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sábado, abril 21, 2007

Igreja acabou de vez com o Limbo

Qual é o destino das crianças que morrem por baptizar?
Ao longo dos séculos muitas foram as respostas apresentadas pelos teólogos católicos, a mais famosa das quais a do Limbo, defendida desde Santo Agostinho, no século V. Segundo esta teoria, em virtude do pecado original, as crianças que morrem sem o baptismo estariam privadas da plena felicidade dos eleitos pela visão de Deus, face a face, mas gozando de uma felicidade natural.

A Igreja Católica quer agora acabar de vez com o conceito de Limbo - uma espécie de lugar de fronteira onde as crianças "não usufruem da presença de Deus, mas também não sofrem", conforme se lia no velho catecismo de São Pio X. A proposta foi apresentada na sexta-feira ao Papa Bento XVI pela Comissão Teológica Internacional que esteve reunida no Vaticano entre os dias 2 e 6. Para esta comissão, as crianças que morrem sem o baptismo "ficam nas mãos de Deus misericordioso".

A ideia de Limbo, concebida para salvaguardar a necessidade do baptismo para a salvação eterna, nunca chegou a ser considerada pela Igreja como verdade de fé, e o novo Catecismo da Igreja Católica nem sequer se lhe refere.

Porém, a doutrina oficial mantém que o baptismo é essencial para se alcançar o Céu. Por isso é que os papas da época dos Descobrimentos, ao perceberem que havia um mundo de homens desconhecido, se apressaram a enviar missionários só com o objectivo de ministrar o baptismo, para os livrar do Inferno.
  • Para onde vão as pessoas que, tendo nascido antes de Jesus, nunca tiveram hipótese de ser baptizadas?

F onte: DN

O que acham do baptismo indiscriminado de crianças?

A Igreja deve baptizar crianças filhas de pais que não têm fé?

Como actuar pastoralmente?

6 comentários:

  1. Fantastico!
    E acabam com uma coisa dessas sem um referendo, uma consulta popular?
    E os candidatos tem, ao menos, direito de escolha?
    Há um sitio de transição antes de darem cabo do limbo?

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  2. Acho que não existe mal em batptizar as crianças sendo os pais católicos ou não católicos. Se há um pai que é não católico e que quer baptizar um filho, alguma réstia de catolicidade existe. Senão para ele próprio, este pai pode ter uma noção inconsciente da necessidade de Deus para as nossas vidas.

    Sou no entanto mais rigoroso em relação a outros sacramentos da vida cristã, nomeadamente o Crisma e o Matrimónio. Em especial este dois sacramentos, deveriam ser dados em exclusivo a crentes e pessoas que realmente participam e fazer por viver segundo o que acreditam.

    Em comunhão

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  3. Parece claro que o tempo da cristandade passou. Perante este facto, parece-me que:
    - O baptismo deveria passar para uma idade em que fosse a própria pessoa a pedir o seu baptismo, realizando depois o seu trajecto catecumenal.
    - Só em casos em que os próprios pais oferecessem garantias claras de educação na fé do seu filho, a Igreja deveria aceitar o baptismo de crianças.
    - Estamos a cair na disfunção: termos enorme percentagem de baptizados e cada vez menos gente que assume e vive a sua fé. Cristãos apenas porque têm o nome nos livros de batismo.
    - Um problema cada vez mais complicado é o dos padrinhos. Em virtude da avalanche de divórcios e de outras situações, há menos pessoas que não cumprem os requisitos da Igreja para serem padrinhos.E o mundo de problemas que isto acarreta a quem tem que tomar posições!??? Acho que o verdadeiro padrinho/madrinha é a comunidade paroquial que acolhe no seu seio aqueles que o Espírito de Deus regenera pela água. Não seria de "deixar cair" o padrinho?
    - A actuação dos párocos é muito disforme, o que gera confusão na mente dos crentes. Se uns baptizam tudo e não são exigentes quanto aos padrinhos para não terem problemas, outros procuram cumprir e explicar. Só que o mau é aquele que exige...Os bispos deviam estar muito mais atentos a esta problemática. Por mim, penso que os filhos não escolheram os pais que têm, mas os padrinhos podem e devem ser escolhidos.
    - Baptismos, casamentos e funerais, são para muitos meros actos sociais, e cada vez menos celebrações da fé. Em muitossssss destes casos, a Igreja é apenas um número da festa social. Podemos realmente falar da "paganização do baptismo"...
    - Assistimos hoje, mormente entre a classe média, ao "socialmente correcto". O filho/a tem que fazer alguma coisa em matéria religiosa para não se sentir mal ao pé dos outros. Mas nada de compromissos. Só o mínimo indispensável.
    Penso que não é pelo facilistimo nem pelo porreirrismo que vamos lá. Também lá não iremos seguramente pelo legalismo e pela intransigência ultra-ortodoxa.
    Só há um caminho: "A verdade vos tornará livres."

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  4. Finalmente acabou esta ideia! Já não era sem tempo. Felizmente que na prática a maioria dos crentes já não acreditava no limbo.

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  5. Maria João,
    Era então apenas uma ideia...como a ideia de inferno e a de paraiso...como a ideia de deus e diabo...que bom, estamos a matar o Constantino e a regressar finalmente à racionalidade!

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  6. Às vezes penso que assim como a Ciência matou Deus e acabou com o Céu, a Igreja foi a seguir e matou o Diabo. Ora, não existindo este, o Inferno também já não fazia sentido, pelo que foi necessário o Papa vir reabilitá-lo.

    Mais um lugar a abater: chegou a vez do Limbo, essa fronteira nebulosa, algures, não se sabe bem o quê, nem onde, em que as criancinhas sem Baptismo, aguardavam, à semelhança de todos os outros mortos, a vinda Gloriosa de Cristo, no fim dos tempos.

    Isto, a fazer fé nos Grandes Doutores da Igreja, que instruíram a humanidade nas verdades da Fé Cristã, naturalmente por iluminação do Espírito Santo. Mas, ao que parece agora, o Espírito Santo ter-se-á enganado e veio, justamente, nesta época tão conturbada e ruidosa, dar o dito por não dito.
    Sinais dos Tempos.

    No meio destes vazios e contradições, é que as seitas, muito oportunamente, se instalam e proliferam. Não importa se as suas teorias são estapafúrdias, desde que as apresentem de forma categórica e inabalável. Elas são a consolação e a esperança (embora vã) do povo que nada percebe de teologias, mas precisa de certezas (e não de ambiguidades) com que alimente as suas crenças no aquém e no Além.

    Fazia-nos mais jeito a Igreja acabar com o Purgatório. Para quem não rouba nem mata (como diz a maioria), seria a certeza garantida de ter o Céu sem precisar de andar às voltas por lugares inóspitos.

    Respostas:

    Para onde vão as pessoas que, tendo nascido antes de Jesus, nunca tiveram hipótese de ser baptizadas?
    Jesus, quando morreu, desceu aos Infernos para reabilitar todos os justos (judeus e pagãos) que viveram antes Dele.

    O que acham do baptismo indiscriminado de crianças?
    Acho bem. É um dever de todo o cristão trazer as crianças ao seio da comunidade Cristã e instruí-las, pela catequese. Quando adultos, seguirão livremente, o caminho que escolherem.

    A Igreja deve baptizar crianças filhas de pais que não têm fé?
    A Igreja deve sempre baptizá-las, desde que os pais não se oponham. Assim como não é, por que os pais são analfabetos, que as crianças devem seguir o mesmo caminho e serem impedidas de irem à escola.

    Como actuar pastoralmente?
    Não sei. Sou leiga.

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