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terça-feira, janeiro 31, 2006

A Revolução de Bento XVI

Muito se fala da primeira Encíclica de Bento XVI. Eu também desejo colaborar para que seja conhecida. Inclusive reservo a 2º parte para um próximo comentário.
Antes disso: O que é uma “Encíclica”?
Uma encíclica ou Carta Encíclica é um documento pontifício dirigido a todos os fiéis católicos: leigos, presbíteros, diáconos, pessoas consagradas e todos os fiéis leigos. Às vezes os destinatários são todas as pessoas de boa vontade, como foi a Encíclica de João XXIII sobre a paz (Pacem in Terris). Podemos dizer que uma encíclica é uma “carta circular” do Papa à humanidade.
O nome da encíclica costuma tirar-se das primeiras palavras: “Deus Caritas Est”, Deus é Amor. Vem escrita em latim e daí traduzida para vários idiomas do mundo, mesmo que o Romano Pontífice tivesse escrito na língua materna dele (alemão, polonês, etc).
Por quê a Encíclica “Deus é amor” é revolucionária?
  • Primeiro, porque muitos ecuministas e teólogos ficaram temerosos de retrocesso por causa das funções de Josef Ratzinger na Cúria Romana antes de sua eleição ao supremo pontificado. Agora com sua encíclica sobre o amor, Bento XVI retoma o ideal do Concilio Vaticano II e de João XXIII sobre a reforma da Igreja:
  • Primeiro, fazer a luz de Cristo brilhar sobre a face da Igreja para que sua vida e seu testemunho evangélico iluminem o mundo. Assim os cristãos unidos a Cristo podem unir-se entre si para um testemunho comum.
  • Segundo, é mentalidade comum que a essência da missão da Igreja é pregar a Palavra de Deus e celebrar os Sacramentos. A caridade faz parte integrante da missão da Igreja, mas não pertence à sua essência. Diz textualmente a encíclica: “Para a Igreja, a caridade não é uma espécie de atividade de assistência social que se poderia mesmo deixar a outros, mas pertence à sua natureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência” (nº 25, a). Negativamente o Papa alemão argumenta: “Se na minha vida negligencio completamente a atenção ao outro, importando-me apenas com ser “piedoso” e cumprir os meus “deveres religiosos”, então definha também a relação com Deus. Neste caso, trata-se duma relação “correta”, mas sem amor”(nº 18).
  • Passando já para a 2º parte da encíclica, Bento XVI desafia não só os indivíduos, mas a própria comunidade cristã: “A Igreja também enquanto comunidade deve praticar o amor” (nº 20). Talvez as comunidades possam incluir um item na contabilidade: “Serviço da caridade” ou “Cuidado de outrem”. Tudo culmina na Eucaristia, pois a Eucaristia arrasta-nos no ato oblativo de Jesus (nº13).
  • A união com Cristo é, ao mesmo tempo, união com todos os outros aos quais Ele se entrega ( nº 14). É o que Paulo dizia: “Embora sendo muitos formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão” (1 Cor 10,12).

Num mundo de ódio, de violência, de guerra e de tantas discriminações, a encíclica sobre o amor lembra a ternura de Deus para com a humanidade e a prioridade do amor na missão da Igreja.

6 comentários:

  1. Gostei que tivesses sublinhado essas partes, são muito importantes.

    Agora quanto a ficar descansada, eu e tantos, sobre como se vive a liberdade na Igreja, a apreensão continua. A Encíclica é um bonito texto, um bom programa de vida pessoal e comunitário, mas os factos continuam aí. Continuam a ser "caladas" vozes que destoam do que é o aceite pelo Magistério...

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  2. Obrigada pela visita. Sendo eu católico praticante, como erradamente se diz, porque ou se é ou não se é... Encontrei aqui um espaço de informação previligiada, para usar no combate do dia a dia, combate pacífico, porque não beligerante, mas na desmistificação de alguns relativistas que por aí proliferam...
    Ofereço-vos uma poesia que fiz há dois anos sobre Jesus, o meu companheiro de jornada...
    Voltem sempre, porque falarei no missionarismo em Moçambique, brevemente, na sequência das crónicas...

    Foi por amor

    Na tristeza Me encontraste,
    pelo Teu sorriso me reergui,
    pela Tua mão andei em frente,
    o Teu calôr me sossegou,
    e senti a força do Teu carinho!
    Na estabilidade do Teu colo,
    me habituei a adormecer,
    a Tua voz escutei interiormente,
    e me embalava para o sono,
    o sono da paz e do amor!
    E acordava refeito,
    feliz e sorridente.
    A noite de contemplação,
    me enchia de força,
    um novo espírito me dominava,
    sem mêdos, com coragem,
    amor e tranquilidade!
    Agora determinado,
    olho em frente, fixamente,
    e vejo-Te naquela cruz,
    e a certeza mais se certifica:
    tudo o que fizeste por nós,
    foi por amor!!

    Um abraço, HSantos

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  3. What a great site » » »

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