As Jornadas Mundiais da Juventude são, ao mesmo tempo, uma realidade e uma ilusão. Por esta altura e embora tal não seja afirmado expressamente, lá se vai criando a ideia de que, afinal, Madrid é católica, a Espanha é católica, a Europa é católica e até a humanidade é católica. Porque se procura viver a mensagem de Jesus? Não, apenas porque uma grande multidão se concentra, durante vários dias, numa cidade.
Ora, o critério principal para se aferir uma vivência não é o que se passa ao longo de alguns dias, mas o que acontece em cada dia. Era bom que o papa e os bispos se dispusessem a escutar as aspirações destes jovens e o que eles pensam acerca da Igreja.
Mas as notícias que vêm a público realçam precisam o contrário: o papa vem para falar e os bispos vão para intervir. A multidão é sobretudo para contemplar, para inebriar, para afagar o ego da hierarquia, confrontada, dia após dia, com o efectivo afastamento de tantos jovens.
As Jornadas Mundiais da Juventude juntam cada vez mais, mas representam cada vez menos. E era sobre isto que importava reflectir com maturidade e profundidade.
Confesso que faz uma certa confusão ver a Igreja fazer, com uma amplitude maior, o que fazem os promotores dos festivais de Verão. E não deixa de ser surpreendente ver padres e freiras a dançar e a pular. Não estávamos habituados. Mas não é por aí que passa o encontro da Igreja com os nossos tempos. Pode até traduzir um certo infantilismo pastoral.
Os jovens precisam de se encontrar. Mas precisam muito mais de ser ouvidos. E não é com a cedência à cultura-espectáculo que se tal se consegue.
É interessante notar a contradição no comentário da Teresa.
Numa primeira parte, dispõe que os números da multidão não provam nada. O que importa é a mensagem de Cristo.
Numa segunda parte, ela lamenta-se que a multidão não seja ouvida e o Papa tenha vindo para falar.
Mas o Papa não veio espalhar a tal mensagem de Cristo? Então por que o Papa deveria escutar e a multidão falar? Será que a Teresa acha que é a multidão que tem de proclamar a mensagem de Cristo ao Papa? Mas por que há-de ser a multidão a ter a posse da mensagem de Cristo, se os números não contam para nada?
Em suma... não dá para perceber. O que é que importa? Os números da multidão ou espalhar a mensagem de Cristo?
Obrigada, pelo seu comentário, Teresa. Bem observado e fundamentado. Estes ajuntamentos são desmontados todos os domingos nas diferentes paróquias. É a Igreja (alguma) também rendida ao poder das massas e da imagem. Interessante, não?
As Jornadas Mundiais da Juventude são, ao mesmo tempo, uma realidade e uma ilusão.
ResponderEliminarPor esta altura e embora tal não seja afirmado expressamente, lá se vai criando a ideia de que, afinal, Madrid é católica, a Espanha é católica, a Europa é católica e até a humanidade é católica.
Porque se procura viver a mensagem de Jesus? Não, apenas porque uma grande multidão se concentra, durante vários dias, numa cidade.
Ora, o critério principal para se aferir uma vivência não é o que se passa ao longo de alguns dias, mas o que acontece em cada dia.
Era bom que o papa e os bispos se dispusessem a escutar as aspirações destes jovens e o que
eles pensam acerca da Igreja.
Mas as notícias que vêm a público realçam precisam o contrário: o papa vem para falar e os bispos vão para intervir.
A multidão é sobretudo para contemplar, para inebriar, para afagar o ego da hierarquia, confrontada, dia após dia, com o efectivo afastamento de tantos jovens.
As Jornadas Mundiais da Juventude juntam cada vez mais, mas representam cada vez menos.
E era sobre isto que importava reflectir com maturidade e profundidade.
Confesso que faz uma certa confusão ver a Igreja fazer, com uma amplitude maior, o que fazem os promotores dos festivais de Verão. E não deixa de ser surpreendente ver padres e freiras a dançar e a pular. Não estávamos habituados. Mas não é por aí que passa o encontro da Igreja com os nossos tempos. Pode até traduzir um certo infantilismo pastoral.
Os jovens precisam de se encontrar. Mas precisam muito mais de ser ouvidos. E não é com a cedência à cultura-espectáculo que se tal se consegue.
É interessante notar a contradição no comentário da Teresa.
ResponderEliminarNuma primeira parte, dispõe que os números da multidão não provam nada. O que importa é a mensagem de Cristo.
Numa segunda parte, ela lamenta-se que a multidão não seja ouvida e o Papa tenha vindo para falar.
Mas o Papa não veio espalhar a tal mensagem de Cristo? Então por que o Papa deveria escutar e a multidão falar? Será que a Teresa acha que é a multidão que tem de proclamar a mensagem de Cristo ao Papa? Mas por que há-de ser a multidão a ter a posse da mensagem de Cristo, se os números não contam para nada?
Em suma... não dá para perceber. O que é que importa? Os números da multidão ou espalhar a mensagem de Cristo?
Obrigada, pelo seu comentário, Teresa. Bem observado e fundamentado.
ResponderEliminarEstes ajuntamentos são desmontados todos os domingos nas diferentes paróquias. É a Igreja (alguma) também rendida ao poder das massas e da imagem. Interessante, não?