O domingo é, porventura, a maior demonstração de que a História não se repete e de que o tempo não pára. Resta saber se esta volatilização, que se depreende de vastos sinais, contribui - ou não para a sanidade e elevação da vida humana.
Outrora, o domingo começava manhã cedo; hoje, para muitos, tem início pouco antes do almoço. As cidades que, no alvorecer de cada dia; regurgitam de agitação, aparecem desertas nas primeiras horas de domingo.
Até na indumentária se materializa a mudança. Durante séculos, o melhor vestuário era usado ao domingo, a ponto de se ter tornado proverbial a expressão “traje domingueiro”. Actualmente, o domingo é o dia do fato-de-treino, dos calções, da t-shirt...
Não se pense, entretanto, que é isto que me desencanta e preocupa. Como também não me repugna que o domingo seja preenchido com várias actividades, que não podem, muitas vezes, ser executadas noutros dias. Nada tenho contra os hipermercados e os estádios cheios. O que me perturba é que o domingo não seja tomado a partir da sua raiz em toda a sua profundidade.
Admito, perfeitamente, que haja lugar, ao domingo, para o lazer e para a fruição das maravilhas que Deus colocou à disposição do Homem. Penaliza-me, sim que não se encontrem momentos para a reflexão, a partilha e a oração. O domingo é feito não de exclusões, mas de aproximações, de encontros, de interacções.
Desde a sua génese, o domingo é o dia do Senhor e, por isso, o dia de Cristo, o dia da Igrejà e o dia do homem. Numa palavra, é o dia dos dias.
Isto significa que, sob um ponto de vista genuinamente cristão, é impensável privar o domingo de todas as suas vertentes. Ele só é dia do homem na medida em que é dia do Senhor e dia de Cristo. É deste modo que a Eucaristia desponta como a alma do domingo, tanto mais que foi neste dia que Cristo ressuscitou. Como diz João Paulo lI, “se o domingo é o dia da ressurreição, ele não se reduz a um acontecimento passado; é a celebração da presença viva do Ressuscitado no meio de nós”.
Não falta quem diga que a evocação da ressurreição pode ser feita em casa, na intimidade de cada um. Não basta, contudo, que “os discípulos de Cristo rezem de forma individual, no segredo do coração. Com efeito, todos os que receberam a graça do Baptismo não foram salvos somente a título individual, mas enquanto membros do Povo de Deus. Por isso, é importante que se reúnam para exprimir em plenitude a pr6pria identidade da Igreja, a assembleia convocada pelo Senhor ressuscitado”.
Sucede que a Eucaristia não se circunscreve à sua celebração dominical. O cristão sai da Missa para a missão. Ou seja, a celebração existencial da Eucaristia não pode ser dissociada da sua celebração sacramental. “Como as primeiras testemunhas da ressurreição acrescenta o Santo Padre -, também os cristãos de hoje são chamados, na sua vida quotidiana, a tornarem-se evangelizadores e testemunhas” .
Trata-se, no fundo, de dominicalizar toda a semana, todo o tempo, toda a vida. Por isso é que o domingo surge não como o “último dia do fim-de-semana”, mas como o “primeiro dia da semana” (aquele que pauta o seu ritmo) ou, então, como o “oitavo dia” (enquanto imagem da eternidade e, ao mesmo tempo, do itinerário que a ela conduz).
Importante, neste sentido, é que não transportemos para o domingo a azáfama do quotidiano semanal. Mas que, pelo levemos para a semana a paz e a reconciliação que formos capazes de acolher no domingo. Não é o domingo que tem de ser a continuação do resto da Semana. Cada dia da semana é que deve ser o prolongamento do domingo.
Outrora, o domingo começava manhã cedo; hoje, para muitos, tem início pouco antes do almoço. As cidades que, no alvorecer de cada dia; regurgitam de agitação, aparecem desertas nas primeiras horas de domingo.
Até na indumentária se materializa a mudança. Durante séculos, o melhor vestuário era usado ao domingo, a ponto de se ter tornado proverbial a expressão “traje domingueiro”. Actualmente, o domingo é o dia do fato-de-treino, dos calções, da t-shirt...
Não se pense, entretanto, que é isto que me desencanta e preocupa. Como também não me repugna que o domingo seja preenchido com várias actividades, que não podem, muitas vezes, ser executadas noutros dias. Nada tenho contra os hipermercados e os estádios cheios. O que me perturba é que o domingo não seja tomado a partir da sua raiz em toda a sua profundidade.
Admito, perfeitamente, que haja lugar, ao domingo, para o lazer e para a fruição das maravilhas que Deus colocou à disposição do Homem. Penaliza-me, sim que não se encontrem momentos para a reflexão, a partilha e a oração. O domingo é feito não de exclusões, mas de aproximações, de encontros, de interacções.
Desde a sua génese, o domingo é o dia do Senhor e, por isso, o dia de Cristo, o dia da Igrejà e o dia do homem. Numa palavra, é o dia dos dias.
Isto significa que, sob um ponto de vista genuinamente cristão, é impensável privar o domingo de todas as suas vertentes. Ele só é dia do homem na medida em que é dia do Senhor e dia de Cristo. É deste modo que a Eucaristia desponta como a alma do domingo, tanto mais que foi neste dia que Cristo ressuscitou. Como diz João Paulo lI, “se o domingo é o dia da ressurreição, ele não se reduz a um acontecimento passado; é a celebração da presença viva do Ressuscitado no meio de nós”.
Não falta quem diga que a evocação da ressurreição pode ser feita em casa, na intimidade de cada um. Não basta, contudo, que “os discípulos de Cristo rezem de forma individual, no segredo do coração. Com efeito, todos os que receberam a graça do Baptismo não foram salvos somente a título individual, mas enquanto membros do Povo de Deus. Por isso, é importante que se reúnam para exprimir em plenitude a pr6pria identidade da Igreja, a assembleia convocada pelo Senhor ressuscitado”.
Sucede que a Eucaristia não se circunscreve à sua celebração dominical. O cristão sai da Missa para a missão. Ou seja, a celebração existencial da Eucaristia não pode ser dissociada da sua celebração sacramental. “Como as primeiras testemunhas da ressurreição acrescenta o Santo Padre -, também os cristãos de hoje são chamados, na sua vida quotidiana, a tornarem-se evangelizadores e testemunhas” .
Trata-se, no fundo, de dominicalizar toda a semana, todo o tempo, toda a vida. Por isso é que o domingo surge não como o “último dia do fim-de-semana”, mas como o “primeiro dia da semana” (aquele que pauta o seu ritmo) ou, então, como o “oitavo dia” (enquanto imagem da eternidade e, ao mesmo tempo, do itinerário que a ela conduz).
Importante, neste sentido, é que não transportemos para o domingo a azáfama do quotidiano semanal. Mas que, pelo levemos para a semana a paz e a reconciliação que formos capazes de acolher no domingo. Não é o domingo que tem de ser a continuação do resto da Semana. Cada dia da semana é que deve ser o prolongamento do domingo.
Cheguei tarde, mas mais vale tarde do que nunca e Cristo disse que "os últimos são os primeiros".
ResponderEliminarSó para dizer que li o artigo, o registei na mente e no coração.
Estou de acordo em tudo, se bem que, e peço desde já a "absolvição" (eh, eh), mas gosto mais de ir à Missa à semana do que ao Domingo. O motivo é porque à semana, a Missa é mais serena e convida-me mais ao recolhimento; ao passo que, ao Domingo, me sinto metida no meio de muita confusão: entra-se e temos logo trinta olhos a mirar-nos de cima a baixo, uns tossem, as crianças choram, etc., e não se sabe muito bem quem celebra: se o Padre, se a senhora ou senhoras que mandam agora, em simultâneo, nas Igrejas.
Ao Domingo a missa é... mais moderna. Também gosto mais da serenidade. Mas não é isso um convite de Deus a encontrar os outros? E os outros tossem, sim, e são crianças a chorar. Cristo caminhou em grande algazarra, a não ser nos quarenta dias do deserto e na noite das oliveiras. Até na Cruz teve gente a tossir, e a mirá-Lo de cima a baixo.
ResponderEliminarOk, Goldmundo!
ResponderEliminarReconheço tudo isso que dizes. Mas olha, sou assim um caso à parte, muito peculiar na minha forma de estar na vida e recuso-me a seguir as multidões. Embora até vá mais à Missa aos Domingos do que à semana, por falta de tempo; mas lá que gosto mais, gosto.
Se calhar, embora me custe a reconhecê-lo, sou um pouco elitista e pouco dada aos outros, (embora me esforce por ajudar).
Contudo, entendo que cada um tem a sua forma específica de seguir na vida com Cristo.
Não disse Ele: "em casa de Meu Pai há muitas moradas"?
E S. Paulo não disse: "o Espírito Santo revela-se, de forma diferente, a cada um de nós..."?
Ora cá estamos outra vez com o dilema...uns queixam-se que o povo não colabora na eucaristia(isto os padres), a help diz que se sente metida no meio da confusão, com gente a tossir...trinta olhos a mirá-la?!...mas afinal o que é que querem?! querem ir assistir à eucaristia, pelo significado que ela tem...ou querem eucaristias feitas à medida dos vossos gostos!!!
ResponderEliminarAonde fica a tolerância de uns para com os outros??? Gente somos todos diferentes nos gostos...mas ao menos na "NOSSA IGREJA" sejam iguais!!! Colaborem com os padres na missa... "Padres, façam o favor de ter diálogo com o povinho...meu Deus!!!" o que custa entendermo-nos todos...se houver boa vontade!!!
É dificil começar a gerir este problema...mas verão que todos lucraremos com isso!!!
Um beijão da cabocla
Cabocla,
ResponderEliminarNão fiques assim tão zangada comigo.
Uma coisa é aquilo que eu gosto mais; outra é aquilo que eu devo fazer e que me esforço por fazer.
help, eu não estou zangada!!!é a minha maneira de falar, o que quero dizer, é que temos que ser mais tolerantes, uns para com os outros...se nos entendermos (a começar nos nossos momentos de comunhão na igreja) sairemos da eucaristia com muito mais força e vontade de darmos as mãos, mesmo cá fora, do que se ficarmos a querer puxar o barco sempre para o nosso lado, entendes? é só isso help...
ResponderEliminarBeijinhos para ti e não fiques triste comigo.
Abraço da cabocla