Daniel Serrão, da Comissão Nacional de Ética para as Ciências da Vida, congratula-se com inovação.
É uma das descobertas científicas mais marcantes da história da Humanidade. A produção de células estaminais embrionárias, sem a destruição do embrião, permitirá efectuar tratamentos a doenças até agora incuráveis, como a de Parkinson ou a leucemia.
O médico Daniel Serrão, membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, rejubila com este “desenvolvimento técnico” e garante: “As pessoa vão durar muito mais tempo e com melhor qualidade de vida”.
O médico Daniel Serrão, membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, rejubila com este “desenvolvimento técnico” e garante: “As pessoa vão durar muito mais tempo e com melhor qualidade de vida”.
Este método, desenvolvido por cientistas da empresa norte-americana Advanced Cell Technology Inc (ACT), consiste na recolha de uma única célula de embriões humanos com oito a dez células, produzindo duas linhagens de células estaminais embrionárias, sem provocar a morte dos embriões.
Esta era, até agora, a principal reserva levantada pelas comissões de ética internacionais, que condenavam investigações que implicassem a destruição do embrião. “É frequente dizer-se que a ética é a principal inimiga da ciência, mas foi a ética que estimulou este desenvolvimento técnico, dizendo que não se pode fazer uma escolha entre duas vidas”, afirma Daniel Serrão, sublinhando que esta discussão deixa agora de fazer sentido.
Na revista ‘Nature’, que ontem revelou ao mundo esta descoberta, pode ler-se que a ACT, de Massachusetts, conseguiu produzir cinco linhagens de células estaminais a partir de embriões de ratos, adaptando agora a mesma técnica ao homem.
“As portas que se abrem neste momento com esta novidade são impressionantes”, diz Daniel Serrão, explicando as possibilidades de tratamento que, a partir de agora, são possíveis: “Permite reparar lesões resultantes de enfartes de miocárdio, de enfartes cerebrais e a cura definitiva da doença de Parkinson, injectando células nervosas, resultantes de células estaminais, que substituam as células perdidas”.
Também a diabetes, Alzheimer e leucemia podem ser tratadas através deste método. “Todas as patologias da medula óssea, como por exemplo a leucemia, podem ser resolvidas. Outras situações menores, como problemas de pele também podem ser alvo de tratamento. Reconstrução da pele em queimaduras ou traumatismos é muito mais rápida”, garante Daniel Serrão, concluindo, em jeito de brincadeira: “Ainda não é a imortalidade. Estamos longe disso ainda. Mas é a ficção científica tornada realidade”.
Fonte: http://www.correiomanha.pt/
E tu o que pensas? A ética é inimiga da ciência?
A ética não é inimiga da ciência. Pelo contrário, é sempre possivel conciliar ética com ciência. Esta, alias, só tem um tipo de inimigos - as religiões que vendem deuses sem ética. No caso a religião católica tem sido inimiga da ciência, divertindo-se a matar e condenar - quando já não pode matar - os seus mais lidimos expoentes. Porque ciência e religiões são incompativeis. A ciencia comprova o contrario do que dizem as religiões.
ResponderEliminarEu bem sei que, apesar de este Mundo ser mesmo um vale de lágrimas, chatices, problemas, guerras, etc. e etc., (a par de coisas boas também), ninguém quer mesmo morrer.
ResponderEliminarÀs vezes, parece-me que somos todos masoquistas.
Até o Papa JPII agradeceu a Nª Sª o ter-lhe salvo a vida, o que me deixa de todo perplexa, já que este Mundo é o que sabemos, uma autêntica prisão, qual é o preso condenado que não gosta de ver chegar esse dia tão almejado, em que transpõe, enfim, o portão e sai ao encontro da Liberdade e da Luz?
Mas o certo é que todos gostamos de ter saúde e boa disposição para podermos viver com qualidade.
No entanto, não acredito mesmo que algum dia isso seja possível em definitivo. (Mas vamos vivendo com esperança, pois ela também ajuda a viver.)
Somos seres mortais e a própria Ciência não tem dúvidas de que tudo o que nasce tem de morrer. E não fora assim, não seria possível continuarmos a reproduzirmo-nos.
A par de que, sempre que a Ciência consegue "tirar a tosse" a um virus ou bactéria e eliminar, assim, uma doença ou descobrir a sua cura, logo se instala um "vazio ecológico" que prontamente, pela leis da nossa querida Mãe Natureza, é preenchido por qualquer outro "tratante" que nos vem tirar a saúde, e assim sucessivamente.
Mas aonde eu pretendo chegar de facto é ao problema de se poder viver muitos mais anos e com qualidade.
Viver mais anos é um facto consumado, mas com "mais qualidade" de vida, sinceramente, custa-me a crer, porque desde o nascimento que estamos num processo ininterrupto de envelhecimento celular e eu bem conheço, de perto, o que sofrem as pessoas de idade, com todas as mazelas e mais uma, cheias de dores e com as faculdades físicas e psicológicas diminuídas, sobretudo as pessoas pobres, sem conforto e sem a dignidade que lhes é devida e com uma assistência médica que mete nojo.
"Qualidade de vida" só a teremos na velhice quando o ser humano tratar primeiro de curar a alma, para que todos possamos ajudar-nos mutuamente, sejam ricos ou pobres.
Enfim, que Deus me dê uma morte santa e rápida, é o que eu desejo.
Parece que ainda não é desta que o Vaticano se reconcilia com as ciências da vida. Dom Sgreccia, da Academia Pontifícia para a Vida, já manifestou as suas reservas perante o referido novo método...
ResponderEliminarJS
Todo o conhecimento é potencialmente bom o que pode não ser são aplicações que dele fazem... E aí entra a ética! Como bióloga também tenho fé na Ciência e daí, por vezes me ser tão difícil conciliar as coisas. Mais complicado, ainda quando, lecciono disciplinas directamente relacionadas com a genética molecular como este ano irá acontecer. Terei, aliás, uma aluna que sei que é acólita e longe de mim querer confundi-la... Já tentei falar desta temática com sacerdotes. Sem êxito. Não querem! Parece que receiam que esteja de má fé e, francamente, não é o caso!!!
ResponderEliminarUm abraço
Fá
Afinal, voltámos a cair no conto do vigário: a empresa que anunciou a bombástica descoberta - Advanced Cell Technology - já é conhecida por mistificações no passado.
ResponderEliminarAs notícias que nos chegaram foram elaboradas a partir de um press release da companhia, que aponta para um artigo da Nature, mas adulterando os dados contidos no relatório publicado.
A revista já esclareceu que o trabalho de experimentação realizado "demonstra que células estaminais podem ser produzidas a partir de células únicas, mas os embriões que foram usados para essas experiências não permaneceram intactos". Ou seja: foram destruídos.
Bolas... Detesto sentir-me enganado.
JS
O que está em causa não é a ética vs. a ciência mas a tentativa do Vaticano manter um domínio sobre certas áreas da vida das pessoas. A prova de que não se trata de salvaguardar a vida mas sim de salvaguardar as influências é a reacção do Vaticano:
ResponderEliminarhttp://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1268373
Destaco:
"O monsenhor Elio Sgreccia, que preside à Academia Pontifícia para a Vida, disse numa entrevista à Rádio Vaticano que o método para obter células estaminais desenvolvido por cientistas da Advanced Cell, em Alameda, Califórnia, continua a representar uma forma de reprodução "in-vitro". "E isso, de um ponto de vista que não é só católico, mas de um ponto de vista das razões bioéticas, é um factor negativo", declarou Sgreccia."
Do que o Vaticano não gosta é do facto de ser in vitro, mesmo que a vida não se perca!
"Contudo, notou Sgreccia, o novo método não tem em conta que mesmo aquela única célula removida pode teoricamente evoluir para um ser humano totalmente desenvolvido."
Mas então quantos seres humanos havia no conjunto de células original? Um por cada célula?
E não será porque, por detrás dessa fecundação "in vitro", está uma masturbaçãozita?
ResponderEliminarmigalhas,
ResponderEliminarclaro que não! O que é que os senhores sabem disso?
Se fosse só a questão da masturbação resolvia-se como se resolve a da realização do espermograma (análise do esperma do homem para estudo das causas da infertilidade).
ResponderEliminarA ideia é a seguinte: recolhe-se o esperma com um preservativo durante a relação sexual do casal. Para não haver separação dos significados unitivo e procriativo basta que... o preservativo esteja furado!
Não estou a brincar. Isto é usado em meios católicos conservadores. Há preservativos feitos com um material que não mata os espermatozóides e nos quais se faz um furo, mas de modo a reter uma parte do esperma.
O que tu contas CA!...
ResponderEliminarNão fazia a mínima. Estou mesmo desactualizada. :)))
Estou mesmo a ver o casal, atrapalhaditos, coitados, que não sabem usar tais artefactos a dizerem:"Picas tu ou pico eu, amor?"
CA: Acho essa ideia de colheita de esperma para espermograma com preservativo repugnante...
ResponderEliminarNão pela utilização do preservativo, mas pela técnica de colheita. Afinal trata-se de uma forma de masturbação , usando a mulher como boneca insuflável.
SE isso é a moral católica do vaticano...
Relativamente ao tema - o Vaticano desmascar-se por completo - em boa verde nãop está preocupado com a questão da vida, pois se assim fosse só poderia sauidar apossibilide de se obterem células estaminias embrionárias sem danificar embriões.
Ao condenar esta linha de investigação revela que o que preocupa o Vaticano não é a vida mas outras coisas.