    BRASIL.

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  3. Já agora alguém me sabe dizer quantos casos de pedofilia existem entres os diáconos permanentes ou entre os padres casados da Igreja Católica de rito Oriental?
    Não se esqueçam que já existem milhares de diáconos permanentes no mundo e padres casados na Igreja católica de rito Oriental...

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